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Urosticte

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Urosticte
U. benjamini no noroeste do Equador
Classificação científica
Reino:
Filo:
Classe:
Ordem:
Família:
Subfamília:
Tribo:
Gênero:
Urosticte

Gould, 1853
Espécie-tipo
Trochilus benjamini
Bourcier, 1851
Espécies

2, ver texto

Urosticte é um gênero de aves apodiformes pertencente à família dos troquilídeos, que inclui os beija-flores.[1] O gênero possui duas espécies, anteriormente consideradas coespecíficas, que se encontram distribuídas restritamente em florestas tropicais e subtropicais úmidas próximas à encostas andinas no nordeste da América do Sul. As duas espécies representantes do gênero são, vernaculamente, denominadas como beija-flores-de-ponta-branca ou colibris-de-pontas-brancas, existindo as subdivisões oriental e ocidental.[2]

Sistemática e taxonomia

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Esse gênero foi descrito primeiramente na década de 1850, estando originalmente classificada dentro do gênero Trochilus, com sua espécie U. benjamini sendo nomeada pelo ornitólogo francês Jules Bourcier.[3] Pouco tempo após a descrição original, John Gould, conhecido por suas contribuições para a história natural dos beija-flores, decidiu, em uma iniciativa para classificar com mais detalhes a taxonomia destas aves, reclassificar a espécie dentro de um gênero monotípico, Urosticte, tornando a taxonomia de Lineu obsoleta.[4] Depois, o mesmo naturalista incluiria as espécies, U. ruficrissa e U. intermedia, nomeadas por George Newbold Lawrence e Władyslaw Taczanowski.[5][6][7] Posteriormente, o gênero retornaria ao seu estatuto de monotipo, com a ruficrissa sendo rebaixada para subespécie, bem como intermedia. Com isso, benjamini se tornaria uma espécie-tipo com várias subespécies. A descrição original foi realizada através da análise de holótipos taxidermados coletados pelo próprio Bourcier na província de Pichincha, ao norte do Equador.[3]

Conforme as definições reconhecidas pelo Comitê Ornitológico Internacional (COI), esse gênero é constituído por duas espécie sem táxons subordinados, ou seja, não existem subespécies, onde uma das espécies, benjamini, atua como espécie-tipo. Essa situação também pode ser observada na taxonomia de Clements e no Handbook of the Birds of the World (HBW), pela BirdLife International. De acordo com o que foi proposto pelo South American Classification Committee, reconhece-se apenas as duas espécies U. benjamini e U. ruficrissa, respectivamente; e trata-se U. intermedia, como uma espécie de sinônimo da primeira espécie. Esse também é o caso das subespécies propostas: U. benjamini benjamini e U. benjamini rostrata.[8][1][9][10]

Etimologicamente, o nome que descreve o gênero é oriundo da combinação de dois termos em grego antigo, sendo ουρά, ourá, literalmente "cauda"; e στικτός, stiktos, significando "marcado".[11] Por sua vez, seu descritor específico benjamini caracteriza a contraparte em latim de Benjamin Leadbeater, filho de John Leadbeater.[4] Outro descritor específico, ruficrissa, se trata de uma amálgama dos termos rufus, que significa "vermelho" adicionado de outro termo, crissum, literalmente "anca", em referência à plumagem em torno da cloaca.[12][13] As duas etimologias das subespécies propostas são, respectivamente: intermedia, significando "intermediário" ou, em sentido mais amplo, "aquilo que está no meio";[14] e, por último, rostrata, significando "em forma de bico" ou "enganchado".[15]

  • Urosticte benjamini (Bourcier, 1851), beija-flor-de-ponta-branca-ocidental — espécie-tipo, pode ser encontrada na região andina da Colômbia ocidental e noroeste do Equador
  • Urosticte ruficrissa (Lawrence, 1864), beija-flor-de-ponta-branca-oriental — pode ser encontrada na encosta andina do centro-sul da Colômbia, ao Equador e norte do Peru
Referências
  1. a b c Gill, Frank; Donsker, David; Rasmussen, Pamela, eds. (11 de agosto de 2022). «Hummingbirds». International Ornithologists' Union. IOC World Bird List Version 12.2. Consultado em 2 de outubro de 2022 
  2. a b Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. p. 101. ISSN 1830-7809. Consultado em 13 de janeiro de 2022 
  3. a b Bourcier, Jules (1851). «Note sur onze espèces nouvelles des Trochilidées». Centre national de la recherche scientifique. Comptes rendus hebdomadaires des séances de l'Académie des sciences (em francês). 32: 187. ISSN 0001-4036. LCCN 17029111. OCLC 1124612. Consultado em 9 de outubro de 2022 
  4. a b Gould, John (1853). «Urosticte benjamini: White-tip». Londres: Taylor and Francis. A monograph of the Trochilidæ, or family of humming-birds (em inglês). 3: 190. OCLC 9648140. doi:10.5962/bhl.title.51056Acessível livremente. Consultado em 9 de outubro de 2022 
  5. Gould, John; Sharpe, R. Bowdler (1887). «Urosticte ruficrissa: Red-vented White-tip». Londres: Taylor and Francis. A monograph of the Trochilidæ, or family of humming-birds (Suplemento) (em inglês). OCLC 9648140. doi:10.5962/bhl.title.51056Acessível livremente. Consultado em 9 de outubro de 2022 
  6. Lawrence, George Newbold (1867). «Descriptions of New Species of Birds of the Families Tanagridae, Cuculidae, and Trochilidae, with a Note on Panterpe insignis». Nova Iorque. Annals of the Lyceum of Natural History of New York (em inglês). 8 (1867): 44. LCCN 12020407. OCLC 1716745. Consultado em 9 de outubro de 2022 
  7. Taczanowski, Władysław (3 de janeiro de 1882). «Mr. Taczanowski on Birds Collected in North-Eastern Peru». Academic Press. Proceedings of the Zoological Society of London (1882): 32. LCCN 86640225. OCLC 1779524. Consultado em 9 de outubro de 2022 
  8. Remsen, J. V., Jr., J. I. Areta, E. Bonaccorso, S. Claramunt, A. Jaramillo, D. F. Lane, J. F. Pacheco, M. B. Robbins, F. G. Stiles, e K. J. Zimmer. (31 de janeiro de 2022). «A classification of the bird species of South America». American Ornithological Society. Consultado em 2 de outubro de 2022 
  9. BirdLife International (2020). «Handbook of the Birds of the World and BirdLife International digital checklist of the birds of the world». Datazone BirdLife International. Consultado em 2 de outubro de 2022 
  10. Clements, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, S. M. Billerman, T. A. Fredericks, J. A. Gerbracht, D. Lepage, B. L. Sullivan, and C. L. Wood. (2021). «The eBird/Clements checklist of Birds of the World: v2021». Cornell Lab of Ornithology. Consultado em 2 de outubro de 2022 
  11. Beekes, Robert S. P. (2010). van Beek, Lucien, ed. «Etymological Dictionary of Greek». Brill Academic Pub. Leiden Indo-European Etymological Dictionary Series. 10. ISBN 9789004174207. Consultado em 3 de outubro de 2022 
  12. Lewis, Charlton T.; Short, Charles (1879). «rufus». A Latin Dictionary. Oxford: Clarendon Press. ISBN 978-1-99-985578-9. Consultado em 3 de outubro de 2022 
  13. Jobling, James A. (1991). A Dictionary of Scientific Bird Names. Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-854634-3. OCLC 45733860 
  14. Lewis, Charlton T.; Short, Charles (1879). «intermedius». A Latin Dictionary. Oxford: Clarendon Press. ISBN 978-1-99-985578-9. Consultado em 3 de outubro de 2022 
  15. Lewis, Charlton T.; Short, Charles (1879). «rostratus». A Latin Dictionary. Oxford: Clarendon Press. ISBN 978-1-99-985578-9. Consultado em 3 de outubro de 2022 

Ligações externas

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