Neudo Campos
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Neudo Ribeiro Campos | |
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Neudo Ribeiro Campos | |
4° Governador de Roraima | |
Período | 1 de janeiro de 1995 até 6 de abril de 2002 |
Antecessor(a) | Ottomar Pinto |
Sucessor(a) | Francisco Flamarion Portela |
Primeiro-cavalheiro de Roraima | |
Período | 1 de janeiro de 2015 até 10 de dezembro de 2018 |
Governadora | Suely Campos |
Antecessor(a) | Selma Rodrigues como primeira-dama |
Sucessor(a) | Simone Denarium como primeira-dama |
Dados pessoais | |
Nascimento | 1 de setembro de 1946 (78 anos) Boa Vista, RR |
Prêmio(s) | Ordem do Mérito Militar[1] |
Cônjuge | Suely Campos |
Partido | PDS (1980-1989) PRN (1989-1993) PTB (1993-1997) PPB (1997-2002) PFL (2002-2003) PP (2003-presente) |
Profissão | Engenheiro |
Neudo Ribeiro Campos GOMM (Boa Vista, 1 de setembro de 1946) é um engenheiro e político brasileiro.
Candidatou-se ao governo de Roraima em 1990 pelo PRN, ficando em quarto lugar. Foi eleito governador em 1994 pelo PTB, sendo o primeiro governador do estado nascido em seu território, e reeleito em 1998 pelo PPB. Em 2002, candidatou-se ao senado pelo PFL, ficando em quarto lugar. Em 2006 elegeu-se deputado federal pelo PP e renunciou ao mandato em 26/08/2010 em uma manobra para remeter à primeira instância o julgamento final de um processo criminal pelo caso conhecido como "Gafanhotos"[2][3]. Neudo Campos também foi citado como envolvido no "Escândalo das bolachas", que teria como finalidade capitalizar sua campanha à reeleição ao Governo do Estado em 1998, e no "Escândalo da merenda" de desvio de recursos da folha de pagamento da Companhia de Desenvolvimento do Estado de Roraima - Codesaima no período de 1995 e 1998.[4]
Escândalo dos Gafanhotos
[editar | editar código-fonte]Desarticulado a partir da Operação Praga do Egito desenvolvida pela Polícia Federal, no dia 26 de novembro de 2003 em Roraima, o esquema de corrupção conhecido como Escândalo dos Gafanhotos consistiu na contratação de funcionários fantasmas que "comiam a folha de pagamento" do governo estadual.
Cerca de 30 autoridades estaduais dos Poderes Legislativo (incluindo do Tribunal de Contas do Estado) e do Executivo se beneficiaram do esquema que recebia por meio de procurações o pagamento de 6.000 servidores fantasmas, repassando aos titulares dos cargos (laranjas) apenas uma parte menor dos valores sacados. Estima-se o desvio de mais de R$ 230 milhões dos cofres públicos em Roraima.[5]
Na Assembléia Legislativa do estado foram envolvidos no escândalo funcionários de 18 do 24 gabinetes de Deputados Estaduais. Segundo reportagem de O Globo (O País, p. 8, 27/11/2003):
- "Na lista de presos ou procurados estão também parentes e funcionários de gabinetes de 18 dos 24 deputados estaduais. Entre os detidos está Darbilene Rufino Vale, mulher do presidente da Assembléia Legislativa, Antônio Messias Pereira de Jesus. São acusados de pertencer à organização criminosa vários ex-parlamentares, funcionários do Tribunal de Contas do Estado e até o diretor da Polícia Civil de Boa Vista, Ângelo Paiva de Moura. Paiva está na relação dos que estão com a prisão decretada."
- Contratações de até R$ 48 mil
- "Neudo é acusado de chefiar um grupo de parlamentares, ex-parlamentares e funcionários públicos que forjaram contratações e estavam recebendo salários mensais em nome de aproximadamente seis mil servidores laranjas ou fantasmas, conhecidos no estado como gafanhotos. Pelo relatório da PF, cada parlamentar tinha direito de simular a contratação de servidores em valores que iam de R$ 21 mil a R$ 48 mil. Na fase final do golpe, alguns parlamentares chegaram a receber R$ 250 mil mensais. Os salários eram sacados, com uso de procurações, por testas-de-ferro de políticos."
Em 2008 foi condenado pelo Tribunal de Contas da União (Acórdão 1464/2008 – Plenário[ligação inativa]), juntamente com o ex-diretor geral do extinto Departamento de Estradas de Rodagem de Roraima (DER/RR), Carlos Eduardo Levischi, a pagar R$19.014.148,95. Auditoria do TCU constatou que os recursos destinados às obras de construção da BR-401/RR, no trecho entre Bonfim (RR) e Normandia (RR), fronteira com a Guiana, foram desviados para uma conta que pagava funcionários "fantasmas", conhecidos como "gafanhotos". Em depoimento à Polícia Federal, Levischi contou que os funcionários fantasmas eram indicados por autoridades do governo, sob orientação do ex-governador.[4]
Deputado Federal
[editar | editar código-fonte]Neudo Campos renunciou ao mandato de Deputado Federal em 26/08/2010, em meio a campanha eleitoral de 2010, em uma manobra para atrasar o andamento de processo em julgamento no Supremo Tribunal Federal. Neudo é considerado o parlamentar brasileiro campeão de processos criminais por responder a 21 ações (11 ações penais e dez inquéritos)[6] tendo sido condenado à perda dos direitos políticos durante 8 anos, perda de cargos públicos, impossibilidade de contratação com o poder público, e ao pagamento de multa de R$3,3 mi por desvio de dinheiro dos cofres públicos no período de 1995 a 2002 quando foi Governador do Estado de Roraima pelo PTB[7]. A decisão permite recurso.
Governador
[editar | editar código-fonte]Em 1997, como governador de Roraima, Neudo foi admitido pelo presidente Fernando Henrique Cardoso à Ordem do Mérito Militar no grau de Grande-Oficial especial.[1]
Nas eleições de 2010, Neudo Ribeiro Campos foi candidato a Governador pelo PP. Com 104.804 votos (47,62% dos votos válidos),[8] conseguiu o primeiro lugar no primeiro turno das eleições, que foi levada para uma nova disputa, em segundo turno, contra José de Anchieta Júnior (PSDB), que, com 50,41%, venceu o pleito. Neudo Campos obteve 105.707 votos (49,59% dos votos válidos), ficando com o segundo lugar.[9]
Em 11 de fevereiro de 2011, no entanto, o TRE cassou o diploma de José de Anchieta Júnior, condenado por usar a Rádio Roraima, veículo do governo local, para exibir propaganda negativa contra seu oponente na disputa, Neudo Campos. O segundo colocado, seria diplomado pela Assembleia Legislativa do estado no dia 14 de fevereiro.[10] Contudo, uma liminar do TSE permitiu que Anchieta permanecesse no cargo até que sejam analisados eventuais recursos contrários à decisão da corte.[11]
- ↑ a b BRASIL, Decreto de 31 de março de 1997.
- ↑ http://www1.folha.uol.com.br/poder/790256-neudo-campos-candidato-em-roraima-renuncia-na-camara-dos-deputados.shtml%7CNeudo Campos, candidato em Roraima, renuncia na Câmara dos Deputados
- ↑ http://eleicoes.uol.com.br/201
0/roraima/ultimas-noticias/2010/08/30/mesmo-apos-renuncia-stf-decide-manter-audiencias-de-acao-contra-neudo-campos-pp.jhtm|Mesmo após renúncia, STF decide manter audiências de ação contra Neudo Campos (PP) - ↑ a b http://pib.socioambiental.org/pp/noticias?id=34037 Arquivado em 3 de março de 2016, no Wayback Machine. Ex-governador de Roraima e mais 40 são presos, O Globo, O País, p.8, 27/11/2003
- ↑ http://congressoemfoco.uol.com.br/noticia.asp?cod_canal=21&cod_publicacao=34550 Congresso em Foco, Sinal amarelo – Roraima
- ↑ http://www.deunojornal.org.br/materia.asp?mat=271038&pl=Neudo%20Campos%7CO Liberal (PA) - 4/6/2009
- ↑ http://noticias.bol.uol.com.br/folhaonline/poder/2010/09/27/candidato-ao-governo-em-rr-e-condenado-a-pagar-r-33-milhoes-por-desvios.jhtm%7CCandidato ao governo em RR é condenado a pagar R$ 3,3 milhões por desvios
- ↑ «UOL - Eleições 2010 - Apuração - Roraima (1º turno)». Consultado em 13 de fevereiro de 2011
- ↑ «UOL - Eleições 2010 - Apuração - Roraima (2º turno)». Consultado em 13 de fevereiro de 2011
- ↑ Débora Santos (11 de fevereiro de 2011). «TRE de Roraima cassa diploma do governador José de Anchieta Júnior». G1. Consultado em 13 de fevereiro de 2011
- ↑ «Liminar do TSE mantém governador de Roraima no cargo». G1. 14 de fevereiro de 2011. Consultado em 14 de fevereiro de 2011
Precedido por Ottomar Pinto |
Governador de Roraima 1995 — 2002 |
Sucedido por Francisco Flamarion Portela |