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Trancoso

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 Nota: Para o povoado da Bahia, veja Trancoso (Bahia).

Trancoso

Brasão de Trancoso Bandeira de Trancoso

Localização de Trancoso

Gentílico Trancosense ou Trancosano
Área 361,52 km²
População 8 413 hab. (2021)
Densidade populacional 23,3  hab./km²
N.º de freguesias 21
Presidente da
câmara municipal
Amílcar Salvador (PS, 2021–2025)
Fundação do município
(ou foral)
1157
Região (NUTS II) Centro (Região das Beiras)
Sub-região (NUTS III) Beira Interior Norte
Distrito Guarda
Província Beira Alta
Orago Santa Maria e São Pedro
Feriado municipal 29 de maio
Código postal 6420
Sítio oficial http://www.cm-trancoso.pt
Município de Portugal

Trancoso é uma cidade portuguesa pertencente ao distrito da Guarda, na província da Beira Alta, região do Centro (Região das Beiras) e sub-região da Beira Interior Norte, com 2 575 habitantes (2021),[1] situada num planalto em que o ponto mais alto tem 939 m de altitude.

É sede do município de Trancoso com 361,52 km² de área[2] e 9 878 habitantes (2011),[3][4] subdividido em 21 freguesias.[5] O município é limitado a norte pelo município de Penedono, a nordeste por Mêda, a leste por Pinhel, a sul por Celorico da Beira, a sudoeste por Fornos de Algodres, a oeste por Aguiar da Beira e a noroeste por Sernancelhe.

Trancoso é um dos poucos municípios de Portugal territorialmente descontínuos,[6] estando uma das suas freguesias (Guilheiro) separada do resto do município por uma estreita faixa de território pertencente à freguesia de Arnas, do município de Sernancelhe; uma vez que este último município pertence ao distrito de Viseu, isto torna territorialmente descontínuo o distrito da Guarda (existência de um exclave),[7] criando um enclave no interior do distrito de Viseu,[8] casos únicos em Portugal.[9]

Freguesias

Freguesias do município de Trancoso.
Com a curiosidade deter uma freguesia que é um exclave, o município de Trancoso está dividido em 21 freguesias:

Aldeias anexas

  • À-dos-Ferreiros (Cótimos)
  • Aldeia de Santo Inácio (São Pedro)
  • Ameal (São Pedro)
  • Avelal (São Pedro)
  • Boco (Santa Maria)
  • Broca (Vilares)
  • Carigas (Vale do Seixo)
  • Castaíde (Santa Maria)
  • Courelas (São Pedro)
  • Dominga Chã (Granja)
  • Falachos (Tamanhos)
  • Frechão (Torres)
  • Freixial (Vila Garcia)
  • Garcia Joanes (Feital)
  • Maçal da Ribeira (Vilares)
  • Miguel Choco (Santa Maria)
  • Moitas (Valdujo)
  • Montes (Santa Maria)
  • Quintã do Cabeço (Valdujo)
  • Quintã do Curral (Valdujo)
  • Quintã da Igreja (Valdujo)
  • Ribeira do Freixo (Vale do Seixo)
  • Rio de Moinhos (Santa Maria)
  • São Martinho (São Pedro)
  • Sintrão (Santa Maria)
  • Vale de Mouro (Tamanhos)
  • Venda do Cepo (Santa Maria)
  • Vendinha (Granja)

População

Número de habitantes * [10]
1864 1878 1890 1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011 2021
15 664 16 579 17 205 17 966 18 123 17 612 17 602 19 574 20 632 18 224 14 046 13 099 11 484 10 889 9 878 8 413
Número de habitantes por Grupo Etário ** [11] [12]
1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011 2021
0-14 Anos 6 288 6 414 6 028 6 064 6 784 6 857 5 803 4 000 3 153 2 215 1 518 1 105 744
15-24 Anos 3 207 3 102 3 154 3 270 3 270 3 572 2 839 1 885 2 084 1 542 1 454 1 025 677
25-64 Anos 7 358 7 377 7 110 6 946 7 972 8 650 7 995 6 000 5 592 5 218 5 017 4 779 3 958
= ou > 65 Anos 868 1 054 1 170 1 343 1 330 1 465 1 587 1 800 2 270 2 509 2 900 2 969 3 034
  • Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste município à data em que os censos se realizaram.
    • De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no município à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente.

Política

Eleições autárquicas [13]

Data % V % V % V % V % V % V % V Participação
PPD/PSD CDS-PP PS FEPU/APU/CDU AD PRD PSD/CDS
1976 39,70 2 27,33 2 21,67 1 4,61
55,97 / 100,00
1979 AD AD 32,65 2 2,63 61,27 3
70,79 / 100,00
1982 44,05 3 34,70 3 11,28 1 3,07
70,16 / 100,00
1985 44,35 4 22,37 2 7,50 2,94 17,84 1
66,38 / 100,00
1989 54,50 4 18,05 1 22,18 2 1,24
68,83 / 100,00
1993 51,68 4 14,26 1 28,06 2 1,35
68,79 / 100,00
1997 45,41 4 4,43 44,62 3 1,12
66,73 / 100,00
2001 53,12 4 3,37 38,95 3 0,56
72,39 / 100,00
2005 56,22 4 36,25 3 1,10
69,39 / 100,00
2009 50,43 4 45,22 3 1,06
65,29 / 100,00
2013 37,28 3 1,88 55,39 4 1,29
64,67 / 100,00
2017 31,19 2 5,16 56,21 3 2,46
63,20 / 100,00
2021 CDS—PP PPD/PSD 59,71 3 1,76 32,71 2
65,54 / 100,00

Eleições legislativas

Data %
CDS PSD PS PCP UDP AD APU/

CDU

FRS PRD PSN B.E. PAN PSD
CDS
L CH IL
1976 38,98 22,92 19,16 2,79 1,09
1979 AD AD 18,61 APU 0,55 68,53 3,80
1980 FRS 0,75 68,51 4,17 18,43
1983 25,83 41,09 22,40 0,28 3,01
1985 19,50 44,20 14,13 0,46 3,34 9,13
1987 7,64 68,10 14,22 CDU 0,24 1,60 1,27
1991 8,68 64,68 18,26 1,38 0,74 1,12
1995 11,26 49,34 32,54 0,70 1,73 0,64
1999 10,15 46,20 37,40 1,75 1,05
2002 9,81 55,42 28,15 1,07 1,11
2005 7,75 42,48 39,99 1,76 2,45
2009 12,49 41,60 31,33 1,88 6,18
2011 10,92 51,76 24,64 2,14 3,05 0,59
2015 PSD CDS 31,29 2,73 6,22 0,39 50,26 0,22
2019 5,97 37,45 38,20 1,99 5,78 1,15 0,29 1,30 0,34
2022[14] 2,75 35,62 45,08 1,31 2,60 0,30 0,47 6,86 1,68
2024[15] AD AD 31,26 37,47 1,04 2,43 0,78 0,84 17,94 1,49

Topónimo

A origem do nome "Trancoso" motiva hoje em dia a especulação e a imaginação.[16] Existem pelo menos duas explicações, ambas de pendor mitológico. Tais explicações, contudo, poderão não ser tão fantasiosas como à partida seríamos levados a pensar. Uma destas explicações refere que o nome deriva de "troncoso", ou seja, o nome ficaria a dever-se ao facto de existirem árvores de grande porte na região em que a cidade foi fundada. De facto, Artur Taborda de Morais,[17] no estudo "As árvores notáveis de Portugal", descreve individualmente o "Castanheiro do Campo — Castanea sativa Mili"[18] e o "Freixo Grande de Trancoso — Fraxinus oxicarpa Willd".[19] O segundo, que foi considerado por Charles Joly (1818–1902),[20] em 1893, uma das maiores árvores da Europa,[21] já não existe, mas ainda hoje é possível observar árvores impressionantes como a "Tília Grande de Trancoso". Outra explicação, que específica concretamente um ato de fundação, um pouco à semelhança de Roma (cf. Fundação de Roma), refere que a cidade terá sido fundada por um emissário vindo do Egito ou da Etiópia. O nome do emissário seria Awseya Tarakos, que mais tarde viria a ser rei da Etiópia, da dinastia salomónica.[22] Existem, também, outras cidades europeias cujos nomes têm algumas semelhanças com Trancoso, podendo haver alguma relação entre eles (Tarragona, Tarascon, etc.). Em Portugal, atualmente, é possível encontrar a designação Trancoso para outras localidades e lugares. Existe, ainda, um rio no norte de Portugal, afluente do rio Minho, que tem esse nome.[23]

História

Igreja de São Pedro do século XVII

Com os seus numerosos monumentos, da arquitetura civil, religiosa e militar constitui um dos mais expressivos e belos centros históricos do país,[24] visitado anualmente por muitos milhares de pessoas. Estes monumentos distribuem-se um pouco por todo o município.

Na arquitetura religiosa, destacam-se na sede de município as igrejas paroquiais de Santa Maria e de São Pedro e a igreja da Misericórdia. Na arquitetura civil, encontramos a Casa dos Arcos, do século XVI, a Casa do Gato Preto (um curioso edifício do antigo bairro judaico), e o Pelourinho,[25][26][27][28][29] bela peça do mais puro estilo manuelino.

Nesta cidade nasceram também o profeta e sapateiro António Gonçalves Annes Bandarra e o Padre Francisco Costa.

Pré-história e Antiguidade

A cidade de Trancoso, devido à sua localização, entre os rios Douro, Côa e Mondego, faz parte de um conjunto de fortalezas situadas junto da serra da Estrela e da fronteira com Espanha. A sua localização privilegiada constitui um importante ponto de observação por sobre algumas das principais vias romanas que cruzam a região,[30][31][32] nomeadamente aquela que fazia a ligação entre Braga e Mérida. Em todo o caso, este é um assunto até agora pouco aprofundado, tanto mais que, numa época mais próxima de nós, até mesmo o estudo das vias de comunicação existentes no Portugal da Idade Média se encontra ainda numa fase embrionária.[33]

Assim, dada a sua localização, compreende-se a importância que esta cidade já tinha antes da fundação de Portugal. Durante a Reconquista trata-se de umas das praças fortes que mais disputa suscitou. Luís de Camões refere que a conquista de Beja, por D. Afonso Henriques, correspondeu a uma espécie de vingança pelo facto de Trancoso ter sido destruída ("Já na cidade Beja vai tomar / Vingança de Trancoso destruída[34]").

Não muito longe da cidade, encontra-se um importante sítio arqueológico considerado Património Mundial: sítios de arte rupestre do Vale do Côa. Desse modo, somos levados a pensar que toda esta região é habitada desde tempos imemoriais.

Época medieval

Trancoso encontra-se hoje rodeada de muralhas, da época dionisiana, com um belo castelo, também medieval, a coroar esse majestoso conjunto fortificado.

Aqui se travaram importantes batalhas, entre as quais a de Trancoso,[35] em 1385, num planalto a poucos quilómetros do centro histórico, que impôs pesada derrota às tropas invasoras e que antecipou o resultado da batalha de Aljubarrota.

Trancoso contemporânea

Trancoso foi elevada a cidade em 9 de dezembro de 2004.

Não esquecendo a antiguidade, porém, Trancoso mantém traços medievais no centro histórico quase inalteráveis, sendo o exterior um meio urbano já moderno e planeado.

Na contemporaneidade, o município de Trancoso tem vindo a estabelecer diversas parcerias com outros municípios aos níveis nacional e internacional. No caso de ligações diretas com outros municípios destacam-se as geminações. Neste caso, até ao presente momento, constata-se que a cidade de Trancoso encontra-se geminada com outros municípios em Portugal, Brasil e Cabo Verde. No caso de ligações envolvendo diversos municípios, o município faz parte da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIM-BSE).

A nível internacional, no âmbito dos projetos de cooperação transfronteiriça, o município integra a comunidade de trabalho Beira Interior Norte - Diputación de Salamanca (BINSAL), constituindo esta comunidade uma das regiões transfronteiriças entre Portugal e Espanha. Este espaço pode ser brevemente descrito nos seguintes termos:

"O espaço transfronteiriço que engloba a Comunidade de Trabalho da Beira Interior Norte – Diputación de Salamanca, é composto em território português por nove Municípios, que são: Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo, Celorico da Beira, Guarda, Manteigas, Meda, Pinhel, Sabugal e Trancoso. Da parte espanhola a Diputación de Salamanca tem a seu cargo as comarcas: Alba de Tormes, Ciudad Rodrigo, Fuente de San Esteban, La Sierra, Ledesma, Peñaranda de Bracamonte, Salamanca e Vitigudino.[36]"

Curiosidades

Histórias de Trancoso

O contista Gonçalo Fernandes Trancoso, considerado um dos primeiros contistas da língua portuguesa, escreveu os Contos & Histórias de Proveito & Exemplo (1575). Este livro foi editado também no Brasil e está na origem de uma expressão brasileira para designar uma série de contos infantis e, de um modo geral, a literatura fantástica de tradição popular.

Alguns exemplos da presença da expressão no Brasil:

"Nossa cultura é muito rica em demasiadas histórias, das mais diversas às mais absurdas. As regiões brasileiras contam com imenso acervo de lendas, costumes, causos, folclores, histórias populares, de trancoso (ou troncoso) etc. Os nossos avós e pais cresceram ouvindo esses mitos, repassando para a gente como forma de nos intimidar e colocar regras, principalmente nos mais traquina".

"As histórias de Trancoso são uma tradição popular que permanece viva até os dias de hoje na região do Cariri. Isabel Maria é uma contadora de histórias da cidade de Juazeiro do Norte, no Ceará, que resgata os contos e histórias de antigamente".[37]

A única cópia da primeira edição do livro de Gonçalo Fernandes Trancoso encontra-se em Washington, DC:

"A primeira edição dos Contos & Histórias de Proveito & Exemplo data do ano de 1575, altura em que foram impressos por António Gonçalves. O texto foi adquirido no ano de 1923 pelo historiador e diplomata brasileiro Manuel de Oliveira Lima. Falecendo em 1928, nos E.U.A., terá legado este volume juntamente com a sua biblioteca, à biblioteca da Universidade Católica da América, a qual integra atualmente a Biblioteca Oliveira Lima, em Washington, DC (DUARTE, 2008: 97-98)".[38]

No começo do século XX, em 1921, Agostinho de Campos reeditou o livro das Histórias de Trancoso, denominando-as "Antologia Portuguesa". Mais recentemente, em 1982, Irene Avilez Teixeira, uma antiga professora primária, legou para a posterioridade um livro intitulado Trancoso — Terra de Sonho e Maravilha, que pode ser considerado uma versão contemporânea dos contos de Trancoso. Esta tradição, por assim dizer, ainda está de algum modo patente na recente apresentação da peça O Segredo da Arca de Trancoso, de Luiz Felipe Botelho, no Teatro Nacional D. Maria II.

Um exemplo típico do que poderia ser uma verdadeira História de Trancoso:

"Iniciou-se então a exploração até à estação de Mondim da Beira em 1910; de Mondim da Beira até Moimenta da Beira, via Salzedas em 1912; de Moimenta da Beira a Ponte do Abade em 1913, via Arcozelos, Faia e Vila da Ponte; de Ponte do Abade a Trancoso em 1915; e de Trancoso a Celorico da Beira em 1916, via Chafariz dos Ventos e Frexes (cf. Linha Férrea Entre-Douro e Beira".[39]

Terras de D. Urraca

D. Pedro Afonso Viegas nascido em 1130 e neto de D. Egas Moniz foi Tenente na localidade de Trancoso em 1184 e na localidade de Neiva em 1187. Pedro Viegas era possuidor de extensos domínios ao Sul do rio Douro.

Naquele tempo de guerras e vida atribulada era o noivo quem dava o dote à noiva, como garantia de segurança, em caso de morte. Foi assim que D. Urraca, filha do rei D. Afonso Henriques e dos seus amores com D. Elvira Gualter recebeu muitos terrenos com a morte do marido. Essas terras, atualmente, pertencem ao município da Mêda e continuam conhecidas por Terras de D. Urraca.

As condições climáticas e a situação na transição do granito para o xisto, permitiram que nessas terras se produzisse um vinho famoso, que se destaca pelas suas qualidades.

Transportes

Acessos

Ferroviários

O único centro ferroviário do município fica em Vila Franca das Naves, na Linha da Beira Alta.[40] Desse modo, por essa mesma linha, é possível, por um lado, em direção ao litoral, viajar de comboio entre Trancoso, Coimbra e Lisboa, e por outro, na direção da fronteira, a cidade é ligada à Guarda, a Salamanca e Madrid, existindo ainda uma ligação até Paris através do Sud Expresso. Na década de 1930 esteve planeada uma linha férrea de via estreita entre as estações da Régua, na Linha do Douro, e de Pinhel, passando por Trancoso e Vila Franca das Naves.[41]

Rodoviários

A recente[quando?] conclusão da auto-estrada que liga Trancoso à A25 veio mitigar as deficiências existentes nas vias de comunicação, mas a situação está longe de ser resolvida.[necessário esclarecer]

Economia

Relativamente aos sectores de atividade, os empregos ligados ao sector terciário representam 64,5% do total da população empregada do município, tendência que se mantém ao nível distrital e nacional.

A forte representatividade do setor terciário face ao setor primário, justifica-se em grande medida pela debilidade que do setor primário atravessa, justificada, entre outros aspetos, pela dificuldade em tornar a agricultura numa atividade económica rentável, já que a atividade agrícola é encarada não como fonte de rendimento, mas como ocupação parcial, maioritariamente com carácter familiar e para consumo próprio.[42]

O município de Trancoso caracteriza-se por ser um dos maiores produtores de castanha, atividade agrícola que tem grande peso na economia das populações. O castanheiro faz parte da paisagem trancosense. Tradicionalmente é uma região de referência na produção de castanha e madeira de castanheiro.[43] Para o futuro, a Câmara Municipal tem apoiado alguns jovens empresários com projetos novos, sobretudo na área dos castanheiros, pecuária e queijarias.[44]

Feiras de Trancoso

As feiras de Trancoso, desde a Idade Média, têm uma expressão significativa na região,[45][46] inclusivamente em Castela, na vizinha Espanha.[47]

Feira de São Bartolomeu

Esta feira realiza-se em Trancoso durante o mês de agosto, desde 1273:

"Apresenta inclusa carta de D. Afonso, feita pelo notário Pero Pais, em Lisboa, a 8 de agosto de 1311 E.C. [1273 d.C.], mandando fazer uma feira anual na vila de Trancoso. A feira deverá começar oito dias antes do dia de S. Bartolomeu e durar 15 dias".[48]

Outras feiras no município:

  • Feira de Santa Luzia
  • Feira Medieval de Trancoso
  • Feira do Fumeiro de Trancoso
  • Feiras de Vila Franca das Naves: São José (19 de março), São Pedro (29 de junho) e São Martinho (11 de novembro).

Há ainda um mercado semanal, à sexta-feira, em Trancoso e, um mercado bimensal, em Vila Franca das Naves, na 2ª e 4ª quarta-feira de cada mês.

Turismo

A cidade de Trancoso mantém ainda a traça de um centro histórico medieval, que outras cidades portuguesas, como por exemplo Viseu,[49] por virtude dos processos de crescimento da cidade durante o século XIX, não preservaram. Desse modo, uma visita a Trancoso constitui uma viagem no tempo e permite ao visitante apreender e questionar a evolução das cidades e das suas formas ao longo do tempo.

Contudo, apesar de ter preservado grande parte da sua cintura amuralhada, uma visita à cidade de Trancoso, ao seu centro histórico, revela alterações na sua morfologia e arquitetura. Ora, estes são sinais da existência ainda hoje de um espaço histórico vivo e dinâmico, que distingue a cidade doutros dos núcleos urbanos da rede de Aldeias Históricas de Portugal.

O turismo cultural em Trancoso possibilita incursões em universos do saber que estão relacionados com a própria história da cidade (ex.: Medievalística, etc.).

A cidade, procurando desenvolver o turismo de natureza cultural, tem estabelecido algumas parcerias com outras cidades. Em Portugal, como foi referido acima, faz parte da rede de Aldeias Históricas. Em termos europeus, existem condições para o estabelecimento de novas parcerias e redes que possam contribuir para o desenvolvimento do potencial turístico da cidade. Neste último caso, por exemplo, encontram-se a Associação Europeia de Cidades e Regiões Históricas, a associação internacional Cidades Europeias Amuralhadas e o Fórum Ibérico de Cidades Amuralhadas.

Cultura e Património

Gastronomia

Monumentos

Monumentos nacionais

  • Castelo de Trancoso (desde 1921)
  • Castelo de Moreira de Rei (desde 1932)
  • Igreja de Sta. Marinha — Moreira de Rei (desde 1932)
  • Planalto da Batalha de São Marcos (desde 2004)
  • Pelourinho de Trancoso (desde 1910)
  • Pelourinho de Moreira de Rei (desde 1932)
  • Muralhas de Trancoso (desde 1921)
  • Sepulturas Antropomórficas de Moreira de Rei (desde 1932)
Porta da cidadela antes da última intervenção

Imóveis de interesse público

  • Capela Sta. Luzia — Trancoso (desde 1953)
  • Igreja Matriz — Torre do Terrenho (desde 1977)
  • Igreja Nossa Sra. da Fresta — Trancoso (desde 1944)
  • Pelourinho de Guilheiro (desde 1933) 
  • Sepulturas Antropomórficas — Trancoso (desde 1978) 
  • Solar dos Brasis — Torre do Terrenho (desde 1977) 
  • Via antiga do Sintrão (desde 1997) 

Judiaria de Trancoso e Cótimos

Existia na cidade de Trancoso uma importante judiaria ou bairro judeu.

No centro da cidade é possível observar alguns edifícios com características da arquitetura judaica.

Educação

  • Agrupamento de Escolas de Trancoso
  • Escola Profissional de Trancoso

Desporto

No município de Trancoso praticam-se diversas modalidades desportivas.

O Grupo Desportivo de Trancoso foi fundado em 1964.[50]

Personalidades ilustres

Geminações

A cidade de Trancoso é geminada com as seguintes cidades:[51]

Fotografias panorâmicas de Trancoso

Panorama da Praça de D. Dinis - 2015
Praça D. Dinis e Igreja da Misericórdia.
Notas e Referências
  1. «Censos 2021». Consultado em 15 de março de 2024 
  2. Instituto Geográfico Português (2013). «Áreas das freguesias, municípios e distritos/ilhas da CAOP 2013». Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2013. Direção-Geral do Território. Consultado em 28 de novembro de 2013. Arquivado do original (XLS-ZIP) em 9 de dezembro de 2013 
  3. INE (2012). Censos 2011 Resultados Definitivos – Região Centro. Lisboa: Instituto Nacional de Estatística. p. 114. ISBN 978-989-25-0184-0. ISSN 0872-6493. Consultado em 27 de julho de 2013 
  4. INE (2012). «Quadros de apuramento por freguesia» (XLSX-ZIP). Censos 2011 (resultados definitivos). Tabelas anexas à publicação oficial; informação no separador "Q101_CENTRO". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 27 de julho de 2013 
  5. Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro: Reorganização administrativa do território das freguesias. Anexo I. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Suplemento, de 28/01/2013.
  6. Instituto Geográfico do Exército (cartografia): Limites do concelho de Trancoso Arquivado em 8 de março de 2012, no Wayback Machine.
  7. Instituto Geográfico do Exército (cartografia): Limites do distrito da Guarda Arquivado em 11 de fevereiro de 2012, no Wayback Machine.
  8. Instituto Geográfico do Exército (cartografia): Limites do distrito de Viseu Arquivado em 11 de fevereiro de 2012, no Wayback Machine.
  9. Jornal Nova Guarda, "A Guarda, o distrito descontínuo", notícia de 17/03/2010. Acedida a 13/08/2011.
  10. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  11. INE - http://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=censos_quadros
  12. INE - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_indicadores&indOcorrCod=0011166&contexto=bd&selTab=tab2
  13. «Concelho de Trancoso : Autárquicas Resultados 2021 : Dossier : Grupo Marktest - Grupo Marktest - Estudos de Mercado, Audiências, Marketing Research, Media». www.marktest.com. Consultado em 18 de dezembro de 2021 
  14. «Eleições Legislativas 2022 - Trancoso». legislativas2022.mai.gov.pt. Consultado em 10 de dezembro de 2023 
  15. «Eleições Legislativas 2024 - Trancoso». legislativas2024.mai.gov.pt. Consultado em 29 de setembro de 2024 
  16. TEIXEIRA, Irene Avilez (1982). Trancoso - Terra de sonho e maravilha. Trancoso.
  17. Universidade de Coimbra. MORAIS, Artur Augusto Taborda de (1902-?). URL: http://www.uc.pt/org/historia_ciencia_na_uc/autores/MORAIS_arturaugustotabordade. Consulta em 17 de março de 2014
  18. MORAIS, Artur Taborda (1937). "Castanheiro do Campo - Castanea sativa Mili", Anuário da Sociedade Broteriana, Ano III, pp. 34-37.
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