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Julgamento de Belsen

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Réus nazistas no tribunal de Lüneburg. Ao centro, Irma Grese (9) , a "Cadela de Belsen". (Frankfurt am Main, 1945)

Julgamento de Belsen foi um dos vários julgamentos feitos pelas forças aliadas de ocupação da Alemanha no pós-guerra da II Guerra Mundial, dos ex-militares e funcionários nazistas acusados de crimes de guerra, crimes contra a Humanidade e outras atrocidades. O julgamento levou à condenação de vários de seus indiciados, onze deles à morte.

Oficialmente chamado de "Julgamento de Josef Kramer e outros 44", ele teve início na corte de Lüneburg em 17 de setembro de 1945 contra 45 homens e mulheres da SS e de kapos (prisioneiros à serviço dos nazistas) dos campos de concentração de Bergen-Belsen e Auschwitz. Ele foi realizado sob a autoridade de uma corte militar britânica e durou até 17 de novembro de 1945.[1]

Os acusados enfrentaram acusações de crimes contra a Humanidade, crimes de guerra, tortura e genocídio contra os aprisionados nestes dois campos. Todos, a exceção de um deles, foram acusados de terem cometidos estes crimes em Bergen-Belsen. Quatorze deles também foram acusados pelos mesmos crimes em Auschwitz.

Todos se declararam inocentes das acusações, sob a alegação de cumprimento de ordens superiores,[2] no julgamento acompanhado por mais de cem jornalistas da Alemanha e do resto do mundo. Mais nove integrantes da guarda de Bergen-Belsen foram julgados por outros tribunais militares em 1946 e 1948.[3]

Local do julgamento, em Lüneburg, Alemanha.
  • Georg Kraft, Josef Klippel, Oscar Schmitz, Fritz Mathes, Karl Egersdorf, Walter Otto, Eric Barsch, Ignatz Schlomovicz, Ida Forster, Klara Opitz, Charlotte Klein, Hildegard Hahnel, Antoni Polanski e a kapo Ilse Löthe, foram absolvidos.[4] Um dos acusados, Ladislaw Gura, foi retirado do julgamento por motivo de doença.[5]

Entre os condenados, foram distribuídas as seguintes sentenças:

Todas as execuções aconteceram na prisão de Hamelin na noite de 13 de dezembro de 1945.[7]

Segundo julgamento

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Um segundo julgamento de Belsen aconteceu entre 13–18 de junho de 1946, na mesma corte de Lüneburg e sob a mesma autoridade britânica, que levou ao banco dos réus mais quatro ex-oficiais e soldados SS do campo, além de um kapo polonês. Dos cinco julgados, quatro foram condenados à morte - os SS Walter Quakernack, Heinz - Züder Heidemann e Heinrich Redehase e o kapo Cegielski - e um a 15 anos de prisão - Karl Schmitt.[8]

Kapos eram prisioneiros-funcionários dos campos, selecionados pela SS para supervisionar seus companheiros prisioneiros. Selecionados em principio por sua personalidade e vontade de ser brutal, eram escolhidos entre os prisioneiros criminosos comuns, depois entre os prisioneiros políticos e por fim entre prisioneiros de outras classificações.[9]

O kapo em questão era o polonês Kazimierz Cegielski, ex-prisioneiro de Bergen-Belsen, que lá havia chegado, segundo seu testemunho, em março de 1944, acusado de crueldade e assassinato.[10] Cegielski era acusado de espancar - e algumas vezes matar - prisioneiros fracos e doentes, com um grande bastão de madeira. Durante sua permanência em Bergen-Belsen, ele teve um relacionamento com uma prisioneira judia neerlandesa, Henny DeHaas. Ele foi preso em Amsterdam, procurando por Henny, com quem queria casar-se.

Foi condenado em 18 de junho de 1946 e sentenciado à morte por enforcamento, sentença cumprida às 09:20 da manhã de 11 de outubro de 1946. No dia anterior à sua execução, ele disse que seu verdadeiro nome era Kasimir-Alexander Rydzewski.[11]

  • ↑i Erich Zoddel, um ladrão e criminoso comum antes de trabalhar como kapo em campos de concentração, foi condenado à morte e executado em 30 de novembro de 1945, em Wolfenbüttel, por sentença em outro julgamento em pararelo realizado em Celle.[12]
Referências
  1. "Foreword to The Belsen Trial of Joseph Kramer and 44 Others" Arquivado em 4 de abril de 2006, no Wayback Machine. site oficial University of the West of England, Bristol. (29 de janeiro de 2007) Sumário de Law-Reports of Trials of War Criminals, the United Nations War Crimes Commission, Volume II, Londres, HMSO, 1947. 10 de maio de 2010
  2. «THE BELSEN TRIAL». ess.uwe.ac.uk. Consultado em 31 de agosto de 2012. Arquivado do original em 9 de agosto de 2012 
  3. «The Belsen Trial». Stiftung niedersächsische Gedenkstätten. Consultado em 31 de agosto de 2012. Arquivado do original em 12 de fevereiro de 2015 
  4. "The Verdict" Arquivado setembro 17, 2011 no WebCite site oficial University of the West of England, Bristol. (29 de janeiro de 2007) Sumário de Law-Reports of Trials of War Criminals, the United Nations War Crimes Commission, Volume II, Londres, HMSO, 1947. 10 de maio de 2010
  5. "Illness of an Accused and its Influence on the Proceedings" Arquivado em 24 de fevereiro de 2012, no Wayback Machine. site oficial University of the West of England, Bristol. (29 de janeiro de 2007) Sumário de Law-Reports of Trials of War Criminals, the United Nations War Crimes Commission, Volume II, Londres, HMSO, 1947. 10 de maio de 2010
  6. a b c d e "The Sentences" Arquivado setembro 17, 2011 no WebCite site oficial University of the West of England, Bristol. (29 de janeiro de 2007) Sumário de Law-Reports of Trials of War Criminals, the United Nations War Crimes Commission, Volume II, Londres, HMSO, 1947. 10 de maio de 2010
  7. "The Belsen War Crimes Trial" Arquivado em 23 de maio de 2010, no Wayback Machine.10 de maio de 2010
  8. «Second Bergen-Belsen Trial». JewishVirtualLibrary. Consultado em 31 de agosto de 2012 
  9. "Audio guide 05: Prisoner functionaries" Arquivado em 6 de julho de 2011, no Wayback Machine. site oficial Mauthausen Memorial, 6 de maio de 2010
  10. "Second Belsen Trial Kapo Kasimir/Kazimierz Alexander Cegielski / Rydzewski" British Bergen-Belsen memorial site oficial. 10 de maio de 2010
  11. "Second Belsen Trial" site oficial Jewish Virtual Library. 10 de maio de 2010
  12. «First Belsen Trial Kapo Erich Zoddel». bergenbelsen.co.uk. Consultado em 31 de agosto de 2012