Besta do Apocalipse
A Besta do Apocalipse, ou simplesmente Besta, é uma figura do Livro do Apocalipse de João, na Bíblia. É relacionada ao Anticristo.
Descrição bíblica
[editar | editar código-fonte]João, discípulo de Jesus, relata que estava na ilha de Patmos quando foi arrebatado em espírito, e teve uma visão que relatou no livro de Apocalipse. Especificamente em Apocalipse 13, João descreve que viu subir do mar uma besta de sete cabeças e dez chifres. A besta era semelhante ao leopardo, com os pés de urso e a cabeça de um leão. João conta detalhes sobre a besta, suas características e ainda sobre um dragão que interage com a besta. Em seguida ele relata que viu subir da terra outra besta de dois chifres semelhantes aos de um cordeiro e que e falava como o dragão e era mais poderosa que a primeira besta. É neste texto bíblico que o sinal da besta (o número 666) é citado e identificado.
O Livro do Apocalipse fala de duas bestas que surgirão. Uma delas vai emergir do mar que, na Grande tribulação, irá se levantar contra todos os cristãos, ou seja, contra a Igreja. A outra besta se levantará da terra e "será um homem comum", porém terá a cobertura do Anticristo, que dará poder a esse homem para operar prodígios e maravilhas. Este homem blasfemará contra Jesus Cristo e distorcerá a verdade. Provavelmente será um grande líder religioso, com grande influencia mundial na mídia e na política. Desviará muitos adeptos de Jesus, criticando seus milagres e oferecendo riqueza e glória.[carece de fontes] Esse homem, "a besta que emerge da terra", vai preparar o caminho para o Anticristo (Apocalipse 13:11, Mateus 7:15, Mateus 24:11, II Pedro 2:1, I João 4:1).
Interpretação
[editar | editar código-fonte]O historicismo é um método de interpretação na escatologia cristã que interpreta as profecias bíblicas como eventos históricos reais e identifica seres simbólicos com pessoas ou sociedades históricas na história da igreja. Esta interpretação foi favorecida pelos reformadores protestantes[1] como John Wycliff e Martinho Lutero, bem como outras figuras proeminentes como Isaac Newton.[2]
Interpretação por alguns católicos
[editar | editar código-fonte]Alguns católicos consideram que o Império Romano seria a Besta citada no livro do Apocalipse, pois de acordo com a Bíblia ela seria um Estado Pagão, e ainda diz que a 7ª cabeça faria uma guerra aos mártires de Jesus. Característica que cabe perfeitamente a Nero que fez guerra aos cristãos, inclusive matou os apóstolos Pedro e Paulo e também é o 7º Imperador desde o início do Império Romano. Além disso, a Roma Pagã que se localiza sobre as sete colinas romanas e está cercada pela Muralha Aureliana separando-a da "Nova Roma", era chamada pela antiga literatura cristã por "Babilônia".
Desde o início do Império Romano, Roma teve 10 imperadores, dai vem os "dez chifres", porém Galba, Otão e Vitélio não foram considerados de facto imperadores, pois não cumpriram certas normas que os colocassem nos anais do Império como soberanos.
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Número da Besta
- Abominação da Desolação
- Anticristo
- Grande Tribulação
- Segunda Vinda de Cristo
- Profecia das 70 semanas
- Diferenças escatológicas cristãs
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Ammannati, Renato (2010). Rivelazione e Storia. Ermeneutica dell'Apocalisse. [S.l.]: Transeuropa
- Bass, Ralph E., Jr. (2004) Back to the Future: A Study in the Book of Revelation, Greenville, South Carolina: Living Hope Press, ISBN 0-9759547-0-9.
- Bauckham, Richard (1993). The Theology of the Book of Revelation. [S.l.]: Cambridge University Press
- Beale, G.K.; McDonough, Sean M. (2007). «Revelation». In: Beale, G. K.; Carson, D. A. Commentary on the New Testament Use of the Old Testament. [S.l.]: Baker Academic
- ↑ The Prophetic Faith of Our Fathers, de LeRoy Froom. Vol. 2., pg. 121.
- ↑ «The Antichrist and The Protestant Reformation». Consultado em 30 de outubro de 2021