Sistema imune adaptativo
As respostas que o organismo desenvolve contra infecções por patógenos potenciais são conhecidas como respostas imunes. O sistema imune adaptativo, sistema imune adquirido ou imunidade adquirida é a imunidade gerada ao longo da vida, ativada após um contato inicial com diferentes agentes invasores. Esse sistema tem a propriedade de reconhecer especificamente um determinado microrganismo, gerando uma memória imunológica, que confere proteção contra reinfecções pelo mesmo antígeno. As células da imunidade adquirida, linfócitos B e linfócitos T, são capazes de reconhecerem antígenos através de regiões polipeptídicas, denominadas epítopos, que se ligam aos receptores de superfície celular dos linfócitos. A produção de células de memória e anticorpos específicos contra determinado agente patogênico acontece quando um indivíduo é acometido por uma infecção ou quando é vacinado. A vacinação é um processo de manipulação da reposta imune adaptativa, em que se injetada antígenos atenuados em um organismo, antígenos que não são capazes de causarem uma infecção. Entretanto, a vacina possui a capacidade de ativar a imunidade adquirida, gerando uma reposta imunológica de memória, imunizando o indivíduo. Se mais tarde, o microrganismo causador dessa doença entrar em contato com o mesmo indivíduo, seu corpo já estará preparado para produzir um grande número de anticorpos em pouco tempo e assim gerar uma resposta imune mais eficiente àquela doença. Às vezes a imunidade gerada dura a vida toda, outras vezes ela dura um certo tempo.[1][2]
Antígenos
[editar | editar código-fonte]É qualquer substâncias que pode ser reconhecida e combatida pelo sistema imune adaptativo. Os antígenos, são constituídos, comumente, por proteínas, glicoproteínas, polissacarídeos e outras estruturas químicas de patógenos (vírus, bactérias, protozoários, fungos e helmintos). A ligação de reconhecimento do antígeno-específico aos linfócitos é essencial para a geração de uma resposta imune. Cada linfócito possui receptores de antígenos altamente variáveis, presentes em sua superfície, o que permite que o sistema imune reconheça e responda virtualmente a qualquer antígeno a que o indivíduo possa estar exposto.[2]
Soro terapêutico
[editar | editar código-fonte]As vacinas são, portanto, usadas na prevenção contra doenças. Mas, se um micróbio invadir um organismo que ainda não tiver sido protegido contra ele, pode ser usada outra defesa: o soro terapêutico, que é formado por anticorpos já prontos. Por exemplo, se a bactéria que causa o tétano penetrar em uma ferida, tomamos o soro antitetânico, que contém anticorpos específicos contra essa bactéria.
O soro pode ser usado também contra certas toxinas, como é o caso do soro antiofídico, aplicado em pessoas picadas por cobra peçonhenta. A preparação desse soro pode ser feita em cavalos, coelhos ou cabras. Esses animais recebem antígenos (contidos, por exemplo, no veneno de cobras) em doses progressivamente maiores e passam a produzir anticorpos. Parte do sangue do animal é retirado para se preparar o soro.
Além das vacinas e dos soros, a medicina desenvolveu uma série de medicamentos bastante eficientes contra microrganismos. Por exemplo: os antibióticos, que atacam bactérias diretamente, e os antivirais, que atacam vírus..
Os soros são conhecidos também como imunização passiva.
Tipos de imunidade adaptativa
[editar | editar código-fonte]A imunidade adquirida refere-se à proteção que um organismo desenvolve contra certos tipos de microrganismos ou substâncias estranhas, também conhecidas como "non self". A imunidade adquirida é desenvolvida durante toda a vida de um indivíduo, podendo esta imunidade ser ativa ou passiva. Ambas podem ser adquiridas de forma natural ou artificial.
A imunidade adquirida ativa ocorre quando a pessoa é exposta a micro-organismos ou substâncias estranhas e o sistema imunológico responde.
Já a passiva ocorre quando os agentes de imunidade (anticorpos contra determinados patogênicos) são transferidos de uma pessoa para outra. Vale a pena ressaltar que esta imunidade dura somente enquanto os anticorpos estão presentes (na maioria dos casos, algumas semanas ou meses).
O nosso sistema imune possui células de memória que se lembram do contato com determinado invasor e adquire mecanismos de defesa contra ele nos possíveis contatos posteriores. Essas reações serão mais rápidas e eficiente. É o princípio das vacinas. Existem reforços para a diminuição da ação dessas células de memória.
Mecanismo
[editar | editar código-fonte]Quando uma bactéria entra no nosso organismo, ela é fagocitada por alguma célula apresentadora profissional, que pode ser o macrófago ou células dendríticas. Essa célula vai migrar pra o linfonodo e vai apresentar o antígeno para o MHC classe II. Quando ela achar o linfócito T CD4+ que se liga a ela, àquele peptídeo que ela está apresentando, ela manda o segundo sinal. Ao mandar esse segundo sinal, o linfócito T CD4+ vai ser ativado. A partir dessa ativação ele pode ter duas respostas, que pode ser a resposta TH1 ou a TH2.
Na resposta TH1 ele (o linfócito) vai voltar para o tecido inflamado e vai ativar macrófagos, que vão fortalecer seus gránulos citotóxicos e vão aumentar a produção de fatores inflamatórios. Na resposta TH2 ele vai ativar linfócitos B, que virarão plasmócitos, os quais vão começar a produzir imunoglobinas (ou anticorpos) para combater o antígeno.
Se nós apresentarmos células nucleadas no nosso corpo que estiverem apresentando mutação (neoplasia) ou um vírus, elá produzirá proteína errada. E ela apresentará essa proteína errada pelo MHC classe I. Quando o linfócito T CD8+ encontrar essa proteína, ele vai se ligar a ela. Ligando-se ele apresentará o primeiro e o segundo sinal. Podendo matá-la de duas formas. Ou por gránulos citotóxicos, que são a perfurina que vai abrir um poro no antígeno, ou a granzima que vai ativar a via das caspazes. Esses dois mecanismos vão gerar apoptose da célula.
- ↑ Fernando Gewandsznajder, Ciências, nosso corpo. Editora ática, Rio de Janeiro, 256págs.
- ↑ a b Murphy, Kenneth; Travers, Paul; Walport, Mark (2009). «Janeway Immunologie». doi:10.1007/978-3-8274-2219-4