Novellino
Novellino | |
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As cem novelas antigas, ou, Livro de novelas e de bem falar gentil | |
Le ciento novelle antike - Carlo Gualteruzzi (1500 - 1577) | |
Autor(es) | Desconhecido |
Idioma | Italiano dialetal |
Gênero | Novela |
Lançamento | Editio princeps (1525) |
Il Novellino é uma recolha de novelas toscanas que remonta às últimas duas décadas do Duecento. A obra também é conhecida como “Livro de novelas e de belo falar gentil” (em língua italiana, Libro di novelle e di bel parlar gentile), título do manuscrito mais antigo que nos chegou (m.s Firenze, BNCF, Panciatichiano 32) ou ainda “As cem novelas antigas” (Le ciento novelle antike), título com o qual foi publicada pela primeira vez em 1525 em Bolonha por um amigo de Pietro Bembo (1470 - 1547), Carlo Gualteruzzi (1500 - 1577).
Autor
[editar | editar código-fonte]A identidade do autor (ou autores) é desconhecida. Também desconhecido é o compilador de suas muitas histórias e anedotas. Os poucos traços que podem ser delineados acerca do autor do Novellino são inferidos da própria obra e permanecem genéricos: ele era de origem florentina, talvez um gibelino, seguramente um laico.
Conteúdo
[editar | editar código-fonte]A recolha originária, denominada “Ur-Novellino” pelos estudiosos (vide Conte 2001) continha por volta de 85 módulos. A maior parte das novelas não é totalmente original, mas extraída de fontes latinas da Antiguidade Clássica e da Idade Média. Apenas na “versão vulgata”, que remonta ao Cinquecento (ou seja, posterior ao Decameron, de Boccaccio), a obra é composta por 100 novelas.
Vários são os temas desenvolvidos: histórias míticas, encontros entre nobres, casos amorosos mais ou menos afortunados. Os protagonistas das novelas, por sua vez, são personagens ilustres seja da Antiguidade (como Alexandre Magno, Trajano e Sócrates) quanto da Idade Média (Ricardo Coração de Leão, Carlos Magno e Frederico Barbarossa), da Bíblia (David e Salomão), da mitologia clássica (Hércules e Narciso), do ciclo arturiano (Rei Artur, Lancelote e Tristão), do mundo islâmico (Saladino) assim como da Itália medieval (Frederico II do Sacro Império e Carlos de Anjou).
Estilo
[editar | editar código-fonte]A simplicidade do estilo do Novellino, com sua sintaxe baseada na coordenação mais do que na subordinação (em poucos casos, com orações relativas e consecutivas), não diminui o valor literário da obra, mas fornece ao texto uma prazerosa e viva imediatez. Como afirma, Sebastiano Lo Nigro, um dos editores do texto: “A partir de uma análise de tal ordem, surge, como primeiro resultado importante, a demonstração bastante persuasiva do caráter literário da prosa do Novellino, a qual não se deve considerar o produto de uma adesão ingênua aos modos elementares e desconexos do falar, mas uma criação artística deliberada que responde a uma bastante precisa exigência de estilo e cultura”.[1] Outra contribuição à eficácia do Novellino é a vontade do autor em não divagar em aprofundamentos psicológicos das personagens ou em descrições minuciosas de sua ambientação.
Edições
[editar | editar código-fonte]- Alvaro, Corrado. Il Novellino ossia Le cento novelle antiche. Italia: Garzanti, 1945.
- Biagi, Guido. Le novelle antiche dei codici Panciatichiano-palatino 138 e Laurenziano-gaddiano 193. Firenze: Sansoni, 1880.
- Carbone, Domenico. Il Novellino ossia Libro di bel parlar gentile con aggiunta di dodici novelle di Franco Sacchetti. Firenze: G. Barbèra, 1872.
- Conte, Alberto. Il Novellino. Roma: Salerno Editrice, 2001.
- Di Francia, Letterio. Le cento novelle antiche o Libro di novelle e di bel parlar gentile detto anche Novellino. Torino: UTET, 1930.
- Favati, Guido. Il Novellino. Testo critico, introduzione e note. Genova: Fratelli Bozzi, 1970.
- Lo Nigro, Sebastiano. Novellino e conti del Duecento. Torino: UTET, 1963.
- Manni, Domenico Maria. Libro di Novelle e di Bel Parlar Gentile contenente Cento Novelle Antiche, t. 1. Firenze: Stamperia di Giuseppe Vanni, 1778.
- Mouchet, Valeria. Il Novellino. Bergamo: BUR, 2015.
- Segre, Cesare. “Il ‘Novellino’”. In. La prosa del Duecento. Milano: Riccardo Ricciardi Editore, 1959, pp.793-881.
Traduções
[editar | editar código-fonte]- Cingria, Charles-Albert. Le Novellino. Les cent nouvelles antiques ou le livre du beau parler gentil. Saverne: Club des Libraires de France, 1955.
- Consoli, Joseph P. The Novellino or One hundred ancient tales. An Edition and Translation based on the 1525 Gualteruzzi edition princeps. New York: Routledge, 1997.
- Juliani, Talita Janine; Nápoli, Tiago Augusto. O Novellino. Introdução, tradução e notas. São Paulo: Editora Mnēma, 2024.
- Payne, Roberta L. The Novellino. New York: Peter Lang, 1995.
- Storer, Edward. Il Novellino. The Hundred Old Tales. London: George Routledge & Sons Ltd., 1925.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Aruch, Aldo. “‘Recensione a Le cento novelle antiche’ (ed. Sicardi)”. In: Rassegna bibliografica della letteratura italiana, XVIII, 1910, pp. 35-51.
- Battaglia Ricci, Lucia. “In Toscana, prima del canone. La novella tra Novellino e Decameron”. In: La forma breve del narrare. Novelle, Contes, Short stories. Pisa: Pacini Editore, 2013, pp. 35-63.
- ______. “Introduzione”. In: Il Novellino. Milano: BUR, 2008, pp. 5-25.
- ______. “Leggere e scrivere novelle tra ‘200 e ‘300”. In: La novella italiana. Atti del Convegno di Caprarola. 19-24 settembre 1988, t. 2. Roma: Salerno Editrice, 1989, pp. 629-655.
- ______. “Novellino”. In: Letteratura italiana. Le opere. Dalle origini al Cinquecento, vol. 1. Torino: Giulio Einaudi Editore, 1992, pp. 61-84.
- Biagi, Guido. “Ancora l’edizione borghiniana del Novellino”. In: Miscellanea di studi in onore di Attilio Hortis, vol. 1. Trieste: G. Caprin, 1910, pp. 221–224.
- ______. Le novelle antiche dei codici Panciatichiano-Palatino 138 e Laurenziano-Gaddiano 193. Firenze: Sansoni, 1880.
- Ciepielewska-Janoschka, Anna. (ed.). Viaggio d’oltremare e Libro di novelle e di bel parlar gentile. Berlin: De Gruyter,
2011.
- Conte, Alberto. “Il Novellino, il Decameron e il primato della novella: intertestualità e cronologia”. In: Filologia e critica, a. 38, fasc. 1, 2013, pp. 33-67.
- D’Ancona, Alessandro. “Del Novellino e delle sue fonti”. In: Studj di critica e storia letteraria, vol. 2. Bologna: Nicola Zanichelli, 1912, pp. 1-163.
- Di Francia, Letterio. “Introduzione”. In: Le cento novelle antiche o Libro di novelle e di bel parlar gentile detto anche Novellino. Torino: UTET, 1930, pp. v-xli.
- ______. Storia dei generi letterari italiani. Novellistica. Vol. I. Dalle origini al Bandello. Milano: Casa Editrice Dottor Francesco Vallardi, 1924.
- Lo Nigro, Sebastiano. “Per il testo del ‘Novellino’”. In: Giornale storico della letteratura italiana, vol. 141, fasc. 433, 1964, pp. 51–102.
- Marti, Mario; Segre, Cesare. (eds.). La prosa del Duecento. Milano: Riccardo Ricciardi Editore, 1959.
- Mouchet, Valeria. “Il Novellino: non ancora novella, quasi novella, o novella?”. In: Il Novellino. Bergamo: BUR, 2015, pp. 171-179.
- Mulas, Luisa. Lettura del “Novellino”. Roma: Bulzoni Editore, 1984.
- Neri, Achille. “Un antico ricordo genovese nel Novellino”. In: Giornale ligustico di archeologia, storia e belle arti. Genova: Tipografia del R. Istituto Sordo-Muti, 1881, pp. 40-42.
- Picone, Michelangelo. “Storia del (macro)testo del Novellino”. In: Rassegna europea di letteratura italiana, n. 18, 2001, pp. 9-28.
- Segre, Cesare. “Introduzione”. In: La Prosa del Duecento. Milano: Riccardo Ricciardi Editore, 1959, pp. vii-xliii.
- ______. “La novella e i generi letterari”. In: La novella italiana. Atti del Convegno di Caprarola. 19-24 settembre 1988, t. 1. Roma: Salerno Editrice, 1989, pp. 47-57.
- ______. “Prefazione”. In: Viaggio d’oltremare e Libro di novelle e di bel parlar gentile. Berlin: De Gruyter, 2011, pp. v-viii.
- ______. “Sull’ordine delle novelle nel Novellino”. In: Dal Medioevo al Petrarca. Miscellanea di studi in onore di Vittore Branca, vol. 1. Firenze: Leo S. Olschki, 1983, pp. 129–139.
- Travi, Ernesto. “Dal Libro di novelle e di bel parlar gentile a Le cento novelle antiche”. In: Miscellanea del Centro di Studi Medievali, s. II, 52, 1958, pp. 209-263.
- Vàrvaro, Alberto. “Tra cronaca e novella”. In: La novella italiana. Atti del Convegno di Caprarola. 19-24 settembre 1988, t. 1. Roma: Salerno Editrice, 1989, pp. 155-171.
- ↑ Lo Nigro, 1963, p. 33.
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Biblioteca Apostolica Vaticana, Le cento novelle, Vat. 3214, 1523, 1r-87v. Endereço: https://digi.vatlib.it/view/MSS_Vat.lat.3214