[go: up one dir, main page]

Stan Getz, de seu nome Stanley Gayetsky (Filadélfia, 2 de fevereiro de 1927Malibu, Califórnia, 6 de junho de 1991) foi um saxofonista norte-americano de jazz. Fez parcerias com João Gilberto e Antonio Carlos Jobim, tornando-se um dos principais responsáveis em difundir o movimento musical brasileiro conhecido como bossa nova pelo mundo.[1]

Stan Getz
Stan Getz
Informação geral
Nome completo Stanley Gayetzky
Também conhecido(a) como "The Sound"
Nascimento 2 de fevereiro de 1927 Filadélfia, Pensilvânia, EUA
Morte 6 de junho de 1991 (64 anos)
Gênero(s) Jazz, bossa nova, West Coast jazz
Instrumento(s) Saxofone tenor
Outras ocupações Saxofonista
Gravadora(s) Verve Records
Afiliação(ões) João Gilberto, Tom Jobim, Astrud Gilberto, Charlie Byrd

Biografia

editar

Início

editar

Stan Getz nasceu em 2 de Fevereiro de 1927, em Filadélfia, nos EUA. Os seus pais eram judeus, naturais da Ucrânia, que imigraram de Kiev, em 1903. Mais tarde, a sua família viajou para Nova Iorque, à procura de melhores condições de vida e emprego. Getz foi um aluno empenhado, de notas máximas, terminando no topo dos melhores alunos da sua classe.

A sua paixão eram os instrumentos musicais, e tinha que tocar todos os que encontrava no seu caminho. O primeiro saxofone foi-lhe oferecido pelo seu pai, aos 13 anos. Também lhe ofereceu um clarinete, mas este ficou para segundo plano. Getz dedicava grande parte do dia a praticar saxofone.

Em 1941, é aceito na orquestra All City High School Orchestra, de Nova Iorque. Isto proporcionou-lhe a oportunidade de ter um tutor particular, da filarmónica de Nova Iorque, Simon Kovar. Paralelamente, também tocava em pequenos concertos locais. Aos 14 anos, compra o seu primeiro saxofone tenor, com o dinheiro que juntou com esses concertos. No entanto, a sua dedicação à música prejudicava-lhe as notas, e acabou mesmo por deixar de estudar, para se dedicar totalmente à carreira musical. Mais tarde, é obrigado a regressar à escola, pelos representantes do sistema de ensino.

Em 1943, entra para a banda de Jack Teagarden, e toca, também, com Nat King Cole e Lionel Hampton. Após tocar com Stan Kenton, Jimmy Dorsey e Benny Goodman, Getz torna-se solista com Woody Herman, de 1947 a 1949, destacando-se como um dos principais saxofonistas da banda, conhecida como "os quatro irmãos"; os outros eram Serge Chaloff, Zoot Sims e Herbie Steward. Com Herman, Getz alcança um primeiro êxito com Early Autumn. Após deixar a banda, inicia a sua carreira a solo. A partir de 1950, seria o líder na quase totalidade das gravções onde participará.

Anos 50 e 60

editar

Nos anos 50, Stan Getz tornou-se famoso como intérprete do cool jazz, tocando com Horace Silver, Johnny Smith, Oscar Peterson entre outros.[2] Os seus dois primeiros quintetos incluíam nomes famosos como o baterista de Charlie Parker, Roy Haynes, o pianista Al Haig e o contrabaixista Tommy Potter. Em 1958, Getz muda-se para Copenhaga, com o objectivo de deixar o seu consumo de drogas.

No regresso aos EUA, em 1961, Getz torna-se uma das principais figuras da bossa nova.[3] Junto com Charlie Byrd, que tinha regressado de uma turnê no Brasil, Getz grava Jazz Samba, em 1962, que se torna um sucesso.[4] A faixa principal era uma adaptação de "Samba de Uma Nota Só", de Antonio Carlos Jobim. Stan Getz ganha o Grammy para a Melhor Interpretação de Jazz, em 1963, com "Desafinado".[5]

Grava com Tom Jobim, João Gilberto, e sua esposa, Astrud Gilberto. A sua interpretação de "Garota de Ipanema", dá-lhe mais um Grammy. Esta música tornou-se uma das canções mais conhecidas do jazz latino, de todos os tempos. Getz e Gilberto, ganharam dois Grammy (Melhor Álbum e Melhor Single), superando os The Beatles, em A Hard Day's Night. Em 1967, Getz grava com Chic Corea e Stanley Clarke.

Anos 70 e 80

editar

No início dos anos 70, Stan Getz foi influenciado pelo jazz de fusão e "jazz elétrico", utilizando um Echoplex no seu saxofone. Os críticos não gostaram da nova experiência, o que levou Getz a desistir desta sonoridade, regressando ao jazz mais tradicional e acústico. A partir dos anos 80, gradualmente, Getz deixa a bossa nova, e opta por um estilo de jazz menos tradicional, mais esotérico.

Vida pessoal

editar
 
Stan e Katie (Kathleen McGovern), sua neta, no Lincoln Center, em junho de 1987.

Desde novo Getz consumia drogas, principalmente heroína e álcool.[6] Casado com Beverly Byrne, vocalista da banda de Gene Krupa, em 7 de Novembro de 1946, teve três filhos. Em 1954, foi detido por tentar roubar uma farmácia, em busca de morfina. Durante o processo de detenção, no sector prisional do centro médico USC Medical Center, de Los Angeles, Beverly terá dado à luz o seu terceiro filho, nesse mesmo edifício.

Em 1956, no dia 3 de Novembro, casa-se com Monica Silfverskiold, uma aristocrata sueca, com quem teve dois filhos. Em 1957, tem um filho de uma relação com a sua amiga Inga Torgner. Após vários anos a tentar tirar Getz da sua toxicodependência, Monica divorcia-se em 1987, e ganha a custódia de todos os filhos do seu ex-marido.

Nos últimos anos da sua vida com auxílio de grupos como Alcoólicos Anônimos, Stan Getz consegue, finalmente, terminar com a sua dependência do álcool e drogas. [6] Morre de câncer do fígado, em 6 de Junho de 1991. Em 1998, foi-lhe dedicado uma ala na escola de música de Berklee, designada por "Stan Getz Media Center and Library", e doada pela fundação de Herb Alpert.

Referências
  1. Mattos, Flávio de (5 de agosto de 2016). «O 'Desafinado' sucesso da Bossa Nova de Charlie Byrd e Stan Getz em Jazz Samba». O Globo 
  2. Schneider, Eric. «Moonlight in Vermont - Johnny Smith,Johnny Smith Quintet». Allmusic 
  3. «Stan Getz». Consultado em 21 de janeiro de 2013 
  4. Murrells, Joseph (1978). The Book of Golden Discs (2nd ed.). [S.l.]: Barrie and Jenkins Ltd. p. 146–147. ISBN 0-214-20512-6 
  5. «5th Annual GRAMMY Awards». GRAMMY.com 
  6. a b Hooper, Joseph (9 de junho de 1991). «Stan Getz Through the Years». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331 

Ligações externas

editar