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Roda

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outros significados, veja Roda (desambiguação).
Uma roda


A roda é uma das seis máquinas simples com vastas aplicações no transporte e em máquinas mecânicas, caracterizada pelo movimento rotativo no seu interior. A roda transmite de maneira amplificada para o eixo de rotação qualquer força aplicada na sua borda, reduzindo a transmissão tanto da velocidade quanto da distância que foram aplicadas. Similarmente, a roda transmite de maneira reduzida para a borda qualquer força aplicada no seu eixo de rotação, amplificando a transmissão tanto da velocidade quanto da distância que foram aplicadas.

Um fator importante para determinar a transmissão de força, velocidade e distância é a relação entre o diâmetro da borda da roda e o diâmetro do eixo.

Evidências de veículos com rodas datam da metade do quarto milênio a.C., quase simultaneamente na Mesopotâmia, no nordeste de Cáucaso (cultura de Maikop) e a Europa Central, então a pergunta sobre qual cultura inventou originalmente o veículo a roda permanece não resolvida e sob debate.

Uma das mais antigas representações de um veículo possuindo rodas está no pote de Bronocice, um pote de barro de ca. 3500-3350 a.C. escavado no sudeste da Polônia.[1]

Os veículos a roda se espalharam da sua área de origem (Mesopotâmia, Cáucaso, Bálcans, Europa Central) através da Eurásia, chegando no Vale do Indo no terceiro milênio a.C. Durante o segundo milênio a.C., a biga se espalhou em um ritmo acelerado, chegando tanto a China e Escandinávia em 1200 a.C. Na China, a roda certamente esteve presente com a adaptação da biga em ca. 1200 a.C.,[2] apesar de Barbieri-Low[3] argumentar a existência de veículos chineses com roda anteriormente, cerca de 2000 a.C..

Apesar de não terem desenvolvido a roda propriamente dita, os Olmecas e outras culturas do hemisfério ocidental parecem ter se aproximado disso, tendo sido encontradas pedras trabalhadas com aspecto de roda em brinquedos de criança datando a cerca de 1500 a.C.[4] Se pensa que o principal obstáculo ao desenvolvimento em larga escala da roda no hemisfério ocidental foi a ausência de grandes animais domesticados que pudessem puxar as carruagens com roda. O mais próximo do gado bovino presente nas Américas no período pré-Colombiano, o bisão-americano, é difícil de domesticar e nunca foi domesticado pelos americanos nativos; várias espécies de cavalos existiram até cerca de 12 000 anos atrás, mas forma extintas, provavelmente por causa de sobre-caça pelos humanos recém-chegados.[5] O único animal grande que foi domesticado no hemisfério ocidental, a lhama, não se espalhou para muito além dos Andes até a chegada de Colombo.

Antiguidades da Núbia usavam a roda para cerâmica e roda de água.[6][7] Se considera que as rodas de água da Núbia eram movidas por bois.[8] Também se sabe que os núbios usavam bigas puxadas por cavalo importadas do Egito.[9]

A invenção da roda então ocorreu no final do Neolítico, e pode ser vista em conjunção com outros avanços tecnológicos que deram início a Idade do Bronze. Note que isso implica a passagem de vários milênios sem roda mesmo depois da invenção da agricultura e da cerâmica:

Um uso mais amplo da roda foi provavelmente adiado pela necessidade de ruas mais lisas para as rodas serem eficientes. Carregar os bens nas costas teria sido o método preferido de transporte para as superfícies com muitos obstáculos. A falta de desenvolvimento das ruas impediu uma ampla adoção da roda para transporte até o século XX nas áreas menos desenvolvidas.

Ver artigo principal: Roda automotiva

O objetivo dela é diminuir a fricção total de arrasto de um objeto entre dois (ou mais) pontos em uma superfície. O objeto sendo transportado, colocado no seu eixo, necessita se arrastar por uma distância menor do que a distância percorrida pela borda da roda em contato com a superfície, porque o eixo sempre reduz a transmissão da distância percorrida pela borda da roda.

É interessante notar que a superfície por onde a borda da roda se desloca deve ser preparada a priori para aumentar a eficiência da roda. A roda não é muito útil para o transporte sem a presença de estradas.

É também interessante notar que embora a roda seja uma maneira eficiente de transporte, as formas de vida usam-na de maneira muito limitada nesse sentido.

Em máquinas, a roda age principalmente acoplando-se a outras rodas, de modo a transmitir velocidade e torque através do seu típico movimento circular. Exemplos de rodas especializadas usadas em máquinas são a engrenagem e a polia.

Referências
  1. Anthony, David A. (2007). The horse, the wheel, and language: how Bronze-Age riders from the Eurasian steppes shaped the modern world. Princeton, N.J: Princeton University Press. p. 67. ISBN 0-691-05887-3 
  2. Dyer, Gwynne, War: the new edition, p. 159: Vintage Canada Edition, Randomhouse of Canada, Toronto, ON
  3. Barbieri-Low, Anthony , Wheeled Vehicles in the Chinese Bronze Age (c. 2000-741 B.C.), Sino-Platonic Papers, February 2000
  4. Ekholm, Gordon F (1945). «Wheeled Toys in Mexico». American Antiquity. 11 
  5. Singer, Ben (maio de 2005). A brief history of the horse in America. [S.l.]: Canadian Geographic Magazine. Consultado em 16 de maio de 2012. Arquivado do original em 19 de agosto de 2014 
  6. CRAFTS; Uncovering Treasures of Ancient Nubia; New York Times
  7. Ancient Sudan: (aka Kush & Nubia) City of Meroe (4th B.C. to 325 A.D.)
  8. What the Nubians Ate
  9. The Cambridge History of Africa