Túnel Ferroviário da Lapa (Porto)
Túnel da Lapa | |
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Inauguração | 1938 |
Linha(s) | Linha A Linha B Linha C Linha E Linha F Linha da Póvoa (enc.) Linha de Guimarães (enc.) |
Zona | PRT1 |
Serviços | Ferroviário |
O Túnel do Lapa, originalmente denominado de Túnel da Trindade, é um túnel ferroviário que permite a ligação entre as estações da Lapa e a estação da Trindade, do Metro do Porto, no centro da cidade do Porto, Portugal. Faz ainda ligação ao Túnel J, que é um túnel de serviço que permite a circulação dos comboios fora de serviço entre a rede principal (que engloba as linhas: A,B,C,E e F) e ao Túnel Salgueiros-Ponte da Linha D (amarela). Foi construído originalmente pela Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal quando prolongou a Linha da Póvoa até à Estação da Trindade,[1] em 1938.[2]
História
[editar | editar código-fonte]Antecedentes, construção e inauguração
[editar | editar código-fonte]Em 1875, a Companhia do Caminho de Ferro do Porto à Póvoa e Famalicão inaugurou a sua Linha da Póvoa, que tinha originalmente a sua estação terminal do Porto na Boavista.[1] Posteriormente, aquela empresa fundiu-se com a Companhia do Caminho de Ferro de Guimarães, formando a Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal, que iniciou um projecto para prolongar as suas linhas de Guimarães e da Póvoa até uma nova estação terminal na Trindade, comum a ambas as linhas.[1]
O lanço entre a Boavista e a Trindade, chamado de ramal da Trindade, seria composto por via dupla de bitola métrica, e incluiria um túnel de cerca de 500 m de comprimento, que se iniciaria junto ao Apeadeiro de Avenida da França, e terminaria já dentro das vias de manobras da estação da Trindade.[3][4] As obras do novo lanço iniciaram-se em 28 de Outubro de 1930, e em finais de 1931 já estava totalmente perfurada a galeria de avanço do túnel.[4] A construção do túnel foi muito dispendiosa, tendo a Companhia do Norte sido forçada a vender capital à divisão do Minho e Douro dos Caminhos de Ferro do Estado.[1] Após a inauguração, a estação da Trindade tornou-se uma das mais importantes em território nacional, devido ao elevado movimento diário de comboios.[3]
O lanço até à Trindade foi inaugurado em 30 de Outubro de 1938.[5]
Túnel | comp. | (de) | (a) | Linhas |
---|---|---|---|---|
Construção | ||||
Campanhã–Trindade | 2300 m | 2000.06 | 2002.10 | |
Salgueiros–Ponte | 4000 m | 2002.05 | 2003.10 | |
Lapa | 500 m | ? | 1938.10 | |
Túnel J | 274 m | 2002.12 | 2003.05 | — |
Contumil–Rio Tinto | 950 m | 2009.09 | 2010.04 | |
Guindais* | 90 m | ? | 2004.02 | |
(*) gerido pelo Metro do Porto entre 2004 e 2020. |
Transição para o Metro do Porto
[editar | editar código-fonte]Na década de 1990, iniciou-se o processo de construção do Metro do Porto, aproveitando parte do traçado das linhas da Póvoa e de Guimarães a partir da Trindade.[6] Desta forma, em 28 de Abril de 2001 foi encerrado o lanço até à Senhora da Hora.
Ver também
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b c d TÃO, Manuel Margarido (2005). «Atrelagens: Uma Breve Abordagem Histórica». O Foguete. 4 (13). Entroncamento: Associação de Amigos do Museu Nacional Ferroviário. p. 30-38. ISSN 124550 Verifique
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(ajuda) - ↑ REIS et al, 2006:62
- ↑ a b «Portugal se Esfuerza en la Modernizacion de sus Ferrocarriles». Via Libre (em espanhol). 16 (191). Madrid: Red Nacional de Ferrocarriles Españoles. Dezembro de 1979. p. 16-17
- ↑ a b «O Ano de 1931» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 45 (1057). 1 de Janeiro de 1932. p. 7-9. Consultado em 13 de Novembro de 2013
- ↑ «Troços de linhas férreas portuguesas abertas à exploração desde 1856, e a sua extensão» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 69 (1652). 16 de Outubro de 1956. p. 528-530. Consultado em 20 de Setembro de 2017
- ↑ MARTINS et al, 1996:226
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado: O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas
- REIS, Francisco; GOMES, Rosa; GOMES, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X