Consorte de político
Consorte de político é o par conjugal de um político. Em geral, consortes de governantes são conhecidos por títulos próprios de tratamento, como primeira-dama, primeiro-cavalheiro, príncipe consorte, rainha consorte, etc. Dentro dos sistemas monárquicos, os cônjuges dos titulares são referidos como consortes reais, enquanto que dentro de sistemas republicanos são utilizadas designações ordinais acompanhadas por formas de tratamento respeitosas de origem aristocráticas.
Em países como os Estados Unidos, os candidatos à presidência são avaliados por sua postura familiar, não tendo direito a qualquer privacidade. De modo completamente diferente, na Europa os episódios da vida íntima, mesmo os casos extraconjugais de políticos famosos, como Francisco Sá Carneiro e François Mitterrand, são propositalmente ignorados pela imprensa (supostamente por obrigação da própria ética profissional dos jornalistas), só vindo a lume anos depois. A chamada imprensa sensacionalista quebra muitas vezes esta regra, sobretudo no Reino Unido. Geralmente a fidelidade política também entra em jogo em caso de conflitos.[1][2]
República
[editar | editar código-fonte]Primeira-dama
[editar | editar código-fonte]Primeira-dama é o título informal que se dá à esposa de um governante em várias esferas do poder.[3] Refere-se sobretudo à esposa do presidente de um país, mas também se aplica aos casos de governador ou prefeito.[3] O marido da pessoa que é eleita para um cargo político, por sua vez, é chamado de primeiro-cavalheiro.[4] Já a esposa de um monarca reinante é conhecida como Rainha Consorte.[5][6]
A criação do título é creditada ao ex-presidente dos Estados Unidos Zachary Taylor (1849–1850), o qual chamou Dolley Madison, esposa de James Madison, de «primeira-dama» (First Lady, em inglês) durante o funeral desta, em 12 de julho de 1849, enquanto recitava um elogio escrito por ele mesmo.[7]
A princípio, a primeira-dama não possui funções oficiais dentro do governo, mas costumam participar de cerimônias públicas e organizar ações sociais, tais como eventos beneficentes.[8] Além disso, uma primeira-dama carismática pode ajudar a transmitir uma imagem positiva de seus maridos à população.[9]
Primeiras-damas no mundo
[editar | editar código-fonte]No Brasil, recebem o título de primeira-dama as esposas do presidente da República, dos governadores e dos prefeitos.[3] Junto ao cargo utiliza-se via de regra o título «Dona» antes de seus nomes. Rosângela Lula da Silva, esposa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é a atual primeira-dama do Brasil.[10]
Em Portugal, a legislação não prevê a existência do título de «primeira-dama», embora informalmente a esposa do presidente da república receba essa deferência. A ausência do título advém da presunção de que uma vez que não foi eleita é apenas uma cidadã comum, mesmo sendo esposa do presidente. Em Portugal, são sobretudo os jornalistas televisivos, por facilidade de expressão ou por desconhecimento, que usam o termo «primeira-dama» ao se referir à esposa do presidente.
Primeiro-cavalheiro
[editar | editar código-fonte]Primeiro-cavalheiro é a versão masculina do termo primeira-dama e se refere ao esposo de um chefe de estado ou chefe de governo de um país.[4] Assim como acontece com primeira-dama, a versão masculina também é utilizada para se referir aos maridos de governadores e prefeitos municipais.[11]
Abaixo, uma lista de alguns primeiros-cavalheiros de vários países do mundo:
Primeiros-cavalheiros no mundo
[editar | editar código-fonte]- Prof. Dr. Joachim Sauer (cônjuge da chanceler Angela Merkel (2005–2021)
- Dr. Jörn Kubicki (cônjuge do prefeito de Berlim, Klaus Wowereit)
- Néstor Kirchner (2007–2010)
- Eduardo Suplicy (São Paulo: 2001)
- Veveu Arruda (Ceará: 2022)
- Anthony Garotinho (Rio de Janeiro: 2003-2006)
- Antonio Pitanga (Rio de Janeiro: 2002–2003)
- Prof. Carlos Augusto Crusius (Rio Grande do Sul: 2007–2010)
- Carlos Augusto de Sousa Rosado (Rio Grande do Norte)
- Neudo Campos (Roraima: 2015–2018)
- Thalis Bolzan (Rio Grande do Sul: 2023-presente)
- Fernando Lucena (Pernambuco): 2023-presente
- Jakov Kitarović (2015-)
- Lou Rell (Connecticut)
- Daniel Mulhern (Michigan)
- Mike Gregoire (Washington)
- José Miguel Arroyo
- Dr. Pentti Arajärvi
- Jorma Melleri (2003)
- Devisingh Ransingh Shekhawat
- Taufiq Kiemas (2001–2004)
- Nicholas Robinson (1990–1997)
- Dr. Martin McAleese (1997–2011)
- Errald Miller (2006–2007)
- Imants Freibergs (1999–2007)
- Gauthier Destenay (cônjuge do primeiro-ministro Xavier Bettel)
- Arne Olav Brundtland (1981), (1986–1989) e (1990–1996)
- Burton Shipley (1997–1999)
- Asif Ali Zardari (1988–1990) e (1993–1996)
- Denis Thatcher (1979–1990)
- Philip May (cônjuge da primeira-ministra Theresa May)
- Özer Çiller (1993–1996)
- Jesús María Tarriba (2024-atualmente)
Segunda-dama
[editar | editar código-fonte]A segunda-dama é um título usado em referência à esposa de um vice-presidente, um vice-governador ou um vice-prefeito, denominado em relação ao título da primeira-dama, a esposa de um presidente, um governador ou um prefeito. Embora nenhum país conceda qualquer poder legal as segundas damas, suas funções incluem frequentemente o seguinte:
- Hospedagem durante as recepções na residência vice-presidencial
- Presidir instituições de bem-estar selecionadas
- Acompanhar o cônjuge em viagens oficiais
- Vários deveres cerimoniais.
Monica Lewinsky, que estava envolvida em um relacionamento com o presidente Bill Clinton, foi referida como a "segunda-dama".[12]
Segundas-damas no mundo
[editar | editar código-fonte]Segundo-cavalheiro
[editar | editar código-fonte]O segundo-cavalheiro é a versão masculina do termo segunda-dama e se refere ao esposo de um vice-presidente.[13] Assim como acontece com segunda-dama, a versão masculina também é utilizada para se referir aos maridos de vice-governadoras e vice-prefeitas municipais.
Segundos-cavalheiros no mundo
[editar | editar código-fonte]Monarquia
[editar | editar código-fonte]Ver também
[editar | editar código-fonte]- ↑ Julian Assange (28 de julho de 2012). «"La primera dama necesita entrar en juego"». Wikileaks. Consultado em 28 de julho de 2012
- ↑ Brown Lloyd James (10 de julho de 2012). «"La primera dama necesita entrar en juego"». Público.es. Consultado em 10 de julho de 2012
- ↑ a b c Edição do Aulete (2007). «Verbete: «primeira-dama»». Dicionário Caldas Aulete. Consultado em 23 de fevereiro de 2014. Arquivado do original em 1 de março de 2014
- ↑ a b Redação (2010). «Masculino de «primeira-dama»». Nossa Língua Portuguesa — TV Cultura. Consultado em 23 de fevereiro de 2014. Arquivado do original em 3 de novembro de 2017
- ↑ «Entenda o motivo pelo qual Kate Middleton não recebeu o título de princesa - Notícias - UOL TV e Famosos». Consultado em 3 de setembro de 2016
- ↑ «Uma nova rainha, mais que uma consorte». 19 de junho de 2014. Consultado em 3 de setembro de 2016
- ↑ «First Lady Biography: Dolley Madison». The National First Ladies' Library (USA). 2003. Consultado em 23 de fevereiro de 2014
- ↑ «Papel da primeira-dama na política - Política - Colégio Web». 20 de maio de 2015. Consultado em 3 de setembro de 2016
- ↑ País, Ediciones El (7 de outubro de 2016). «Os três minutos de Marcela Temer, a tentativa do Planalto de suavizar a imagem». EL PAÍS
- ↑ «Marcela Temer entra em cena - ISTOÉ Independente». 2 de setembro de 2016. Consultado em 3 de setembro de 2016
- ↑ Editores do Aulete (2007). «Verbete: «primeira-dama»». Dicionário Caldas Aulete. Consultado em 23 de fevereiro de 2014. Arquivado do original em 1 de março de 2014
- ↑ «BBC News | UK | Oxford approval for Monica». news.bbc.co.uk. Consultado em 5 de fevereiro de 2017
- ↑ «Conheça o primeiro 'segundo-cavalheiro' dos EUA, Doug Emhoff». CNN Brasil. Consultado em 31 de janeiro de 2021
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Ediciones El País (7 de outubro de 2016). «Marcela Temer e a volta do 'primeiro-damismo' no Brasil». EL PAÍS