Frederick Denison Maurice
Frederick Denison Maurice | |
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Frederick Denison Maurice, 1865 | |
Nascimento | 29 de agosto de 1805 Normanston |
Morte | 1 de abril de 1872 (66 anos) Londres |
Sepultamento | Cemitério de Highgate |
Cidadania | Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda |
Progenitores |
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Cônjuge | Georgina Frances Hare-Naylor, Anna Eleanor Barton |
Filho(a)(s) | John Frederick Maurice, Charles Edmund Maurice |
Irmão(ã)(s) | Ann Cobb Maurice, Mary Atkinson Maurice, Emma Lydia Maurice, William Hurry Maurice, Lucille Young Maurice, Priscilla Hurry Maurice, Harriet Theodosia Maurice, Jane Esther Maurice, Elizabeth Maurice |
Alma mater | |
Ocupação | teólogo, filósofo, escritor |
Empregador(a) | King's College de Londres, Universidade de Cambridge |
Religião | anglicanismo |
John Frederick Denison Maurice, mais conhecido como F. D. Maurice (Lowestoft, 29 de agosto de 1805 — Londres, 1 de abril de 1872) foi um teólogo e socialista cristão inglês.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Maurice era filho de um ministro unitarista, e entrou para o Trinity College, Cambridge,[1] embora apenas os membros da Igreja Estabelecida eram elegíveis para obter um diploma. Juntamente com John Sterling (com quem fundou o Apostles' Club), transferiu-se para o Trinity Hall e obteve um grau de primeira classe em Direito civil, em 1827;[1] indo para Londres onde se dedicou ao trabalho literário, escrevendo um romance, Eustace Conway, e editando a London Literary Chronicle até 1830 e também, por um tempo curto, a Athenaeum.
Nesse tempo Maurice estava indeciso sobre suas convicções religiosas e finalmente encontrou alívio na decisão de fazer mais um curso universitário e buscar a ordenação anglicana. Ingressou no Exeter College, Oxford, e obteve um grau de segunda classe em Arte e cultura clássicas em 1831. Foi ordenado em 1834 e, após um curto período como pároco em Bubbenhall, Warwickshire, foi nomeado capelão do Guy's Hospital e tornou-se uma figura de liderança na vida intelectual e social de Londres. De 1839 a 1841, foi editor da Education Magazine. Em 1840 foi nomeado professor de História e Literatura inglesas no King's College de Londres e neste posto em 1846 foi adicionado o de presidente da divindade. Em 1845 foi Boyle lecturer e Warburton lecturer. Manteve estas cadeiras até 1853.
Em 1853 publicou Theological Essays; as opiniões que expressou foram vistas por Richard William Jelf, diretor do King's College, como sendo teologicamente incorretas. Foi chamado para livrar-se das acusações de heterodoxia contra ele na Quarterly Review (1851) e foi absolvido por uma comissão de inquérito. Maurice manteve com grande convicção que suas opiniões estavam conforme as Escrituras e os princípios anglicanos, porém, o Conselho do King's College decidiu o contrário e Maurice foi privado de suas cátedras, embora recebesse o apoio de amigos e ex-alunos. Renunciou à capelania do Guy's Hospital para assumir a capelania do Lincoln's Inn (1846-1860). Maurice manteve a incumbência da Marybone Chapel de 1860 a 1869, onde uma oferta de renúncia foi recusada.
Seu filho Frederick Maurice editou o "The Life of Frederick Denison Maurice Chiefley Told in His Own Letters" - dois volumes, Macmillan, 1884.
Conquistas
[editar | editar código-fonte]Maurice esteve envolvido com importantes iniciativas educacionais. Ajudou a fundar o Queens' College para a educação de governantas em 1848. Foi um dos principais promotores e fundadores do Working Men's College (fundado em 1854), sendo seu diretor entre 1854 e 1872.[2] Em 1866, Maurice foi nomeado Knightbridge Professor de Filosofia Moral em Cambridge, e de 1870 a 1872 foi titular do St Edward's naquela cidade. Muitas ruas em Londres são nomeados em homenagem a F. D. Maurice, incluindo a Maurice Walk, uma rua em Hampstead Garden Suburb.
Maurice é homenageado com uma festa litúrgica no calendário litúrgico da Igreja Episcopal dos Estados Unidos em 1 de abril.
Vida pessoal
[editar | editar código-fonte]Maurice foi casado duas vezes, pela primeira vez com Anna Barton, uma irmã da esposa de John Sterling. Pela segunda vez, com uma meia-irmã de seu amigo Archdeacon Hare. Seu filho, o major-general Sir John Frederick Maurice (nascido em 1841), tornou-se um distinto militar e um dos escritores mais importantes do seu tempo. Frederick Barton Maurice foi um general e escritor britânico, e como seu avô F.D. Maurice, diretor do Working Men's College (1922-1933).
Aqueles que o conheciam melhor ficaram profundamente impressionados com a espiritualidade de seu caráter. "Sempre que ele acordava no meio da noite", dizia sua esposa, "ele estava sempre orando." Charles Kingsley chamou-o de "a alma humana mais linda que Deus já me permitiu conhecer".
Enquanto muitos "Broad Churchmen" foram influenciados por considerações éticas e emocionais em sua rejeição ao dogma do tormento eterno, Maurice foi influenciado por argumentos intelectuais e teológicos, e em questões de uma liberdade mais geral muitas vezes se opôs à teólogos liberais. Tinha um grande conhecimento metafísico e filosófico que aplicou à história da teologia. Foi um árduo defensor do controle eclesiástico no ensino fundamental, e um oponente da nova escola de alto criticismo bíblico, embora fosse um evolucionista por acreditar no crescimento e desenvolvimento aplicado à história das nações.
Como pregador, sua mensagem era aparentemente simples; suas duas grandes convicções eram a paternidade de Deus, e a de que todos os sistemas religiosos que tiveram alguma estabilidade duraram por causa de uma parte da verdade que tiveram de ser desembaraçadas do erro, diferenciando-as das doutrinas da Igreja da Inglaterra como entendido por ele mesmo.
Como um reformador social, Maurice esteve a frente de seu tempo, e deu seu apoio aos regimes para os quais o mundo não estava pronto. As condições dos pobres da cidade o perturbavam; a magnitude das questões sociais envolvidas era um fardo que mal podia suportar. Os trabalhadores de todas as opiniões pareciam confiar nele, mesmo que sua fé em outros homens religiosos e em todos os sistemas religiosos tivesse desaparecido, e ele tinha um poder de atrair tanto os fanáticos, quanto os marginalizados.
Obras
[editar | editar código-fonte]Os escritos seguintes são suas obras mais importantes e algumas delas foram reescritas, bem como a data dada não é necessariamente a da primeira edição do livro, mas a de sua forma mais completa e permanente:
- Eustace Conway, or the Brother and Sister, um romance (1834)
- The Kingdom of Christ (1838)
- Christmas Day and Other Sermons (1843)
- The Unity of the New Testament (1844)
- The Epistle to the Hebrews (1846)
- The Religions of the World (1847)
- Moral and Metaphysical Philosophy (inicialmente um artigo na Encyclopaedia Metropolitana, 1848)
- The Church a Family (1850)
- The Old Testament (1851)
- Theological Essays (1853)
- The Prophets and Kings of the Old Testament (1853)
- Lectures on Ecclesiastical History (1854)
- The Doctrine of Sacrifice (1854)
- The Patriarchs and Lawgivers of the Old Testament (1855)
- The Epistles of St John (1857)
- The Commandments as Instruments of National Reformation (1866)
- On the Gospel of St Luke (1868)
- The Conscience: Lectures on Casuistry (1868)
- The Lord's Prayer, a Manual (1870).
A maior parte destas obras surgiu inicialmente como sermões ou palestras. Maurice também contribuiu com muitos prefácios e introduções aos trabalhos de amigos, como para Charges, de Archdeacon Hare, Saint's Tragedy, de Charles Kingsley, etc.
- ↑ a b Venn, J. & J. A. «Maurice, John Frederick Denison». Alumni Cantabrigienses, Cambridge University Press
- ↑ J. F. C. Harrison ,A History of the Working Men's College (1854-1954), Routledge Kegan Paul, 1954
- Alec Vidler, Witness to the Light: F. D. Maurice's Message for Today (1948)
- Alec Vidler, The Theology of F. D. Maurice (1948)
- Alec Vidler, F. D. Maurice and Company (1966)
- Jeremy Morris, F. D. Maurice and the Crisis of Christian Authority. Oxford University Press, 2005. ISBN 978-0-19-926316-5
- «Trabalhos selecionados de F.D. Maurice online» (em inglês)
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Media relacionados com Frederick Maurice no Wikimedia Commons
- «Biografia de Frederick Denison Maurice no Spartacus Educacional» (em inglês)
- Wolfgang Schenk: Frederick Denison Maurice. Em: Biographisch-Bibliographisches Kirchenlexikon (BBKL).
- «King's College: Frederick Maurice» (em inglês)