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Festival de Música Popular Brasileira

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Festival de Música Popular Brasileira
Festival
Criação 1960 (no rádio)
1965 (na televisão)
Nº de Edições 6
Período 1960
1965-1969
Localização Guarujá (1960)
São Paulo (1965–1969)
Estação TV Excelsior (1965)
TV Record (1966–1969)
Histórico
Primeiro vencedor Elis Regina - "Arrastão"
(Edu Lobo e Vinícius de Moraes)
Último vencedor Paulinho da Viola - "Sinal Fechado"
(Paulinho da Viola)


O Festival de Música Popular Brasileira foi um concurso anual de canções originais e inéditas criado em 1965 com base no Festival de Sanremo, sendo realizado ininterruptamente até 1969.

Após o sucesso dos primeiros programas de TV voltados para a música, em especial Brasil 60, exibido na TV Excelsior e produzido por Manoel Carlos, Solano Ribeiro achou que era o momento de criar um festival brasileiro de música semelhante ao Festival de Sanremo.[1]

  • Dentre as 1.290 canções inscritas, 36 foram selecionadas para participar das três eliminatórias, 12 canções por noite.
  • Local: Eliminatórias: Guarujá, São Paulo (no auditório da TV Excelsior) e Petrópolis (no Hotel Quintandinha); Final: Rio de Janeiro (no auditório da TV Excelsior);[1]
  • Data: 6 de abril de 1965
  • Classificação:
1º Lugar: "Arrastão" (Edu Lobo e Vinicius de Moraes) – intérprete: Elis Regina
2º Lugar: "Canção do Amor que Não Vem" (Baden Powell e Vinicius de Moraes) – intérprete: Elizete Cardoso

Festivais na TV Record

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Nos Festivais da Record consolidaram dois importantes gêneros musicais brasileiros na década de 1960: as canções de protesto e o tropicalismo.[1]

  • Contou com 2.635 inscrições.[1]
  • Emissoras: TV Record (canal 7, São Paulo); TV Paulista (canal 5, São Paulo) e TV Globo (canal 4, da então Guanabara)
  • Local: Teatro Record, cidade de São Paulo
  • Data: setembro e outubro 1966
  • Prêmio Viola de Ouro.
Finalíssima - 10 de outubro de 1966[3][2]
Ordem Interpretes Canção Autores Resultado
01 Jair Rodrigues "Disparada" Geraldo Vandré
02 MPB4 "Canção de Não Cantar" Sérgio Bittencourt
03 Elza Soares "De Amor Ou Paz" Adualto Santos Panamá
04 Jair Rodrigues "Canção para Maria" Paulinho da Viola e Capinam
05 Leny Eversong "Lá Vem O Bloco" Carlos Lira e G. Guarnieri -
06 Chico Buarque e Nara Leão "A Banda" Chico Buarque
07 Maysa "Amor, Paz" Vera Brasil e Maísa -
08 Elis Regina "Ensaio Geral" Gilberto Gil
09 Elis Regina "Jogo de Roda" Edu Lobo e Rui Guerra -
10 Roberto Carlos "Flor Maior" Célio Borges Pereira -
11 Maria Odete "Um Dia" Caetano Veloso -
12 Nara Leão "O Homem" Millôr Fernandes -
  • Melhor Intérprete: Jair Rodrigues - "Disparada"[4]

"O festival da virada"

  • Local: Teatro Record Centro, cidade de São Paulo
  • Data: 30 de setembro, 6 e 14 de outubro de 1967 (eliminatórias); 21 de outubro de 1967 (final)
  • Prêmio Sabiá de Ouro
Finalíssima - 21 de outubro de 1967
Ordem Interpretes Canção Autores Resultado
01 Nana Caymmi "Bom dia" Gilberto Gil e Nana Caymmi -
02 Sidney Miller e Nara Leão "A Estrada e O Violeiro" Sidney Miller -
03 Caetano Veloso e Beat Boys "Alegria, Alegria" Caetano Veloso
04 Gilberto Gil e Os Mutantes "Domingo no Parque" Gilberto Gil
05 MPB4 "Gabriela" Maranhão
06 Elis Regina "O Cantador" Dori Caymmi e Nelson Mota -
07 Sérgio Ricardo "Beto bom de bola" Sérgio Ricardo Desclassificada
08 Edu Lobo e Marília Medalha "Ponteio" Edu Lobo e Capinam
09 Geraldo Vandré "Ventania" Geraldo Vandré e Hilton Acioli -
10 Roberto Carlos "Maria, Carnaval e Cinzas" Luis Carlos Paraná
11 Chico Buarque e MPB4 "Roda Viva" Chico Buarque
12 Jair Rodrigues "Samba de Maria" Vinicius de Moraes e Francis Hime -
  • Melhor Intérprete: Elis Regina – "O Cantador" (Dori Caymmi e Nelson Motta)
  • Melhor Letra: "A Estrada e o Violeiro" (Sidney Miller) – intérpretes: Sidney Miller e Nara Leão
  • Momento Marcante do III Festival de MPB
"Beto Bom de Bola" (Sérgio Ricardo) – intérprete: Sérgio Ricardo (irritado com as vaias, Ricardo quebrou o violão e jogou-o na plateia)[5]. Após o ocorrido, o apresentador pediu a atenção do público para informar que a direção da TV Record pede ao júri para desconsiderar as notas dadas a música pois ela estava desclassificada do festival.
  • Local: Teatro Record Centro, cidade de São Paulo
  • Data: Novembro e Dezembro 1968
  • Último festival antes da decretação do AI-5
  • Júri Especial e Júri Popular
Finalíssima - 9 de dezembro de 1968[2]
Ordem Interpretes Canção Autores JE JP
01 Os 3 Morais "Choro do Amor Vivido" E. Gudin e W. de Carvalho - -
02 Trio Marayá "Bonita" Hilton Acioli e Geraldo Vandré -
03-06 Jair Rodrigues "A Família" Ary Toledo e Chico Anísio -
03-06 Lucelena "Cantoria" Lúcia Helena e Luiz Vieira - -
03-06 MPB4 "Descampado Verde" Maranhão - -
03-06 Marcos Valle e Milton Nascimento "Diálogo" M. Valle, P. S. Valle e M. Nascimento - -
07 Tom Zé "São, São Paulo Meu Amor" Tom Zé
08 Márcia "Terra Virgem" Adilson Godoy e Saulo Nunes - -
09 Cynara & Cybele "Sentinela" M. Nascimento e F. Brant - -
10 Chico Buarque "Benvinda" Chico Buarque
11 Taiguara "[[A Grande Ausente]]" F. Hime e P. C. Pinheiro -
12 Edu Lobo e Marília Medalha "Memórias de Marta Saré" Edu Lobo e G. Guarnieri
13 Os Mutantes "2001" Tom Zé e Rita Lee -
14 O Quarteto "Cantiga" Caetano Zamma, e C. Q. Telles - -
15 Elza Soares "Sei Lá, Mangueira" P. da Viola e H. B. de Carvalho - -
16 Sérgio Ricardo "Dia da Graça" Sérgio Ricardo -
17 Roberto Carlos "Madrasta" Renato Teixeira e Beto Ruschel - -
18 Gal Costa e Ivete e Arlete "Divino, Maravilhoso" Caetano Veloso e Gilberto Gil -
  • Local: Teatro Record Augusta, cidade de São Paulo, já que os dois outros principais teatros da Record (Teatro Record Centro e Teatro Record Consolação) haviam sido destruídos por incêndios naquele ano.
  • Data: Novembro 1969
  • Foi o único festival da Record realizado após a imposição do AI-5. Isso porque houve um declínio da qualidade do festival por causa dos compositores e interpretes que estavam sendo perseguidos e/ou exilados pela ditadura. Foi exatamente este declínio, notabilizado neste festival, que culminou no fim dos festivais da Record.
  • Trofeu: Viola de Ouro
  • Direção Geral: Marco Antônio Rizzo
  • Apresentacão: Blota Jr. e Sônia Ribeiro

obs.: Era proibido o uso de guitarras elétricas.

Classificação:

Finalíssima - 6 de dezembro de 1969[2]
Ordem Interpretes Canção Autores Resultado
01 Vanusa "Comunicação" E. Alencar e H. G. Mateus
02 Gonzaguinha "Moleque" Luiz Gonzaga Jr. -
03 Agnaldo Rayol "Infinito" Reginaldo Bessa -
04 Clara Nunes "Sou Filho de Rei" João Mello e Fernando Lobo -
05 António Marcos "Tu Vais Voltar" José Ribamar e Romeu Nunes
06 Márcia e Os Originais do Samba "Gostei de Ver" E. Gudin e M. A. Ramos
07 Roberta Faro "Casa Azul" Roberta Faro -
08 Paulinho da Viola "Sinal Fechado" Paulinho da Viola
09 Tom Zé e Novos Baianos "Jeitinho Dela" Tom Zé -
10 Edgar & Os Tais "Alô, Helô" Nonato Buzar -
11-14 Agnaldo Rayol e Trio Mocotó "Clarice" Eneida e João Magalhães
11-14 Ary Toledo "Hey Mister" Ary Toledo e Francisco de Assis -
11-14 Maria Odete "Monjolo" D. G. Bueno e M. Nepomuceno
11-14 Isaura Garcia "Primavera" L. Rodrigues e H. Chaves -
- Os Caçulas "Catendê" Jocafi, O. Camardelli e I. Tavares Desclassificada

Jurados: Maysa, Severino Filho, Gabriel Migliori, Hervê Cordovil, Moraes Sarmento, Aracy de Almeida e Paulo Bomfim como Presidente do Juri desempatou a votação do 1º Lugar dando o prêmio a Paulinho da Viola.[6]

Referências
  1. a b c d e MÚSICA NO BRASIL DA DITADURA, acesso em 04 de janeiro de 2016.
  2. a b c d MELLO, Zuza Homem de. A ERA DOS FESTIVAIS: UMA PARÁBOLA. Editora 34. 2003
  3. Correio da Manhã de 5 de Outubro de 1966 - Festival encerra dia 10
  4. "Disparada, final do Festival da Tv Record de 1966 completo, Jair Rodrigues" (video - Youtube)
  5. Noite de Vaias
  6. Depoimento do poeta Paulo Bomfim em 13/9/2013