Villares Metals S/A
Esta página ou se(c)ção precisa ser formatada para o padrão wiki. (Abril de 2010) |
Villares Metals S/A | |
---|---|
siderúrgica | |
Fundação | 3 de março de 1944 |
Fundador(es) | Luiz Dumont Villares |
Sede | Sumaré-SP |
Proprietário(s) | Grupo Villares (1944-2002) Sidenor (2002-2005) Böhler-Uddeholm (2005-2010) Voestalpine (2010-) |
Produtos | aços especiais |
Antecessora(s) | Aços Villares S/A (1944-1996) |
Website oficial | Villares Metals |
Villares Metals S/A é uma empresa brasileira do ramo siderúrgico fundada em 1944 em São Caetano do Sul pelo engenheiro Luiz Dumont Villares (chamando-se então Aços Villares). A Villares Metals liderou o mercado de aços especiais de alta liga na América Latina. Foi o maior fornecedor da região de aços ferramenta, aço rápido, barras para aço inoxidável, ligas especiais e peças forjadas de grande porte e também um dos dois principais fornecedores do mundo para aço válvula.[1]
História
[editar | editar código-fonte]Antecedentes
[editar | editar código-fonte]Após chegar a São Paulo, os engenheiros britânico A.M.Lowsby e Frederich James Pirie criam em 1918 a empresa Lowsby & Pirie, com o objetivo de fornecer peças e serviços de manutenção para elevadores no Brasil. Dois anos depois admitiram o engenheiro Carlos Dumont Villares (sobrinho de Alberto Santos Dumont e neto do fazendeiro Henrique Dumont) como sócio e a empresa foi renomeada Pirie, Villares & Companhia Ltda. Com o novo sócio, a empresa pôde obter capitais e passou a fabricar elevadores com peças construídas localmente. A sociedade quase encerrou suas atividades quando Carlos Dumont Villares faleceu vítima de um acidente automobilístico em 1922 aos 29 anos. Nesse momento, a família Dumont preferiu manter suas ações na sociedade e o irmão de Carlos, Luiz, assumiu seu lugar na empresa.[2]
Luiz Dumont Villares passou a investir na diversificação das atividades da Pirie, Villares & Companhia. Em 1926 assinou um contrato com a General Motors e passou a ser o importador oficial dos refrigeradores Frigidaire e de alguns equipamentos Westinghouse. Em pouco tempo a empresa passou a auferir grandes lucros com esses produtos e tornou-se fornecedora de elevadores para os novos edifícios construídos em São Paulo e no Rio de Janeiro, como o Sampaio Moreira, Martinelli e A Noite. Durante a Revolução Constitucionalista de 1932 a Pirie, Villares & Cia fabricou bombas para o exército paulista sob supervisão do Instituto de Pesquisas Tecnológicas. Apesar da Grande Depressão, a empresa continuou crescendo e em 1935 a divisão de construção de elevadores transferiu-se para o bairro do Cambuci e foi rebatizada Elevadores Atlas S/A. Em 1939 a Pirie, Villares & Cia abriu uma pequena fábrica de produção de ferro-gusa.[3][2]
Fundação e expansão
[editar | editar código-fonte]Com a Segunda Guerra Mundial, a importação de aço e produtos derivados passou a se tornar cada vez mais escasa. Isso paralisou o pequeno parque industrial brasileiro, incluindo a Pirie, Villares & Cia. Após o governo Vargas se aliar aos Estados Unidos, o governo americano financiou estudos e comissões técnicas para desenvolver a indústria do aço no Brasil, com o o projeto principal de implantação da Usina Siderúrgica de Volta Redonda. Os empresários brasileiros foram incentivados a se associarem e participarem do processo de expansão industrial do país. Assim, Luiz Dumont Villares alterou a razão social da Pirie, Villares & Cia para Aços Villares S/A em 3 de março de 1944, abrindo uma nova planta industrial em São Caetano do Sul, com um forno elétrico de 5,5 toneladas.[4] Com a implantação da indústria automobilística no ABC paulista, a Villares teve de ampliar sua produção de aços especiais e se associou ao grupo austro-alemão Gebrüder Böhler & Co. A. G. em 1955, permitindo a ampliação dos seus fornos para 15 toneladas.[5]
Posteriormente foram abertas as subsidiárias Equipamentos Villares, que fabricava equipamentos industriais; a Villares Indústrias de Base (VIBASA), inaugurada em 1980 em Pindamonhangaba, maior fabricante de aços especiais não planos do Hemisfério Sul;[6][nota 1] e a Eletrocontroles Villares, que fabricava componentes eletrônicos.
Entre o fim dos anos 90 e o início dos anos 2000 o Grupo Villares tinha sido totalmente desmembrado, restando apenas suas divisões de Elevadores e Aços. A divisão de Elevadores e Escadas Rolantes foi separada e passou a se chamar Elevadores Atlas S/A, sendo logo depois comprada pelo grupo suíço Schindler, passando a denominar-se Elevadores Atlas Schindler. E Aços Villares foi adquirida por um grupo multinacional, mantendo seu nome inicialmente e depois passando a ter a denominação atual, Villares Metals.
Em 2007, a receita líquida da Villares Metals atingiu 538 milhões de dólares. As exportações totalizaram 199 milhões de dólares. Em volume, 40% das vendas tiveram como destino o mercado externo e 60% o mercado interno.
No que refere às exportações da Villares Metals, o principal mercado foi o Nafta, para onde foram destinados aproximadamente 34% das vendas. A Europa respondeu por cerca de 42%, América Latina e Mercosul por 20% e o restante para a Ásia e outros países.
Em 2007, a Villares Metals, produziu 84 712 toneladas de produtos acabados, um aumento de 7% sobre o ano anterior, número que confirma novo recorde de produção de produtos acabados, pelo quarto ano consecutivo desde 2004, ano em que a empresa foi adquirida pelo Grupo Böhler-Uddeholm.
Em 2007 a Villares Metals obteve a certificação ISO 14001. Também encerrou as atividades em Sorocaba, centralizando toda a sua produção na planta de Sumaré.
Luiz Inácio Lula da Silva
[editar | editar código-fonte]Luiz Inácio Lula da Silva foi admitido na Aços Villares em 21 de janeiro de 1966, como contramestre júnior de 21 de janeiro de 1966.[7] Tido por um funcionário inexpressivo, ingressou no movimento sindical na década de 1970 e foi eleito para uma das diretorias do sindicato na eleição que levou Paulo Vidal Neto à presidência do sindicato em1972.[7][8] Por causa desse lugar na diretoria do sindicato Lula passou a usufruir de licença da fábrica em 1972 para ocupar uma diretoria na presidência do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.[8]Em 1975 Lula foi eleito Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e em 1978 foi reeleito para a presidência do sindicato.[7] Contando com a liderança de Lula nas Greves Metalúrgicas do ABC em fins dos anos 1970 e começo dos anos 1980 marcaram o ressurgimento do movimento sindical ainda na Ditadura Militar.[7][9] Em 1980 Lula ficou mais de um mês preso assim que foi decretada a intervenção no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.[7][10] Após sua libertação da prisão foi demitido da Villares.[7][9][11][12][13][14]
- ↑ «Página oficial». Villares Metals S.A. Consultado em 7 de maio de 2020
- ↑ a b Paulo Gala e Kaleb Menezes (9 de outubro de 2019). «Vilares, uma gigante brasileira». Paulo Gala/ Economia & Finanças. Consultado em 7 de maio de 2020
- ↑ Carlos Manuel Pelaez (abril de 1970). «O Desenvolvimento da Indústria do Aço no Brasil». Revista Brasileira de Economia, página 191-217. Consultado em 7 de maio de 2020
- ↑ Elevadores Atlas S/A (22 de março de 1944). «Escritura de transformação da sociedade». A Noite, ano XXXIII, edição 11533, página 6/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 7 de maio de 2020
- ↑ Villares Metals (2016). «Histórico». recuperado pelo Internet Archive. Consultado em 7 de maio de 2020
- ↑ «Histórico». Cópia arquivada em 7 de setembro de 2015
- ↑ a b c d e f Morais, Fernando (2021). Lula: Biografia Volume 1. São Paulo: Companhia das Letras. p. 447. ISBN 978-65-5921-292-7
- ↑ a b «Ex-presidente do sindicato dos metalúrgicos destaca conquistas da categoria». Agência Brasil - Empresa Brasil de Comunicação. 18 de abril de 2005. Consultado em 21 de novembro de 2023
- ↑ a b Morais, Fernando (2021). Lula: Biografia Volume 1. São Paulo: Companhia das Letras. p. 166-201. 447 páginas. ISBN 978-65-5921-292-7
- ↑ «Cantor Chico Buarque já foi patrão de Lula, no ABC paulista». Jornal do Commercio. 12 de dezembro de 2021. Consultado em 21 de novembro de 2023
- ↑ Josias de Souza (1 de maio de 1994). «Petista é político profissional há 13 anos». Folha de S.Paulo. Consultado em 7 de maio de 2020
- ↑ Lula é reeleito Presidente da República
- ↑ Marcelo Badaró/Luciana Pinheiro (2017). «Luiz Inácio Lula da Silva». Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas. Consultado em 7 de maio de 2020
- ↑ Eric Brücher Camara (28 de outubro de 2002). «Do pau-de-arara à Presidência: a trajetória de Lula». BBC. Consultado em 7 de maio de 2020
- ↑ Em 2010, a unidade foi comprada pelo Grupo Gerdau