[go: up one dir, main page]

Saltar para o conteúdo

Ilha de Itamaracá

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Ilha de Itamaracá
  Município do Brasil  
Forte Orange
Forte Orange
Forte Orange
Símbolos
Bandeira de Ilha de Itamaracá
Bandeira
Brasão de armas de Ilha de Itamaracá
Brasão de armas
Hino
Gentílico itamaracaense
Localização
Localização de Ilha de Itamaracá em Pernambuco
Localização de Ilha de Itamaracá em Pernambuco
Localização de Ilha de Itamaracá em Pernambuco
Ilha de Itamaracá está localizado em: Brasil
Ilha de Itamaracá
Localização de Ilha de Itamaracá no Brasil
Mapa
Mapa de Ilha de Itamaracá
Coordenadas 7° 44′ 52″ S, 34° 49′ 33″ O
País Brasil
Unidade federativa Pernambuco
Região metropolitana Recife[1]
Municípios limítrofes Goiana (NO), Itapissuma (O) e Igarassu (S)
Distância até a capital 48 km
História
Fundação 1958 (66 anos)
Administração
Prefeito(a) Paulo Batista Andrade[2] (Republicanos, 2021–2024)
Características geográficas
Área total [3] 67 km²
População total (estatísticas IBGE/2015[4]) 24 888 hab.
 • Posição PE: 85°
Densidade 371,5 hab./km²
Clima Tropical (As')
Altitude 3 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010 [5]) 0,653 médio
 • Posição PE: 21°
PIB (IBGE/2013[6]) R$ 179 138 mil
 • Posição PE: 77°
PIB per capita (IBGE/2013[6]) R$ 7 488,09
Sítio https://ilhadeitamaraca.pe.gov.br (Prefeitura)

Ilha de Itamaracá é um município brasileiro do estado de Pernambuco, na Região Metropolitana do Recife. A área do município corresponde à totalidade da ilha homônima, situada no litoral norte pernambucano e separada do continente pelo canal de Santa Cruz que, para alguns estudiosos, deu origem ao nome "Pernambuco".[7][8]

A localidade tem grande relevo na história brasileira. Na Feitoria de Itamaracá, o administrador colonial Pero Capico — primeiro "Governador das Partes do Brasil" — construiu no ano de 1516 o primeiro engenho de açúcar de que se tem notícia na América portuguesa. Além de ser o mais antigo local continuamente habitado do Brasil, Itamaracá foi uma das capitanias originais, posteriormente incorporada à Capitania de Pernambuco.[9][10]

Veja também : Capitania de Itamaracá
Itamaracá em 1637, por Frans Post.

Os primeiros habitantes seriam náufragos, havendo também registros sobre a passagem dos portugueses João Coelho da Porta da Cruz e Duarte Pacheco Pereira, em 1493 e 1498, respectivamente.[11][12] Em 1526, já havia uma capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição, de responsabilidade do padre Francisco Garcia, na Vila Velha, localizada à margem esquerda do Canal de Santa Cruz.

A Ilha prosperava à sombra da economia açucareira. Em 1630, a Vila Velha possuía mais de cem prédios, uma Santa Casa de Misericórdia, casa de residência do governador, câmara, cadeia e duas igrejas: a Matriz de Nossa Senhora da Conceição e a de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos.[13]

O engenho São João da Ilha de Itamaracá, situado às margens da PE-35, foi a casa natal do abolicionista João Alfredo Corrêa de Oliveira. O casarão atual com fachada no estilo arquitetônico neoclássico, que já se encontra em ruínas, foi construído sobre as ruínas do edifício mais velho no século XVIII. Sua moita conserva a primeira moenda a vapor do Brasil, contudo teve seu telhado parcialmente desabado por conta do abandono. O imóvel pertence ao Governo do Estado e teve um projeto de implementação do "Centro de Referência Cultural e Ecológica de Itamaracá" esbarrado por falta de verba. Segundo pesquisas, é possível que o Engenho São João seja o mesmo mencionado em mapas antigos denominados Trapiche e que foi renomeado após a saída dos holandeses.[14]

Os holandeses invadiram a Ilha em 1631 e lá ergueram o Forte Orange, na entrada Sul do canal de Santa Cruz, construído em taipa de pilão. O forte tinha este nome em homenagem ao Príncipe holandês Frederico Henrique de Orange, tio de Maurício de Nassau. A Ilha de Itamaracá serviu de celeiro aos holandeses. Posteriormente, o Forte passou a ser chamado Fortaleza de Santa Cruz, já sob domínio português.

Ver artigo principal: Invasões holandesas do Brasil

Em 1763, o rei dom João V comprou a Ilha para a Coroa Portuguesa por 4.000 cruzados.

O distrito foi criado em 1º de maio de 1866, pela Lei Provincial 676.[15] Torna-se cidade a partir de 1º de janeiro de 1959, desvinculando-se de Igarassu, mas seu primeiro hasteamento foi em 15 de novembro de 1973. Pilar é a sua sede e, por caracterizar-se como uma povoação de pescadores, foi elevado à categoria de Vila, por decreto de 25/10/1831.[13]

O nome "Itamaracá" deriva da língua tupi e, dentre outros significados propostos, significa "pedra que canta", a partir da junção dos termos itá ("pedra") e mbara'ká ("chocalho").[16] Ao longo de sua história, Itamaracá também foi referida pelos nomes: Marília, Yilha-de-Fernão-Buquo, Tamanaquá, Itaparica-das-Flores, Vila Schkoppe e Capitania de Santa Cruz.[13]

Localiza-se a uma latitude 07º44'52" sul e a uma longitude 34º49'32" oeste, estando a uma altitude de 7 metros.

Noroeste: Goiana Norte: Goiana Nordeste: Oceano Atlântico
Oeste: Itapissuma Leste: Oceano Atlântico
Sudoeste: Itapissuma Sul: Igarassu Sudeste: Oceano Atlântico

O município de Itamaracá está incluído nos domínios dos Grupos de Bacias Hidrográficas de Pequenos Rios Litorâneos. Seus principais rios são: Paribe e Jaguaribe. A ilha possui poucos riachos perenes, destacando-se entre eles apenas o Riacho Poço do Cobre, as margens direita da PE-35. O principal corpo de acúmulo de água na ilha é a Lagoa Pai Tomé.[17]

A vegetação do município é formada por floresta perenifólia e restinga. As áreas de mangue ocupam o noroeste da ilha.[17]

Em relação aos solos, há ocorrência de Areias Marinhas, que tem como principal característica os solos profundos, excessivamente drenados e de baixa fertilidade natural. Nas áreas posteriores às dunas ocorrem os Podzóis, mediamente drenados e de mal drenados e de muito baixa fertilidade natural.[17]

O município está incluído, geologicamente, na Província da Borborema, sendo compostos pelos litotipos: Formação Gramame e o Grupo Barreiros e dos Depósitos Flúvio-marinhos e Aluvionares.[17]

O município tem o clima tropical, do tipo As´. Os verões são quentes e secos. Os invernos são amenos e úmidos, com o aumento de chuvas; as mínimas podem chegar a 18°C. As primaveras são muito quentes e secas, com temperaturas que algumas ocasiões podem chegar aos 34°C.

Dados climatológicos para Ilha de Itamaracá
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima média (°C) 30,7 30,6 30,4 29,7 29 28 27,6 27,8 28,7 29,8 30,3 30,3 29,4
Temperatura média (°C) 26,5 26,5 26,3 25,8 25,2 24,2 23,7 23,8 24,7 25,7 26 26,1 25,4
Temperatura mínima média (°C) 22,3 22,4 22,3 21,9 21,4 20,4 19,9 19,8 20,8 21,6 21,8 22 21,4
Precipitação (mm) 88 148 236 257 337 315 285 178 95 49 45 52 2 085
Fonte: Climate Data.[18]

Segundo o censo 2022 do IBGE, Itamaracá possui uma população de 24.540 habitantes, distribuídos numa área de 66,684 km², tendo assim, uma densidade demográfica de 371,00 hab/km².[19]

Segundo dados sobre o produto interno bruto dos municípios, divulgado pelo IBGE referente ao ano de 2011, a soma das riquezas produzidos no município é de 138.598 milhões de reais (77° maior do estado). Sendo o setor de serviços o mais mais representativo na economia itamaracaense, somando 105.740 milhões. Já os setores industrial e da agricultura representam 23.203 milhões e 3.418 milhões, respectivamente. O PIB per capita do município é de 6.202,10 mil reais (63° maior do estado).

O município possui as seguinte(s) escola(s) estadual(s):

  • Escola de Referência em Ensino Médio Alberto Augusto de Morais Pradines (Integral)[20]
  • Escola de Jaguaribe[20]
  • Escola de Itamaracá[20]
  • Escola Juiz Antônio Luiz Lins Barros[20]
  • Escola Médico Ruy do Rego Barros[20]
  • Escola Poeta Olegário Mariano[20]
  • Escola Senador Paulo Pessoa Guerra[20]

A cidade conta com quatro estabelecimentos de saúde sendo todos públicos.[21]

Lia de Itamaracá, considerada a rainha da ciranda.[22]

A Ilha de Itamaracá é conhecida por ser o berço de uma das danças mais conhecidas de Pernambuco, a ciranda. Essa dança é caracterizada pela formação de uma grande roda formada a partir de pessoas com as mãos dadas umas às outras, na qual os integrantes dançam um ritmo lento repetido. Essa dança foi criada pelas esposas dos pescadores, que enquanto esperavam seus maridos chegarem do mar, se distraiam com os movimentos.[23]

O Forte Orange

[editar | editar código-fonte]

Construído em 1631 pelos holandeses, o forte está localizado à beira-mar e abriga um acervo composto por mapas holandeses e peças da época da invasão.

Fortaleza de Santa Cruz de Itamaracá, popularmente referida como Forte Orange.


Referências
  1. Erro de citação: Etiqueta <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs de nome IBGE_DTB_2013
  2. «Eleição para prefeitura da Ilha de Itamaracá». Cidade Brasil. Consultado em 16 de abril de 2021 
  3. IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  4. «Estimativa Populacional 2015». População estimada » Comparação entre os municípios: Pernambuco. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Agosto de 2015. Consultado em 11 de dezembro de 2015 
  5. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 9 de setembro de 2013 
  6. a b «Pernambuco » Ilha de Itamaracá » Produto Interno Bruto dos municípios - 2013». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2015 
  7. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 267
  8. «Etimologia de "Pernambuco" teria origem no português, e não no tupi, diz pesquisador da UFRPE em livro». UFRPE. Consultado em 21 de junho de 2017 
  9. «Primeiros Engenhos do Brasil Colonial e o Engenho São Jorge dos Erasmos: Preliminares de uma Doce Energia». História e-história. Consultado em 21 de junho de 2017. Arquivado do original em 18 de outubro de 2016 
  10. «Um pouco de história». IBRAC. Consultado em 21 de junho de 2017 
  11. BASE DE DADOS DO ESTADO; PERNAMBUCO. Ilha de Itamaracá. In: História municipal. Disponível em: http://www.bde.pe.gov.br/visualizacao/Visualizacao_formato2.aspx?codFormatacao=745&CodInformacao=915&Cod=1. Acesso em: 11 de setembro de 2016.
  12. segundo registros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, sem citar fontes Documentação Territorial do Brasil, o Tribunal Francês de Bayone(sic) teria citado a ocupação da ilha por portugueses já em 1491 em processo sobre os crimes do navio La Pélerino.
  13. a b c LOPES, José. Histórias e segredos de uma ilha. 2. ed. rev. e aum. Recife: FUNDARPE, 1987.
  14. JC ONLINE. Engenho São João, em Itamaracá, ameaçado de abandono. 07/12/2015. Disponível em: <http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cidades/geral/noticia/2015/12/07/engenho-sao-joao-em-itamaraca-ameacado-pelo-abandono-211229.php>. Acesso em: 11 de setembro de 2016.
  15. IBGE. Histórico. In: Ilha de Itamaracá. Disponível em: <http://www1.ibge.gov.br/cidadesat/painel/historico.php?lang=&codmun=260760&search=pernambuco%7Cilha-de-itamaraca%7Cinfograficos:-historico>. Acesso em: 12 de setembro de 2016, à 00:04.
  16. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986, p. 1.087.
  17. a b c d http://www.cprm.gov.br/rehi/atlas/pernambuco/relatorios/IDIT074.pdf
  18. «Clima: Ilha de Itamaracá». Climate Data. Consultado em 2 de outubro de 2014 
  19. http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=260760&search=pernambuco%7Cilha-de-itamaraca
  20. a b c d e f g http://www.educacao.pe.gov.br/portal/upload/galeria/4324/rel_escolas_gre_metronorte.pdf
  21. http://www.uniregistro.com.br/cidades-do-brasil/pernambuco/ilhadeitamaraca/
  22. Lia de Itamaracá: a volta da rainha da ciranda
  23. «Cópia arquivada». Consultado em 1 de fevereiro de 2014. Arquivado do original em 7 de junho de 2011 
Wikivoyage
Wikivoyage
O Wikivoyage possui o guia Itamaracá