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Em zoologia, chama-se cauda ou rabo (mesmo que uropígio) a extensão posterior da coluna vertebral de muitos vertebrados, situada em posição dorsal em relação ao ânus. Por extensão, utiliza-se o adjectivo caudal aos apêndices ou outros órgãos situados na região posterior do corpo de muitos outros animais, como barbatana caudal.[1]

Cauda de um Labrador Retriever

Embora a espécie humana não inclua a presença de uma cauda em seu fenótipo característico, entre seus ancestrais evolutivos não muito distantes encontram-se símios caudados. A anatomia do homem atual ainda guarda vestígios da outrora bem desenvolvida cauda, notoriamente o cóccix, e não obstante, mesmos nos dias de hoje não são tão raros os casos de seres humanos com fenótipos que exibem tocos de cauda ou mesmo caudas muito bem definidas durante seu crescimento e vida adulta.[2]

Funções

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Vulpes lagopus (Raposa-do-Ártico) dormindo com sua cauda embrulhando como um cobertor.

Caudas de animais são usadas de várias maneiras. Elas fornecem uma fonte de locomoção para peixes e algumas outras formas de vida marinha.[3] Muitos animais terrestres usam suas caudas para afastar moscas e outros insetos que mordem.[4] Algumas espécies, incluindo gatos e cangurus, usam suas caudas para balancear e equilibrar seus movimentos.[5][6] e alguns, como o macacos das Américas e gambás, têm o que é conhecido como cauda pênsil que são adaptadas para permitir que eles se segurem a galhos árvores.[7]

As caudas também são usadas para sinalização social. Algumas espécies de cervos piscam a parte de baixo branca de suas caudas para avisar outros cervos próximos de possíveis perigos,[8] castores batem na água com suas caudas para indicar perigo,[9] e canídeos (incluindo cães domésticos) indicam emoções através do posicionamento e movimento de suas caudas.[10] As caudas de algumas espécies são blindadas, e algumas, como as de escorpiões, contêm ferrão e veneno.[11]

Algumas espécies de lagarto podem separar, descartar ("lançar") suas caudas de seus corpos. Isso pode ajudá-los a escapar dos predadores, que são distraídos pela cauda solta ou deixados apenas com a cauda enquanto o lagarto foge. Caudas lançadas dessa maneira geralmente aumentam com o tempo, embora a substituição seja tipicamente de cor mais escura que a original.[12] Várias espécies de ratos demonstram uma função similar com suas caudas, conhecidas como desencapamento, em que a camada externa é liberada para que o animal escape de um predador.[13]

A maioria das caudas das aves terminam em penas longas chamadas retrizes. Essas penas são usadas como um leme, ajudando o pássaro a manobrar em voo; elas também ajudam o pássaro a se equilibrar enquanto está empoleirado.[14] Em algumas espécies - como a ave-do-paraíso, o pássaro-lira, e mais notavelmente o pavão - penas modificadas da cauda desempenham um papel importante em exibição para namoro.[15] As penas da cauda extrarrígidas de outras espécies, incluindo pica-pau e aves Dendrocolaptidae, permitem que tais se apoiem firmemente nos troncos das árvores.[16]

As caudas de animais de pasto, como a do cavalo, são usadas tanto para varrer insetos quanto para que o animal as mova ou posicione de maneira a indicar o estado físico ou emocional do animal.[17]

Referências
  1. Dicionário Michaelis - verbete: "cauda"
  2. Consulte, a exemplo, o vídeo intitulado "Homem com rabo" na videoteca mais famosa da rede (youtube). Chave do vídeo: /watch?v=niDvY4mqzbQ - conforme verificado às 22:45 horas de 09-01-13
  3. Robert W. Blake (26 de maio de 1983). Fish Locomotion. [S.l.]: CUP Archive. p. 143. ISBN 978-0-521-24303-2 
  4. Gilbert WALDBAUER; Gilbert Waldbauer (30 de junho de 2009). What Good Are Bugs? Insects in the Web of Life. [S.l.]: Harvard University Press. p. 253. ISBN 978-0-674-04474-6 
  5. Outwitting Cats: Tips, Tricks and Techniques for Persuading the Felines in Your Life That What You Want Is Also What They Want. [S.l.]: Rowman & Littlefield. p. 21. ISBN 978-1-59921-625-6 
  6. Byron Dawson (2003). The Heinemann Science Scheme. [S.l.]: Heinemann. p. 125. ISBN 978-0-435-58332-3 
  7. Melissa Stewart (1 de janeiro de 2007). New World Monkeys. [S.l.]: Lerner Publications. p. 11. ISBN 978-0-8225-6765-3 
  8. D. Muller-Schwarze (6 de dezembro de 2012). Chemical Signals: Vertebrates and Aquatic Invertebrates. [S.l.]: Springer Science & Business Media. p. 47. ISBN 978-1-4684-1027-3 
  9. Bruce M. Carlson (14 de outubro de 2008). Beneath the Surface: A Natural History of a Fisherman's Lake. [S.l.]: Minnesota Historical Society. p. 240. ISBN 978-0-87351-656-3 
  10. Stanley Coren; Sarah Hodgson (15 de fevereiro de 2011). Understanding Your Dog For Dummies. [S.l.]: John Wiley & Sons. p. 250. ISBN 978-1-118-05276-1 
  11. Adele Richardson (1 de julho de 2002). Scorpions. [S.l.]: Capstone. p. 20. ISBN 978-0-7368-1318-1 
  12. Stephen J. Divers; Douglas R. Mader (13 de dezembro de 2005). Reptile Medicine and Surgery. [S.l.]: Elsevier Health Sciences. p. 3468. ISBN 1-4160-6477-X 
  13. Mackenzie, SJ (2015). «Innervation and function of rat tail muscles for modeling cauda equina injury and repair». Muscle and Nerve. 52: 94-102 
  14. David Burnie (5 de maio de 2008). DK Eyewitness Books: Bird. [S.l.]: DK Publishing. p. 19. ISBN 978-0-7566-6758-0 
  15. Exploring Life Science. [S.l.]: Marshall Cavendish. 2000. p. 731. ISBN 978-0-7614-7145-5 
  16. Robert W. McFarlane (1994). A Stillness in the Pines: The Ecology of the Red-cockaded Woodpecker. [S.l.]: Norton. p. 40. ISBN 978-0-393-31167-9 
  17. Mary Pope Osborne; Natalie Pope Boyce (28 de outubro de 2014). Magic Tree House Fact & Fiction: Horses. [S.l.]: Random House Children's Books. p. 113. ISBN 978-0-553-52368-3 

Ligações externas

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