Morpho epistrophus
Morpho epistrophus | |||||||||||||||||||
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M. epistrophus, subespécie catenaria ( = Morpho catenarius), em vista superior. As asas translúcidas permitem ver os ocelos. | |||||||||||||||||||
M. epistrophus, subespécie argentinus, em repouso.
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Classificação científica | |||||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||||
Morpho epistrophus (Fabricius, 1796)[3] | |||||||||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||||||||
Papilio epistrophus Fabricius, 1796 Papilio laertes Drury, 1782 Papilio catenaria Perry, 1811 Morpho iphitus C. & R. Felder, 1867 Morpho laertes Fruhstorfer, 1912 Papilio cerulescens Larrañaga, 1923 Morpho catenaria Le Moult & Réal, 1962 Morpho titei Le Moult & Réal, 1962 Morpho catenarius[3] |
Morpho epistrophus é uma borboleta neotropical da família Nymphalidae, subfamília Satyrinae[2] e tribo Morphini,[1] descrita em 1796 por Johan Christian Fabricius e com subespécies distribuídas pelo Brasil (Pernambuco, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Minas Gerais[carece de fontes], São Paulo, Paraná,[7] Santa Catarina, Rio Grande do Sul), Paraguai, Uruguai e Argentina.[3] Visto por cima, o padrão básico da espécie (macho) apresenta asas translúcidas de coloração azul pálido com as pontas das asas anteriores de coloração enegrecida e com desenhos característicos de mesma tonalidade em sua superfície.[8][9] Vista por baixo, apresenta asas de igual coloração, onde se destaca uma sequência de seis ocelos com anéis de coloração amarela nas asas posteriores.[10][8][9][11] Tais ocelos podem ser atrofiados, quase formando uma linha, ou até mesmo em forma de meia-lua.[12] O dimorfismo sexual é acentuado, com as fêmeas maiores, menos frequentes e com asas apresentando marcações marmoreadas no verso.[13][14] Atingem pouco mais de dez centímetros (macho) a 13.5 centímetros (fêmea) de envergadura. Segundo Eurico Santos, Ferreira de Almeida, em lotes que criou desta borboleta, sempre encontrou a proporção de 100 machos para cada fêmea. Lagartas de coloração avermelhada, de vida gregária em grupos de 50 a 70 indivíduos.[15]
Nomenclatura e alimentação das lagartas
[editar | editar código-fonte]Os seguintes nomes vernáculos são citados para esta espécie: "Bandera argentina" (em espanhol),[5] "Azulão",[15][16] "Janeira" e "Borboleta-da-coronilha" (em português).[carece de fontes] "Azulão" é uma referência à cor das asas da espécie e "Borboleta-da-coronilha" é uma referência ao fato de, no estágio de lagarta, a espécie se alimentar de folhas de uma planta do gênero Scutia, conhecida por "Coronilha" (Scutia buxifolia);[17] mas também alimentando-se de folhas de Inga uruguensis,[18] Lonchocarpus nitidus,[5] Acacia longifolia, "Branquilho", "Camboatá" e "Cocão".[7] Outra denominação é "Borboleta-branca-azulada"[11] ou simplesmente "Borboleta-branca".
Hábitos
[editar | editar código-fonte]Adrian Hoskins cita que a maioria das espécies de Morpho, quando adultas, passa as manhãs patrulhando trilhas ao longo dos cursos de córregos e rios. Nas tardes quentes e ensolaradas, às vezes, podem ser encontradas absorvendo a umidade da areia, visitando seiva a correr de troncos ou alimentando-se de frutos em fermentação.[19][13] Segundo Otero, M. epistrophus, tanto na obsoleta denominação de Morpho catenarius (Perry, 1811)[8] quanto na de Morpho laertes (Drury, 1782),[9] voa durante os meses do verão; afirmando que esta última é ávida por sugar os frutos de Artocarpus heterophyllus (a "Jaqueira").[4]
Subespécies
[editar | editar código-fonte]M. epistrophus possui quatro subespécies:[3]
- Morpho epistrophus epistrophus - Descrita por Fabricius em 1796, de exemplar proveniente do Brasil.[9]
- Morpho epistrophus catenaria - Descrita por Perry em 1811, de exemplar proveniente do Brasil.[8]
- Morpho epistrophus argentinus - Descrita por Fruhstorfer em 1907, de exemplar proveniente do Paraguai.[20]
- Morpho epistrophus titei - Descrita por Le Moult & Réal em 1962, de exemplar proveniente do Paraguai.[21]
- ↑ a b «Morphinae» (em inglês). Lepidoptera and some other life forms. 1 páginas. Consultado em 28 de junho de 2015
- ↑ a b M. A. Marín; C. Peña; A. V. L. Freitas; N. Wahlberg; S. I. Uribe (2011). «From the phylogeny of the Satyrinae butterflies to the systematics of Euptychiina (Lepidoptera: Nymphalidae): history, progress and prospects» (em inglês). Neotropical Entomology (Scielo.br). 1 páginas. Consultado em 28 de junho de 2015
- ↑ a b c d e «Morpho» (em inglês). Lepidoptera and some other life forms. 1 páginas. Consultado em 28 de junho de 2015
- ↑ a b OTERO, Luiz Soledade; MARIGO, Luiz Claudio (1990). Borboletas. Beleza e comportamento de espécies brasileiras 1ª ed. [S.l.]: Marigo Comunicação Visual. p. 73/114-115. 128 páginas. ISBN 85-85352-01-9
- ↑ a b c Andrea Antonuci (28 de dezembro de 2009). «La importancia de un árbol nativo en la vida de una mariposa» (em espanhol). Asociación Ribera Norte. 1 páginas. Consultado em 28 de junho de 2015
- ↑ Adalbert Seitz (1924). «The Macrolepidoptera of the world : a systematic account of all the known Macrolepidoptera. Volume V: The American Rhopalocera.» (em inglês). Biodiversity Heritage Library. 1 páginas. Consultado em 28 de junho de 2015
- ↑ a b «Segundo catálogo de insectos». Forgotten books. Dezembro de 1927. Consultado em 28 de junho de 2015.
438. Morpho catenarius (Perry). Lagarta sobre Acacia longifolia, branquilho, camboatá, cocão e ingazeiro. Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
- ↑ a b c d «Morpho catenarius Perry, 1811 ( = Morpho epistrophus catenaria) macho» (em inglês). Lepidoptera brasiliensis. 1 páginas. Consultado em 28 de junho de 2015
- ↑ a b c d «Morpho laertes (Drury, 1782) ( = Morpho epistrophus epistrophus) macho» (em inglês). Lepidoptera brasiliensis. 1 páginas. Consultado em 28 de junho de 2015
- ↑ Gerardo Lamas. «Morpho epistrophus catenaria (Perry, 1811) - macho, vista inferior» (em inglês). Butterflies of America. 1 páginas. Consultado em 28 de junho de 2015
- ↑ a b Germano Woehl Junior (21 de fevereiro de 2012). «Borboleta-branca-azulada Morpho epistrophus sp. Corredeiras do rio Itajaí, em Itaiópolis - Santa Catarina». Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade. 1 páginas. Consultado em 28 de junho de 2015
- ↑ Gerardo Lamas. «Morpho epistrophus titei (FLe Moult & Réal, 1962) - macho, vista inferior» (em inglês). Butterflies of America. 1 páginas. Consultado em 28 de junho de 2015
- ↑ a b Jessie Pereira dos Santos; Cristiano Agra Iserhard; Melissa Oliveira Teixeira; Helena Piccoli Romanowski (2011). «Fruit-feeding butterflies guide of subtropical Atlantic Forest and Araucaria Moist Forest in state of Rio Grande do Sul, Brazil» (em inglês). Biota Neotropica, vol. 11, no. 3. 1 páginas. Consultado em 28 de junho de 2015
- ↑ Gerardo Lamas. «Morpho epistrophus argentinus (Fruhstorfer, 1907) - fêmea, vista inferior» (em inglês). Butterflies of America. 1 páginas. Consultado em 28 de junho de 2015
- ↑ a b SANTOS, Eurico (1985). Zoologia Brasílica, vol. 10. Os Insetos 2ª ed. [S.l.]: Itatiaia. p. 36. 244 páginas
- ↑ «azulão (verbete)». Aulete digital. 1 páginas. Consultado em 28 de junho de 2015
- ↑ FERREIRA, A. B. H. (1986). Novo Dicionário da Língua Portuguesa 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 212 páginas
- ↑ Costa Lima (1950). «Insetos do Brasil. Tomo 6. Lepidópteros.» (PDF). UFRRJ. 356 páginas. Consultado em 28 de junho de 2015.
BOURQUIN (Mariposas Argentinas), trata do desenvolvimento de Morpho catenarius argentinus Fruhstorfer, 1907, cujas lagartas se alimentam de folhas de Inga uruguayensis.
- ↑ Adrian Hoskins. «Sickle-winged Morpho - Morpho rhetenor cacica (Staudinger, 1876)» (em inglês). Learn about butterflies. 1 páginas. Consultado em 28 de junho de 2015
- ↑ Gerardo Lamas. «Morpho epistrophus argentinus (Fruhstorfer, 1907) - macho, vista superior» (em inglês). Butterflies of America. 1 páginas. Consultado em 28 de junho de 2015
- ↑ Gerardo Lamas. «Morpho epistrophus titei (Le Moult & Réal, 1962) - macho, vista superior» (em inglês). Butterflies of America. 1 páginas. Consultado em 28 de junho de 2015