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Ribeira de Algés

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ribeira de Algés
Ribeira de Alfragide
Ribeira de Algés
Leito da ribeira de Algés no Parque Urbano de Miraflores.
Mapa
Mapa
Comprimento 5 km
Nascente Depressão Central da Amadora (Buraca, Amadora)
Altitude da nascente 88 m
Caudal médio N/D m³/s
Foz Estuário do Tejo em Pedrouços
Área da bacia 14 km²
Região hidrográfica Região Hidrográfica do Tejo
Afluentes
esquerda
Ribeira da Outurela
Afluentes
direita
Ribeira de Monsanto

Ribeira de Caselas

País(es) Portugal
Passagem por: Amadora:

Oeiras:

A ribeira ou rio de Algés é um pequeno curso de água que nasce junto à Quinta do Outeiro, na Buraca, sudeste da cidade da Amadora[1], e drena as zonas da serra de Carnaxide e de Monsanto em direção ao Gargalo do Tejo, onde desagua na Doca de Pedrouços (Lisboa).[2][3] Atualmente, toda a sua bacia hidrográfica se encontra altamente artificalizada, exceção feita aos cursos de água que transcorrem pela serra de Monsanto.[4]

A ribeira atravessa vastas zonas habitacionais e industriais, tendo por isso sofrido grandes efeitos antropogénicos. A ocupação dos terrenos ribeirinhos iniciou-se no século XVI, com a construção de estruturas defensivas na margem norte do Tejo que permitiram à população de Algés de Cima avançar para sul e ocupar o vale desta ribeira. Posteriormente, a pressão demográfica das décadas de 60-70 do século XX viu a construção desordenada e maciça dos restantes espaços disponíveis. Deste modo, são poucos os tramos em que o seu leito se encontra em estado natural, sendo este muitas vezes revestido e confinado por muros de gabiões ou de betão (caso das zonas industriais de Alfragide e Carnaxide).[4] O seu percurso a montante é feito a céu aberto, que passa a ser canalizado subterraneamente ao atravessar o núcleo urbano de Miraflores e também no seu troço final de 2 km, atravessando a baixa de Algés e desaguando na doca de Pedrouços.[5]

Os fenómenos de cheia e alagamentos na sua bacia hidrográfica são frequentes em épocas de pluviosidade mais intensa[6][7], verificando-se episódios severos aquando do desabamento da Rua Conde Maior (em 2008)[8]e das cheias de 2022 na região de Lisboa, com vítimas mortais[9], importantes prejuízos materiais[10][11][12] e o encerramento da Estação Ferroviária de Algés[13][14].

O seu principal alfluente é a ribeira da Outurela, que atravessa a zona de Carnaxide, Portela e Outurela até se juntar ao curso de água principal na zona do Arquiparque, em Miraflores, onde integra, mais a jusante, o jardim da localidade. Para além deste jardim, possui também outros dois nas suas margens, no Município da Amadora: os parques da Ribeira e do Zambujal. Na Portela de Carnaxide, une-se ao seu leito a ribeira de Monsanto.

Devido à hidrodinâmica, a qualidade da água nesta ribeira pode afetar significativamente a qualidade da água nas praias da Torre e de Santo Amaro de Oeiras.[8] Dentre as ribeiras de Oeiras, a ribeira de Algés é a que apresenta a mais baixa integridade ecológica, bem como os maiores níveis de contaminação por metais pesados e elementos químicos de eutrofização.[15]

Referências
  1. Lopes Crucho, Emanuel Augusto (2013). Caracterização física do concelho da Amadora e susceptibilidade às inundações (PDF). [S.l.]: Instituto de Geografia e Ordenamento do Território. Universidade de Lisboa 
  2. «GeoPortal | Oeiras - Marca o Ritmo». geoportal.cm-oeiras.pt. Consultado em 9 de abril de 2018 
  3. CMOeiras. «Obras de regularização». Consultado em 18 de junho de 2012. Arquivado do original em 15 de março de 2016 
  4. a b Estudo Hidrológico e Hidráulico das Bacias Hidrográficas de Oeiras para elaboração de carta de zonas inundáveis de acordo com Decreto-Lei n.º 115/2010. Relatório Final (PDF). 1 - Caracterização Geral do Regime de Cheias. [S.l.]: Municípia, E.M., S.A. 2011 
  5. Reserva Ecológica Nacional – Memória Descritiva e Justificativa (PDF). [S.l.]: Câmara Municipal de Oeiras. 2015 
  6. «Algés: mau tempo causou inundações». tvi24. 18 de fevereiro de 2008 
  7. Renascença. «Renascença - A par com o mundo.». Consultado em 10 de abril de 2018 
  8. a b Aplicação do Modelo SWAT ao estudo hidrológico das Ribeiras da Costa do Estoril (PDF). [S.l.: s.n.] 2009 
  9. «Mau tempo faz um morto em Algés. Vítima tinha 55 anos e estava numa cave que ficou inundada». CNN Portugal. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  10. «″Tenho prejuízos loucos.″ Estabelecimentos em Algés tentam recuperar após inundações». TSF Rádio Notícias. 14 de dezembro de 2022. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  11. Gonçalves, Filipa Almeida Mendes, Joana. «Algés depois das cheias. "Paguei o subsídio de Natal, não sei como pagar os ordenados"». PÚBLICO. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  12. «Inundações caóticas voltam a afetar Grande Lisboa e outras regiões do país». Tempo.pt | Meteored. 13 de dezembro de 2022. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  13. «Estação de comboios inundada na Grande Lisboa impede circulação de passageiros». SIC Notícias. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  14. «Comboios sem paragem em Algés devido a inundação no túnel de acesso à estação». Jornal Expresso. Consultado em 15 de janeiro de 2023 
  15. «II. Ambiente». Relatório de Caracterização e Diagnóstico do Concelho de Oeiras. (PDF). I. Oeiras: Câmara Municipal de Oeiras. 2013. p. 262 
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