Sidi Kacem
Sidi Kacem (em árabe: سيدي قاسم; romaniz.: Sīdī Qāssim), chamada Petitjean durante o período colonial francês, é uma cidade do noroeste de Marrocos, capital da província homónima, que faz parte da região de Rabat-Salé-Kénitra. Em 2004 tinha 74 036 habitantes[1] e estimava-se que em 2012 tivesse 78 709 habitantes.[2]
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Município | ||||
Gentílico | Kacemis | |||
Localização | ||||
Localização de Sidi Kacem em Marrocos | ||||
Coordenadas | 34° 13′ N, 5° 42′ O | |||
País | Marrocos | |||
Região (1997-2015) | Gharb-Chrarda-Beni Hssen | |||
Província | Sidi Kacem | |||
Administração | ||||
Váli | Chakib Bourkia | |||
Prefeito | Benaïssa Ben Zéroual (2009, PI) | |||
Características geográficas | ||||
População total (2004) [1][2] | 74 036 hab. | |||
• Estimativa (2012) | 78 709 | |||
Altitude | 194 m | |||
Outras informações | ||||
Soco semanal | quinta-feira e domingo | |||
Sítio | www.sidika.co.ma |
Situada nos eixos Mequinez-Tânger e Fez-Rabate, de que dista, respetivamente, 45, 210, 85 e 120 quilómetros, Sidi Kacem encontra-se no local onde o rio Rdom deixa o planalto de Mequinez e entra na planície fértil do Garbe (gharb significa oeste em árabe, ou seja, a oeste de Fez, a antiga capital do reino). A cidade é um centro de coleta de cereais produzidos nas colinas situadas a leste e a norte. Os grossistas de trigo são chamados localmente "cerealistas". A cidade é também um centro comércio importante para a zona sudeste da rica planície do Garbe, que produz citrinos, azeite, algodão, beterraba e arroz. Há dois socos (mercados) semanais importantes, um às quintas-feiras, realizado no centro urbano, frequentado pelos camponeses da região, e outro aos domingos, mais recente, realizado a norte da cidade, que é frequentado principalmente por habitantes da cidade.
Zauia de Sidi Kacem
editarO nome dado à cidade depois da independência deve-se a este monumento religioso, o mausoléu dum sábio e santo muçulmano, que também é sede (zauia) duma confraria religiosa que se acolhe os peregrinos do santo. A zauia encontra-se na zona mais alta, que se ergue acima da margem esquerda do rio Rdom. O marabuto Sidi Qāsim bou 'Asriya, também chamado Sidi Qāsim Moulāl-Héri atrai peregrinos desde há quatro séculos e é o centro religioso da tribo guich dos Chérardas, originários do Iémen e que se instalaram em Marrocos durante a dinastia saadiana (séculos XVI e XVII). À volta da zauia, em ambas as margens do rio, há bairros habitados por operários agrícolas que trabalham nas grandes explorações agrícolas da planície.
História
editarA existência da zauia deve ter contribuído para o sucesso do soco das quintas-feiras (souk al-Khmis) que se realizava na planície. Perto do local do soco foi criada em 1912 uma aldeia de colonos franceses e espanhóis, muitos deles vindos da Argélia. A intenção principal destes colonos era a exploração das ricas terras agrícolas, que nesse tempo eram terrenos pantanosos e insalubres usadas para criação de gado. A nova povoação foi dotada duma igreja e dum cemitério. Os 169 corpos sepultados neste cemitério foram transladados para o cemitério europeu de Quenitra em novembro de 1994.
À povoação foi dado o nome dum capitão do exército francês que se notabilizou na região (perto de Quenitra) durante a chamada "pacificação", Petitjean. O nome foi escolhido pelo coronel Henri Gouraud. A comuna de Petitjean foi criada como centro colonial agrícola e centro comercial e industrial.
Em 1919 foi descoberto petróleo perto dali, em Tselfat, o que contribuiu para que cerca de 1920 começasse a ser construída uma estação ferroviária para a nova linha ferroviária de para substituir a de existente, de via estreita, que passava em Dar Blhamri, perto de Sidi Slimane. A nova linha ligou Petitjean a Fez a partir de 1923 e a Tânger a partir de 1927. Na estação de Petitjean encontravam-se três linhas, uma para Tânger, outra para Mequinez, Fez e Ujda, e outra para Quenitra, Rabate, Casablanca e Marraquexe.
Junto à estação foi construída uma refinaria de petróleo, que contribuiu ainda mais para o desenvolvimento da cidade, criando centenas de postos de trabalho. No período colonial, só existia outra refinaria em Marrocos para além da de Sidi Kacem: a de Mohammedia, a norte de Casablanca. A refinaria de Sidi Kacem já se encontra encerrada.
Outras unidades industriais instaladas em Sidi Kacem são, por exemplo, uma fábrica de reparação de garrafas da Afriquia Gaz, a líder marroquina em distribuição de gás liquefeito e em combustíveis, e uma fábrica de tijolos, um centre de armazenamento de combustíveis. Mais recentemente, foi construída uma zona industrial moderna, perto do local do soco de domingo.
Notas e referências
editar- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em francês cujo título é «Sidi Kacem», especificamente desta versão.
- ↑ a b «Recensement général de la population et de l'habitat 2004». www.hcp.ma (em francês). Royaume du Maroc - Haut-Comissariat au Plan. Consultado em 15 de fevereiro de 2012
- ↑ a b «Maroc: Les villes les plus grandes avec des statistiques de la population». gazetteer.de (em francês). World Gazeteer. Consultado em 15 de fevereiro de 2012