Maria Bochkareva
Maria Bochkareva | |
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Nascimento | Julho de 1889 Nikolsko, Rússia |
Morte | 16 de maio de 1920 (30/31 anos) Krasnoyarsk, Rússia Soviética |
Serviço militar | |
País | Império Russo República Russa |
Unidades | 25º Batalhão de Reserva de Tomsk |
Comando | 1º Batalhão da Morte |
Conflitos | Primeira Guerra Mundial |
Maria Leontievna Bochkareva (em russo: Мари́я Лео́нтьевна Бочкарёва, Maria Leontievna Bochkaryova; née Frolkova (Фролко́ва), apelidada Yashka; 1889–1920) foi uma militar russa que lutou na Primeira Guerra Mundial no Batalhão de Morte das Mulheres (Женские батальоны смерти). Ela foi a primeira mulher russa a comandar uma unidade militar.[1]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Bochkareva nasceu em julho de 1889, filha de um sargento do exército imperial russo veterano das Guerras russo-turcas. Ela se casou aos 16 anos e foi morar em Tomsk, na Sibéria. Quando o marido começou a abusa-la, ela fugiu para Sretensk, em Krai de Zabaykalsky, onde começou um relacionamento com um homem judeu, que durou pouco anos. Ela também foi abusada nesse relacionamento.[2]
Quando a Primeira Guerra Mundial começou em 1914, ela tentou se alistar no exército mas foi rejeitada de início. Meses depois, conseguiu ser aceita e foi servir em Polatsk no 28º Regimento do 2º exército imperial russo, servindo primordialmente como médica. Ela era muito maltratada e constantemente abusada sexualmente pelos soldados ao seu redor. Cansada disso, ela pediu dispensa na primavera de 1917. Contudo, após a Revolução de Fevereiro, Mikhail Rodzianko, chefe da Duma, pediu para ela criar um batalhão formado apenas por mulheres. Naquela época, o exército russo estava desmoralizado e acreditava-se que um grupo de combate formado por mulheres iria envergonha-los e força-los a lutar. O batalhão feminino tinha 2 000 voluntárias inicialmente, mas no final do treinamento (e após muitos abusos) sobraram apenas 300. Bochkareva foi promovida a patente de tenente e sua unidade participou da Ofensiva de Kerensky. No final, o batalhão de mulheres atuou bem mas não cumpriu seu objetivo de encorajar os homens.[2]
Bochkareva treinou outros batalhões de mulheres ainda em 1917 até a Revolução de Outubro, quando sua unidade foi dispensada e ela se mudou para São Petersburgo. Lá ela foi presa pelos Bolcheviques, mas foi solta logo em seguida. Bochkareva então entrou em contato com o general Lavr Kornilov do Exército Branco pró-Czarista e quando os comunistas descobriram eles se preparam para prende-la e executa-la. Em abril de 1918, ela foi obrigada a deixar a Rússia e fugiu para os Estados Unidos. No mesmo ano, ela foi para o Reino Unido onde ficou pouco tempo. Bochkareva queria encorajar as Potências Ocidentais a intervir na crise interna russa (que mais tarde escalaria para uma guerra civil total). Enquanto estava em solo americano, ela ditou suas memórias, Yashka: Minha vida como Camponesa, Exilada e Soldado, para o jornalista imigrante Isaac Don Levine.[2]
Ao final de 1918, ela voltou para a Rússia, chegando na cidade de Arkhangelsk, e tentou organizar um batalhão de mulheres para lutar contra os comunistas mas não foi bem sucedida. Em abril de 1919, ela partiu para Tomsk e tentou criar uma unidade médica sob comando do almirante Aleksandr Kolchak, mas acabou sendo capturada pelos bolcheviques. Ela foi enviada para Krasnoyarsk, onde foi interrogada por quatro meses e então sentenciada a morte por "crimes contra a classe operária". Bochkareva foi executada por um pelotão de fuzilamento em 16 de maio de 1920.[2]
- ↑ Fábio Laudônio. «Qual foi o primeiro país a aceitar mulheres nas Forças Armadas?». Mundoestranho.abril.com.br. Consultado em 13 de julho de 2017
- ↑ a b c d «The Female Soldier: Maria Bochkareva». TheFemaleSoldier.com. Consultado em 13 de julho de 2017
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Botchkareva, Maria. Yashka: My Life as Peasant, Exile, and Soldier. As told to Isaac Don Levine (New York: Frederick A. Stokes, 1919)