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Língua umutina

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Umutina
Falado(a) em: Brasil
Total de falantes:
Família: Macro-jê
 Bororo
  Umutina
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: ---
ISO 639-3: umo

A língua umutina é uma língua pertencente ao tronco linguístico macro-jê, da família bororo.

A partir de 1911, muitas epidemias assolaram a região do Mato Grosso, provocando a morte de quase todos os Umutina. Os sobreviventes passaram a viver junto aos pacificadores do SPI (Serviço de Proteção ao Índio) e foram educados somente na cultura dos brancos, sendo proibidos de falarem sua língua materna.[1]

Em 2012, Luciano Ariabo Quezo, aluno do terceiro ano do curso de Letras da UFSCar, primeiro graduando indígena a desenvolver projeto de Iniciação Científica com bolsa Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), que visa à criação de um livro didático na língua indígena Umutina, para ser utilizado nas séries iniciais do Ensino Fundamental da aldeia Umutina localizada no município de Barra do Bugres, estado de Mato Grosso.[2]

Vocabulário da flora e fauna (Huare 2015):[3]

Umutina AFI Português Nome científico
aykú ajˈku gato Felis silvestris catus
ayku kuriká ajˈku kuriˈka jaguatirica Leopardus pardalis
aypossepá ajposeˈpa gavião real Spizaetus ornatus
ajukuyta aʒukujˈta onça pintada Panthera onca
akokôno akokoˈno raposa Vulpes vulpes
alaporé alapoˈɾԑ arara
alaporé biriti alapoˈɾԑ biɾiˈtɨ arara vermelha Ara macao
alaporé alapoˈɾԑ arara
alopasê alopaˈse maribondo Euscorpius flavicaudus
alotoré alotoˈɾɛ lambari
amemá ameˈmá lagarto Ameiva ameiva
apala aˈpala sauirú, cascudo Psectrogaster curviventris
apiew ˈapiew acuri Attalea phalerata
apiturukwá apituɾuˈkwa minhoca, verme Pheretima hawayana
apó aˈpᴐ paca Cuniculus paca
apô aˈpo tamanduá mirim Tamandua tetradactyla
arikau, arikabô aɾiˈkaw, arikaˈbo cão, cachorro Canis lupus familiaris
ayjorukwa ajʒoɾuˈkwa marmelada espinha Alibertia edulis
ayko ajˈko onça parda Puma concolor
bakalana bakaˈlana garça branca Ardea alba
balaru balaˈɾu sapo Rhinella icterica
balatu balaˈtu urubu Cathartes aura
barikuriká baɾikuɾiˈka mosquito Culex pipiens
barixi baɾiˈʃi macaco preto Ateles geoffroyi
bayô baˈjo aranha Acanthoscurria geniculata
ˈbe jenipapo Genipa americana
beurukwa beuɾuˈkwa jenipapo maduro Genipa americana
birí biˈɾi pimenta do mato Capsicum frutescens
bixó biˈʃᴐ cana de açúcar Saccharum officinarum
bokokwaká bokokwaˈka arroz Oryza sativa
boreboê boɾeˈboe pau-d'alho Gallesia integrifolia
borupurukwa boɾupuɾuˈkwa limoeiro Citrus limon
botorikaré botoɾikaˈɾԑ queixada, porco do mato Tayassu pecari
boykanu bojkaˈnu carrapato Amblyomma ssp.
bué bwԑ tamanduá bandeira Myrmecophaga tridactyla
bujé buˈʒɛ piranha Serrasalmus rhombeus
dibotô diboˈto nambu Crypturellus tataupa
ˈdo curimbatá Prochilodus lineatus
épajio ԑˈpajio macaco bugio Alouatta fusca
hebu heˈbu cobra surucucu Hydrodynastes gigas
heribé heɾiˈbɛ iguana Iguana iguana
hew ˈhew pequizeiro Caryocar brasiliense
hibê hiˈbe ouriço Coendou villosus
hubê huˈbe mutum Crax fasciolata
huô huˈo jaó Crypturellus undulatus
hutey hutej jequitibá Cariniana legalis
hibosé hiboˈsɛ biguá preto Phalacrocorax brasilianus
ikikanã ikikaˈna boi Bos taurus
iwena jweˈna perereca Scinax fuscovarius
jirikiki ʒiɾikiˈki jabuti, cágado Geochelone carbonaria
joá ʒoˈa caititu Tayassu tajacu
julô ʒuˈlo abelha jati Tetragonisca angustula angustula
juminá ʒumiˈna piavaçu Leporinus macrocephalus
juré ʒuˈɾԑ sucuri Eunectes murinus
juri ʒuˈɾi papagaio Amazona aestiva
jyo ˈʒjo beija flor Hylocharis cyanus
katamã ˈkatama martim pescador (ave) Chloroceryle americana
kaymo kajˈmo cupim Molothrus bonariensis
kixó kiˈʃɔ periquito
kolo kolo koˈlo koˈlo chapéu velho Paroaria capitata
kwi kwi anta Tapirus terrestris
mataya mataˈja tuiuiú Jabiru mycteria
minú miˈnu arraia Paratrygon aiereba
myá ˈmja cutia Dasyprocta azarae
nonokwa nonuˈkwa urucum, pé de urucum Bixa orellana
noyxukwa nojʃuˈkwa babaçu Orbignya phalerata
oburé obuˈɾɛ formiga Iridomyrmex purpureus
olí oˈli formiga tucandira
oloaré oloaˈɾɛ cachara Pseudoplatystoma fasciatum
oloaré oloaˈɾɛ pintado Pseudoplatystoma corruscans
omá oˈma jeripoca Hemisorubim platyrhynchos
oré oˈɾɛ papagaio
oronurukwa oɾonuɾuˈkwa marmelada bola Alibertia edulis
oská osˈka tatu peba Euphractus sexcinctus
ozé oˈzɛ dourado Salminus maxillosus
pakalaripô pakalaɾiˈpo corujinha caburé Glaucidium brasilianum
paré paˈɾԑ tucano Ramphastos toco
páriu ˈpariw jacutinga Pipile jacutinga
piripiri biriti piɾiˈpiɾi biɾiˈtɨ abóbora Cucurbita mixta
piripiri piɾiˈpiɾi melancia Citrullus lanatus
pixiconô piʃikoˈno grilo verde tropidacris grandis
poári poaˈɾj cabaça, cabaceira Crescentia cujete
poloputô polopu’to onça preta Panthera onca
popô poˈpo pacu Piaractus mesopotamicus
poporé popoˈɾԑ corujinha Athene cunicularia
porú poˈɾu jaú Paulicea luetkeni
pozahoti pozahoˈti papagaio grande
pukukanã pokukaˈna pacu peva Metynnis maculatus
pupuxipá pupuʃiˈpa sarã, árvore beira do rio
raputo hapuˈto rato Rattus rattus
rekapô ɾekaˈpo traíra (peixe) Hoplias malabaricus
rumataká ɾumataˈka milho Zea mays
tapataku tapataˈku cará Dioscorea alata
tuyna tujˈna tucano vermelho Ramphastos dicolorus
ú u timbó Ateleia glazioveana
uibá uiˈba capivara Hydrochoerus hydrochaeris
utojô utoˈʒo mandioca Manihot esculenta
utokimaná utokimaˈna tuvira (peixe) Gymnotus carapo
utopô utoˈpo quati Nasua nasua
utukuana wutukuaˈna macaco prego
utukwarepô utukwaɾeˈpo cigarra Cicada orni
uxó uˈʃᴐ arara azul Ara ararauna
uzê uˈze calango Cnemidophorus orellifer
uzê kurika uˈze kuɾiˈka lagartixa
wajú waˈʒu jacaré Caiman yacare
wari waˈɾi tatu peba Euphractus sexcinctus
waripô waɾiˈpo piava Leporinus friderici
wassamiti wasamiˈti galinha Gallus gallus domesticus
waxi waˈʃi jatobeiro, planta nativa chamada jatobá
zarokokwá zaɾokoˈkwa banana Musa paradisiaca
zarotô zaɾoˈto bagre Pimelodus maculatus
zaturu zatuˈɾu peixe piavaçu
zokonó zoˈkonᴐ vaga lume Lampyris noctiluca
Referências
  • CRUZ, M. C. da. Povo Umutína: a busca da identidade linguística e cultural. 189 f. 2012. Tese (Doutorado em Linguística) – Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas. 2012.
  • HUARE, D. T. Léxico remanescente Umutina — repertório linguístico de seus lembrantes. 2015. 98 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade do Estado de Mato Grosso. 2015.
  • SCHMIDT, W. Los Barbados o Umotinas en Matto Grosso (Brasil). Revista de la Sociedad Cientifica del Paraguay, Assunção, v. 5, n. 4, p. 1–51, out. 1941.
  • SCHULTZ, H. Vocabulário dos índios Umutina. Journal de la société des américanistes, Paris, v. 41, n. 1, p. 81–137, 1952.

Ligações externas

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