Estrada de Ferro Curitiba Paranaguá
Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba | |
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Trem cargueiro no Viaduto do Carvalho, cartão-postal da ferrovia. | |
Informações principais | |
Sigla ou acrônimo | EFCP |
Área de operação | Paraná |
Tempo de operação | 1885–presente |
Operadora | Rumo Logística |
Especificações da ferrovia | |
Extensão | 110 km |
Bitola | 1,00 m |
A Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba é uma ferrovia que liga as cidades de Paranaguá a Curitiba. Construída entre 1880 e 1885 por Antônio Ferrucci e João Teixeira Soares, possui 110 quilômetros de trilho, com 14 túneis, o maior com 457 metros de extensão, além de dez estações intermediárias e trinta pontes e viadutos. [1]A estrada encontra-se sob operação da Rumo Logística, com transporte diário de carga, e um trem turístico operado pela Serra Verde Express.
História
[editar | editar código-fonte]Antes da ferrovia, por mais de 200 anos a única ligação entre o litoral e o planalto paranaense era a Estrada da Graciosa, inicialmente uma trilha aberta pelos indígenas, sendo posteriormente calçada.[2]:65-66
No ano de 1870 Antônio Pereira Rebouças Filho em sociedade com Francisco Antônio Monteiro Tourinho e Maurício Schwartz, solicitam uma Concessão Imperial para a construção da Estrada de Ferro Antonina a Curitiba, porém não conseguem constituir empresa para a construção dentro do prazo de dois anos.
Devido a dificuldades financeiras em 1872, Rebouças e seus sócios cedem seus direitos ao Barão de Mauá também com dificuldades perde os direitos de construção. Somente uma nova Concessão Imperial para construção da Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba no ano de 1879 e concedida para a francesa Compagnie Génerale des Chemins de Fer Brésiliens, da Societé Anonyme de Travaux Dyle Bacalan.[3]:2-4
A Compagnie Génerale, sob direção de Antônio Ferrucci, italiano que participou da construção do Canal de Suez, inicia a construção em 1880 com cerimônia em que participou Dom Pedro II. Participaram da construção nove mil trabalhadores, em condições de trabalho desafiadoras - a área era pantanosa e sujeita a alagamentos, e não havia estrada para facilitar o transporte. A estrada foi construída com pontes e viadutos de aço produzidos na Bélgica, pela Dyleet Bacalan e trazido de navio ao Brasil. Em 1882, Ferrucci deixa o cargo com a estrada parcialmente concluída, e assume João Teixeira Soares. Em 1883 o trecho Paranguá-Morretes é inaugurado em cerimônia com a Princesa Isabel.[2]:68-70
Ferrucci teria deixado o cargo devido ao risco ser muito elevado, um trecho de túnel em curva no local conhecido como Rochedinho desabou, e para que as obras não atrasassem foi necessário terceirizar a construção de uma ponte no local do desabamento, esta nova ponte passou a se chamar Viaduto Presidente Carvalho, homenagem ao governante do Estado do Paraná na época[4][3]:4-5 A construção é feita sem o uso de mão de obra escrava, apesar da escravidão ainda ser vigente na época.[3]:6
À época foi uma das mais ousadas obras de engenharia mundial, em 1884 sob a direção de Soares é concluído o trecho da Serra do Mar, com viadutos de 500 toneladas de ferro construídos sem o uso de máquinas e sob chuvas constantes. A estrada completa sendo inaugurada em 02 de fevereiro de 1885, menos de cinco anos após o início das obras.[3]:6[2]:70-71 A inauguração se deu sob protestos de carroceiros e trabalhadores ligados ao transporte de cargas via tração animal.[2]:70-71
Esta ferrovia é a única ligação ferroviária entre o Porto de Paranaguá e as regiões produtoras do Paraná e do Centro-Oeste do Brasil, e faz parte da malha da empresa de logística Rumo Logística, com trens de carga circulando diariamente. Atualmente não existem mais linhas de transporte de passageiros no trecho Curitiba e Paranaguá, a não ser uma linha turística mantida pela empresa Serra Verde Express[5][6].
A estrada compreende 110 quilômetros de trilho, 14 túneis (restam 13), o maior com 457 metros de extensão, dez estações, [2]:73 e trinta pontes ou viadutos.[3]:7
Ver também
[editar | editar código-fonte]- ↑ «AS OBRAS DE ENGENHARIA BELGA NA ESTRADA DE FERRO PARANAGUÁ-CURITIBA». O Aço da Engenharia Belga no Brasil. Consultado em 18 de julho de 2023
- ↑ a b c d e Vanessa Rumor. Nos Trilhos, a História do Paraná: Análise do Documentário de TV como Registro Histórico da Ferrovia Curitiba – Paranaguá (PDF) (Pós-graduação). Pontifícia Universidade Católica do Paraná
- ↑ a b c d e «A Estrada de Ferro Paranguá-Curitiba. Uma obra de arte.» (PDF). Museu Paranaense. Coisas do Paraná. 2. Arquivado do original (PDF) em 15 de janeiro de 2019
- ↑ Rhodrigo Deda (4 de fevereiro de 2005). «Ferrovia para Paranaguá, uma história de desafios». Tribuna do Paraná
- ↑ Gazeta do Povo. «Ferrovia Paranaguá – Curitiba, 130 anos». Consultado em 3 de maio de 2018
- ↑ Ralph Mennucci Giesbrecht. «Estação Ferroviária de Curitiba». Consultado em 3 de maio de 2018