Os Amantes Borboleta
Os Amantes Borboleta
| |||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|
Nome chinês | |||||||
Chinês tradicional: | 梁山伯與祝英臺/梁山伯與祝英台 | ||||||
Chinês simplificado: | 梁山伯与祝英台 | ||||||
| |||||||
Liang Zhu | |||||||
Chinês: | 梁祝 | ||||||
| |||||||
Em português | |||||||
Português: | Os Amantes Borboleta | ||||||
Em inglesa | |||||||
inglesa: | The Butterfly Lovers | ||||||
Em espanhola | |||||||
espanhola: | Los Amantes Mariposa | ||||||
Em francesa | |||||||
francesa: | Les Amants Papillons |
Os Amantes Borboleta, A lenda de Liang Zhu ou simplesmente Liang-Zhu, é uma lenda chinesa de uma trágica história de amor de dois jovens apaixonados, Liang Shanbo e Zhu Yingtai, cujos nomes formam o título da história, que mescla temas reais e ficcionais.[1][2][3] Comparada à Romeu e Julieta por críticos chineses da atualidade, é uma lenda sobre amantes condenados pela maléfica estrutura social a qual estavam imersos e que demonstra o anseio feminino pelo direito à educação, assim como ao livre amar e ao casamento livre da interferência parental.[4]
A história foi selecionada como um dos Quatro Grandes Contos Folclóricos da China pelo "Movimento Folclórico" da década de 1920 - os outros sendo a "Lenda da Serpente Branca", "Senhora Meng Jiang" e "O Vaqueiro e a Tecelã".[5][6][4]
Acredita-se que a lenda tenha surgido durante a Dinastia Jin oriental, apesar de seus primeiros registros textuais remontarem a Dinastia Tang e sendo popularmente difundida durante a Dinastia Song.[3]
Em 2004, seis cidades chinesas, em colaboração, entraram com um pedido formal para a promulgação da lenda como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade na UNESCO, sendo apresentada, em 2006, através do Ministério da Cultura chinês.[7][8][9]
Temática
[editar | editar código-fonte]Entre as dinastias Ming (1368 – 1644) e Qing (1644 – 1912), a lenda atraía por seus temas de amor e amizade.[3] As temáticas religiosas, apreciadas pela sociedade, apareciam graças à referêcia ao renascimento e a ideia de vida após a morte.[3] Em meados do século XX, as versões da lenda reforçavam o desejo pelo amor livre e a livre escolha no casamento, o direito a educação feminina e igualdade de gênero.[3] O teor anti-feudalista da lenda também foi elogiado por Mao Tsé-Tung.[3]
Adaptações
[editar | editar código-fonte]Em estudo de 2007, foram encontradas ao menos 878 adaptações diferentes da lenda: sendo 149 relatos folclóricos, 79 cantigas populares, 352 peças tradicionais, 201 baladas tradicionais, 16 romances, 10 filmes e 10 dramas para televisão.[4]
Filmes
[editar | editar código-fonte]- 1963 - The Love Eterne - filme honconguês de grande sucesso, produzido pelo Shaw Brothers Studio, foi dirigido por Li Hanxiang (Li Han-hsiang). O casal de protagonistas foi encenado pelas atrizes Ivy Ling Po, como Liang Shanbo, e Betty Loh Ti, como Zhu Yingtai.[4]
Peças de teatro e óperas
[editar | editar código-fonte]- 1945 - The Tragic Story of Liang Shanbo and Zhu Yingtai - roteirizada e dirigida por Yuan Xuefen (também atuando como Zhu Yingtai) e Fan Ruijuan como Liang Shanbo, a lenda é encenada no estilo de Ópera Yue, encenada apenas por mulheres.[10]
- ↑ ALVES, Ana Cristina; MENDES, Carmen Amado (2022). Cultura Chinesa. Uma Perspectiva Ocidental. Col: Fora de Coleção 1ª ed. Coimbra: Almedina. 206 páginas. ISBN 9789894005209.
– Fundamental é alcançar o Sopro Correto e Originário (Zhèng Qì), que permite a metamorfose essencial, a mais bela, como as de Liáng Shānbó (梁山伯) e Zhù Yingtái (祝英臺) ao se transformarem em borboletas. Ele, Liáng Shānbó, numa borboleta amarela, indicando a presença da força masculina, ela, Zhù Yingtái a representante do princípio feminino, numa borboleta preta. Metamorfosearam-se em beleza e passaram a figurar entre as histórias de amor mais tocantes da China: «os Amantes-Borboleta».
- ↑ «Administração: revista de Administração Pública de Macau». Macau: Serviço de Administração e Função Pública. Administração: 1018. Consultado em 13 de junho de 2022.
Ao nível humano, elas são guerreiras, como Mulan ou, mais recentemente, Qiu Qing; amantes, como as do belíssimo conto, os amantes-borboleta: ou mercadoras, que, transformadas em homens, procuram defender a fortuna e actividades familiares.
- ↑ a b c d e f CHO, Sookja (2018). Transforming Gender and Emotion: The Butterfly Lovers Story in China and Korea (em inglês). Ann Arbor: University of Michigan Press. 295 páginas. ISBN 9780472130634
- ↑ a b c d IDEMA, Wilt L. (2010). The Butterfly Lovers [Os Amantes Borboleta - A Lenda de Liang Shanbo e Zhu Yingtai: Quatro Versões com Textos Relacionados]. The Legend of Liang Shanbo and Zhu Yingtai: Four Versions with Related Texts (em inglês). Indianapolis: Hackett Publishing Company. pp. 7–11–12. 256 páginas. ISBN 9781603842976
- ↑ PU, Songling (2022). YAO, Feng, ed. Contos de fantasia chineses. Tradução de Ana Cardoso, Zhang Mengyao, Chen Qu, Xiong Xueying, Lou Zhichang e Zhou Qian 1ª ed. Belo Horizonte: Editora Moinhos. 400 páginas. ISBN 9786556811079.
Estas duas estrelas têm o nome de 'O Vaqueiro' e 'A Tecelã', respectivamente, em chinês, e fazem parte de um conto tradicional chinês.
- ↑ IDEMA, Wilt L (2012). «Old Tales for New Times: Some Comments on the Cultural Translation of China's Four Great Folktales in the Twentieth Century 二十世紀中國四大民間故事的文化翻譯» [Contos antigos para novos tempos: alguns comentários sobre a tradução cultural dos quatro grandes contos populares da China no século XX] (PDF). Taiwan Journal of East Asian Studies (em inglês). 9 (1): 22-46. Arquivado do original (PDF) em 6 de outubro de 2014
- ↑ MATSUURA, Koïchiro (19 de junho de 2004). «Proclamation of Masterpieces» [Proclamação de obras-primas]. Unesco (em inglês). Arquivado do original em 19 de junho de 2004
- ↑ «Proclamation of Masterpieces of the Oral and Intangible heritage of Humanity» [Proclamação das Obras-Primas do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade]. World Cultural Heritage (em chinês). Arquivado do original em 3 de fevereiro de 2008
- ↑ GUO, Fa (2 de junho de 2006). «国务院关于公布第一批国家级 - 非物质文化遗产名录的通知» [Circular do Conselho de Estado sobre a Promulgação do Primeiro Lote de Listas do Patrimônio Cultural Imaterial Nacional]. Governo da China. Cópia arquivada em 22 de dezembro de 2007
- ↑ JIANG, Jin (2009). Women Playing Men [Mulheres encenando como homens: Ópera Yue e Mudança Social na Xangai do Século XX]. Yue Opera and Social Change in Twentieth-Century Shanghai (em inglês). Washington: University of Washington Press. pp. 102–105. 352 páginas. ISBN 9780295988436
Bibliografias
[editar | editar código-fonte]- ALVES, Ana Cristina; MENDES, Carmen Amado (1 de maio de 2022). Cultura Chinesa - Uma Perspectiva Ocidental 1ª ed. Coimbra: Almedina. 206 páginas. ISBN 9789894005209
- CHO, Sookja. Transforming Gender and Emotion: The Butterfly Lovers Story in China and Korea (em inglês). Ann Arbor: University of Michigan Press. 295 páginas. ISBN 9780472130634
- IDEMA, Wilt L (2012). «Old Tales for New Times: Some Comments on the Cultural Translation of China's Four Great Folktales in the Twentieth Century 二十世紀中國四大民間故事的文化翻譯» (PDF). Taiwan Journal of East Asian Studies (em inglês). 9 (1): 25-46. Arquivado do original (PDF) em 6 de outubro de 2014
- IDEMA, Wilt L. (15 de março de 2010). The Butterfly Lovers - The Legend of Liang Shanbo and Zhu Yingtai: Four Versions with Related Texts [Os Amantes Borboleta - A Lenda de Liang Shanbo e Zhu Yingtai: Quatro Versões com Textos Relacionados] (em inglês). Indianapolis: Hackett Publishing Company. 256 páginas. ISBN 9781603842976
- JIANG, Jin (2009). Women Playing Men: Yue Opera and Social Change in Twentieth-Century Shanghai (em inglês). Washington: University of Washington Press. 352 páginas. ISBN 9780295988436
- PU, Songling (25 de abril de 2022). YAO, Feng, ed. Contos de fantasia chineses. Tradução de Ana Cardoso, Zhang Mengyao, Chen Qu, Xiong Xueying, Lou Zhichang e Zhou Qian 1ª ed. Belo Horizonte: Editora Moinhos. 400 páginas. ISBN 9786556811079