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Bacalhau-do-atlântico

bacalhau do atlântico
(Redirecionado de Gadus morhua)

O bacalhau-do-atlântico (Gadus morhua) é um bem conhecido peixe demersal pertencente à família Gadidae, cujo nome comercial é bacalhau.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaBacalhau-do-atlântico

Estado de conservação
Espécie vulnerável
Vulnerável [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Actinopterygii
Ordem: Gadiformes
Família: Gadidae
Género: Gadus
Espécie: G. morhua
Nome binomial
Gadus morhua
Linnaeus, 1758
Distribuição geográfica
Distribuição do bacalhau-do-atlântico
Distribuição do bacalhau-do-atlântico

No Oceano Atlântico ocidental, o bacalhau pode ser encontrado para norte do Cabo Hatteras, Carolina do Norte, ao largo de ambas as costas da Gronelândia; no Atlântico oriental é encontrado a norte da Baía da Biscaia até ao Oceano Ártico, incluindo o Mar Báltico, o Mar do Norte, o Mar das Hébridas,[2] áreas em redor da Islândia e Mar de Barents.

Pode atingir os 2 m de comprimento e até 96 kg de peso no caso do macho e 1.5m no caso da femea. Pode viver até 25 anos e a maturidade sexual é geralmente atingida entre os 2 e os 4 anos de idade,[3] mas pode surgir apenas aos 8 anos no nordeste do Ártico.[4] Possui coloração que vai do castanho ao verde, com manchas no lado dorsal, com tons prateados na zona ventral. É claramente visível uma linha lateral. O seu habitat estende-se desde a linha de costa até à plataforma continental.

Várias populações de bacalhau entraram em colapso na década de 1990 (declínio >95% da biomassa máxima em termos históricos) e não conseguiram recuperar mesmo após a cessação da pesca.[5] Esta ausência do superpredador conduziu a uma cascata trófica em muitas áreas.[5] Muitas outras populações de bacalhau permanecem em risco. O bacalhau-do-atlântico é considerado vulnerável na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN.[1]

Ciclo de vida

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Juvenil de bacalhau-do-atlântico

Os bacalhaus adultos formam grupos de desova desde o final do inverno até à primavera.[6][7] As fêmeas libertam os seus ovos várias vezes,[8] e os machos competem para fertilizá-los.[9][10][11] Os ovos fertilizados são arrastados pelas correntes oceânicas e tornam-se larvas. A idade de maturação varia entre as populações de bacalhau, variando entre os 2 e 4 anos no Atlântico ocidental,[12] e chegando aos 8 anos no nordeste do Ártico.[4]

Parasitas

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O bacalhau-do-atlântico serve de hospedeiro intermédio, paraténico ou definitvo a um grande número de espécies parasitas: 107 taxa listados por Hemmingsen e MacKenzie (2001)[13] e sete novos registos por Perdiguero-Alonso et al. (2008).[13] Os grupos de parasitas do bacalhau predominantes no nordeste do Atlântico foram tremátodes (19 espécies) e nemátodes (13 espécies), incluindo anisaquídeos larvares, os quais constituíam 58.2% do número total de indivíduos.[13] Os parasitas do bacalhau-do-atlântico incluem copépodes, digeneanos, monogeneanos, acantocéfalos, céstodes, nemátodes, mixozoários e protozoários.[13]

 
Captura global de bacalhau-do-atlântico em toneladas segundo a FAO, 1950-2010[14]
 Ver artigo principal: Pesca do bacalhau pelos portugueses

Bacalhau do Atlântico noroeste

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Considera-se que o bacalhau do Atlântico noroeste foi alvo de sobrepesca em toda a sua área de distribuição, resultando no colapso da pesca nos Estados Unidos e Canadá durante o início da década de 1990.

A pesca do bacalhau na Terra Nova remonta ao século XVI. A captura de bacalhau até à década de 1960 era em média 300 000 toneladas por ano, mas a partir desta altura avanços tecnológicos permitiram que os navios-fábrica conseguissem capturas maiores. As capturas atingiram o seu máximo de 800 000 toneladas em 1968 tendo entrado gradualmente em declínio a partir desse ano. Com a retoma limitada das capturas em 2006, foram pescadas 2 700 toneladas de bacalhau. Estimativas da população de bacalhau ao largo da costa em 2007 indicaram que esta era apenas 1% da que existia em 1977.[15]

Entre as tecnologias que contribuíram para o colapso da pesca do bacalhau-do-atlântico incluem-se os navios propulsados por motores a gasóleo e a inclusão de compartimentos de congelação a bordo dos navios. Os navios propulsados tinham motores e redes maiores e melhor navegação. A capacidade para capturar o peixe tornou-se ilimitada. Adicionalmente, a tecnologia do sonar tornou a deteção e captura de peixe mais fácil. O sonar foi inicialmente desenvolvido durante a Segunda Guerra Mundial para deteção de submarinos inimigos, e mais tarde aplicado na localização de cardumes de peixes. Estas novas tecnologias, bem como o uso de arrastões de fundo levaram à destruição de ecossistemas inteiros, contribuindo para o colapso da população de bacalhau-do-atlântico. Elas eram muito diferentes das antigas técnicas de pesca à linha.[16]

Referências
  1. a b «IUCN red list Gadus morhua». Lista Vermelha da IUCN. Consultado em 8 de setembro de 2022 
  2. C.Michael Hogan, (2011) Sea of the Hebrides. Eds. P. Saundry & C.J.Cleveland. Encyclopedia of Earth. National Council for Science and the Environment. Washington DC.
  3. O’Brien, L., J. Burnett, and R. K. Mayo. (1993) Maturation of Nineteen Species of Finfish off the Northeast Coast of the United States, 1985-1990. NOAA Tech. Report. NMFS 113, 66 p.
  4. a b ICES (2007), Arctic Fisheries Working Group Report, Section 03, Table 3.5, International Council for the Exploration of the Sea (accessed 2008/12/11)
  5. a b Kenneth T. Frank, Brian Petrie, Jae S. Choi, William C. Leggett (2005). «Trophic Cascades in a Formerly Cod-Dominated Ecosystem». Science. 308 (5728). pp. 1621–1623. PMID 15947186. doi:10.1126/science.1113075 
  6. K. M. Brander (1994). «The location and timing of cod spawning around the British Isles». ICES Journal of Marine Science. 51 (1): 71–89. doi:10.1006/jmsc.1994.1007 
  7. Kai Wieland, Astrid Jarre-Teichmann & Katarzyna Horbowa (2000). «Changes in the timing of spawning of Baltic cod: possible causes and implications for recruitment». ICES Journal of Marine Science. 57 (2): 452–464. doi:10.1006/jmsc.1999.0522 
  8. Scott, Beth E.; Marteinsdottir, Gudrun; Begg, Gavin A.; Wright, Peter J.; Kjesbu, Olav Sigurd (2005). «Effects of population size/age structure, condition and temporal dynamics of spawning on reproductive output in Atlantic cod (Gadus morhua)». Ecological Modelling. 191 (3-4): 383–415. doi:10.1016/j.ecolmodel.2005.05.015 
  9. J. A. Hutchings, T. D. Bishop, C. R. McGregor-Shaw (1999). «Spawning behaviour of Atlantic cod, Gadus morhua: evidence of mate competition and mate choice in a broadcast spawner». Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences. 56 (1): 97–104. doi:10.1139/cjfas-56-1-97 
  10. J. T. Nordeide; Folstad (2000). «Is cod lekking or a promiscuous group spawner?». Fish and Fisheries. 1 (1): 90–93. doi:10.1046/j.1467-2979.2000.00005.x 
  11. D. Bekkevold, M. M. Hansen & V. Loeschcke (2002). «Male reproductive competition in spawning aggregations of cod». Molecular Ecology. 11 (1): 91–102. PMID 11903907. doi:10.1046/j.0962-1083.2001.01424.x 
  12. O'Brien, L., J. Burnett, and R. K. Mayo. (1993) Maturation of Nineteen Species of Finfish off the Northeast Coast of the United States, 1985-1990. NOAA Tech. Report. NMFS 113, 66 p.
  13. a b c d Perdiguero-Alonso, D.; Montero, F. E.; Raga, J. A.; Kostadinova, A. (2008). «Composition and structure of the parasite faunas of cod, Gadus morhua L. (Teleostei: Gadidae), in the North East Atlantic». Parasites & Vectors. 1 (1): 23. PMC 2503959Acessível livremente . PMID 18638387. doi:10.1186/1756-3305-1-23 
  14. Gadus morhua (Linnaeus, 1758) FAO, Species Fact Sheet. Acesso em Abril de 2012.
  15. «N.L. funds cod fishery research on 15th anniversary of moratorium». CBC News. 2 de julho de 2007 
  16. Freedman, Bill. "Atlantic Cod and its fishery". Codfishes: Atlantic Cod and its fishery, 2008. 3 November 2008 Free Site Search Engine

This article incorporates CC-BY-2.0 text from the reference.[1]

  1. Perdiguero-Alonso D., Montero F. E., Raga J. A. & Kostadinova A. (2008). "Composition and structure of the parasite faunas of cod, Gadus morhua L. (Teleostei: Gadidae), in the North East Atlantic". Parasites & Vectors 2008, 1: 23. doi:10.1186/1756-3305-1-23

Ligações externas

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