Bólido hipotético de Tollmann
A teoria do bólido de Alexander Tollmann, proposta por Kristen-Tollmann e Tollmann,[1] é uma hipótese apresentada pelo geólogo austríaco Dr. Alexander Tollmann, sugerindo que um ou vários bólidos (asteroides ou cometas) tenham impactado contra a Terra em 7640 AEC (±200), tendo outro bólido menor impactado em 3150 AEC (±200). Se comprovada, esta hipótese explicaria as extinções do Holoceno e, possivelmente, as lendas sobre um dilúvio universal.[1]
As supostas evidências para o evento incluem estudos estratigráficos de tectitos,[2][3][4] dendrocronologia, e núcleos de gelo extraídos de Camp Century, Groenlândia, contendo ácido hidroclórico e sulfúrico (indicando um impacto de alta intensidade no oceano) bem como ácido nítrico (criado pelo aquecimento extremo do ar).
A evidência para 7640 AEC parece ser consistente com as datas de formação de vários lagos salgados ainda existentes em regiões áridas da América do Norte e Ásia, sugerindo que o impacto pode ter ocorrido nos oceanos, causando múltiplos tsunamis com ondas quilométricas, que adentraram profundamente nos continentes, e/ou lançaram grandes massas de água salgada nas camadas superiores da atmosfera, de onde caíram como chuva, criando lagos salgados em desertos.
Avaliação científica
[editar | editar código-fonte]Por conta de várias inconsistências, a hipótese foi totalmente rejeitada pela comunidade científica:[5]
- As evidências apresentadas podem ser mais facilmente explicadas por processos geológicos mais corriqueiros e menos dramáticos;
- Muitos dos eventos que supostamente estão associados a este(s) impacto(s) ocorreram na época errada, muitas vezes centenas ou milhares de anos antes ou depois dos impactos hipotéticos; e
- Não existem evidências físicas críveis para a devastação ambiental cataclísmica e os depósitos característicos de sedimentos que maremotos com quilômetros de altura teriam depositado, caso realmente houvessem ocorrido.[5]
- ↑ a b Kristan-Tollmann, E. e A. Tollmann (1994). The youngest big impact on Earth deduced from geological and historical evidence. Terra Nova. v. 6, no. 2, pp. 209-217.
- ↑ Glass, B.P. (1978). Australasian Microtektites and the Stratigraphic Age of the Australites, "Bulletin of the Geological Society of America", v. 89, no. 10, pp. 1455-1458.
- ↑ Izokh, E.P., 1988, Age-paradox and the Origin of Tektites in J. Konta, ed., 2nd international conference on natural glasses. "Abstracts - International Conference on Natural Glasses" - Praga, Checoslováquia, 1988. v. 2, pp. 379-384.
- ↑ Prasad, N.S. e P.S. Rao (1990). Tektites Far and Wide. Nature. v. 347, no. 6291, pp. 340.
- ↑ a b Deutsch, A., C. Koeberl, J.D. Blum, B.M. French, B.P. Glass, R. Grieve, P. Horn, E.K. Jessberger, G. Kurat, W.U. Reimold, J. Smit, D. stoffler e S.R. Taylor (1994). The impact-flood connection: Does it exist?. Terra Nova. v. 6, pp. 644-650.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Pinter, N. e S.E. Ishman (2008). Impacts, mega-tsunami, and other extraordinary claims, PDF, 304 KiB. "GSA Today", vol. 18, no. 1, pp. 37–38.