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Lombalgia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Lombalgia
Lombalgia
A lombalgia é uma condição comum que afeta a região lombar das costas.
Sinónimos Dor na região lombar
Especialidade Ortopedia, reumatologia, fisiatria
Início habitual 20 a 40 anos de idade[1]
Duração ~65% melhora em 6 semanas[2]
Tipos Aguda (menos de 6 semanas), sub-crónica (6 a 12 semanas), crónica (mais de 12 semanas)[3]
Causas Geralmente inespecíficas, em alguns casos causa subjacente significativa[1][4]
Método de diagnóstico Exames imagiológicos[5]
Tratamento Manter a atividade normal, tratamentos não farmacológicos, AINEs[2][6]
Frequência ~25% em qualquer dado mês[7][8]
Classificação e recursos externos
CID-10 M54.5
CID-9 724.2
CID-11 1815305992
MedlinePlus 007422 007425
eMedicine pmr/73
MeSH D017116
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Lombalgia ou dor na região lombar é um sintoma comum que pode resultar de várias causas distintas, pondendo ser conhecidas ou desconhecidas.[9] A dor lombar é definida como dor ou desconforto localizado na região posterior do tronco (as costas) entre a margem inferior da última costela e a dobra inferior dos glúteos, podendo ter presença ou não de dor nos membros inferiores.[9] A dor é de intensidade variável, desde um desconforto constante até dor súbita e intensa.[4]

Na maioria das pessoas com dor lombar (cerca de 90%) não é possível identificar a origem específica da dor, isto é a sua causa pato-anatómica é desconhecida, sendo esta denominada de dor lombar inespecífica.[9] A lombalgia pode ser classificada de acordo com a duração em aguda (dor com duração inferior a seis semanas), sub-crónica (6 a 12 semanas) ou crónica (mais de 12 semanas).[3] Pode também ser classificada de acordo com a causa subjacente em mecânica, não-mecânica ou por dor referida.[5]

As pessoas com dor lombar aguda inespecífica apresentam geralmente uma melhoria dos seus sintomas algumas semanas após o seu aparecimento. Entre 40 a 90% das pessoas recuperam por completo no prazo de seis semanas.[2]

Uma pequena percentagem de pessoas (cerca de 1 a 5%) apresenta dor lombar como consequência de patologias específicas graves (tais como fratura vertebral, infeções, neoplasias malignas, condições inflamatórias ou síndrome da cauda equina) que requer um tratamento específico e por vezes imediato.[9][10][11]

Epidemiologia

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A lombalgia é extremamente comum. Em qualquer momento no tempo, a condição afeta cerca de 9 a 12% de todas as pessoas no mundo (632 milhões). Cerca de 25% das pessoas afirma ter tido pelo menos um episódio no mês anterior ao questionário.[7][8] Estima-se que cerca de 40% de todas as pessoas no mundo tenham tido ou venham a ter pelo menos um episódio de dorsalgia em algum momento da vida.[7] Nos países desenvolvidos, a estimativa é de 80% das pessoas.[12] A condição afeta de igual forma homens e mulheres.[4] Os primeiros episódios manifestam-se geralmente entre os 20 e 40 anos de idade.[1] A condição é mais comum nas pessoas entre os 40 e 80 anos de idade, sendo expectável que a incidência aumente à medida que a população vai envelhecendo.[7]

Na maior parte dos episódios de lombalgia não é possível identificar uma causa específica, sendo que a dor apresenta geralmente um comportamento mecânico sendo esta assim associada a uma condição músculo-esquelética.

Quando a dor não desaparece com tratamento conservador ou é acompanhada de outros sintomas e sinais de alerta como perda de peso, febre ou problemas significativos de sensibilidade ou movimento, podem ser necessários exames complementares para diagnosticar uma causa subjacente mais grave.[5] Algumas dorsalgias são causadas por lesões nos discos intervertebrais, podendo ser identificadas pelo sinal de Lasègue.[5] Em pessoas com dor crónica, podem ocorrer distúrbios no sistema que processa a dor, causando grande quantidade de dor em resposta a situações sem gravidade.[13] Na maior parte dos casos, exames imagiológicos como a tomografia computorizada não têm utilidade e apresentam alguns riscos.[14][15] No entanto, o recurso a imagiologia tem vindo a aumentar.[16]

As "red flags" definem-se como um conjunto de sinais/sintomas recolhidos durante a avaliação da pessoa com dor lombar (através da história clínica ou da avaliação física) associadas a um aumento de risco de presença de dor lombar associada a patologias sérias.

A avaliação da presença de red flags tem sido um método utilizado para apoiar a decisão dos casos em que é necessária uma avaliação mais aprofundada a fim de despistar a presença de patologia grave. No entanto, estima-se que cerca de 80% das pessoas com dor lombar aguda apresentam pelo menos uma red flag [17], apesar de apenas cerca de 1-5% têm uma patologia médica grave associada, o que pode resultar em procedimentos desnecessários ou falsos positivos.[9][10][11]

Com base na evidência atual disponível, a combinação de um conjunto de red flags parece ser mais útil do que a presença isolada de uma red flag para guiar a decisão clínica da necessidade de uma avaliação mais aprofundada a fim de despistar a presença de fratura vertebral [10] e também para neoplasias malignas[11]. No entanto, são necessários mais estudos para determinar as diferentes combinações de red flags a serem consideradas e para avaliar o seu desempenho.[10][11]

As maioria das pessoas que experienciam um novo episódio de dor lombar inespecífica recuperam após algumas semanas. Entre 40 a 90% das pessoas recuperam completamente após seis semanas, sendo que as pessoas com dor lombar aguda (com duração inferior a 6 semanas) apresentam uma evolução mais favorável do que aqueles com dor persistente (dor lombar subaguda ou crónica, ou seja com duração superior a 6 semanas). [2]

No entanto, existem vários fatores (modificáveis ou não modificáveis) que podem influenciar a evolução e os resultados da dor lombar.

Uma revisão sistemática reuniu evidência proveniente de 60 estudos com o objetivo de investigar o impacto das expectativas de recuperação por parte da pessoa com dor lombar inespecífica na sua recuperação e na participação/retorno ao trabalho.[18] Verificou-se que expectativas positivas estão fortemente associadas a melhores resultados a nível de retorno ao trabalho. No que diz respeito a estarem associadas a uma melhor recuperação da dor lombar, à melhoria da sua funcionalidade (isto é, a capacidade de realizar as atividades da vida diária) e da intensidade da dor, a evidência ainda é controversa, sendo a mesma de baixa qualidade.[18]

É recomendado que o tratamento inicial tenha por base a atividade física e não seja baseado em fármacos.[6] A pessoa é aconselhada a manter as atividades do dia-a-dia tanto quanto a dor permita.[2] Quando o tratamento inicial não é eficaz, é recomendada a administração de anti-inflamatórios não esteroides.[6][19] Estão também disponíveis outras opções para pessoas que não melhoram com os tratamentos mais comuns. Os opióides podem ser eficazes quando a medicação mais simples não é suficiente, embora não sejam geralmente recomendados devido aos seus efeitos secundários.[4][19] A cirurgia pode ser benéfica em pessoas cuja dor tenha origem nos discos intervertebrais ou em estenose espinhal.[20][21] No entanto, não existem benefícios claros para outros casos de lombalgia não específica.[20] A dorsalgia causa frequentemente problemas emocionais, o que pode ser gerido com recurso a aconselhamento psociológico ou antidepressivos.[19][22] Existem ainda várias terapias de medicina alternativa, incluindo a Técnica de Alexander e plantas medicinais, embora não existam evidências suficientes para que possam ser recomendadas com segurança.[23] As evidências da eficácia da quiropraxia[24] e da manipulação vertebral são contraditórias.[23][25][26][27]

Referências
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  2. a b c d e Menezes Costa Lda, C; Maher, CG; Hancock, MJ; McAuley, JH; Herbert, RD; Costa, LO (7 de agosto de 2012). «The prognosis of acute and persistent low-back pain: a meta-analysis.». CMAJ : Canadian Medical Association Journal. 184 (11): E613-24. PMC 3414626Acessível livremente. PMID 22586331. doi:10.1503/cmaj.111271 
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  5. a b c d Manusov EG (setembro de 2012). «Evaluation and diagnosis of low back pain». Prim. Care. 39 (3): 471–9. PMID 22958556. doi:10.1016/j.pop.2012.06.003 
  6. a b c Qaseem, A; Wilt, TJ; McLean, RM; Forciea, MA; Clinical Guidelines Committee of the American College of, Physicians. (4 de abril de 2017). «Noninvasive Treatments for Acute, Subacute, and Chronic Low Back Pain: A Clinical Practice Guideline From the American College of Physicians.». Annals of Internal Medicine. 166 (7): 514–530. PMID 28192789. doi:10.7326/M16-2367 
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Ligações externas

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