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Jerusa Pires Ferreira

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Jerusa Pires Ferreira
Nascimento 1 de fevereiro de 1938 (86 anos)
Feira de Santana
Morte 21 de abril de 2019
Salvador
Residência Brasil
Cidadania Brasil
Cônjuge Boris Schnaiderman
Alma mater
Ocupação filóloga, professora universitária
Distinções
  • Prêmio Jabuti - Estudos Literários (Ensaios) (1993)
Empregador(a) Universidade de São Paulo, Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo
Causa da morte câncer

Jerusa de Carvalho Pires Ferreira (Feira de Santana, 1 de fevereiro de 1938 - Salvador, 21 de abril de 2019) foi uma ensaísta e professora de literatura e comunicação social brasileira.[1][2][3][4] Seus trabalhos tratam da cultura popular, abrangendo temas diversos como literatura de cordel, literatura medieval, semiótica russa e memória.[5]

Carreira acadêmica

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Jerusa Pires Ferreira começou sua carreira acadêmica em Salvador, Bahia, onde graduou-se em Letras e se tornou mestre em História Social pela Universidade Federal da Bahia. Sua dissertação Passo das águas mortas: cavalaria de cordel foi defendida em 1977, sob orientação de José Calasans Brandão da Silva. Emigrou para a cidade de São Paulo na década de 1980, doutorando-se em Sociologia pela Universidade de São Paulo, onde tornaria-se professora e livre-docente em Comunicação Social. Sua tese em Antropologia Social No metal da fala contou com a orientação de Ruy Galvão de Andrada Coelho.

Atuou professora convidada de inúmeras universidades estrangeiras como a Universidade de Moscou, de Calgary e de Ottawa, da Universidade Autônoma de Barcelona e Universidade Brown. Desde 1999 ministrava cursos regularmente na Universidade de Limoges, na França.

Por doze anos coordenou o Centro de Estudos da Oralidade na PUC-SP, onde organizou mais de dez colóquios e seminários internacionais.[6] Era professora da instituição desde 1983. Anteriormente, entre 1967 e 1983 foi professora associada da Universidade Federal da Bahia.

Contribuições

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Como ensaísta e tradutora foi colaboradora da Folha de S.Paulo e da Revista da USP e contribuiu regularmente para coletâneas de livros e revistas nacionais e internacionais. As suas pesquisas abrangem importantes campos de investigação como oralidade, memória, cultura midiática, conto popular, literatura de cordel, novela de cavalaria entre outros temas que concernem à literatura, artes e comunicação. Em seu currículo constam 20 livros e mais de 180 artigos publicados. Entre suas obras mais conhecidas estão Armadilhas da Memória, Cavalaria em Cordel, O livro de São Cipriano e Matrizes Impressas do Oral.[7]

Foi uma das principais divulgadoras no Brasil e no Canadá, da obra do medievalista suíço-canadense Paul Zumthor, dirigindo um projeto tradutório no Brasil que já conta com os livros A Letra e a Voz, Escritura e Nomadismo, Performance, Recepção e Leitura, além de uma coletânea em sua homenagem intitulada Oralidade em Tempo e Espaço, resultado de um colóquio que organizou na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Coordenou a coleção Editando o Editor, da Editora da USP (EDUSP), que aborda o trabalho de editores como Jorge Zahar, Jacob Guinsburg, Ênio Silveira, entre outros.

Foi uma grande estudiosa e difusora da obra do músico Elomar.[8][9]

Foi casada com o tradutor e professor Boris Schnaiderman, falecido em 2016.

Faleceu no domingo de Páscoa de 21 de abril de 2019, depois de perder a batalha para o câncer.[1]

Obra Selecionada

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  • 2019 - Leituras Imediatas (obra póstuma).[10]
  • 2014 - Matrizes Impressas do Oral: conto russo no sertão.[11][12]
  • 2010 - Cultura das Bordas: edição, comunicação e leitura.[11]
  • 2004 - Armadilhas da Memória e Outros Ensaios.[13]
  • 1995 - Fausto no Horizonte.[11]
  • 1992 - O livro de São Cipriano, ganhador do prêmio Jabuti de 1993.[11]
  • 1979 - Cavalaria em Cordel: o passo das águas mortas.[1]
Referências
  1. a b c «Morre a professora e ensaísta Jerusa Pires Ferreira aos 81 anos». Estadão. Redação, O Estado de S. Paulo. 21 de maio de 2019. Consultado em 22 de abril de 2019 
  2. «Jerusa de Carvalho Pires Ferreira | Escavador». Escavador. Consultado em 16 de novembro de 2017 
  3. Lucila Meirelles e Norma Freire. «Jerusa Pires Ferreira» (PDF). www.intermidias.com. Consultado em 15 de julho de 2018. Arquivado do original (PDF) em 16 de julho de 2018 
  4. Cultural, Instituto Itaú. «Jerusa de Carvalho Pires Ferreira | Enciclopédia Itaú Cultural». Enciclopédia Itaú Cultural 
  5. "Pântanos de relações e colchões de cumplicidade": academia e conjugalidade na perspectiva de quatro mulheres intelectuais, Moraes, Fernanda Azeredo de, p.68
  6. «Jerusa Pires Ferreira (SP)». Flipelô. Consultado em 16 de novembro de 2017. Arquivado do original em 16 de novembro de 2017 
  7. Jerusa Pires Ferreira traça o caminho do conto russo ao cordel, por Alvaro Machado. Carta Capital, 10 de setembro de 2014.
  8. FERREIRA, Jerusa Pires, Encontrando as Cartas Catingueiras. In: MATTOS, Claudia et alli. (orgs.). Encontro da Palavra Cantada. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2001
  9. FERREIRA, J. C. P. . Elomar - um inovador de linguagens: Sertano e Sertanílias. 2008.
  10. «Livros/Leituras Imediatas». Ateliê Editorial: a arte do livro. Consultado em 7 de junho de 2021 
  11. a b c d Verunschk, Micheliny (22 de maio de 2019). «As aventuras de Jerusa do quente Sertão das Memórias às tundras geladas da Rússia». Itaú Cultural. Consultado em 7 de junho de 2021 
  12. «Livros/Matrizes Impressas do Oral: Conto Russo no Sertão». Ateliê Editorial: a arte do livro. Consultado em 7 de junho de 2021 
  13. Bezerra Filho, Feliciano José. «A memória viva gerada por Jerusa». Légua & meia: Revista de LiteRatuRa e diveRsidade CuLtuRaL: 228 
  14. «PREMIADOS 1993 - ESTUDOS LITERÁRIOS (ENSAIOS)». www.premiojabuti.com.br. Consultado em 7 de junho de 2021 

Ligações externas

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