Herberto Padilla
Heberto Padilla foi um poeta e jornalista cubano, nascido em Puerta del Golpe, Pinar del Río (20 de janeiro de 1932), falecido no estado do Alabama, Estados Unidos (2000).
Informe biográfico
[editar | editar código-fonte]Formado em Direito e Filosofia em Havana em 1948 publicou seu primeiro libro de poemas, Las rosas audaces. Com a vitória da Revolução Cubana foi nomeado correspondente oficial em Nova Iorque, onde residia naquele momento. Transladando-se novamente à Cuba fez parte do jornal Revolución, dirigido por Carlos Franqui. Envolvendo-se em polêmicas por defender a criação de um comunismo que valorizasse idéias como as da filosofia existencialista de Sartre[1], publica sua idéias e partes de seu primeiro romance no suplemento "Lunes de Revolución", sendo posteriormente correspondente jornalístico na União Soviética.
Em 1968, ganhou o Grande Prêmio da União Nacional dos Escritores e Artistas de Cuba com o livro "Fuera de Juego", o qual não ocultava as mazelas das autoridades cubana, o que despertou a ira do regime de Fidel Castro[2]. Apesar das pressões feitas pela direção da União de Escritores, o júri, composto por entre outros José Lezama Lima, lhe outorgou o prêmio por unanimidade.
Com o prosseguimento da polêmica, quando o autor lança em leitura na Universidade de Havana o seu novo livro "Provocaciones" em 1971, é levado à prisão em 20 de março daquele mesmo ano, junto com sua esposa, a poeta e escritora Belkis Cuza Malé, tendo sido ambos acusados de “atividades subversivas” contra o governo revolucionário de Cuba, sendo libertados face à forte reação internacional que reuniu intelectuais como Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir, Alberto Moravia, Susan Sontag, Mario Vargas Llosa, Carlos Fuentes, Octavio Paz, Hans Magnus Enzensberger e Juan Goytisolo, entre outros, e a uma retratação pública assumindo culpa perante um tribunal.
Após vários anos de tentativas frustradas de deixar o seu país, sendo o pedido negado pelo governo cubano, finalmente, em 13 de março de 1980, por intercedência do senador dos EUA Edward Kennedy, se exilou no país norte-americano.[3]
A obra de Heberto Padilla foi traduzida em mais de quatorze idiomas.
Considerado por teóricos e poetas como José Kozer um dos mais relevantes poetas da América Latina no século XX [4], seu poema traduzido como "Em tempos difíceis" pelo poeta Nelson Ascher para o caderno Ilustrada da Folha de S.Paulo é um dos mais conhecidos do autor e cita os sacrifícios que costumam solicitar a um homem "em tempos difíceis", como é o caso de um período pós-revolucionário.
Obra
[editar | editar código-fonte]Poesia
[editar | editar código-fonte]- Las rosas audaces (1949)
- El justo tiempo humano (1962)
- Fuera de Juego (1968)
- Provocaciones (1973)
- El hombre junto al mar (1981)
- Un puente, una casa de piedra (1998).
Prosa
[editar | editar código-fonte]- El buscavidas (1963) - romance
- En mi jardín pastan los héroes, (1986) - romance
- La mala memoria (1989) - ensaio autobiográfico.
- ↑ «Miskulin, Sílvia Cezar. A política cultural no início da Revolução Cubana: o caso do suplemento cultural Lunes de Revolución. Revista Outubro, 77. ISSN 1516-6333. Página visualizada em 05/10/2010.» (PDF). Consultado em 6 de outubro de 2010. Arquivado do original (PDF) em 24 de agosto de 2009
- ↑ Ascher, Nelson e Suzuki Jr., Matinas. Folhetim - Poemas Traduzidos. Folha de S.Paulo. Janeiro de 1987.
- ↑ Sobre Heberto Padilla - El hombre junto al mar. Editorial Seix Barral. Barcelona. 1981.
- ↑ Kozer, José. O Neobarroco: um convergente na poesia latino-americana. Zunái. Página visualizada em 06/10/2010.