História de Osasco
Osasco é um município brasileiro no estado de São Paulo. Desde o povoamento colonial até sua emancipação em 1962, Osasco foi parte integrante do município de São Paulo. Em seus primórdios, a área do atual município era denominada vila de Quitaúna.
Período pré-cabralino
[editar | editar código-fonte]Osasco foi habitada por inúmeras tribos indígenas, do tronco tupi-guarani, que habitavam a região desde o período pré-cabralino. Devido a fertilidade do solo cortado por córregos e rios. O que favorecia caça de animais, pesca, plantio e extrativismo na região.[1]
Período colonial
[editar | editar código-fonte]O primeiro núcleo de povoamento de colonizadores foi a vila de Quitaúna, Vila pobre, bandeirantes frequentavam o local. Fundada no século XVII, onde residiu o bandeirante Antônio Raposo Tavares e onde supostamente estaria enterrado. A vila foi esvaziada no século XVIII. Por causa da descoberta do ouro, os bandeirantes que antes habitavam a vila, foram para Minas Gerais.[2]
Período moderno
[editar | editar código-fonte]Na região onde hoje se situa Osasco e em seus arredores existiam vários sítios e chácaras. Há especulações que havia uma estrada férrea de barões do café com uma estação modesta na região. Próximo às margens do Rio Tietê, no século XIX havia uma aldeia de pescadores e também grandes fazendas. Uma delas foi vendida ao italiano Antonio Agù, e outra ao português Manuel Rodrigues, dois imigrantes que começaram a história da cidade.[3]
Antonio Agù foi proprietário de vários negócios e terras na região e, em 1887, comprou uma gleba de terra no quilômetro 16 da Estrada de Ferro Sorocabana. Por volta de 1890, resolveu ampliar sua pequena olaria e convidou para sócio o barão Dimitri Sensaud de Lavaud. A olaria que fabricava tijolos e telhas passou a produzir também tubos e cerâmicas, dando origem à primeira indústria da cidade.[3]
Após outras iniciativas, em 1895, Agù construiu a estação ferroviária, erguendo várias casas nos arredores para abrigar os operários que chegavam para realizar a obra.[3] Os dirigentes da estrada de ferro quiseram designar a estação com o nome do principal empreendedor da região, mas Antonio Agù pediu que a homenagem não fosse dada a ele e sim à sua vila natal da Itália: Osasco.[3] Neste período Antônio Agu, casado com Josefina Vianco, traçou ruas na região do atual Centro da cidade e batizou o nome de uma rua em homenagem a sua primeira e única filha: Primitiva Vianco.
Daí por diante Osasco, como a região passou a ser conhecida, não parava de crescer. Muitas pessoas conhecidas do comércio e diversas indústrias importantes se instalaram por lá. Para operar as máquinas dessas indústrias foi contratada mão-de-obra imigrante. Os imigrantes vinham principalmente da Itália[4], Espanha, Portugal, Alemanha. Com o aumento da população de operários, tornou-se possível também o desenvolvimento do comércio, desenvolvido principalmente pelas colônias armênia[5],libanesa e judia. Na zona rural, muitos imigrantes japoneses plantavam verduras e legumes. Essa mistura de imigrantes marca as primeiras populações do atual município.[6] Posteriormente vieram imigrantes do interior de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e do Nordeste. Foi em Osasco que aconteceu o primeiro voo da América Latina, em 7 de Janeiro de 1910, realizado pelo imigrante entusiasta Barão Dimitri Sensaud de Lavaud.[7][8][9]
Formação administrativa
[editar | editar código-fonte]Em 31 de dezembro de 1918 o então povoado de Osasco tornou-se distrito de paz do município de São Paulo pela Lei estadual nº. 1634[10].
Pelo Decreto-lei estadual nº. 9073 de 31 de março de 1938, Osasco torna-se a 15ª. zona distrital do município de São Paulo[11]. Em 1944, pelo Decreto-lei estadual nº. 14334 de 30 de novembro, Osasco torna-se o 14º. subdistrito de São Paulo (a 9ª. zona distrital de São Miguel passa a ser o distrito de Baquiviru, causando a mudança ordinal)[12].
Em 1953[13] foi feito primeiro plebiscito pela emancipação do subdistrito. O movimento emancipacionista (ou autonomista) sofreu muitas contraposições e empecilhos, mas após o segundo plebiscito a emancipação viria a se tornar realidade.
Finalmente, Osasco é elevado à categoria de município pela Lei estadual nº. 5285 de 18 de fevereiro de 1959[14]. A nova administração municipal foi instalada apenas três anos mais tarde em 19 de fevereiro de 1962.
Período contemporâneo
[editar | editar código-fonte]Osasco seguiu prosperamente sua atividade industrial e na década de 1970, e passou a receber grande contingente populacional que vinha para a Região Metropolitana de São Paulo. Fazendo com que na década de 1980 ficasse divulgada pela violência e pobreza dos bairros da zona norte principalmente. Após a redemocratização, Osasco passou por um processo de desconcentração industrial e passou a investir em infraestrutura e bens de prestação de serviços. Ao qual a cidade se mantém neste seguimento inclusive nos tempos atuais.
Ocorrências de grande repercussão no município
[editar | editar código-fonte]- A greve da Cobrasma foi em 16 de julho de 1968. Operários protestaram contra as mortes de seus colegas em caldeiras, condições de trabalhos desfavoráveis e o rebaixamento dos salários. Ato esse já um sintoma de resistência contra o Regime Militar da época.[15]
- A explosão no Osasco Plaza Shopping em 11 de junho de 1996. O motivo foi vazamento de gás subterrâneo. Morreram 42 pessoas e 300 outras ficaram feridas, algumas gravemente. Esse acidente repercutiu na mídia nacional e internacional.[16]
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- OLIVEIRA, Neyde Collino de; NEGRELLI, Ana Lúcia Marquetti Rocha. Osasco e sua história. São Paulo: CG Editora, 1992.
- SANAZAR, Hirant. Osasco - Sua história, sua gente. Osasco: ed. do autor, 2003.
- FAVARÃO, Mazé (apres.). Osasco conta sua história através dos bairros. Osasco: Secretaria de Educação, 2007.
- METROVICHE, Eduardo (org.). Osasco - Um século de fotografia. Osasco: Maxprint Editora, 2007.
- PAVÃO, Lucas. Memórias...Algumas histórias de Lucas Pavão na antiga Vila de Osasco. Osasco: Edifieo, 2010.
- PIGNATARI, Helena Werner. Raízes do movimento operário em Osasco. São Paulo: Cortez Ed.
- PITERI, Guaçu. Sonhar é preciso - Comunidade e política nos tempos da Ditadura. Osasco: Edifieo, 2008.
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- ↑ História de Osasco Consultado em 9 de janeiro de 2012.
- ↑ História de Osasco, pela Câmara Municipal de Osasco Arquivado em 23 de setembro de 2015, no Wayback Machine. Consultado em 09 de janeiro de 2012
- ↑ a b c d História de Osasco pelo Museu Dimitri Sensaud de Lavaud Arquivado em 12 de janeiro de 2012, no Wayback Machine. Consultado em 09 de janeiro de 2012
- ↑ Imigração Italiana Consultado em 9 de janeiro de 2012
- ↑ Imigração Armênia Arquivado em 1 de fevereiro de 2014, no Wayback Machine. Consultado em 9 de janeiro de 2012
- ↑ Imigração Japonesa Arquivado em 2 de fevereiro de 2014, no Wayback Machine. Consultado em 09 de janeiro de 2012
- ↑ O Estado de S. Paulo. «Cem anos depois, Osasco revive o primeiro voo da América do Sul». www.estadao.com.br. Consultado em 21 de maio de 2010
- ↑ Primeiro vôo da América Latina, pela Câmara de Osasco[ligação inativa] Consultado em 9 de março de 2012
- ↑ «O Primeiro Vôo da América do Sul». Câmara municipal de Osasco. Consultado em 31 de maio de 2012
- ↑ Governo do Estado de São Paulo (31 de dezembro de 1918). «Lei estadual nº. 1634 de 31 de dezembro de 1918». Consultado em 25 de agosto de 2020
- ↑ Governo do Estado de São Paulo (31 de março de 1938). «Decreto-lei nº. 9073 de 31 de março de 1938». Consultado em 25 de agosto de 2020
- ↑ Governo do Estado de São Paulo (31 de março de 1944). «Decreto-lei estadual nº. 14334 de 30 de novembro de 1944»
- ↑ História de Osasco pelo site Nossa São Paulo Consultado em 9 de janeiro de 2012
- ↑ Governo do Estado de São Paulo (18 de fevereiro de 1959). «Lei estadual nº. 5285 de 18 de fevereiro de 1959» (PDF). Consultado em 25 de agosto de 2020
- ↑ Greve da Cobrasma pelo site Causa Operária.[ligação inativa] Consultado em 26 de abril de 2012
- ↑ Explosão do Osasco Plaza Shopping pelo site Estadão. Arquivado em 25 de agosto de 2011, no Wayback Machine. Consultado em 26 de abril de 2012