Togo
República Togolesa République togolaise | |
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Lema: "Travail, Liberté, Patrie" ("Trabalho, Liberdade, Pátria") | |
Hino: Salut à toi, pays de nos aïeux "Te saudamos, terra dos nossos antepassados" | |
Capital | Lomé 6° 07′ N, 1° 13′ L |
Cidade mais populosa | Lomé |
Língua oficial | Francês |
Gentílico | togolês(a)[1] |
Governo | República presidencialista |
• Presidente | Faure Gnassingbé |
• Primeira-ministra | Victoire Tomegah Dogbé |
Independência da França | |
• Data | 27 de abril de 1960 |
Área | |
• Total | 56 785 km² (122.º) |
• Água (%) | 4,2 |
Fronteira | Burquina Fasso (N), Benim (E), e Gana (W) |
População | |
• Estimativa para 2017 | 7 965 055 hab. (99.º) |
• Densidade | 100 hab./km² (75.º) |
PIB (base PPC) | Estimativa de 2019 |
• Total | US$ 14,919 bilhões(154.º) |
• Per capita | US$ 1,821 (166.º) |
IDH (2021) | 0,539 (162.º) – baixo[2] |
Moeda | Franco CFA (XOF) |
Fuso horário | (UTC+0) |
• Verão (DST) | não observado (UTC+0) |
Cód. ISO | TGO |
Cód. Internet | .tg |
Cód. telef. | +228 |
Website governamental | http://www.republicoftogo.com/ |
O Togo, oficialmente República Togolesa, é um país africano, limitado a norte por Burquina Fasso, a leste pelo Benim, a sul pelo oceano Atlântico e a oeste por Gana. Localizado no oeste da África, Togo é constituído por um estreito território que reúne povos de diferentes origens. O grupo étnico euê, o mais numeroso (45,4% da população), concentra-se no sul, perto do litoral, a região mais desenvolvida. A maioria dos habitantes vive da agricultura, cujos principais produtos são o algodão e a cana-de-açúcar. O país é um importante centro de comércio regional graças ao porto de sua capital, Lomé. Assim como muitos de seus vizinhos, é um dos países mais pobres do mundo. Cerca de 38,7% da população vive abaixo da linha de pobreza internacional, vivendo com menos de US$ 1,25 por dia. Outros 69,3% dos habitantes do país vivem com menos de US$ 2 por dia.[3] O Togo é habitado por 7,965 milhões de habitantes, de acordo com dados de 2017 da CIA.[carece de fontes]
Do século XI ao XVI, várias tribos entraram na região vindas de todas as direções. Do século XVI ao século XVIII, a região costeira foi um importante centro comercial para os europeus para procurar escravos, com Togo e a região circundante passando a ser chamada pelo nome "Costa dos Escravos". Em 1884, a Alemanha declarou a região que inclui o atual Togo como um protetorado chamado Togolândia. Após a Primeira Guerra Mundial, o domínio sobre o Togo foi transferido para a França. Togo alcançou sua independência da França em 1960. Em 1967, Gnassingbé Eyadéma liderou um bem-sucedido golpe militar, tornando-se presidente de um estado declaradamente anticomunista e de partido único. Eventualmente, em 1993, Eyadéma enfrentou eleições multipartidárias, que foram marcadas por irregularidades, e conquistou a presidência por três vezes. No momento da sua morte, Eyadéma era o líder mais antigo na história da África moderna, tendo sido presidente por 38 anos.[4] Em 2005, seu filho, Faure Gnassingbé, foi eleito presidente.
O Togo é uma nação subsaariana tropical cuja economia depende muito da agricultura, com um clima que proporciona boas estações de crescimento. Ao passo que a língua oficial é o francês, muitas outras línguas são faladas no país, particularmente as de origem bê. O maior grupo religioso no Togo consiste naqueles com crenças nativas, e há significativas minorias cristãs e muçulmanas. O Togo é membro das Nações Unidas (ONU), da União Africana, da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI), da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZPCAS), da Francofonia e da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental.
História
[editar | editar código-fonte]Entre os séculos XI e XVI, povos de língua eué, provenientes da Nigéria, colonizaram o atual território do Togo. Outras tribos de língua ane (ou mina) emigraram de regiões hoje ocupadas por Gana e Costa do Marfim, depois do século XVII. Durante o século XVIII, os dinamarqueses praticaram na costa de Togo um lucrativo comércio de entulho. Até o século XIX, o país constituiu uma linha divisória entre os estados indígenas do Axante e Daomé.
Em 1847, chegaram alguns missionários alemães e, em 1884, vários chefes da região costeira aceitaram a proteção da Alemanha.[5] A administração alemã, ainda que eficiente, impôs trabalhos forçados aos nativos.
Os alemães foram desalojados durante a Primeira Guerra Mundial e, em 1922, a Liga das Nações dividiu o Togo entre o Reino Unido e a França.[6] Em 1946, esses dois países colocaram seus territórios sob a custódia das Nações Unidas. Em 1960 a porção britânica foi incorporada ao território da Costa do Ouro (atual Gana), enquanto os territórios franceses se transformaram na República Autônoma de Togo em 1956. O país conquistou a independência completa em 1960,[7] embora tenha continuado a manter estreitas relações econômicas com a França.
As relações do Togo com Gana foram difíceis enquanto Kwame Nkrumah presidiu o país vizinho, mas melhoraram após sua deposição. Durante a década de 1960, assassínios políticos e golpes de estado culminaram em 1967 com a ascensão do general Étienne Gnassingbe Eyadema ao poder. Uma nova constituição foi adotada em 1979 e Eyadema proclamou a terceira república togolesa. Em 1982, o fechamento de fronteiras decretado por Gana para conter o contrabando resultou em conflitos entre os dois países. Em 1985, o regime de Eyadema começou a se liberalizar. O general convocou em 1991 uma Conferência Nacional que suspendeu a constituição e elegeu Joseph Koffigoh, um civil, para o cargo de primeiro-ministro.
Em 2006 o governo e a oposição concordam em formar um governo de transição.[8]
Geografia
[editar | editar código-fonte]O Togo possui uma área de 56 785 km², sendo o centésimo vigésimo terceiro maior país do mundo em termos de território e um dos menores países da África Ocidental. Faz fronteira com a Baía de Benin ao sul; Gana a oeste; Benin ao leste; e ao norte com o Burquina Fasso. O país fica principalmente entre as latitudes 6° e 11° N e as longitudes 0° e 2° E.[9]
A costa do Togo, no Golfo da Guiné, detém 56 km de extensão e consiste em lagoas com praias de areia. No norte, a terra é caracterizada por uma savana suavemente ondulada, em contraste com o centro do país, caracterizado por colinas. O sul do Togo é caracterizado por um planalto de savana e bosques que chegam a uma planície costeira com extensas lagoas e pântanos.[9]
A montanha mais alta do país é o Monte Agou, situado a 986 m acima do nível do mar. O rio mais longo é o rio Mono, com 400 km de extensão, correndo de norte a sul do país.[9]
Clima
[editar | editar código-fonte]O clima é geralmente tropical, com temperaturas médias variando de 23° C na costa a cerca de 30° C nas regiões mais ao norte, com clima seco e características de uma savana tropical. Para o sul, há duas estações de chuva predominantes: a primeira entre abril e julho e a segunda entre setembro e novembro. A precipitação média não é muito alta.[10]
Flora e fauna
[editar | editar código-fonte]A costa do Togo é caracterizada por pântanos e manguezais. O alto crescimento da população humana está levando ao desmatamento rápido, colocando em risco muitas espécies que habitam o país. Pelo menos cinco parques e reservas foram estabelecidos: Reserva da Fauna Abdoulaye, Parque Nacional Fazao Malfakassa, Parque Nacional Fosse aux Lions, Koutammouko e Parque Nacional Kéran. Os animais mais frequentemente observados são girafas, búfalos, hienas e leões. Restam poucos elefantes. Aves comuns são cegonhas, gruidaes e marabu.[11][12]
Demografia
[editar | editar código-fonte]De acordo com o censo de 2010, divulgado em novembro do referido ano, Togo tem uma população de 6 191 155 habitantes, mais que o dobro do total contabilizado no último censo, em 1981, onde o país registrou uma população de 2 719 567 habitantes. A capital e maior cidade, Lomé, cresceu de 375 499 habitantes em 1981 para 837 437 habitantes em 2010. A aglomeração urbana em torno de Lomé possuía 1 477 660 habitantes no mesmo ano.[13]
Outras grandes cidades em Togo, de acordo com o novo censo, são Sokodé (95 070 habitantes), Kara (94 878 habitantes), Kpalimé (75 084 habitantes), Atakpamé (69 261 habitantes) e Dapaong e Tsévié, com 58 071 e 54 474 habitantes, respectivamente. O Togo é o 107º país mais populoso do mundo, sendo que a maioria da população (65%) vivem em aldeias rurais dedicadas à agricultura ou pastagens. A população de Togo mostra um forte crescimento: Entre 1961 (um ano após a independência) e 2003, quintuplicou.[13]
Cidades mais populosas
[editar | editar código-fonte]Togo http://www.geonames.org/TG/largest-cities-in-togo.html | Cidades mais populosas do |||||||||||
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Lomé Sokodé | |||||||||||
Posição | Localidade | Região | Pop. | ||||||||
1 | Lomé | Maritime | 749 700 | ||||||||
2 | Sokodé | Centrale (região) | 117 811 | ||||||||
3 | Kara (Togo) | Kara (região) | 104 207 | ||||||||
4 | Kpalime | Kara (região) | 95 974 | ||||||||
5 | Atakpamé | Plateaux (região do Togo) | 80 683 | ||||||||
6 | Bassar | Kara (região) | 61 845 | ||||||||
7 | Tsévié | Maritime | 55 775 | ||||||||
8 | Aného | Maritime | 47 579 | ||||||||
9 | Sansanné-Mango | Savanes (região do Togo) | 37 748 | ||||||||
10 | Dapaong | Savanes (região do Togo) | 33 400 |
Política
[editar | editar código-fonte]Pela constituição aprovada por referendo em 1992, o Togo tornou-se república multipartidarista, com um presidente como chefe de estado e um primeiro-ministro como chefe de governo. O poder legislativo é exercido pela Assembleia Internacional.
A forma de governo de Togo é a República Parlamentarista.
Com a morte de Gnassingbe Eyadema a 5 de Fevereiro de 2005 foi imediatamente seguida pela suspensão da Constituição pelo Exército e pela nomeação do filho do falecido presidente. Este antigo coronel tinha aplicado um golpe de estado em 1967 e banido todos os partidos políticos. Em 1981, ele voltou a legalizá-los e, à frente do seu partido, o “Rally do Povo Togolês” (RPT), ganhou as eleições, que foram contestadas pela comunidade internacional.
Foi um dos poucos países a reconhecer Jerusalém como capital de Israel.[14]
Subdivisões
[editar | editar código-fonte]O Togo está dividido em 8 regiões administrativas e a comuna de Lomé, as regiões são:
Regiões do Togo | |||
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Código ISO | Região | Área (km²) | Capital |
TG-M | Maritime | 6 395 | Lomé |
TG-P | Plateaux | 16 974 | Atakpamé |
TG-C | Centrale | 13 182 | Sokodé |
TG-K | Kara | 11 631 | Kara |
TG-S | Savanes | 8 603 | Dapaong |
Total | 56 785 |
O Togo se subdivide, ainda, em prefeituras (préfectures, em francês) e são as seguintes:
Economia
[editar | editar código-fonte]As atividades estão fundamentadas na agricultura de subsistência e de exportação, destacando-se a mandioca, milho, algodão e frutas, como produtos de subsistência, e café, cacau, algodão cru, cocos e frutas tropicais, como produtos exportáveis.
Importam-se da França, Reino Unido e Benelux produtos têxteis, tabaco, maquinarias.
Entre os produtos da indústria extrativa mineral destaca-se o fosfato, com ricas reservas exploradas por investidores franceses. Entre as atividades industriais destaca-se a têxtil salientando-se como a primeira em produção em 1966.
A rede de comunicação é precária, com 742 km de rodovias de primeira classe, 560 km de segunda, 440 km de estradas de ferro e um aeroporto.
- Agricultura: pluma de algodão (52 mil t), caroço de algodão (68 mil t), café (12,1 mil t), cacau (5 mil t), mandioca (570,9 mil t), milho (452 mil t) (1997)
- Pecuária: bovinos (263,9 mil), ovinos (1,4 milhão), suínos (850 mil), caprinos (1,7 milhão), equinos (4,9 mil), aves (6,4 milhões) (1997)
- Pesca: 17,1 mil t (1998)
- Mineração: fosfato de cálcio (2,7 milhões de t) (1996), cádmio, calcário, mármore.
- Indústria: alimentícia, materiais de construção (cimento), produtos minerais não metálicos (fosfato), siderúrgica (aço). *Exportações: US$ 240 milhões (1998).
- Importações: US$ 380 milhões (1998).
- Parceiros comerciais: Gana, China, Nigéria.
Cultura
[editar | editar código-fonte]No Togo, a música tradicional está intrinsecamente ligada às danças tradicionais, que refletem os valores, experiências e práticas dos diferentes grupos étnicos que compõem o país. Assim, a música tem na sua base nas mensagens veiculadas nas diferentes canções tradicionais, instrumentos musicais usados ou danças executadas. O grupo musical oriundo do país mais conhecido internacionalmente é o Toofan.[15]
A arte togolesa possui influência de pelo menos 40 grupos étnicos que habitam o país. Destacam-se, sobretudo, os Eués, que praticam uma arte simbólica em que predomina a policromia e as figuras geométricas. Esta arte é notadamente influenciada pelo culto à Lebá, que eles praticam com grande fervor. Outras demonstrações de arte tradicional têm como expressão os tecidos feitos à mão.[16]
A culinária togolesa é bem expressiva na África Ocidental. A maioria das especialidades são pratos com molho à base de arroz e milho ou fufu. Os molhos são preparados com amendoim, peixes, tomate, berinjela ou espinafre. Os pratos mais populares são o "koliko", feijão plátanos, o "abobo" (espetos de caracóis), o "egbo pinon" (cabra fumado), e o "koklo meme" (frango com molho picante). Akoumé, uma pasta de milho geralmente acompanhada de um molho com folhas (adémè, gboma, fétri, kodoro, dentro outras) também é um prato popular no país. A bebida tradicional togolesa é o "sodabi", um licor obtido após a destilação do vinho de palma. "Chukerkou" é também uma bebida fermentada feita a partir de painço.[17]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- ↑ Portal da Língua Portuguesa, Dicionário de Gentílicos e Topónimos do Togo
- ↑ «Relatório de Desenvolvimento Humano 2021/2022» 🔗 (PDF). Programa de Desenvolvimento das Nações Unida. Consultado em 8 de setembro de 2022
- ↑ «Human Development Indices, Table 3: Human and income poverty, p. 35.» (PDF) (em inglês). Consultado em 8 de dezembro de 2018
- ↑ "Obituary: Gnassingbe Eyadema". (5 de fevereiro e 2005). BBC News. Acessado em 8 de dezembro de 2018.
- ↑ Série de autores e consultores, Dorling Kindersley, History (título original), 2007, ISBN 978-989-550-607-1, pág 554 | referencia apenas última informação
- ↑ Série de autores e consultores, Dorling Kindersley, History (título original), 2007, ISBN 978-989-550-607-1, pág 554 | referencia apenas última informação
- ↑ Série de autores e consultores, Dorling Kindersley, History (título original), 2007, ISBN 978-989-550-607-1, pág 554 | não referencia os nomes antigos e completos e o que se passou em 1956
- ↑ Série de autores e consultores, Dorling Kindersley, History (título original), 2007, ISBN 978-989-550-607-1, pág 554
- ↑ a b c Mawuli Komi Amegadje, Profil environnemental du Togo, 2007, p. 204
- ↑ World Meteorological Organization. «Togo» (em inglês). World Weather Information Service. Consultado em 16 de dezembro de 2016
- ↑ «National Parks of Togo» (em inglês). Nationalparks-worldwide.info. 16 de dezembro de 2016
- ↑ «National Parks in Togo» (em inglês). Africa Tour Operators. 16 de dezembro de 2016
- ↑ a b «Données de Recensement - Recensement 1961 1970 1981» (em francês). Direction Générale de la Statistique et de la Comptabilité Nationale. Consultado em 30 de agosto de 2014
- ↑ Sanz, Juan Carlos (26 de dezembro de 2017). «Israel espera que outros 10 países sigam EUA e Guatemala e transfiram embaixadas para Jerusalém». EL PAÍS
- ↑ «La musique traditionnelle au Togo» (em francês). Music In Africa. 29 de agosto de 2016. Consultado em 8 de dezembro de 2018
- ↑ «Arte de Togo en Aragonesesviajes» (em espanhol). Consultado em 6 de dezembro de 2018
- ↑ «easyviajar.com Cocina de Togo» (em espanhol). Consultado em 6 de dezembro de 2018
Leitura adicional
[editar | editar código-fonte]- Bullock, A L C, Germany's Colonial Demands (Oxford University Press, 1939).
- Gründer, Horst, Geschichte der deutschen Kolonien, 3. Aufl. (Paderborn, 1995).
- Mwakikagile, Godfrey, Military Coups in West Africa Since The Sixties (Nova Science Publishers, Inc., 2001).
- Packer, George, The Village of Waiting (Farrar, Straus and Giroux, 1988).
- Piot, Charles, Nostalgia for the Future: West Africa After the Cold War (University of Chicago Press, 2010).
- Schnee, Dr. Heinrich, German Colonization, Past and Future – the Truth about the German Colonies (George Allen & Unwin, 1926).
- Sebald, Peter, Togo 1884 bis 1914. Eine Geschichte der deutschen "Musterkolonie" auf der Grundlage amtlicher Quellen (Berlin, 1987).
- Seely, Jennifer, The Legacies of Transition Governments in Africa: The Cases of Benin and Togo (Palgrave Macmillan, 2009).
- Zurstrassen, Bettina, "Ein Stück deutscher Erde schaffen". Koloniale Beamte in Togo 1884–1914 (Frankfurt/M., Campus, 2008) (Campus Forschung, 931).