Baía de Sepetiba
Baía de Sepetiba | |
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A baía de Sepetiba, no bairro de Sepetiba, na cidade do Rio de Janeiro. | |
Localização | Rio de Janeiro |
Oceanos | Atlântico |
Países | Brasil |
A baía de Sepetiba é uma baía do estado do Rio de Janeiro, no litoral do Brasil.
Aspectos físicos
[editar | editar código-fonte]Com aproximadamente 305 quilômetros quadrados de área, encontra-se limitada a norte pela serra do Mar, ao nordeste pela Baixada Fluminense, a sudeste pelo maciço da Pedra Branca e ao sul pela restinga da Marambaia. É um corpo de águas salinas e salobras, comunicando-se com o oceano Atlântico por meio de duas passagensː na parte oeste, entre os cordões de ilhas que limitam com a ponta da restinga; e, na porção leste, pelo canal que deságua na Barra de Guaratiba, o que lhe confere uma configuração quase elíptica. Seu perímetro é de aproximadamente 130 quilômetros.
Aspectos históricos
[editar | editar código-fonte]A baía de Sepetiba foi palco de inúmeros acontecimentos da história do Brasil e, até hoje, mantém sua importância como posto de vigília em frente à Base Aérea de Santa Cruz para garantir a soberania nacional. Ligada à pré-história indígena, como atesta a presença de sambaquis na região, Sepetiba foi considerada o "Porto do Ouro" por receber todo o ouro que vinha de Paraty com destino a Lisboa.
No século XVIII, a baía de Sepetiba foi cenário de muitas batalhas entre corsários atraídos pelo ouro e soldados do rei Dom João IV.
Além do ouro, os piratas usurpavam o pau-brasil abundante nas matas da região.
Economia
[editar | editar código-fonte]Atividade pesqueira e turismo
[editar | editar código-fonte]A baía, juntamente com suas áreas de mangue e zonas estuarinas, constitui criadouro natural para as diversas espécies de moluscos, crustáceos e peixes existentes neste ambiente. A atividade pesqueira é importante suporte econômico e social para a região, que possui, ainda, indiscutível vocação natural de centro turístico, com várias ilhas, como a da Madeira, a dos Martins, a de Jaguanum e a de Itacuruçá, e cachoeiras, como a da Mazomba, a de Itimirim e a do Bicão, além das praias de Coroa Grande, Itacuruçá, Muriqui, Ibicuí, Saí e Praia Grande, entre outras.
Atividade industrial e degradação ambiental
[editar | editar código-fonte]A baía de Sepetiba está localizada no mais importante entorno geoeconômico do Brasil, que abrange as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, onde, num raio de 500 quilômetros, concentram-se as atividades econômicas do país. A região desponta, ainda, como um dos polos industriais do Estado do Rio de Janeiro. A atividade industrial deste parque é responsável pelo lançamento de várias substâncias potencialmente tóxicas na baía, destacando-se os metais pesados.
Entre as indústrias, destaca-se a Cia. Mercantil Ingá, atualmente em situação falimentar — que tem, em termos de passivo ambiental, estoques de Resíduo industrial acumulados há mais de trinta anos no local de produção. Estes resíduos ameaçam e fragilizam o equilíbrio ecológico da Baía de Sepetiba.
O Porto de Itaguaí, já existente para carga a granel (minério, carvão, enxofre etc.), ampliado, recebe navios de cabotagem de até 150 000 toneladas. Para isto, se fez necessária a realização de vultosas obras de dragagem, para o aprofundamento do canal, o que significou uma intervenção potencialmente poluidora, devido ao revolvimento dos sedimentos e possível remobilização de metais e, também, um aumento significativo de futuras atividades, igualmente com elevado potencial poluidor.
A baía de Sepetiba vem sofrendo atualmente de problemas de eutrofização, especialmente em pequenas enseadas, nas áreas mais próximas à linha de costa e nas áreas de influência das desembocaduras dos rios, sendo afetada direta e significativamente pela poluição orgânica.
Aspectos ambientais e sociais
[editar | editar código-fonte]Na baía de Sepetiba tem ocorrido problemas ambientais por questões da poluição na área como por exemplo o vazamento de óleo da Transpetro(Petrobras Transporte) em Angra que atingiu a área e outros acontecimentos, ocorrendo, além de não haver mais banhistas por conta da água suja da praia, mortes de peixes e principalmente do boto-cinza, uma espécie de golfinho que tem sua maior quantidade de população do mundo na baía e tem perdido grande parte de sua espécie no local.[1][2][3][4][5]
Este problema não é tão recente, visto que desde os anos 2000 ocorreram protestos dos moradores, tendo como o mais emblemático a Passeata SOS Baía de Sepetiba, que estavam 6000 moradores manifestando, e, nos próximos anos, a idealização de um Ecomuseu de Sepetiba, através do Movimento Ecomuseu Sepetiba, além também da fundação do Instituto Boto-Cinza, que tem o intuito de conservar a espécie e também de conscientizar a população local através de cursos.[6][7][8][9]
- ↑ «Transpetro deve adotar série de ações após vazamento de óleo em Angra, RJ». Sul do Rio e Costa Verde. 24 de março de 2015
- ↑ «Golfinhos agonizam até a morte em meio à poluição das águas em baía do RJ - Notícias - Internacional». Internacional
- ↑ «Aumento da mortalidade do boto cinza preocupa pesquisadores». Jornal Nacional. 21 de fevereiro de 2018
- ↑ «Morte de 78 botos cinzas em 17 dias na Baía de Sepetiba, RJ, intriga pesquisadores». G1
- ↑ «Morte de mais de 200 golfinhos em baía do Rio assusta pesquisadores». Folha de S.Paulo. 4 de abril de 2018
- ↑ «Folha Online - Cotidiano - Cariocas 'abraçam' baía de Sepetiba 16/04/2000 18h43». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 25 de abril de 2018
- ↑ «Ecomuseu Sepetiba». ecomuseusepetiba.webnode.com.br. Consultado em 25 de abril de 2018
- ↑ «instituto-boto-cinza». instituto-boto-cinza. Consultado em 25 de abril de 2018
- ↑ «instituto-boto-cinza». instituto-boto-cinza. Consultado em 25 de abril de 2018
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- HELDER, COSTA (1998). Uma Avaliação da Qualidade das Águas Costeiras do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Fundação de Estudos do Mar. pp. 169–196
- GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. 1998. Avaliação da Qualidade da Água da Bacia da Baía de Sepetiba. Relatório obtido através de campanhas de monitoramento realizadas(OUT/95 a JUL/98).
- MELGES-FIGUEIREDO, L. H. 1999. Contaminação das Águas e Sedimentos das Baías de Sepetiba e da Ilha Grande por efluentes domésticos e industriais.
- REZENDE, C. E. 1988. Balanço de Matéria Orgânica e Metais Pesados em um Ecossistema de mangue na Baía de Sepetiba-RJ. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal Fluminense. Niterói.