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João Batista Maria Vianney

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João Batista Maria Vianney
João Batista Maria Vianney
Presbítero
Nascimento 8 de maio de 1786
Dardilly, Ródano
Morte 4 de agosto de 1859 (73 anos)
Ars-sur-Formans, Ain
Progenitores Mãe: Maria Beluze
Pai: Mateus Vianney
Beatificação 8 de janeiro de 1905
Roma
por Papa Pio X
Canonização 31 de maio de 1925
Roma
por Papa Pio XI
Festa litúrgica 4 de agosto (Calendário Romano Geral)
8 de agosto (Calendário Tridentino)
Padroeiro Párocos
Portal dos Santos

João Batista Maria Vianney, também conhecido como Santo Cura d'Ars (Dardilly, Ródano, 8 de maio de 1786Ars-sur-Formans, 4 de agosto de 1859) foi um sacerdote católico francês, canonizado pela Igreja Católica.[1] Foi nomeado padroeiro dos Párocos em 23 de abril de 1928.[2]

Infância e adolescência

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A casa natal do Cura D'Ars em Dardilly

Jean-Marie Baptiste Vianney nasceu em 8 de maio de 1786, na localidade de Dardilly, dez quilômetros ao noroeste da cidade de Lyon, França. Seus pais, os camponeses Mateus Vianney e Maria Beluze, tiveram sete filhos, ele foi o quarto. Gostava de frequentar a igreja e desde a infância dizia que desejava ser um sacerdote.[3]

Durante sua infância, João Maria trabalhou no campo como pastor e ajudante, e só foi para a escola na adolescência, quando abriram uma na aldeia onde residia. Frequentou a escola por dois anos apenas, pois tinha de trabalhar no campo. Foi quando aprendeu a língua francesa, pois em sua casa se falava um dialeto regional.[4]

Para seguir a vida religiosa, teve de enfrentar muita oposição de seu pai, além da perseguição aos padres por parte dos jacobinos, apoiados pela maçonaria,[2] e também dos homens de Napoleão Bonaparte, pois fora convocado ao serviço militar e não se apresentou, tendo sido considerado desertor.[4] Mas com a ajuda do pároco Balley, aos vinte anos de idade ele foi para o Seminário de Écully, onde surgiram os obstáculos por causa de sua falta de instrução.[5] Além da perseguição religiosa da própria Revolução Francesa.[1]

Seminário e sacerdócio

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Antiga nave da igreja onde o Cura D'Ars celebrava a missa

Embora ninguém duvidasse de sua fé e devoção, os professores e superiores o consideravam um rude camponês, que não tinha inteligência suficiente para acompanhar os outros seminaristas, especialmente de filosofia e teologia. Assim, acabou sendo confinado a estudar apenas aritmética, história e geografia.[5]

Em 13 de agosto de 1815, João Maria Batista Vianney foi ordenado sacerdote na capela do seminário de Grenoble.[2] Contudo, sua ordenação teve um impedimento: não poderia ser confessor. Não era considerado capaz de guiar consciências. A despeito disso, é considerado um dos mais famosos e competentes confessores que a Igreja Católica já teve.[3]

Durante o seu aprendizado em Écully, fora assistente do padre Balley, que o encorajou a enfrentar os diversos obstáculos e foi seu mentor, dando-lhes aulas particulares de filosofia e teologia em francês[6], além de ter intercedido por Vianney, quando este falhou nos exames. Assim, três anos depois, em 1818, após a morte do padre Balley, Vianney conseguiu a liberação para que pudesse exercer o apostolado plenamente, sendo então designado vigário-geral no vilarejo de Ars-sur-Formans.[5]

Envio para Ars

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Monumento relembrando o encontro do garoto com o Cura D'Ars em Ars

João Maria chegou em Ars em fevereiro de 1818, numa carroça, transportando alguns pertences e o que mais precisava, seus livros. Conta a tradição que na estrada havia muita neblina e ele se dirigiu a um menino pastor dizendo: "Me mostras o caminho de Ars e eu te mostrarei o caminho do céu". Hoje, um monumento na entrada da cidade lembra esse encontro.[3]

Alguns anos após sua chegada, abriu um orfanato para garotas na cidade, o qual nomeou como "A Providência". A instituição funcionou até 1847.[5]

Em 1823, o Bispo elevou Ars à categoria de paróquia. Vianney desejou abandonar a comunidade, pois não se achava à altura para administrar uma paróquia, contudo, permaneceu.[2] Na paróquia, fazia de tudo, inclusive os serviços da casa e suas refeições. Sempre em oração, comia muito pouco e dormia no máximo três horas por dia, fazendo tudo o que podia para os seus pobres e dedicando boa parte de seu tempo a atender confissões. O dinheiro herdado com a morte do pai gastou com os pobres.[3]

Em 1824, Vianney sofre ataques, como ter sua cama incendiada, que acreditou ser do próprio demônio.[1]

A fama de seus dons e de sua santidade correu entre os fiéis de todas as partes da Europa. Muitos acorriam para paróquia de Ars com um só objetivo: ver o Cura e, acima de tudo, confessar-se com ele, que chegava a ficar 15 horas por dia dentro do confessionário.[1] Mesmo que para isto tivessem de esperar horas ou dias inteiros. Assim, em 1827, o local tornou-se um centro de peregrinações a nível internacional.[2] Tanto que, em 1835, foi necessário a criação de um sistema de transporte entre Lyon e Ars, pois os peregrinos chegaram a atingir um número de 80 mil só naquele ano e aumentaria nos anos seguintes.[7] No ano de 2019, estima-se que passem pelo santuário em torno de 500 mil pessoas por ano.

Os milagres registrados por seus biógrafos são de três classes:[5]

  • Arrecadação de fundos para obras de caridade e comida para as órfãs;
  • Conhecimento sobrenatural sobre futuro e passado; e
  • Curar os doentes, em especial, as crianças.

Morte e Legado

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O corpo incorrupto de São João Maria Batista Vianney

O Cura de Ars, como era chamado, nunca pôde parar para descansar. Morreu serenamente, consumido pela fadiga, na noite de 4 de agosto de 1859, aos setenta e três anos de idade. Muito antes de ser canonizado pelo papa Pio XI, em 1925, já era venerado como santo. O seu corpo incorrupto, encontra-se na igreja da paróquia de Ars, que se tornou um grande santuário de peregrinação. São João Maria Batista Vianney foi proclamado pelo Papa Pio XI Padroeiro dos Párocos e dos Sacerdotes que têm Cura de Almas[8] no mundo todo, por Carta Apostólica datada de 20 de abril de 1929. Devido o seu exemplo de pastor, associa-se informalmente à sua memória, em 04 de agosto, a comemoração do dia do Padre. Por ocasião do Ano Sacerdotal (2009-2010), criado pelo Papa Bento XVI, chegou-se a cogitar o Santo Cura D'Ars como padroeiro de todos os sacerdotes,[9] o que não ocorrera por assim preferir o papa Bento XVI.[10]

Referências
  1. a b c d The Editors of Encyclopædia Britannica (23 de março de 2009). «Saint Jean-Baptiste-Marie Vianney.». Encyclopædia Britannica (em inglês) 
  2. a b c d e Risso, Paolo (27 de Julho de 2005). «The Life of St Jean-Marie Vianney». EWTN. Consultado em 29 de novembro de 2017 
  3. a b c d São João Maria Batista Vianney Franciscanos.
  4. a b O corpo incorrupto do Santo Cura d'Ars. Padre Paulo Ricardo.
  5. a b c d e Otten, Susan Tracy (1910). «St. Jean-Baptiste-Marie Vianney.». In: New York: Robert Appleton Company. The Catholic Encyclopedia (em inglês) 
  6. Fourrey, René. (2009). Le curé d'Ars authentique. Dijon: L'Echelle de Jacob. ISBN 9782913224988. OCLC 717576932 
  7. Herbert, Lady (2016). Saint Jean Baptiste Marie Vianney (PDF). Colorado Springs: The Seraphim Company Inc. p. 11 
  8. «Anno Iubilari, Litterae Apostolicae, Sanctus Ioannes Bapt. Vianney, presbyter confessor, caelestis patronus omnium parochorum seu animarum curatorum urbis et orbis constituitur, d. 23 m. Aprilis a. 1929, Pius PP. XI | PIUS XI». w2.vatican.va. Consultado em 4 de agosto de 2016 
  9. «Pope Benedict to declare St. Jean Vianney Patron of all Priests». Consultado em 4 de agosto de 2016 
  10. «Papa não eleva São João Vianney a Padroeiro dos Padres» 

Ligações externas

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