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O Santo Graal e a Linhagem Sagrada

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
The Holy Blood and the Holy Grail
O sangue de Cristo e o Santo Graal [PT]
O Santo Graal e a linhagem sagrada [BR]
Autor(es) Michael Baigent, Richard Leigh, e Henry Lincoln
Idioma inglês
País  Reino Unido
Editora Jonathan Cape
Lançamento 1982, 1996, 2005, 2006
Edição portuguesa
Tradução Elsa T. S. Vieira
Editora Livros do Brasil
Lançamento 2004
Edição brasileira
Tradução Nadir Ferrari
Editora Nova Fronteira
Lançamento 8520904742

The Holy Blood and the Holy Grail (O Santo Graal e a Linhagem Sagrada em português) é um controverso livro de Michael Baigent, Richard Leigh e Henry Lincoln [1]

O original foi publicado pela primeira vez em 1982 por Jonathan Cape em Londres. A continuação do livro, chamado The Messianic Legacy [2] foi publicado em 1987. Um dos livros, de acordo com os autores, influenciou o projeto L'Or de Rennes (mais tarde publicado como Le Trésor Maudit), escrito em 1967 por Gerard de Sede, com a colaboração de Pierre Plantard.[3][4]

Neste livro, os autores apresentam a hipótese de que o Jesus histórico se casou com Maria Madalena, tiveram dois ou mais filhos, e que as crianças ou os seus descendentes emigraram para a atual região sul da França. Uma vez lá, eles se envolveram com as famílias nobres que acabariam por tornar-se a dinastia merovíngia, cuja pretensão especial para o trono da França é defendida hoje por uma sociedade secreta chamada Priorado de Sião.

Desde a sua publicação tornou-se um bestseller internacional, The Holy Blood and the Holy Grail despertou o interesse de um número de ideias relacionadas com a sua tese central. A resposta dos historiadores profissionais e acadêmicos foi que a maior parte dos créditos antigos, mistérios e teorias conspiratórias apresentadas como "hipoteses" não possuem documentação palpável para afirmar tais hipoteses. No entanto, essas ideias foram consideradas blasfemas suficiente para que o livro fosse proibido em alguns países de maioria católica como as Filipinas.

Vinte e um anos depois, o tema de O Santo Graal e a Linhagem Sagrada seria ficcionado com muito sucesso por Dan Brown em seu romance de ficção de conspiração O Código Da Vinci de 2003 [5], chegando mesmo a utilizar os sobrenomes de Richard Leigh e Michael Baigent (anagrama para o sobrenome ºBaigentº, usado pelo personagem do livro de Brown) para o personagem Leigh Teabing.

No livro, Baigent, Leigh e Lincoln apresentam hipóteses com embasamentos em documentos encontrados na biblioteca do vaticano e outras fontes como evangelhos apócrifos encontrados nos pergaminhos do mar morto e na biblioteca de Nag Hammadi :[6]

Os autores interpretam os Dossiers Secrets na leitura institucional da história judaico-cristã, a Igreja Católica Romana.[7] Contrariamente à afirmação inicial de Plantard que afirmou que os merovíngios seriam descendentes apenas do tribo de Benjamim,[8] afirmam que:

  • O Priorado de Sião protege a dinastia merovíngia, que seriam os descendentes de sangue de Jesus e sua esposa Maria Madalena, que remonta ao rei Davi.
  • A Igreja tentou matar todos os membros da dinastia e seus supostos guardiões, os cátaros e os cavaleiros templários, de modo que os Papas mantiveram o trono através da sucessão apostólica de Pedro, com medo de serem usurpados por um antipapa de uma sucessão hereditária de Maria Madalena.

Os autores, concluiram que as metas moderna do Priorado de Sião são:

  • A revelação pública do Santo Graal, que facilitaria a restauração merovíngia na França.
  • O estabelecimento de um Estados Unidos da Europa de natureza teocrática como uma vinculação de redes que ligam a monarquia merovíngia, que voltaria institucionalizar a cavalaria, e para ser politicamente e religiosamente unificada através do culto imperial de um rei merovíngio sagrado, que ocuparia dois tronos tanto na Europa como na Santa Sé.
  • A transferência da gestão da Europa e da sua esfera de influência para o Priorado de Sião, através de uma Europa Federal.

Os autores também incorporaram Os Protocolos dos Sábios de Sião para a sua história, concluindo que na realidade se referem às atividades do Priorado de Sião. Foi apresentado como a prova mais convincente da existência e das atividades do Priorado.

Embora afirmem que o livro trata de fatos históricos, os autores processaram a editora Random House e o escritor estadunidense Dan Brown alegando que a obra deste, o livro O Código Da Vinci, seria um plágio de "O Santo Graal e a Linhagem Sagrada", mais precisamente que Dan Brown teria copiado a "arquitetura da trama" de sua obra.[9]

Em que pesem as alegações dos autores de "O Santo Graal...", a corte judicial decidiu desfavoravelmente aos autores sentenciando que não há "arquitetura" ou "estrutura" a ser copiada no livro e que a temática do livro é muito abrangente e pouco específica para ser protegida pelas leis de copyright.[10]

Michael Baigent e Richard Leigh recorreram da decisão e novamente perderam. Na decisão judicial do recurso o juiz sentenciou que ninguém pode deter direitos de copyright sobre fatos ou pesquisas históricas, materiais bibliográficos, teorias hipotéticas ou temas gerais.[11]

Referências
  1. Baigent, Michael; Leigh, Richard; Lincoln, Henry (1982). The Holy Blood and the Holy Grail. [S.l.]: Corgi. ISBN 0-552-12138-X 
  2. Baigent, Michael; Leigh, Richard; Lincoln, Henry (1987). The Messianic Legacy. [S.l.]: Henry Holt & Co. ISBN 0805005684 
  3. Pierre Plantard de Saint-Clair, L’Or de Rennes, mise au point (La Garenne-Colombes, 35 bis, Bd de la République, 92250; Bibliotheque Nationale, Depot Legal 02-03-1979, 4° Z Piece 1182).
  4. Jean-Luc Chaumeil, Rennes-le-Château – Gisors – Le Testament du Prieuré de Sion (Le Crépuscule d’une Ténébreuse Affaire) Editions Pégase, 2006
  5. Brown, Dan (2003). The Da Vinci Code. [S.l.]: Doubleday. ISBN 0-385-50420-9 
  6. Thompson, Damian (2008). «How Da Vinci Code tapped pseudo-fact hunger». Consultado em 28 de março de 2008 
  7. Conspiracies On Trial: The Da Vinci Code(Discovery Channel); transmitió el 10 de abril de 2005.
  8. Pierre Jarnac, Les Mystères de Rennes-le-Château: Mèlange Sulfureux (CERT, 1994).
  9. «Court rejects Da Vinci copy claim». news.bbc.co.uk  - BBC, 2006 (em inglês).
  10. «Brown wins Da Vinci Code case». www.theguardian.com  - Jornal The Guardian, 2006 (em inglês).
  11. «Authors lose appeal over Da Vinci Code plagiarism». www.theguardian.com  - Jornal The Guardian, 2007 (em inglês).