Graziela Barroso
Graziela Maciel Barroso | |
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Conhecido(a) por |
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Nascimento | 11 de abril de 1912 Corumbá, Mato Grosso do Sul, Brasil |
Morte | 5 de maio de 2003 (91 anos) Rio de Janeiro, RJ, Brasil |
Residência | Brasil |
Nacionalidade | brasileira |
Alma mater | Universidade do Estado do Rio de Janeiro |
Prêmios | |
Instituições | |
Campo(s) | Botânica |
Tese | Compositae: subtribo Baccharidinae Hoffmann; estudo das especies ocorrentes no Brasil 1976 |
Graziela Maciel Barroso (Corumbá, 11 de abril de 1912 – Rio de Janeiro, 5 de maio de 2003) foi uma naturalista, botânica, pesquisadora e professora universitária brasileira.
Membro titular da Academia Brasileira de Ciências e Grande Oficial da Ordem Nacional do Mérito Científico, era conhecida como a Primeira Dama da Botânica no Brasil e foi a maior taxonomista de plantas do Brasil.[3][1][4]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Nascida em Corumbá, em 1912, era filha de Salustino Antunes Maciel e Alzira Martins Maciel. Graziela foi educada para ser dona de casa, casando-se com apenas 16 anos com o agrônomo Liberato Joaquim Barroso.[1] Devido ao trabalho do marido, morou em várias regiões do país nas décadas seguintes. Com os filhos já crescidos, aos 30 anos, seu marido perguntou se Graziela gostaria de voltar a estudar, e passou a lhe ensinar botânica em casa.[3]
Carreira
[editar | editar código-fonte]Aos 30 anos, começou a trabalhar como herborizadora e separadora de sementes no Horto Florestal. Graziela trabalhou também como estagiária no Jardim Botânico do Rio de Janeiro.[3] Foi a primeira mulher a fazer o concurso para ser naturalista do Jardim Botânico. Em 1946, ingressou na instituição e começou a trabalhar com seu marido em sistemática botânica.[1] Graziela não tinha curso superior na época, mas treinava novos estagiários, alguns deles mestrandos e doutorandos.[3][1] Três anos depois, o marido Liberato faleceu, deixando-a viúva aos 37 anos.[5]
Aos 47 anos, ingressou no curso de biologia da Universidade do Estado da Guanabara, hoje a Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E aos 60 anos, em 1973, defendeu seu doutorado, na Universidade Estadual de Campinas.[3] Tornou-se professora, trabalhando por mais de 50 anos, ensinando quase todos os botânicos brasileiros.[3] Sua obra mais conhecida é "Sistemática de Angiospermas do Brasil", em três volumes. Foi professora de Botânica e Chefe do Departamento de Biologia Vegetal da Universidade de Brasília desde sua criação até 1969. Tornou-se a maior taxonomista de plantas do Brasil.[3][1]
Publicou três livros, dos quais um é considerado como referência internacional na área.[6] Aposentada da sala de aula em 1982, seu quarto livro, "Frutos e Sementes" foi publicado em 1999. Mais de 25 espécies vegetais identificadas nos últimos anos foram batizadas com seu nome, como Dorstenia grazielae (caiapiá-da-graziela) da família das moráceas, Diatenopteryx grazielae (maria-preta).[3][1]
Morte
[editar | editar código-fonte]Graziela morreu em 5 de maio de 2003, no Rio de Janeiro, aos 91 anos, um mês antes de sua posse na Academia Brasileira de Ciências[3], devido a problemas pulmonares.[1][7]
Prêmios[3]
[editar | editar código-fonte]Condecorações
[editar | editar código-fonte]- Diploma de Reconhecimento - Universidade Federal de Viçosa - 1986
- Benemérito do Jardim Botânico do Rio de Janeiro - Jardim Botânico do Rio de Janeiro - 1989
- Cavaleiro da Ordem Nacional do Mérito Científico - Ministério da Educação e Desportos - 2001
- Prêmio CREA-RJ de Meio Ambiente - Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura e Agronomia do RJ - 2001
Distinções
[editar | editar código-fonte]- Diploma de Honra ao Mérito - Conselho Regional de Biologia - 1999
- Diploma "Orgulho Carioca" - Prefeitura do Rio de Janeiro - 2000
Medalhas
[editar | editar código-fonte]- Medalha do Mérito D. João VI - Fundação do Jardim Botânico do Rio de Janeiro - 1958
- Medalha Vice Rei Luiz de Vasconcelos - Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro - 1980
- Medalha do Ministério da Agricultura - IBDF - 1988
- Millennium Botany Award - XVI Congresso Internacional de Botânica - 1999
- Medalha Paulo Carneiro (Unesco) - Academia Brasileira de Ciências - 2001
- Medalha Tiradentes - Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro - 2002
- ↑ a b c d e f g h «Pioneiras da Ciência no Brasil». CNPq. Consultado em 27 de novembro de 2016
- ↑ «Agraciados pela Ordem Nacional do Mérito Científico». Canal Ciência. Consultado em 23 de junho de 2023
- ↑ a b c d e f g h i j ABC (ed.). «Graziela Maciel Barroso». Academia Brasileira de Ciências. Consultado em 27 de novembro de 2016. Arquivado do original em 14 de maio de 2017
- ↑ «Graziela Maciel Barroso Canal». Canal Ciência. Consultado em 28 de novembro de 2016
- ↑ Modelli, Laís (11 de fevereiro de 2019). «De dona de casa a pioneira na botânica». Deutsche Welle. Consultado em 30 de abril de 2019
- ↑ «Graziela Maciel Barroso». CNPq. Consultado em 1 de março de 2016
- ↑ «País perde notáveis». Revista Pesquisa FAPESP. Consultado em 23 de junho de 2023
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Nascidos em 1912
- Mortos em 2003
- Botânicos com abreviatura de autor
- Naturais de Corumbá
- Botânicos do Brasil
- Membros da Academia Brasileira de Ciências
- Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico
- Professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro
- Alunos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
- Mulheres cientistas do Brasil
- Alunos da Universidade Estadual de Campinas