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Alexander Wilhelm Armin Kellner (Vaduz, 26 de setembro de 1961) é um paleontólogo teuto-brasileiro e austro-brasileiro, especialista no campo de estudo dos pterossauros e membro da Academia Brasileira de Ciências. Em 7 de fevereiro de 2018 tomou posse como diretor do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, onde ingressou em 1997.[1]

Alexander Kellner
Alexander Kellner
Em audiência pública da Comissão Mista da Medida Provisória (CMMPV) nº 850 de 2018 do Senado Federal, que cria Agência Brasileira de Museus. Foto:Edilson Rodrigues/Agência Senado
Nome completo Alexander Wilhelm Armin Kellner
Conhecido(a) por especialista em pterossauros e diretor do Museu Nacional no quadriênio de 2018/2021
Nascimento 26 de setembro de 1961 (63 anos)
Vaduz, Principado de Liechtenstein
Residência Brasil
Nacionalidade alemão, austríaco, brasileiro
Alma mater Universidade Federal do Rio de Janeiro
Orientador(es)(as) Malcom McKenna
Instituições Museu Nacional
Campo(s) paleontologia
Tese Description of New Material of Tapejaridae and Anhangueridae ( Pterosauria, Pterodactyloidea) and Discussion on Pterosaur Phylogeny (1996)

Biografia

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Alexander nasceu em 1961 em Vaduz, capital de Liechtenstein. Filho de pai alemão e mãe austríaca,[2] mudou com seus pais para o Brasil ainda criança, onde foi naturalizado.[2] Estudou na escola bilíngue Corcovado e em 1981 ingressou em geologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).[3] Ainda estudante, se envolveu na pesquisa de vertebrados fósseis, especialmente exemplares de pterossauros da Formação Santana, a partir da qual publicou muitos artigos no final dos anos 1980.[1][2]

Em 1991, defendeu o mestrado em ciências pela UFRJ e em 1994 um mestrado em filosofia. Defendeu o doutorado em 1996 pela Universidade Columbia, em conjunto com o Museu Americano de História Natural, com a tese Description of New Material of Tapejaridae and Anhangueridae (Pterosauria, Pterodactyloidea) and Discussion on Pterosaur Phylogeny. Tornou-se professor do Museu Nacional em 1997 onde foi chefe do Departamento de Geologia e Paleontologia (DGP/MN), coordenador do Programa de Pós-Graduação em Zoologia (PPGZoo/MN), membro da Congregação como representante eleito de professores Assistentes, Adjuntos e Associados.[1][3] Atualmente é professor titular e diretor da instituição, eleito para o quadriênio de 2018/2021.[4]

Carreira

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Alexander é ainda membro da Academia Brasileira de Ciências desde 1996 e editor-chefe da sua publicação Anais da Academia Brasileira de Ciências.[3][5] Parte de seu trabalho com répteis fósseis, particularmente pterossauros, vinculou a organização da "Pterosaur Workshop" em Pittsburgh (1995) e o primeiro "Pterosaur Symposium" já realizado no Museu Americano de História Natural (1996). Além disso, envolveu-se na organização de vários encontros científicos no Brasil, tais como o 31.º Congresso Geológico Internacional (Rio de Janeiro, 2000) e o 2.º Congresso Latino-Americano de Paleontologia de Vertebrados, no Rio de Janeiro, em 2005.[1][3][5]

Foi o organizador e participante de diversas expedições paleontológicas, tanto no Brasil quando no exterior, inclusive na Antártica. Publicou mais de cento e trinta artigos em revistas nacionais e internacionais, além de ter participado de documentários sobre dinossauros e outros seres pré-históricos, como Antártica - um verão de 70 milhões de anos e Caçadores de Dinossauros.[1][3] É membro honroso da New York Paleontological Society e da Sociedad Paleontológica de Chile. É pesquisador associado do Museu Americano de História Natural e do chinês Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia (IVPP).[2][3]

Em 1999 ajudou a organizar a exposição No Tempo dos Dinossauros, ainda hoje tida como referência para a paleontologia nacional. Também em 2006 organizou a montagem do primeiro esqueleto de dinossauros em grande escalano Brasil, o do saurópode Maxakalisaurus topai, pelo qual recebeu o reconhecimento do Congresso Brasileiro. Desde 2004 escreve mensalmente na coluna Caçadores de Fósseis ("Fossil Hunters"), do site da Ciência Hoje On Line, um projeto da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.[1][2][3][6]

 
Maxakalisaurus topai

Além do estudo de fósseis, Kellner executou importante trabalho teórico sobre pterossauros, incluindo estudos cladísticos sobre sua filogenia. Sobre este tópico é o fundador de uma escola brasileira distinta sobre o estudo de pterossauros, com seu próprio modelo filogenético favorecido, terminologia e nomenclatura do clado. Modelos rivalizantes e escolhas de nomenclatura tem sido fornecidas pelo influente pesquisador britânico de pterossauros David Unwin.[3] Recebeu a grã-cruz da classe de comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico (um dos principais prêmios científicos do Brasil), em 2010.[3][5] Devido a seu intenso apoio a valorização das áreas fossilíferas e a formação de novos pesquisadores, Alexander foi homenageado com um gênero de camarão fóssil, o Kellnerius jamacaruensis[7] e uma espécie de pterossauro anhanguerídeo, o Maaradactylus kellneri,[8] ambos oriundos da Bacia Sedimentar do Araripe.

Museu Nacional

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Eleito para a direção do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, Alexander assumiu a instituição em um grave momento, com falta de recursos, problemas estruturais e falta de verbas para manutenção. O museu pegou fogo na noite de 2 de setembro de 2018, destruindo quase todo o seu acervo em poucas horas.[9] Segundo ele, não apenas o Museu Nacional, mas todo o patrimônio da UFRJ corre risco se não forem feitos novos investimentos.[9]

Lista de espécies identificadas

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As conquistas científicas de Kellner incluem a descrição de mais de trinta espécies, entre as quais o Santanaraptor (1996, 1999) que mostra o melhor tecido mole (vasos sanguíneos e fibras musculares) já relatado em qualquer dinossauro e o Thalassodromeus (2002, um estudo feito com Diógenes de Almeida Campos), que permitiu o estabelecimento de uma nova hipótese sobre o uso da crista da cabeça na regulação de temperatura corporal dos pterossauros.

Uma lista completa de novas espécies descritas e nomeadas por Kellner, às vezes em cooperação com outros pesquisadores, inclui:

  • Brasileodactylus araripensis Kellner, 1984 (Reptilia, Pterosauria);
  • Anhanguera blittersdorffi Campos & Kellner, 1985 (Reptilia, Pterosauria);
  • Oshunia brevis Wenz & Kellner, 1986 (Pisces, Halecomorphi);
  • Caririsuchus camposi Kellner, 1987 (Reptilia, Crocodylia);
  • Tupuxuara longicristatus Kellner & Campos, 1988 (Reptilia, Pterosauria);
  • Tapejara Pterosauria);
  • Tupuxuara leonardii Kellner & Campos, 1994 (Reptilia, Pterosauria);
  • Angaturama limai Kellner & Campos, 1996 (Reptilia, Dinosauria);
  • Ongghonia dashzevegi Kellner & McKenna, 1996 (Mammalia, Leptictidae);
  • Tupandactylus imperator (Campos & Kellner, 1997) (Reptilia, Pterosauria);
  • Siroccopteryx moroccensis Mader & Kellner, 1999 (Reptilia, Pterosauria);
  • Gondwanatitan faustoi Kellner & Azevedo, 1999 (Reptilia, Dinosauria);
  • Santanaraptor placidus Kellner, 1999 (Reptilia, Dinosauria);
  • Anhanguera piscator Kellner & Tomida, 2000 (Reptilia, Pterosauria);
  • Stratiotosuchus maxhechti Campos, Suarez, Riff & Kellner, 2001 (Reptilia, Crocodylia);
  • Thalassodromeus sethi Kellner & Campos, 2002 (Reptilia, Pterosauria);
  • Pycnonemosaurus nevesi Kellner & Campos, 2002 (Reptilia, Dinosauria);
  • Kaikaifilusaurus calvoi Simón & Kellner, 2003. (Reptilia, Sphenodontia);
  • Unaysaurus tolentinoi Leal, L.A., Azevedo, S.A., Kellner, A.W.A. & Rosa, Á.A.S., 2004 (Reptilia, Dinosauria);
  • Unenlagia paynemili Calvo, J.O., Porfiri, J. & Kellner, A.W.A., 2004 (Reptilia, Dinosauria);
  • Feilongus youngi Wang, Kellner, Zhou & Campos, 2005 (Reptilia, Pterosauria);
  • Nurhachius ignaciobritoi Wang, Kellner, Zhou & Campos, 2005 (Reptilia, Pterosauria);
  • Baurutitan britoi Kellner, A.W.A., Campos, D. A., Trotta, M. N. F. 2005 (Reptilia, Dinosauria);
  • Trigonosaurus pricei Campos, D.A., Kellner, A.W.A., Bertini, R.J., Santucci, R.M. 2005 (Reptilia, Dinosauria);
  • Caririemys violetae Oliveira, G.R. & Kellner, A.W.A. 2007 (Reptilia, Testudines);
  • Gegepterus changi Wang, Kellner, Zhou & Campos, 2007 (Reptilia, Pterosauria);
  • Futalognkosaurus dukei Calvo, J.O., Porfiri, J., González-Riga, B.J. & Kellner, A.W.A., 2007 (Reptilia, Dinosauria);
  • Nemicolopterus crypticus Wang, Kellner, Zhou & Campos, 2008 (Reptilia, Pterosauria);
  • Guarinisuchus munizi Barbosa, Kellner & Viana, 2008 (Reptilia, Crocodylia);
  • Hongshanopterus lacustris Wang, Zhou, Campos & Kellner, 2008 (Reptilia, Pterosauria);
  • Coringasuchus anisodontis Kellner, A.W.A., Pinheiro, A.E.P., Azevedo, S.A.K., Henriques, D.D.R., Carvalho, L.B. & Oliveira, G. 2009 (Reptilia, Crocodylia);
  • Wukongopterus lii Wang, Kellner, Jiang, Meng 2009 (Reptilia, Pterosauria).
  • Pterosaur's Wing, "Hairs" Unlike Any Living Animals, Charles Q. Choi, para a National Geographic News (4 de agosto de 2009)
Referências
  1. a b c d e f «Alexander Kellner toma posse como diretor do Museu Nacional». Confap. Consultado em 30 de outubro de 2018 
  2. a b c d e Cohen, Vivianne. «O caçador de dinossauros». ISTOÉ Gente. Consultado em 2 de setembro de 2018 
  3. a b c d e f g h i «Alexander Wilhelm Armin Kellner». Portal Lattes. Consultado em 2 de setembro de 2018 
  4. «Paleontólogo é o novo diretor do Museu Nacional no RJ». Portal do Instituto Brasileiro de Museus. Consultado em 22 de julho de 2018 
  5. a b c Marcos Pivetta (ed.). «Alexander Wilhelm Armin Kellner: Nas asas do passado». Revista Pesquisa FAPESP. Consultado em 2 de setembro de 2018 
  6. Kellner, Alexander (1994). Pterossauros: os senhores do céu do Brasil. São Paulo: Vieira & Lent. p. 2006. ISBN 8588782286 
  7. Saraiva, Antônio Álamo; Silva, Caroline M. R. Da; Pinheiro, Allysson P.; Santana, William (6 de março de 2013). «A new fossil caridean shrimp (Crustacea: Decapoda) from the Cretaceous (Albian) of the Romualdo Formation, Araripe Basin, northeastern Brazil». Zootaxa (em inglês). 3620 (2): 293–300. ISSN 1175-5334. doi:10.11646/zootaxa.3620.2.7 
  8. Sayão, Juliana M.; Oliveira, Gustavo R.; Saraiva, Antônio a. F.; Bantim, Renan a. M. (1 de outubro de 2014). «A new toothed pterosaur (Pterodactyloidea: Anhangueridae) from the Early Cretaceous Romualdo Formation, NE Brazil». Zootaxa (em inglês). 3869 (3): 201–223. ISSN 1175-5334. doi:10.11646/zootaxa.3869.3.1 
  9. a b Gabriel Barreira e Luiza Tenente (ed.). «Diretor do Museu Nacional e reitor da UFRJ cobram investimento federal para reconstituir local após incêndio». G1. Consultado em 3 de setembro de 2018 

Ligações externas

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Precedido por
Cláudia Rodrigues Ferreira de Carvalho
Diretor(a) do Museu Nacional
2018 — presente
Sucedido por
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