Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia
Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia | |
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Logo do Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia. | |
Informações gerais | |
Tipo | Museu de arte, ciência e arqueologia industrial e centro de exposições. |
Arquiteto(a) | Amanda Levete, AL_A |
Inauguração | 4 de outubro de 2016 (8 anos) |
Proprietário(a) atual | Fundação EDP |
Diretor(a) | João Pinharanda |
Página oficial | www.maat.pt |
Área | 38 000 m² |
Geografia | |
País | Portugal |
Cidade | Lisboa |
Localidade | Av. Brasília, Central Tejo
1300-598 Lisboa |
Coordenadas | 38° 41′ 45″ N, 9° 11′ 37″ O |
Localização em mapa dinâmico |
O Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT) é um museu de arte contemporânea em Lisboa, Portugal que cruza três áreas num espaço de debate, de descoberta, de pensamento crítico e de diálogo internacional. Está situado na zona de Belém, junto a rio Tejo, em terrenos conquistados por Lisboa ao rio Tejo, no final do século XIX, numa das zonas de maior monumentalidade histórica da cidade onde podemos encontrar, entre outros, o Mosteiro dos Jerónimos, o Centro Cultural de Belém, a Torre de Belém, o Padrão dos Descobrimentos, o Palácio e Museu da Presidência da República Portuguesa, ou a Cordoaria Nacional.
Edifício classificado de Imóvel de Interesse Público,[1] é constituído por dois pólos: a antiga Central Tejo e o Novo Edifício. A Central Tejo foi inaugurada em 1990, como Museu da Electricidade, com o reaproveitamento de uma antiga central de produção de energia eléctrica e novo edifício (da autoria da arquitecta britânica Amanda Levete) em outubro de 2016.[2][3][4][5] O MAAT ocupa uma área de 38 mil metros quadrados e é parte integrante da Fundação EDP que pertence ao Grupo EDP - Energias de Portugal, SA. Os dois edifícios são unidos por um jardim pensado pelo arquitecto paisagista Vladimir Djurovic.
Pólos
[editar | editar código-fonte]O MAAT
[editar | editar código-fonte]O MAAT - Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia traduz a ambição de apresentar exposições nacionais e internacionais com o contributo de artistas, arquitetos e pensadores contemporâneos, permitindo refletir sobre grandes temas e tendências atuais. A sua programação teve início a 30 de junho de 2016, com a apresentação de quatro exposições, em salas renovadas do edifício da Central Tejo. A 5 de outubro do mesmo ano, o novo edifício foi inaugurado com uma obra de grandes dimensões criada pela artista francesa Dominique Gonzalez-Foerster especificamente para este espaço.
Através do MAAT - Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, a Fundação EDP oferece um novo impulso cultural e paisagístico à cidade de Lisboa. A diversidade de programas e de espaços tornam-no num importante ponto no roteiro cultural da cidade, uma proposta pensada para todos os públicos, para todas as idades.
O interior do MAAT
[editar | editar código-fonte]O interior do edifício contempla quatro espaços expositivos num total de cerca de 3 mil quadrados: a Galeria Oval, a Galeria Principal, o Vídeo Room e o Project Room[6]. A Galeria Oval é a primeira área expositiva, com 800 metros quadrados, ao longo de uma curva, oferece um percurso pelo interior do edifício e pelos seus projetos especiais.
A Galeria Principal tem cerca de 1.000 metros quadrados e está localizada no piso mais baixo do edifício. É um espaço versátil que, consoante a programação, poderá apresentar-se como uma única unidade ou configurar-se em vários espaços. Por sua vez, o Project Room e o Video Room são duas salas destinadas à apresentação de projetos em filme ou vídeo, instalações, entre outros suportes.
Central Tejo
[editar | editar código-fonte]A Central Tejo constitui o antigo Museu da Electricidade e apresenta nos seus espaços, o passado, o presente e o futuro das Energias, num conceito de Museu de Ciência e de Arqueologia industrial, onde convivem lado a lado exposições temáticas e experimentais, com os mais variados eventos culturais e empresariais. O seu edifício desenvolve-se no perímetro da antiga central termoeléctrica - Central Tejo, que iluminou a cidade de Lisboa durante mais de quatro décadas.
A abertura inicial deste Museu deu-se em 1990, ainda como Museu da Electricidade. Passados dez anos, passou por um novo período de reabilitação dos seus edifícios e equipamentos, para reabrir ao público em 2006.
Hoje, pelo seu aspecto cultural e multidisciplinar, o visitante pode desfrutar de variados eventos; desde a exposição permanente do Museu, onde se mostra e explica por intermédio da maquinaria original da antiga Central Tejo o seu modo de funcionamento e o seu ambiente de trabalho, até às exposições temporárias de grande diversidade (fotografia, escultura, pintura, ...) passando ainda por espaços didácticos e mais lúdicos versando o tema das energias, como jogos pedagógicos, ou mostras de energia solar no exterior, teatro, concertos, conferências, etc.
O Interior da Central Tejo
[editar | editar código-fonte]Todo o conjunto que constitui a Central Tejo representa uma antiga Central Termoeléctrica que abasteceu de electricidade Lisboa e a sua região. Trata-se de um edifício único no panorama arquitectónico de Lisboa, e um dos mais belos exemplos de arquitetura industrial da primeira metade do século XX em Portugal.
A Central Tejo foi construída entre 1908 e 1951 conhecendo por isso ao longo deste período diversas fases de ampliação. A sua estrutura segue o tipo da arquitetura ocidental do ferro com revestimento em tijolo, que configura e decora as fachadas em estilos artísticos que abrangem desde a arte nova, nos seus corpos mais antigos (edifício de baixa pressão), até ao classicismo nos mais contemporâneos (edifício de alta pressão). Com a expansão da central foram adquiridos ao longo dos anos terrenos e outros edifícios contíguos à própria central, tornando-se hoje no grande conjunto industrial com diversos fins culturais tendo sempre como pano de fundo o rio Tejo que lhe deu o nome.
Devido ao seu estado de conservação, entre 2001 e 2005 o Museu sofreu obras de restauro para consolidar a sua estrutura, tratar das suas fachadas e maquinaria interior e, com um novo projecto museológico, transformou-se naquilo que hoje é visível.
Visita Virtual
[editar | editar código-fonte]Tudo começa na denominada Praça do Carvão, lugar de acolhimento aos visitantes e também espaço para exposições e eventos; era aqui neste local que no passado, a partir do rio Tejo, se descarregavam toneladas de carvão para o fornecimento das caldeiras. Nesta mesma praça podem-se contemplar o crivo, os silos e as noras elevatórias que misturavam e encaminhavam o carvão até à parte superior do edifício das caldeiras de Alta Pressão.
A entrada no interior do complexo industrial realiza-se pela Sala de Exposições, antigo edifício das caldeiras de Baixa Pressão; actualmente é um espaço livre onde ocorrem as exposições temporárias e onde ainda se pode observar as condutas de expansão do vapor e os silos de carvão das antigas caldeiras já desaparecidas.
Daqui acede-se à Sala das Caldeiras, o antigo edifício de caldeiras de Alta Pressão; de forma imponente ressaltam à observação do visitante quatro grandes caldeiras com cerca de 30 metros de altura, respectivos painéis de controlo, circuitos de ar e de combustível, ventiladores, etc.
Destaca-se a caldeira número 15, a qual foi musealizada, possibilitando ao visitante aceder ao seu interior e descobrir a sua estrutura e componentes internos (tapete de grelhas, paredes de Bailey, queimadores de nafta, tubos de aquecimento da água, etc.). Além das caldeiras, neste amplo espaço também é dado a conhecer a história da construção da Central Tejo e uma primeira abordagem às difíceis condições de trabalho vividas pelos seus trabalhadores.
No piso inferior localiza-se a Sala dos Cinzeiros, zona onde se recolhiam as cinzas do carvão queimado ou ainda por queimar. Particular ênfase é atribuído às difíceis condições de trabalho aqui existentes, consequências do calor existente e da respiração de cinzas resultantes da queima do carvão. Mas o conteúdo museológico não se esgota neste assunto e exemplos de trabalhos de forja, carpintaria e transporte, qualidade e origem dos carvões são apresentados.
Prosseguindo a visita, encontra-se a Sala do Experimentar, a qual está dividida em três secções: uma dedicada às fontes de energias (tanto renováveis como fósseis), outra aos cientistas que historicamente contribuíram para os avanços associados à produção de energia eléctrica, e uma terceira zona de “aprender…brincando”, onde existem diversos tipos de módulos pedagógicos e jogos relacionados com electricidade. É um espaço de diversão e aprendizagem, mostrado no final de uma visita guiada para que todos possam utilizar a sua energia e conhecimentos adquiridos.
Depois das experiências, está a Sala da Água. Neste espaço e no seguinte, a Sala das Máquinas, o discurso museográfico volta a ser igual ao das caldeiras, sendo perceptível pelos tubos pintados de várias cores que correm entre as máquinas, pelas paredes ou pelo tecto. Cada cor tem a sua correspondência de acordo com o tipo de fluido que por ali circulava: vapor seco, vapor húmido, água, etc.
Voltando à Sala da Água, mostra-se o processo de tratamento da água para poder ser posteriormente usada nas caldeiras. As máquinas que podemos observar são electrobombas, depuradores, filtros ou destiladores dos anos 40, do Século XX.
Logo a seguir a esta sala, encontra-se a Sala dos Condensadores, lugar onde estão expostos condensadores para refrigeração do vapor, assim como as bombas que permitiam a drenagem da água do rio Tejo, a fonte fria essencial ao funcionamento da Central Termoeléctrica. Na parte posterior da sala, onde estão expostos disjuntores dos grupos geradores da central, encontra-se uma exposição permanente designada, Rostos da Central Tejo, uma homenagem aos trabalhadores da Central através de fotografias e audiovisuais que mostram a sua actividade e condições laborais.
No piso superior aos condensadores situa-se a Sala dos Geradores, onde se exibem dois dos cinco grupos turbo-alternadores de que dispunha a Central. Um deles foi musealizado abrindo a sua estrutura para mostrar os componentes internos e permitir uma melhor percepção ao visitante sobre como se gerava a energia eléctrica.
Finalmente, sob um patamar superior, está a Sala de Comando; o lugar onde se controlavam os geradores, assim como a subestação e a respectiva distribuição da electricidade pela rede eléctrica alimentada pela central. Hoje, está convertida em mais uma zona de experimentar onde os guias do museu explicam a história associada à produção de energia eléctrica através de exemplos práticos e quotidianos, como a pilha de limões, o funcionamento das energias renováveis ou a simplificação do processo produtivo da própria central, com uma botija de gás e uma panela de pressão, tudo isto numa perspectiva pedagógica adequada ao público em questão.
Acervo
[editar | editar código-fonte]A colecção do Museu da Electricidade, não se resume somente à parte visível do museu, mas também ao seu acervo.
A prioridade tem-se baseado na recuperação dos elementos passíveis de exposição, através do seu restauro e conservação, e na aquisição, preservação e inventariação de novas peças, vindas de outras instalações de todo o pais, ou doações de particulares.[7]
Neste momento, o Museu alberga uma grande quantidade de bens móveis expostos, como caldeiras, turbo-alternadores e condensadores das 1930- 50, e bens em acervo, como peças e equipamentos que abrangem os finais do século XIX até os dias de hoje. Destaca-se a colecção de electrodomésticos, máquinas eléctricas, peças e moldes de iluminação pública e privada em madeira e ferro, equipamentos de laboratório, válvulas, maquetas, etc.
Centro de Documentação
[editar | editar código-fonte]O Centro de Documentação do Museu da Electricidade tem como finalidade estabelecer-se num centro especializado no estudo e conhecimento da energia e especialmente da electricidade.[8] É constituído cerca de 60 000 volumes de documentos em diversos formatos (documentos, plantas, livros, vídeos, etc.) que abrangem o período desde 1848 até aos nossos dias. Mais de 90.000 fotografias e aproximadamente 15.000 livros, a maioria especializados em electricidade (em todos os seus aspectos: técnicos, construtivos, económicos, históricos ou sociais), mas também monografias sobre património e arqueologia industrial, museologia, temas de cultura geral, enciclopédias e publicações periódicas.
O centro tem ainda uma política de identificação e incorporação de documentos, que podem ser consultados na internet ou no próprio centro, assim como a publicação de monografias sobre a história da electricidade em Portugal.
Actividades
[editar | editar código-fonte]Ao longo do ano realiza-se uma grande quantidade de actividades no Museu da Electricidade, tanto no interior como no exterior, tais como exposições temporárias, o “Mês da Ciência”, concertos, conferências, etc.
Neste sentido, a praça do Carvão não se manifesta apenas em dar as boas-vindas aos visitantes do Museu. Por vezes transforma-se realmente numa sala a céu aberto, onde se desenvolve toda uma série de eventos de uma diversidade apaixonante.
Mês de Ciência
[editar | editar código-fonte]Durante o mês de Maio na praça do Carvão realiza-se o Mês da Ciência, umas jornadas que integram várias actividades. Apesar de a maioria já se realizar no passado, a sua primeira edição como jornadas anuais foi em 2009. Os eventos dentro do Mês da Ciência são as Olimpíadas de Física (competição para os jovens estudantes), a Mostra Nacional da Ciência, a Festa da Criança, o Festival Solar e o Rali Solar. À excepção das “Olimpíadas da Física”, promovidas pela Sociedade Portuguesa de Física, todas as actividades foram promovidas pelo Museu da Electricidade.
O que fazer no MAAT?
[editar | editar código-fonte]No MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia[9] é possível visitar exposições nacionais e internacionais com o contributo de artistas, arquitetos e pensadores contemporâneos sobre grandes temas e tendências atuais. É possível ainda assistir a diversos olhares curatoriais sobre a Coleção de Arte da Fundação EDP.
Programas e Eventos
Programas e eventos para adultos compostos por conversas, conferências, performances ou happenings com artistas, curadores, arquitetos e pensadores de diferentes áreas. Espaços de reflexão e diálogo em torno dos temas abordados pelas exposições apresentadas no MAAT[10] e sobre tendências e questões da contemporaneidade.
Visitas Orientadas
Visitas orientadas através de percursos temáticos diversos que desafiam o pensamento crítico e a criatividade, numa lógica de conhecer para interpretar. Estas visitas, pensadas à medida dos diversos públicos – crianças, jovens, adultos, públicos com necessidades educativas especiais – e sustentadas no diálogo, enriquecem a relação com a arte, arquitetura e tecnologia.
Cursos e Workshops
Cursos e workshops teóricos e práticos de artes visuais que exploram temas e disciplinas do MAAT disponibiliza. Destinadas a jovens e adultos, estas atividades são um fio condutor entre as temáticas das exposições e a aplicação prática de diferentes técnicas artísticas.
Oficinas Criativas
Oficinas criativas para crianças e jovens que exploram vários materiais e técnicas como forma de apropriação e de construção do conhecimento, desenvolvendo a criatividade e estimulando a expressão motora e pessoal.
Programa Educativo
[editar | editar código-fonte]O MAAT oferece um programa educativo de atividades interdisciplinares sobre arte, arquitetura e tecnologia [11]– propostas que pretendem fomentar o pensamento criativo e novas formas de apropriação e de construção do conhecimento.
Sob a alçada do Programa Educativo, o Serviço Educativo do MAAT é um espaço de comunicação, de reflexão, de criatividade e de muita experimentação. É um ponto de encontro entre diversas disciplinas artísticas e tecnológicas, e entre diferentes idades, nacionalidades, profissões e necessidades educativas; é um espaço de aprendizagem ao serviço da sociedade que procura democratizar o acesso à cultura.
Loja MAAT
[editar | editar código-fonte]Na loja do MAAT é possível adquirir design contemporâneo inspirado na marca (MAAT) e nas fachadas em cerâmica que caracterizam o exterior do edifício. Através de parcerias com empresas portuguesas conceituadas, na loja do MAAT o visitante encontra lápis Viarco, cadernos cosidos à mão e, chocolates Arcádia e jóias de autor. Os Membros MAAT beneficiam de 10% de desconto em vários produtos.
Horário
[editar | editar código-fonte]A Central Tejo e o MAAT estão abertos ao público das 10h00 às 19h00. Encerram às terças-feiras.
Morada
[editar | editar código-fonte]Fundação EDP, Av. Brasília, Central Tejo, Belém, 1300-598 Lisboa
Área Envolvente
[editar | editar código-fonte]Para vencer a barreira criada pela Avenida da Índia, Linha de Cascais e Avenida de Brasília foi construída uma ponte pedonal, ligando directamente ao telhado do edifício do museu. Foi também reconstruido parte do paredão do rio Tejo desta zona e ajardinada a zona em redor do museu.
- ↑ Ficha do património/IGESPAR. Decreto do Governo, número 1/86 de 3 Janeiro
- ↑ «Uma onda MAAT sobre o rio». TSF. 3 de outubro de 2016. Consultado em 4 de outubro de 2016
- ↑ «Lisboa ganha um novo museu e miradouro sobre o rio». Jornal de Notícias. 3 de outubro de 2016. Consultado em 4 de outubro de 2016
- ↑ «Tudo o que tem de saber sobre o MAAT, o novo museu de Lisboa». NiT - New in Town. 3 de outubro de 2016. Consultado em 4 de outubro de 2016
- ↑ «MAAT. O que já se sabe sobre o novo museu de Lisboa». Observador. 30 de setembro de 2016. Consultado em 4 de outubro de 2016
- ↑ «Interior Do MAAT - Museu De Arte, Arquitetura E Tecnologia Foto Editorial - Imagem de portugal, inside: 80481406». pt.dreamstime.com. Consultado em 28 de março de 2019
- ↑ «Acervo e restauro à Wikienergia». Consultado em 6 de outubro de 2016. Arquivado do original em 30 de junho de 2012
- ↑ «Secção do Centro de Documentação à Wikienergia». Consultado em 6 de outubro de 2016. Arquivado do original em 30 de junho de 2012
- ↑ «MAAT». MAAT. Consultado em 28 de março de 2019
- ↑ «Exposições». MAAT. Consultado em 28 de março de 2019
- ↑ «MAAT - Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia». lifecooler.com. Consultado em 28 de março de 2019