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Ulva lactuca

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaUlva lactuca

Classificação científica
Reino: Plantae
Filo: Chlorophyta
Classe: Ulvophyceae
Ordem: Ulvales
Família: Ulvaceae
Gênero: Ulva
Espécie: U. lactuca
Nome binomial
Ulva lactuca
Linnaeus, 1753

Ulva lactuca, uma alga verde da divisão Chlorophyta, é a espécie típica do gênero Ulva, também conhecida pelo nome mais geral alface-do-mar[1]

É uma espécie anual.

Características

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Ulva lactuca é uma das espécies de maiores dimensões que povoam as costas marítimas.

É uma macroalga que possui um talo da cor verde claro, laminar expandido com margem lisa[2]. Os talos são formados por duas camadas de células, o que difere a Ulva lactuca de outras espécies do gênero. Cada célula do talo possui um núcleo e um cloroplasto.[3]

Essa espécie possui clorofila a e b, além dos pigmentos acessórios caroteno e xantofila, principalmente β-caroteno e luteína.[4]

É rica em fibras, minerais, proteínas e lipídios. As fibras contêm hemicelulose, celulosa e lignina. [5]

Ciclo de vida

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O ciclo de vida da Ulva lactuca é diplobionte e isomórfico. Ele envolve as fases gametofítica e esporofítica. Na primeira fase (gametofítica), algas haploides (n) originam gametas com dois flagelos. Esses gametas se fundem formando um zigoto diploide (2n). O zigoto germina e origina uma alga esporofítica (2n), que sofre meiose e libera os esporos haplóides (n), com quatro flagelos. Os esporos germinam originando as algas gametofíticas (n), e assim completando o ciclo.[3]

A reprodução de Ulva lactuca ocorre apenas no verão.[6]

Distribuição em Portugal

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Existe em Portugal Continental, Açores e Madeira.

Distribuição Mundial

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Existe no Mediterrâneo, Atlântico, Canal da Mancha, Mar do Norte e Báltico.

Distribuição no Brasil

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Está presente em todo o litoral brasileiro, com ampla distribuição na região Sudeste.

Podem ser encontradas em diversos habitats. Os zoósporos podem se fixar tanto em matéria orgânica quanto em inorgânica.

Existe sobre a rocha, às vezes em poças, na porção de costa sujeita às variações diárias dos níveis de maré (intertidal inferior) e infralitoral. [7]

Ulva lactuca foi descrita pela primeira vez pelo botânico sueco Carl von Linné (Lineu) em seu livro Species Plantarum (1 de maio de 1753).

É uma espécie oportunista, se desenvolvendo rapidamente em áreas poluídas, devido ao aumento da quantidade de nutrientes na água. Por conta disso, causa as “marés verdes” e é considerada um bioindicador de poluição ambiental. [8]Também possui a capacidade de acumular metais (bioacumulação), sendo utilizada na recuperação e proteção ambiental de áreas contaminadas, ou na recuperação de metais de interesse dos efluentes. As algas do gênero Ulva acumulam principalmente As, Ba, Mn, Ni, Cd, Co, Cr e Pb.

As algas verdes, como a Ulva lactuca, são utilizadas como alimento em várias partes do mundo, principalmente no continente asiático, sendo uma importante fonte de proteínas e minerais. No Japão (onde são conhecidas como Awosa, Aosa ou Aonori), são utilizadas cruas, no preparo de saladas, ou cozidas, no preparo de sopas, além de serem um acompanhamento para pratos com frutos do mar.[8]

Estudos recentes demonstram o potencial de utilização da Ulva lactuca como alimento funcional, por possuírem uma grande quantidade de fibra composta por polissacarídeos, resistentes às enzimas digestivas humanas.

As algas do gênero Ulva também são utilizadas na indústria de papel, em países como Alemanha e Itália.[9]

Existem estudos da utilização da Ulva lactuca como alternativa para o tratamento do Hepatocarcinoma (CHC).

Ainda possui potencial bioenergético e potencial para servir como adubo.

Sinônimos relevantes

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Sinônimos homotípicos:

Sinônimos heterotípicos:

  • Ulva nematoidea Bory 1828
  • Ulva lactuca f. fasciata (Delile) Hering 1846
  • Phycoseris lobata Kützing 1847
  • Ulva lobata (Kützing) Harvey 1855
  • Phycoseris fasciata (Delile) Montagne 1856
  • Ulva crassa Kjellman 1877
  • Ulva fasciata var. lobata (Kützing) Piccone 1886
  • Ulva rotundata Bliding 1969
  • Ulva tenera Kornmann & Sahling 1994[10]

Nomes populares

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Português: Alface-do-mar (Oliveira, 1990, Morton et al., 1998).

Árabe: Tahalib (F.A.O. 1997).

Chinês: Hai Tsai (Madlener 1977), Haisai Kun-po (Madlener 1977), Kwanpo (Madlener 1977), Shih shun (Madlener 1977).

Inglês: Chicory sea lettuce (F.A.O. 1997), Green Laver (Madlener 1977), Green laver (Duddington 1966, Dickinson 1963), Lettuce laver (Madlener 1977), Sea Grass (Madlener 1977), Sea lettuce (Madlener 1977, Dickinson 1963, Bunker & al. 2010), Thin stone brick (Madlener 1977).

Filipino: Gamgamet (Madlener 1977).

Francês: Laitue de mer (Boisvert 1984).

Alemão: Meersalat (Madlener 1977, Braune 2008).

Japonês: Aosa (Madlener 1977).

Espanhol: Lechuga de mar (Sumarriva 2013), Luche (Madlener 1977), Luchi (Madlener 1977).

Sueco: Havssallat (Tolstoy & Österlund 2003).[10]

Referências
  1. «Ulva lactuca». Consultado em 28 de dezembro de 2007 
  2. MAGALHÃES, Fernando Magno Bitú (2017). «Propriedades do extrato aquoso da macroalga verde (ulva lactuca leach)». Propriedades do extrato aquoso da macroalga verde (ulva lactuca leach). Consultado em 9 de novembro de 2022 
  3. a b de, Alencar, Jefferson Rosano (16 de julho de 2013). «Cultivo da macroalga Ulva lactuca Linneaus (Chlorophyta) integrado à produção do camarão branco do Pacífico, Litopenaeus vannamei (Boone, 1931), para tratamento de efluentes em sistema fechado de recirculação». Consultado em 16 de novembro de 2022 
  4. Sousa, Márcia Barbosa (2011). «Composição centesimal e variação do teor de vitaminas em macroalgas marinhas verdes Ulva fasciata e U. lactuca (Ulvales,Chlorophyta), coletadas na Praia do Pacheco, Caucaia-Ceará». Consultado em 16 de novembro de 2022 
  5. Santos, Fábio de Jesus Carmo (6 de dezembro de 2017). «Macroalgas verdes produzidas em aquacultura na região Algarvia: potencial terapêutico/propriedades biológicas». Consultado em 16 de novembro de 2022 
  6. Oliveira, Bastos, Eduardo de (2019). «Desenvolvimento de bases biotecnológicas para utilização da alga verde Ulva ohnoi (Chlorophyta)». Consultado em 16 de novembro de 2022 
  7. Pinto, B. (2010). Guia de campo – Dia B, 22 Maio de 2010, bioeventos.
  8. a b Carneiro, Victor Andrei Rodrigues (28 de maio de 2021). «Estudos moleculares e morfológicos do gênero Ulva L. (Ulvales, Chlorophyta) no sudeste do Brasil». Consultado em 16 de novembro de 2022 
  9. Medeiros, Ferreira, Fernanda (16 de agosto de 2017). «Avaliação da taxa de crescimento e absorção de nutrientes da macroalga Ulva lactuca cultivada in vitro com água de cultivo de bioflocos». Consultado em 16 de novembro de 2022 
  10. a b G.M. Guiry in Guiry, M.D. & Guiry, G.M. 09 June 2022. AlgaeBase. World-wide electronic publication, National University of Ireland, Galway. https://www.algaebase.org; searched on 15 November 2022
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