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Rio Piranhas–Açu

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Se procura Rio Piranhas em Goiás, veja Rio Piranhas (Goiás).
 Nota: Para outros usos do termo "Piranha", veja Piranha (desambiguação).
Rio Piranhas–Açu
Rio Piranhas–Açu
Trecho do rio Piranhas-Açu na altura da cidade de Jardim de Piranhas, no Rio Grande do Norte
Comprimento Aprox. 400 km
Nascente Serra do Bongá, Bonito de Santa Fé, Paraíba
Foz Oceano Atlântico, Macau, Rio Grande do Norte
Área da bacia 43.681,50[1] km²
Afluentes
principais
Rio Espinharas, rio Picuí e rio Seridó
País(es)  Brasil

O rio Piranhas–Açu é um curso d'água que banha os estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte, Região Nordeste do Brasil.[1] Conhecido simplesmente como Piranhas na Paraíba, recebe o nome de Açu após passar pela Barragem Armando Ribeiro Gonçalves no município de Itajá mas que pertence ao município de Assú, no Rio Grande do Norte.[1]

O Piranhas–Açu nasce da junção das águas dos rios do Peixe e Piancó na Paraíba e após percorrer centenas de quilômetros desemboca na cidade potiguar de Macau.[1]

O nome do rio vem do peixe Pygocentrus nattereri, popularmente conhecido como piranha-vermelha, que outrora vivia em grandes cardumes pela bacia do Piranhas. Já açu é o termo do tupi para designar "grande", em referência ao caudal, principalmente durante as cheias.

Povoamento da região

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Antes da chegada dos exploradores luso-brasileiros no século XVII toda a região da bacia do Piranhas–Açu era habitada por belicosas tribos cariris, sobretudo da grande nação tarairiú, entre as quais pegas, icos, panatis e janduís.

Por volta de 1663 iniciaram-se bandeiras na área, que viria então a ser desbravada pelos Oliveira Ledo, família brasileira de ascendência minhota.[2] Provenientes da capitania da Baía de Todos os Santos, essa família teria iniciado a conquista de terras no litoral da capitania do Rio Grande, após concessão de sesmarias pelo corte portuguesa. Só depois adentraram os sertões paraibanos e potiguares, fundando várias vilas que viriam a se tornar importantes centros regionais, como Piancó e Pombal.[2]

Bacia hidrográfica

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Características gerais

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O rio Piranhas nasce na serra do Bongá, município de Bonito de Santa Fé, estado da Paraíba, com o nome de rio Piranhas, denominação que leva até adentrar o estado do Rio Grande do Norte pelo município de Jardim de Piranhas. Só recebe o nome de Piranhas–Açu ao passar pela Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, no município potiguar de Itajá. Completando seu percurso, recebe águas das cheias na região das lagoas do Piató, Ponta Grande e do Queimado, indo desembocar no litoral norte do estado do Rio Grande do Norte, em forma de estuário, próximo a cidade de Macau.

Piranha-vermelha deu nome ao rio

Drenando ao todo 43.681,50 km², é a maior bacia hidrográfica do estado do Rio Grande do Norte, onde ocupa 17.472,6 km², ou um terço do território estadual, assim como da Paraíba, onde banha 26.208,9 km², ou seja, mais da metade do território.[1] Seus principais afluentes são o Espinharas, o Picuí e o Seridó, todos rios sertanejos e temporários. Além disso, são , onde são encontrados 1.112 açudes que "sangram" no Piranhas.

A bacia estava sujeita a períodos de seca no passado, quando seu fluxo chegava a desaparecer e as populações recorriam a cacimbas cavadas no leito seco, de onde retiravam a água para o consumo doméstico e da pecuária. Contudo, tais períodos de seca sempre foram intercalados por anos de chuvas diluvianas, quando o rio transborda e leva destruição às comunidades ribeirinhas. Uma dessas grandes enchentes ocorreu em 1974, quando a cidade de Carnaubais foi inundada e toda a população obrigada a mudar-se para um terreno mais elevado do município, onde se decidiu edificar uma nova cidade.[3]

Hoje, o Piranhas–Açu está poluído, segundo estudos feitos por órgãos de defesa ambiental. As causas são a falta de saneamento adequado nas cidades ribeirinhas, cujo esgoto acaba chegando ao rio, assim como a poluição proveniente de empresas agrícolas que, criminosamente, lançam produtos químicos nas águas, além dos despejos de dejetos animais por parte de matadouros.[4] Órgãos federais, como o Ibama, tem aplicado multas e fechado estabelecimentos. O rio ainda está num avançado processo de assoreamento, também em virtude de práticas agrícolas irresponsáveis e da retirada de areia para a construção civil.[5]

O represamento de suas águas, através do Açude Coremas–Mãe d'Água, o maior da Paraíba, e a Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, o maior do estado do Rio Grande do Norte, permitiu a perenização do rio e a formação no baixo curso de um grande lago capaz de acumular dois bilhões e quatrocentos milhões de metros cúbicos de água, de onde parte uma rede de adutoras que abastecem de água potável a população de dezenas cidades da Paraíba e do Rio Grande do Norte, além de canais que asseguram a irrigação de terras férteis com o cultivo de frutas na região.

Referências
  1. a b c d e Adm. ANA (2010). «Bacia do rio Piranhas–Açu» (PDF). Agência Nacional de Águas – ANA. Consultado em 22 de setembro de 2015 
  2. a b Renata Assunção da Costa (2011). «Uma Nova Conquista: a família Oliveira Ledo e o processo de ocupação do sertão do Piancó (1663-1730)» (PDF). ANPUH. Consultado em 22 de setembro de 2015 
  3. Biblioteca do IBGE
  4. Adm. do Ibama (13 de agosto de 2010). Sítio web do Ibama http://www.ibama.gov.br/publicadas/ibama-fecha-o-segundo-matadouro-na-regiao-do-rio-piranhas-acu-no-rn. Consultado em 22 de setembro de 2015  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  5. Adm. do sítio web (2010). «MPF pediu e o Ibama cumpriu fiscalização na área da bacia hidrográfica que abriga o rio federal». Procuradoria Geral da República. Consultado em 22 de setembro de 2015 
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