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Nova Versão Transformadora

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nova Versão Transformadora
Nome: Nova Versão Transformadora
Abreviação: NVT
Publicação da Bíblia completa: 2016
Base textual: NT: Novum Testamentum Graece de Nestle-Aland. AT: Texto Massorético da Bíblia Hebraica, Manuscritos do Mar Morto, Pentateuco samaritano, Vulgata, Peshitta, Targum.
Tipo de tradução: Equivalência Formal e Dinâmica
Editora: Mundo Cristão
Afiliação religiosa: Protestante
Gênesis 1:1-3
No princípio, Deus criou os céus e a terra. A terra era sem forma e vazia, a escuridão cobria as águas profundas, e o Espírito de Deus se movia sobre a superfície das águas. Então Deus disse: "Haja luz", e houve luz.
João 3:16
Porque Deus amou tanto o mundo que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.

A Nova Versão Transformadora (NVT) é uma tradução da Bíblia em língua portuguesa com base nos textos originais em hebraico, aramaico e grego. Lançada oficialmente em outubro de 2016 pela editora Mundo Cristão, a NVT teve por objetivo produzir uma versão fiel e acessível do texto bíblico.[1]

É equivalente à tradução anglófona New Living Translation (Nova Tradução Vivente), e também à hispanófona Nueva Traducción Viviente (NTV).

Filosofia de tradução

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Os tradutores da NVT se propuseram transpor com clareza a mensagem dos textos originais das Escrituras para o português contemporâneo. Ao fazê-lo, levaram em consideração aspectos tanto da equivalência formal como da equivalência dinâmica. Isto é, traduziram o original do modo mais simples e literal possível quando essa abordagem resultou num texto acessível e preciso. Em contrapartida, buscaram uma abordagem mais dinâmica à mensagem quando a tradução literal era de difícil compreensão, ambígua ou exigia o uso de termos arcaicos ou incomuns.

Processo e equipe de tradução

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O projeto NVT tomou como ponto de partida os métodos de tradução da edição mais recente da New Living Translation (NLT), tradução em língua inglesa publicada pela Tyndale House Publishers e conhecida por sua comunicabilidade e acessibilidade. Em 2010, a Mundo Cristão estabeleceu um Comitê de Tradução, composto por tradutores especializados nas línguas originais e por revisores de estilo e gramática. O Comitê de Tradução foi coordenado inicialmente pelo prof. Carlos Osvaldo Cardoso Pinto (1950–2014), doutor em Hermenêutica e Exposição Bíblica pelo Dallas Theological Seminary. Após seu falecimento, a coordenação foi assumida pelo prof. Estevan F. Kirschner, doutor em Novo Testamento pela London School of Theology. A versão final do texto foi concluída em maio de 2016.[2]

Na tradução do Antigo Testamento, a NVT empregou o Texto Massorético da Bíblia hebraica, representado na Biblia Hebraica Stuttgartensia (1977), com seu amplo sistema de notas textuais e que constitui uma atualização da Biblia Hebraica de Rudolf Kittel (Stuttgart, 1937). Também houve comparações com os Manuscritos do Mar Morto, a Septuaginta e outros manuscritos gregos, o Pentateuco Samaritano, a Peshitta Siríaca, a Vulgata Latina e outras versões ou manuscritos que esclarecem o significado de passagens difíceis.

Os tradutores do Novo Testamento usaram as duas edições clássicas do Novo Testamento em grego: o Greek New Testament, publicado pela United Bible Societies (UBS, 4ª edição revisada, 1993), e o Novum Testamentum Graece, editado por Nestle e Aland (NA, 27ª edição, 1993). No entanto, os tradutores escolheram diferir dos textos gregos da UBS e de NA nos casos em que outras evidências textuais acadêmicas corroboravam sua decisão, seguindo variações encontradas em outras testemunhas textuais antigas. Essas variações significativas são sempre indicadas nas notas textuais da NVT.[3]

Aspectos da tradução

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Segundo os editores, o trabalho de tradução da NVT buscou oferecer um texto que pudesse ser entendido com facilidade por um leitor típico da língua portuguesa contemporânea.[4] Assim, procurou-se usar apenas vocabulário e estruturas gramaticais de uso comum nos dias de hoje. Para isso, houve:

  • Conversão de pesos e medidas antigos (p. ex., “efa” [unidade de medida de secos] ou “côvado” [unidade de comprimento]) para equivalentes contemporâneos em língua portuguesa, com notas de rodapé trazendo as medidas literais em hebraico, aramaico ou grego.
  • Esclarecimento de linguagem metafórica. Por exemplo, em vez de: “Seu pescoço é como a torre de Davi” (Ct 4.4), traduz-se por: “Seu pescoço é belo, como a torre de Davi”, a fim de esclarecer o sentido positivo pretendido pela símile.
  • Atualização de termos teológicos convencionais, com o intuito de resgatar o sentido mais próximo dos conceitos originais. Em lugar, por exemplo, de "evangelho" ou "justificar", usaram-se traduções como "boas-novas" e "declarar justos".
  • Uso de linguagem inclusiva, sem desrespeitar a natureza do contexto antigo e, ao mesmo tempo, procurando tornar a tradução mais clara para o público atual. Assim, em vez da tradução tradicional “homem” como sinônimo de espécie humana, optou-se por “seres humanos” ou “humanidade”, dentre outras escolhas.

Além disso, mais de 4.000 notas de rodapé indicam possibilidades de tradução, variações textuais, referências cruzadas e informações contextuais de ordem cultural, geográfica e histórica.

Tradução dos nomes divinos

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Na NVT, todas as ocorrências de ‘el, ‘elohim ou ‘elah foram traduzidas como “Deus”, exceto nos contextos que exigem a tradução “deus(es)”. Em geral, traduziu-se o tetragrama (YHWH) como “o SENHOR”, usando fonte versal/versalete, comum nas traduções em português. Essa tradução o distingue do nome ‘adonai, que foi traduzido como “Senhor”.

No Novo Testamento, o termo grego christos foi traduzido como “Cristo”, com uma nota de rodapé na primeira ocorrência do termo em cada livro trazendo o texto: “Ou Messias. Tanto Messias (do hebraico) como Cristo (do grego) significam “ungido”. O termo grego kurios, por sua vez, é sempre traduzido como “Senhor”.

  1. «Nova Versão Transformadora». Site da editora Mundo Cristão. Arquivado do original em 10 de agosto de 2017 
  2. «"Bíblia ganha versão com texto simples"». Estadão. 15 de outubro de 2016. Consultado em 11 de agosto de 2016 
  3. Bíblia Sagrada Nova Versão Transformadora. São Paulo: Mundo Cristão. 2016. pp. ix–xi 
  4. «"Traduções da Bíblia aposentam vocabulário arcaico e apostam na coloquialidade"». Revista Época. 17 de fevereiro de 2017. Consultado em 11 de agosto de 2017 

Ligações externas

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