Regina (marca)
Regina | |
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Logótipo da empresa | |
Atividade | Doçaria |
Fundação | 1928 |
Área(s) servida(s) | Portugal |
Locais | Alcântara (Lisboa) |
Proprietário(s) | Imperial |
Produtos | Chocolates |
Website oficial | Página oficial |
A Regina é uma marca de chocolates portuguesa, que pertence ao grupo Imperial.[1]
Descrição e história
[editar | editar código-fonte]Primeiros anos e expansão
[editar | editar código-fonte]A empresa foi fundada em 1927, sendo então sedeada na Rua Sá de Miranda, em Lisboa,[2] com uma fábrica na área de Alcântara.[1] O seu nome advém do termo latino regina, que significa rainha.[2] Alcançou um período de grande expansão nos anos 30 e 40,[1] tendo sido considerada, durante várias décadas, como a principal marca no mercado do chocolate em território nacional.[2] Durante este período comercializou vários produtos icónicos, como os Chocolates para Turistas, lançados nos anos 30, e cujas embalagens apresentavam gravuras das praias da Costa do Sol, algumas delas desenhadas por Alfredo de Morais.[1] Outros produtos de sucesso incluíram a máquina de furos, que se tornou presença comum nas feiras populares, feiras do livro e outros eventos do género.[2]
A empresa chegou a contar com uma equipa própria de basquetebol, a Fábrica de Chocolates Regina, que em 1956 estava a participar no Campeonato Corporativo.[3]
Declínio e aquisição pela empresa Imperial
[editar | editar código-fonte]Porém, nos finais do século XX a Regina entrou numa acentuada fase de declínio,[1] tendo em 1995 começado as diligências no sentido de garantir a continuidade da empresa.[4] Em 26 de Março de 1998, o jornal Avante! noticiou que no dia anterior tinha sido feita uma reunião neste sentido entre o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação do Sul e Tabacos e o secretário de estado Vítor Ramalho, que tinha-se disponibilizado para entrar em contacto com a secretaria de Estado da Indústria, no sentido de encontrar uma solução que viabilizasse a Regina e mantivesse os postos de trabalho.[4] Segundo uma nota publicada pelo sindicato e pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses, a gerência da fábrica continuava «a pagar as retribuições com atraso» e «a não garantir a manutenção dos postos de trabalho», além que não estava a informar «com clareza que tipo de negócio está a efectuar quando diz que está em negociações para a venda da Regina», tendo informado que a dívida conhecida da empresa era de 1,6 milhões de contos, sendo os maiores credores o governo, no valor de 804 mil, e o Banco Comercial Português, em 500 mil, enquanto que aos operários e outros credores a dívida era superior a 400 mil contos.[4] Apesar destes esforços, a empresa acabou por falir ainda na década de 1990.[1]
Em 2000, foi adquirida pela companhia Imperial.[5] Sob a nova administração, a Regina voltou a ganhar notoriedade junto do mercado nacional, com a introdução de novos produtos e o relançamento dos antigos sucessos. Por exemplo, em 2012 voltaram a estar disponíveis os Chocolates para Turistas, que tinham sido retirados do mercado há muitas décadas,[6] e no seguinte as máquinas de furos, com grande sucesso.[2] Nesta fase destaca-se o acordo de colaboração com a operadora aérea TAP, por exemplo em Agosto de 2017, quando aquela empresa organizou um vôo temático da década de 1970 entre o Porto e São Paulo, durante o qual um dos produtos oferecidos aos passageiros foi uma caixa dos furos com chocolates da Regina.[7] Em 2018 a Regina voltou a cooperar com a TAP, desta vez através da criação de um conjunto exclusivo de produtos de chocolate, para serem servidos a bordo dos aviões.[8] Estes produtos eram apresentados em embalagens decoradas com temas típicos de Portugal, incluindo imagens de várias regiões e símbolos nacionais, e imagens antigas da TAP.[8] Entre os novos produtos introduzidos contam-se as amêndoas de Páscoa,[1] com um grande sucesso.[9]
Em Junho de 2005, o presidente da Junta de Freguesia de Alcântara, José Godinho, criticou as demolições que estavam então a ser feitas pela Câmara Municipal de Lisboa, incluindo a fábrica da Regina, que estava «em fase de demolição avançada», tendo afirmado que tinha «sérias dúvidas de que as futuras mudanças de uso para construção de habitações e terciário em zonas industriais tenham neste momento cobertura legal».[10]
- ↑ a b c d e f g COELHO, Alexandra Prado (29 de Novembro de 2012). «A Vida Portuguesa leva Chocolates para Turistas para Londres». Público. Consultado em 4 de Abril de 2024
- ↑ a b c d e «Histórias». Regina. Consultado em 4 de Abril de 2024
- ↑ «Desporto» (PDF). Diário Popular. Ano XIV (4787). Lisboa: Sociedade Nacional de Imprensa. 3 de Fevereiro de 1956. p. 13. Consultado em 4 de Abril de 2024 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
- ↑ a b c «Governo não vê solução para a Regina». Avante!. 26 de Março de 1998. Consultado em 6 de Abril de 2024
- ↑ MARTINHO, Maria (14 de Novembro de 2020). «Pintarolas: sete cores, 40 anos e muito chocolate». Jornal de Notícias. Consultado em 4 de Abril de 2024
- ↑ COELHO, Alexa (10 de Dezembro de 2012). «Os Chocolates para Turistas da Regina voltam a viajar». Público. Consultado em 4 de Abril de 2024
- ↑ FREITAS, Sandra (7 de Agosto de 2017). «Passageiros da TAP recuaram até aos anos 70 em voo para São Paulo». Jornal de Notícias. Consultado em 4 de Abril de 2024
- ↑ a b «TAP lança coleção exclusiva de chocolates a bordo». Observador. 22 de Fevereiro de 2018. Consultado em 4 de Abril de 2024. (pede registo (ajuda))
- ↑ «Chocolate mais caro à boleia dos máximos do cacau mas Páscoa a salvo». Jornal de Notícias. 30 de Março de 2024. Consultado em 4 de Abril de 2024
- ↑ SEBASTIÃO, Luís Filipe; Agência Lusa (22 de Junho de 2005). «Assembleia recusa Museu da Liberdade na sede da PIDE». Público. Consultado em 4 de Abril de 2024
Ligações externas
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