Crise de Suez
Crise de Suez | |||
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Conflito israelo-árabe | |||
Veículos militares egípcios destruídos durante o conflito. | |||
Data | 29 de outubro – 7 de novembro de 1956 | ||
Local | Península do Sinai e Egito oriental | ||
Desfecho | Consolidação da nacionalização Egípcia do Canal do Suez; adiamento da invasão Egípcia a Israel; catalisador da formação da República Árabe Unida; catalisador da Conferência de Bandung | ||
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Crise de Suez, também conhecida como Guerra de Suez (ou ainda Guerra do Sinai), foi uma crise política que teve início em 29 de outubro de 1956, quando Israel, com o apoio da França e Reino Unido, que utilizavam o canal para ter acesso ao comércio oriental, declarou guerra ao Egito. O presidente do Egito, Gamal Abdel Nasser havia nacionalizado o canal de Suez, cujo controle ainda pertencia à Inglaterra. Em consequência, o porto israelense de Eilat ficaria bloqueado, assim como o acesso de Israel ao mar Vermelho, através do estreito de Tiran, no golfo de Acaba.[1] Após o início dos combates, as pressões políticas dos Estados Unidos, da União Soviética e das Nações Unidas levaram à retirada dos três invasores. O episódio humilhou o Reino Unido e a França e fortaleceu Nasser.[2][3][4]
Contexto
[editar | editar código-fonte]Em 1956, o nacionalismo, a guerra fria e o conflito árabe-israelense estiveram reunidos como fatores de um curto e violento conflito nas regiões egípcias do Canal de Suez e da Península do Sinai. O Egito e outras nações árabes ganharam há pouco tempo a independência dos impérios controlados por potências europeias como Grã-Bretanha e França. Estas nações jovens com cultura e história antigas se esforçaram para ganhar suficiência econômica, militar e para valer os seus direitos políticos como povos livres. A luta da Guerra Fria entre o Ocidente, na sua maioria democrática e capitalista, contra o Oriente comunista dominado pela União Soviética ajudou e impediu os objetivos nacionalistas de muitos países africanos e asiáticos. Por exemplo, o Egito procurou ajuda externa na construção do projeto da Barragem de Assuão, que passaria a controlar o rio Nilo.
Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, os principais intervenientes no Ocidente, se recusaram a ajudar o Egito por causa de seus laços políticos e militares com a União Soviética. Os soviéticos se apressaram para ajudar o Egito. Após isso, o Egito passou a ser considerado um amigo dos soviéticos, e uma nação não muito amigável para o Ocidente. Desta forma, a Guerra Fria afetou a jovem nação do Egito e suas relações com o resto do mundo. O conflito árabe-israelense começou em 1948 e levou Egito e Israel a serem inimigos até 1979. A segunda guerra entre esses vizinhos do Oriente Médio teve lugar em 1956.
Como parte da agenda nacionalista, o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser tomou controle do Canal de Suez, tomando-o das empresas britânicas e francesas, que o possuíam. Ao mesmo tempo, como parte de sua luta permanente com Israel, forças egípcias bloquearam o Estreito de Tiran, a hidrovia estreita que é a única saída de Israel ao Mar Vermelho. Israel e Egito se enfrentaram várias vezes desde a guerra de 1948, tendo o Egito permitido e incentivado grupos de combatentes Fedayin, para atacar Israel a partir de território egípcio. Em resposta, as forças israelenses constantemente atacavam a fronteira, em retaliação.
Ataque
[editar | editar código-fonte]Grã-Bretanha e França, ambos em processo de perder os seus seculares impérios, decidiram, em uma estratégia conjunta, a ocupação do Canal de Suez. Isto teve como objetivo reafirmar o controle dessa hidrovia vital para as empresas britânicas e francesas expulsas pela nacionalização realizada por Nasser. Por sugestão da França, o planejamento foi coordenado com Israel, um fato que todas as três nações negaram por anos depois.
Em 29 de outubro de 1956, tropas israelenses invadiram a Península do Sinai e rapidamente superaram a oposição das tropas egípcias. No dia seguinte, a Grã-Bretanha e França, se ofereceram para ocupar temporariamente a Zona do Canal e sugeriram uma zona de 16 km em cada lado, que iria separar as forças egípcias dos israelenses. Nasser, é claro, recusou, e em 31 de outubro, o Egito foi atacado e invadido por forças militares da Grã-Bretanha e da França. Em resposta a estes desenvolvimentos, a União Soviética, que, na época, estava a suprimir impiedosamente uma revolta anti-comunista na Hungria, ameaçou intervir em nome do Egito. O presidente Eisenhower dos Estados Unidos pressionou a Grã-Bretanha, França e Israel a concordar com um cessar-fogo e uma eventual retirada do Egito. Os Estados Unidos, pegos de surpresa pelas duas invasões, estavam mais preocupados com a guerra soviética na Hungria e na Guerra Fria do que com a Grã-Bretanha e a França se envolvendo nas relações de Suez. A última coisa que o presidente Eisenhower queria era uma guerra mais ampla sobre Suez. A guerra em si durou apenas uma semana, e as forças invasoras foram retiradas em um mês, sob a supervisão das tropas das Nações Unidas. Como resultado, o Egito alinhou-se firmemente com a União Soviética, que armou o próprio Egito e outras nações árabes para a luta contínua contra Israel.
Ver também
[editar | editar código-fonte]- ↑ Mayer, Michael S. (2010). The Eisenhower Years. [S.l.]: Infobase Publishing. p. 44. ISBN 9780816053872
- ↑ Abernathy, David (2000). The Dynamics of Global Dominance: European Overseas Empires, 1415–1980. [S.l.]: Yale University Press. p. CXXXIX. ISBN 978-0300093148. Consultado em 1 de setembro de 2015
- ↑ Roger Owen "Suez Crisis" The Oxford Companion to the Politics of the World, Second edition. Joel Krieger, ed. Oxford University Press Inc. 2001.
- ↑ «An affair to remember». The Economist. 27 de junho de 2006. Consultado em 3 de setembro de 2014
Ligações externas
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