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Dudinka

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Dudinka
Nomes locais
(ru) Дудинка
(mis) Тут'ын
Outros nomes
Арктические ворота
Морские ворота Таймыра
Морские ворота Норильска
Морские ворота Норникеля
Водные ворота Таймыра
Водные ворота Норильска
Водные ворота Норникеля
Geografia
País
Territórios
Distrito municipal
Taymyrsky Dolgano-Nenetsky District (en)
Urban settlement in Russia
 (d)
Capital de
Q18405829
Taymyrsky Dolgano-Nenetsky District (en) (a partir de )
Área
105 km2
Altitude
20 m
Coordenadas
Demografia
População
19 309 hab. ()
Densidade
183,9 hab./km2 ()
Funcionamento
Estatuto
cidade/povo (d) (a partir de )
História
Fundação
Identidade
Bandeira
flag of Dudinka (d)
Identificadores
Código postal
647000
OKATO
04253501000
Prefixo telefônico
39191
Website
Mapa

Porto de Dudinka
Porto de Dudinka

Dudinka (em russo: Дуди́нка) é uma cidade no Krai (província) de Krasnoyarsk, na Rússia.

Foi o centro administrativo do Okrug (distrito) Autônomo da Taymyria, que foi assimilado pelo Krai de Krasnoyarsk em 1 de janeiro de 2007. É um porto no rio Ienissei, acessível a navios marítimos.

A cidade foi fundada em 1667 como uma colônia de inverno, e recebeu o status de cidade em 1951. Dudinka é a terra natal da famosa poetisa russa Olga Martynova.[carece de fontes?]

Dudinka e Dikson no estuário do rio Ienissei

O porto de Dudinka processa mercadorias e as envia para a mineradora MMC Norilsk Nikel e despacha metais não-ferrosos, carvão and minério. Em 1969 o gasoduto Messoyakha-Dudinka-Norilsk foi inaugurado. A população é de 25.132 pessoas, de acordo com o censo russo de 2002, e a cidade é servida pelo pequeno Aeroporto de Dudinka.

Como em muitos outros lugares da Rússia, os pioneiros destas terras foram aqueles que foram condenados a trabalhos forçados, em autênticos campos de concentração. Delinquentes comuns não eram enviados para lá.[1]

A pequena ilha próxima que mantinha a prisão preferida de Stalin se chama Norlag. Primeiro chegaram os oficiais das repúblicas bálticas; depois os poloneses. Foram os presos que com picareta e , no meio do perpétuo congelamento, construíram as primeiras pedreiras, a fábrica e a velha cidade. No meio do frio polar trabalhavam mal vestidos 12 horas diárias.[1]

A empresa Norilski Nikel, é o principal grupo industrial da região.[1]

Evidente que as enormes riquezas naturais do subsolo justificam a presença do homem em condições tão desumanas. Toda comunicação com o resto da Rússia, é feita por cabo marítimo, fluvial e aéreo. Para transportar os metais que produz, o grupo industrial construiu toda uma frota de quebra-gelos e navios de transporte capazes de navegar ente as geleiras durante a maior parte do ano.[1]

Durante o breve verão, a frota fluvial se encarrega de transportar tudo o que for necessário para a vida durante o longo inverno pelo rio Yenisei até o porto de Dudinka, que junto com a ferrovia local também pertence ao grande grupo empresarial.[1]

A empresa também se encarrega do descanso de seu pessoal, que desfruta de férias de 90 dias por ano, e o montante de seus programas sociais chega a três bilhões de rublos (cerca de 80 milhões de euros). Além do enorme hotel Zapoliarie (Transpolar), o melhor do balneário russo de Sochi nas margens do Mar Negro e propriedade do consórcio, cobre grande parte da despesa de férias de seus trabalhadores. Deste modo, duas semanas na Bulgária custa para um operário da empresa o simbólico preço de 1.500 rublos (menos de 40 euros), e duas semanas nas praias da Espanha valem junto com o voo cerca de 12 mil rublos (300 euros).[1]

Salvo pelas provisões de alimentos, e nem todos, Dudinka e Norilsk são praticamente cidades autossuficientes. As centrais elétricas geram energia, o gás e o petróleo são extraído de jazidas locais e processados em plantas que também pertencem à indústria.[1]

Três meses por ano, de novembro a fevereiro, o sol não nasce por lá e somente a aurora boreal rompe a escuridão da longa noite. Em troca, de maio a junho o sol não desaparece do horizonte e é sempre dia. O clima é caracterizado pelo frio intenso no inverno e frio ameno no verão. Nas demais estações, chove.[1] A temperatura média de verão é de 15ºC.[1]

A arrasadora maioria da população é jovem, que chega atraída pela possibilidade de fazer uma rápida carreira profissional e gozar de condições econômicas que dificilmente conseguiria em outra parte da Rússia. Uma vez lá, começam a trabalhar para preparar sua volta a parte europeia do país. Com este fim o consórcio investe na construção de casas na Rússia Central. Para conseguir um apartamento em outra cidade basta trabalhar dez anos na Dudinka ou em Norilsk.[1]

Os ônibus de lá são especiais e capazes de continuar em funcionamento no meio de qualquer tempestade.[1]

Para a primeira viagem a Dudinka ou Norilsk, onde já em outubro a temperatura pode chegar a -30ºC deve-se carregar a bagagem de roupa térmica, peças grossas de lã etc. Existe sempre o forte calor artificial de aquecedores que invade toda a cidade, apesar das casas serem erguidas sobre o gelo perpétuo, que se estende sob seus alicerces até cerca de 100 metros de espessura.[1]

A exceção é a rua, onde as temperaturas atingem às vezes os -60ºC com ventos fortes. Certo é que a rua é adaptada como em nenhum outro lugar da Rússia para proteger o transeunte dos ventos árticos. Os prédios têm forma de quadrado, para proteger os pátios interiores do vento, e sob os arcos que levam para dentro das edificações há varandas que ajudam a suportar as investidas dos furacões árticos.[1]

Na vizinha Norilsk há uma cafeteria que se chama El Cocotero, o centro recreativo possui as aulas de salsa e danças hindus.[1]

O otimismo de alguns é tal que inclusive transformaram o lago local Dolgoye, situado entre a cidade e a zona industrial, em uma autêntica praia, onde se toma banho quase com qualquer tempo. Até pouco tempo o lago recebia despejo químicos da central elétrica, mas nos últimos anos as autoridades melhoraram a ecologia da região.[1]

Mais de 200 pessoas integram o clube "Morsas de Taymir", capazes de ficarem nus a -50ºC e mergulhar nas águas, abertas a machadadas na grossa carapaça de gelo que cobre o lago.[1]

Referências