Master System
Master System | |
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Primeiro modelo internacional do console | |
Fabricante | Sega |
Tipo | Console de videogame |
Geração | 3ª geração |
Lançamento | |
Descontinuado | Japão 1989 |
Unidades vendidas |
13 milhões |
Mídia | Cartucho, cartões (Sega Cards) |
CPU | 8-bit Zilog Z80 |
Capacidade de armazenamento |
24KB internos (alguns modelos possuem 40KB) |
Gráficos | Sega VDP |
Som | Texas Instruments SN76489(PSG)/Yamaha YM2413(FM, exclusivo japonês) |
Controladores | 1 a 2 gamepads |
Jogo mais vendido |
Castle of Illusion (Brasil) |
Retrocompa- tibilidade |
SG-1000 |
Antecessor | SG-1000 |
Sucessor | Mega Drive/Genesis |
Master System (マスターシステム Masutã Shisutemu?) é um console de videogame de 8-bits produzido pela Sega, para concorrer com o Nintendo Entertainment System.
História
[editar | editar código-fonte]Lançado inicialmente no Japão em 1986, com o nome Sega Mark III, ele enfrentou grandes dificuldades devido à forte concorrência do Famicom da Nintendo.
A Nintendo possuía contratos de exclusividade junto às produtoras de jogos. O contrato não permitia que elas produzissem jogos para nenhum outro aparelho, fazendo com que o Master System dependesse principalmente dos lançamentos desenvolvidos pela Sega.
O baixo sucesso no Japão não evitou que a Sega lançasse o Master System no resto do mundo. Nos Estados Unidos o domínio da Nintendo também era muito grande, e logo a Sega vendeu os direitos de comercialização do Master System naquele país para a Tonka, que não conseguiu fazer um trabalho eficiente de divulgação e distribuição do console, fazendo com que a popularidade do aparelho fosse muito baixa.
Em 1990, após o lançamento do Sega Genesis, a SEGA recuperou os direitos de comercialização do Master System nos EUA e lançou uma versão com um novo desenho, chamado Master System II. Esse novo modelo era mais barato, mas por outro lado foram removidos o botão de Reset e a entrada para óculos 3D, impossibilitando a utilização desse acessório e dos jogos em formato de cartão (Sega Card). Além de não possuir conectores de áudio e vídeo, ele só podia ser conectado na TV por cabo RF, que apresenta uma pior qualidade de imagem e som.
Na Europa a história foi diferente. O Master System foi bem aceito e se tornou popular. Alguns desenvolvedores europeus produziram jogos para o Master System e o aparelho teve suporte da Sega Europeia até 1996 (em contraste a Sega Americana, que desistiu do console já em 1992).
O sucesso do Master System se repetiu também na Austrália, um mercado que toma como base o mercado europeu.
Master System foi inicialmente lançado como Sega Mark III no Japão, contendo a adição do chip FM YM2413, sendo Outrun o primeiro jogo a usa-lo para gerar sons (em vez de utilizar o SN76489) quando este é devidamente detectado. Mas vale salientar que em 1987 a Sega também lançou no Japão a versão 'internacional' do console, com o mesmo design e o mesmo nome com o qual ficou famoso no resto do mundo: Sega Master System.
O fracasso do Master System nos EUA e Japão levou a Sega a grandes estratégias para fazer seu Mega Drive bem-sucedido nesses mercados (e também no Brasil e Europa).
No Brasil
[editar | editar código-fonte]No Brasil, o Master System marcou o início da parceria da Tec Toy, fabricante de brinquedos brasileira, com a fabricação de consoles da Sega. As duas empresas já haviam trabalhado juntas no licenciamento da pistola de luz Light Phaser de Zillion, que chegou ao mercado em abril de 1988.[2] Lançado oficialmente no País em setembro de 1989,[3] o console atingiu um grande sucesso. Seu preço original, no entanto, era alto para os padrões da época: no lançamento, o Master System era vendido a 1500 cruzados novos,[4] acompanhando dois jogos. Em valores atualizados para inflação em 2013, o preço de lançamento ficava em torno de 2800 reais.[5] Os dois periféricos – a pistola e os óculos 3D – eram vendidos a 180 e 500 cruzados novos, respectivamente.[4] Durante seu período inicial de vendas, teve como principais concorrentes, no País, o Dynavision II[6] e o Phantom System,[4] ambos clones de NES. Com expectativa de produzir 100 mil unidades do console em 1989, a Tec Toy conseguiu entregar apenas 89 mil unidades aos revendedores, devido à falta de componentes e atrasos.[7]
À época, o lançamento do Master System foi considerado um sucesso de vendas. Estimado para 40 milhões,[4] o faturamento da Tec Toy em 1989 contabilizou 66 milhões de dólares,[7] sendo que metade disso foi atribuído ao console da Sega. Em retrospecto, o êxito é atribuído aos fortes investimentos publicitários da Tec Toy: a campanha de lançamento, que se estendeu até o Natal de 1989, custou 2 milhões de dólares.[4] Um ano depois, no final de 1990, a base de Master System instalada no Brasil já contava com cerca de 280 mil unidades.[8] A empresa também trouxe para o País o Hot Line, serviço telefônico com dicas para jogos, criou um clube para sócios, o Master Clube, e apresentava o programete Master Dicas nos intervalos da Sessão Aventura da Rede Globo.[3]
O mercado brasileiro recebeu adaptações de vários títulos lançados. Desde traduções dos nomes, como California Games, que virou Jogos de Verão no Brasil, a alterações mais complexas, com a troca de personagens (geralmente através da substituição de sprites) para atender a licenciamentos especiais no Brasil. Entre esses, destacam-se Mônica no Castelo do Dragão (com a Turma da Mônica), baseado em Wonder Boy in Monster Land,[3] e Chapolim x Drácula – Um Duelo Assustador, versão de Ghost House, estrelado por Chapolin Colorado.[3] Para estender a vida útil do console, também converteu jogos lançados para o portátil Game Gear de volta ao Master System, caso de Sonic Blast. Além disso, portou jogos inéditos, como Street Fighter II, em 1997, que transformou-se no jogo maior tamanho (em MiB) do sistema.
Pouco mais de um ano após o lançamento do Master System, a Tec Toy trouxe oficialmente para o Brasil o seu sucessor, o Mega Drive, em dezembro de 1990.[8] O portátil da Sega, Game Gear, também foi lançado, em agosto de 1991.[9] Assim como o Master System, os dois produtos iniciaram suas vendas já sendo montados em Manaus, sendo que o Game Gear foi o primeiro console portátil a ser fabricado no País.[10]
Em termos de modelos específicos, o Master System do lançamento brasileiro era o mesmo vendido nos Estados Unidos. O Master System II, porém, foi lançado de forma independente pela Tec Toy em abril de 1991.[11] Era idêntico ao original, mas com preço reduzido (70 mil cruzeiros) e a inclusão de Alex Kidd in Miracle World.[12] Já o Master System III Compact ganhou um novo desenho, o mesmo empregado no modelo Master System II que era comercializado na Europa e nos EUA. Com o passar dos anos, a empresa lançou 45 versões do produto, incluindo as portáteis.[13] A mais recente, de 2011, é a Master System Evolution, com preço sugerido de 199 reais e 132 jogos na memória sendo encontrada até os dias atuais em lojas brasileiras.[14]
O perfil do consumidor do Master System foi sendo alterado conforme novas gerações de consoles chegavam ao mercado,[15] fazendo com que a Tec Toy reposicionasse o produto com preços mais acessíveis em relação aos novos concorrentes. Dessa forma, em 2012, junto ao Mega Drive, vendia 150 mil unidades por ano, o que permitiu que mantivesse a liderança em vendas de videogames no Brasil.[13] Com uma base instalada de 5 milhões de consoles,[13] permanece em fabricação mesmo após mais de vinte anos de seu lançamento.
Características
[editar | editar código-fonte]O Master System original aceita jogos em cartuchos e cartões. O tamanho máximo de um jogo em cartão é de 32KBits, enquanto o maior jogo lançado em cartucho possui 8MBits. O suporte a cartões foi abandonado nas versões posteriores do aparelho.
Existem diferenças entre o Master System original lançado no Japão e o modelo comercializado no resto do mundo. No modelo japonês o slot de cartuchos é de tamanho diferente, no lugar do botão RESET existe o botão RAPID FIRE (que ao acionado habilita a repetição automática das ações ativadas pelos botões dos controles), existe uma entrada para o plug do óculos 3D que dispensa assim o uso do adaptador, e vem com um chip de som FM (YM2413) que possibilita músicas muito mais elaboradas (infelizmente esse chip foi removido na versão vendida no resto do mundo). Excluindo essas diferenças, visualmente o desenho do aparelho é idêntico à versão lançada no resto do mundo. (OBS: O design do Mark-III, porém, era completamente diferente).
Apesar da diferença de tamanho do slot de cartuchos entre o aparelho japonês e o aparelho lançado em outras regiões, é possível rodar os jogos lançados no resto do mundo no aparelho japonês, desde que se construa um adaptador. O contrário já não é possível, pois os jogos disponibilizados no mercado Japonês não possuem um cabeçalho que é requerido pelos Master System lançados fora do Japão, além disso, determinados títulos apresentam criptografia no restante de seu código, cuja chave somente é implementada em cartões SD de aparelhos japoneses. Existem projetos caseiros que resolvem esse problema, mas envolve alterar a BIOS do Master System, uma operação às vezes complicada para usuários sem experiência com hardware.
Acessórios
[editar | editar código-fonte]- Sega Control Pad (controle padrão): Possui apenas dois botões (1/Iniciar e 2) e o direcional.
- SG Commander: Um controle diferente do original, possui função turbo (número 3021)
- Control Stick: Controle em forma de manche, disponível com o jogo OutRun ou sozinho (número 3060)
- Handle Controller: Controle para jogos de corrida e aeronaves (número 3041)
- Sports Pad: Controle estilo trackball, usado em alguns jogos de esporte (número 3040)
- Óculos 3D SegaScope: Óculos que dão a sensação de ambiente 3D em alguns jogos (3073)
- Sega Light Phaser: pistola para jogos de tiro (número 3050)
- Rapid Fire: Adiciona função turbo ao controle (número 3046)
Observações: Alguns acessórios só foram lançados na Europa, outros somente nos Estados Unidos. O acessório Rapid Fire, vendido no Brasil, não possui as duas chaves para ligar/desligar a função turbo.
Especificações
[editar | editar código-fonte]- CPU: Zilog Z80 8-bit 3 579 545 Hz (3.58 MHz) em PAL/SECAM e NTSC
- Gráficos: Chip customizado da SEGA baseado do modelos Texas Instruments TMS9918/9928 com adições
- 384 Kbits ROM, jogos usam método de mudar páginas (cada página é 128Kbit) para ter acesso a toda a área do cartucho
- Som: Texas Instruments SN76489 4 canais mono (chip FM YM2413 disponível apenas no aparelho Japonês)
- 64 Kbits (8KB) RAM
- 128 Kbits (16KB) Video RAM
- 16 cores simultâneas de 64 disponíveis.
- Resolução de tela de 256x192 (modelos mais recentes também suportam outras resoluções, 256x224 e 256x240)
- 3 geradores de som quadrado + 1 gerador de som de Ruído branco
- 1 slot para cartuchos
- 1 slot para cartões (descartado em modelos posteriores)
- 1 slot de expansão (não usado fora do Japão)
Jogos
[editar | editar código-fonte]Mais vendidos no Brasil
[editar | editar código-fonte]Em 2004, a Tec Toy revelou os jogos mais vendidos do SMS[16][17]:
- Castle of Illusion
- Jogos de Verão
- Double Dragon
- Great Soccer
- Mortal Kombat II
- Rambo III
- After Burner
- Indiana Jones
- Sonic the Hedgehog 2
- Black Belt
Ver também
[editar | editar código-fonte]- ↑ «Parabéns Master System!!». Tectoy. 4 de setembro de 2009. Cópia arquivada em 23 de março de 2012
- ↑ Szczepaniak, John (outubro de 2006). «Sega Lives On». Bournemouth: Imagine Publishing. Retro Gamer (em inglês) (30): 50-53. ISSN 1742-3155
- ↑ a b c d «Master System completa 20 anos de vida no Brasil». UOL Jogos. 4 de setembro de 2009. Consultado em 21 de fevereiro de 2014
- ↑ a b c d e Jaggi, Marlene (13 de setembro de 1989). p. 12 do caderno "Economia". «Chega o jogo em 3ª dimensão». São Paulo. O Estado de S. Paulo (35144). 44 páginas. Consultado em 21 de fevereiro de 2014
- ↑ Azevedo, Théo (31 de julho de 2013). «Quanto custariam videogames antigos se fossem lançados hoje no Brasil?». UOL Jogos. Consultado em 21 de fevereiro de 2014
- ↑ «Aventura do futuro». Veja. 22 (1078): 108-109. 10 de maio de 1989. Consultado em 21 de fevereiro de 2014. Arquivado do original (Flash) em 6 de março de 2014
- ↑ a b Aguiar, Isabel Dias de (20 de dezembro de 1989). p. 10 do caderno “Economia”. «Tec Toy ultrapassa suas metas». O Estado de S. Paulo. 110 (35228). 46 páginas. ISSN 1516-2931
- ↑ a b p. 9 do caderno "Economia". «Tec Toy lança no País o videogame Mega Drive». O Estado de S. Paulo. 111 (35513). 81 páginas. 22 de novembro de 1990. ISSN 1516-2931
- ↑ p. 9 do caderno "Economia". «Game Boy chega às lojas Mesbla». O Estado de S. Paulo. 112 (35791). 41 páginas. 15 de outubro de 1991. ISSN 1516-2931
- ↑ p. 7 do caderno "Estadinho". «O primeiro portátil já está nas lojas». O Estado de S. Paulo. 112 (35754). 177 páginas. 1 de setembro de 1991. ISSN 1516-2931
- ↑ Cavalcanti, Mariza (3 de abril de 1991). p. 12 do caderno “Economia”. «Tec Toy mostra 21 lançamentos do ano». O Estado de S. Paulo (35624). 54 páginas. ISSN 1516-2931
- ↑ p. 14 do “Suplemento Feminino”. «Férias em casa? Só se for com videogames». O Estado de S. Paulo (35700). 132 páginas. 30 de junho de 1991. ISSN 1516-2931
- ↑ a b c Azevedo, Théo (30 de julho de 2012). «Vinte anos depois, Master System e Mega Drive vendem 150 mil unidades por ano no Brasil». UOL Jogos. Consultado em 21 de fevereiro de 2014
- ↑ Campi, Monica (17 de agosto de 2011). «Master System Evolution volta repaginado». INFO Online. Consultado em 21 de fevereiro de 2014. Arquivado do original em 6 de março de 2014
- ↑ Cruz, Renato (7 de dezembro de 2003). p. B10 do caderno “Economia”. «Videogame popular, sem prazo de validade». O Estado de S. Paulo. 124 (40227). 38 páginas. ISSN 1516-2931
- ↑ redbull.com/ 5 jogos mais vendidos do Master System no Brasil
- ↑ "Mortal Kombat" e "Sonic" são campeões de vendas da Tec Toy