Azodicarbonamida
Azodicarbonamida Alerta sobre risco à saúde | |
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Outros nomes | Azodicarbonamida; Azo(bis)formamida; Diazenodicarboxamida |
Identificadores | |
Número CAS | |
PubChem | |
ChemSpider | |
SMILES |
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InChI | 1/C2H4N4O2/c3-1(7)5-6-2(4)8/h(H2,3,7)(H2,4,8)/b6-5+
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Propriedades | |
Fórmula química | C2H4N4O2 |
Massa molar | 116.07 g mol-1 |
Aparência | Pó cristalino de cor amarelada a laranja/vermelho |
Ponto de fusão |
225 °C, 498 K, 437 °F |
Riscos associados | |
Classificação UE | Danoso (Xn) |
NFPA 704 | |
Frases R | R42 R44 |
Frases S | S22 S24 S37 |
Página de dados suplementares | |
Estrutura e propriedades | n, εr, etc. |
Dados termodinâmicos | Phase behaviour Solid, liquid, gas |
Dados espectrais | UV, IV, RMN, EM |
Exceto onde denotado, os dados referem-se a materiais sob condições normais de temperatura e pressão Referências e avisos gerais sobre esta caixa. Alerta sobre risco à saúde. |
Azodicarbonamida é uma substância química sintetizada com uma fórmula molecular C2H4O2N4.[1] Como aditivo alimentar é conhecida por E927 e apresenta-se como um pó cristalino, de cor amarelada a alaranjada e inodoro.
Aplicações
[editar | editar código-fonte]Agente expansor
[editar | editar código-fonte]O principal uso da azodicarbonamida encontra-se na produção de plásticos espumados como agente de expansão. A decomposição térmica dessa substância resulta na produção de nitrogênio, monóxido de carbono, dióxido de carbono e gases de amônia, que acabam presos em bolhas no interior do polímero para formar a espuma.
A azodicarbonamida é usada em plásticos, couro sintético e em outras indústrias, e pode ser pura ou modificada com a finalidade de alterar as temperaturas da reação. Enquanto a substância pura geralmente reage em temperaturas ao redor dos 200ºC, a versão modificada contém aditivos que aceleram a reação, permitindo que ocorra em temperaturas mais baixas, em torno de 170ºC, de modo que seu uso na indústria pode ocorrer de variadas formas.
Um exemplo de uso da azodicarbonamida como agente expansor é a fabricação de espumas de vinil (PVC), na qual a substância possui um papel durante a formação de bolhas através de sua decomposição em vários gases a altas temperaturas. A espuma de vinil é elástica e não desliza em superfícies lisas, razão pela qual é bastante usada na parte inferior dos tapetes, como os de ioga.[2]
Aditivo alimentício
[editar | editar código-fonte]O composto é também usado como agente clareador de farinha e condicionador de massas.[3] Ele reage com a farinha úmida como um agente oxidante e o principal produto de sua reação é a biureia, um derivado da ureia que não se decompõe enquanto a massa é assada.[4] Os produtos da reação secundária incluem semicarbazida e carbamato de etila. Diversos restaurantes de fast-food nos EUA removeram esse aditivo em resposta à imagem negativa que seu uso produzia.[5]
Segurança e regulação
[editar | editar código-fonte]Em uma publicação de 1999, a OMS indicou a existência de ligações entre a azodicarbonamida e a ocorrência de asma, alergias e problemas respiratórios em indivíduos cujo ambiente de trabalho processava ou manufaturava o composto. Na época, a exposição do público geral à substância não pôde ser medida em razão da falta de informações disponíveis.[6] A OMS concluiu que, para esse último caso, como o nível de risco é incerto, os níveis de exposição deveriam diminuir ao máximo possível.
Desde agosto de 2005, foi banido na União Europeia seu uso como agente de expansão de plásticos cujos usos incluem contato direto com alimentos.[7]
No Reino Unido, a Secretaria de Saúde e Segurança identificou a azodicarbonamida como um sensibilizante das vias respiratórias em ambientes de trabalho, sendo um possível causador de asma, e foi determinada a sinalização adequada de containers contendo a substância.[8]
No Brasil, é legalizado o uso como aditivo alimentício nos limites de até 0,004g da substância por 100g de farinha.[9][10] Nos Estados Unidos, a azodicarbonamida tem status de geralmente reconhecido como seguro(GRAS) e é permitida a sua adição à farinha em até 45 ppm.[11][12]
Seu uso como aditivo alimentício, no entanto, não foi autorizado na Austrália e na União Europeia.[12][13]
- ↑ «Azodicarbonamide (CICADS)». Inchem. International Programme on Chemical Safety. Consultado em 14 de agosto de 2010
- ↑ Friend, John (2009). History of Yoga Mat - Looking back with Friends. [S.l.: s.n.]
- ↑ FDA Frequently Asked Questions on Azodicarbonamide (ADA) Última atualização da página: 20 de junho de 2014
- ↑ WHO FAO 1965. Toxicological Evaluation of Some Antimicrobials, Antioxidants, Emulsifiers, Stabilizers, Flour-Treatment Agents, Acids and Bases: Azodicarbonamide FAO Nutrition Meetings Report Series No. 40A,B,C. WHO/Food Add./67.29
- ↑ Shanker, Deena (8 de agosto de 2016). «The Yoga-Mat Chemical's Quiet Fast-Food Exit». Bloomberg. Consultado em 8 de agosto de 2016
- ↑ «Concise International Chemical Assessment Document 16: Azodicarbonamide» (PDF). Organização Mundial da Saúde. Consultado em 5 de fevereiro de 2014
- ↑ «COMMISSION DIRECTIVE 2004/1/EC of 6 January 2004 amending Directive 2002/72/EC as regards the suspension of the use of azodicarbonamide as blowing agent». Official Journal of the European Union. 13 de janeiro de 2004. Consultado em 10 de março de 2011
- ↑ «Substances causing/worsening asthma». UK Occupational Health and Safety. Consultado em 14 de agosto de 2010. Arquivado do original em 31 de maio de 2013
- ↑ Teixeira, Juliana. «Dez aditivos alimentares perigosos que já foram banidos no exterior». eCycle
- ↑ Lopes, Alessandra Santos; Ormenese, Rita de Cássia Salvucci Celeste; Montenegro, Flávio Martins; Júnior, Ferreira; Gonçalves, Patrocínio (1 de junho de 2007). «The influence of simultaneous use of ascorbic acid and azodicarbonamide in the quality of french bread». Food Science and Technology (Campinas). 27 (2): 307–312. ISSN 0101-2061. doi:10.1590/S0101-20612007000200017
- ↑ Smith, Jim; Hong-Shum, Lily (2011). Food additives data book 2º ed. Chinchester, West Sussex: Wiley-Blackwell. 548 páginas. ISBN 978-1405195430
- ↑ a b «21CFR172.806». Code of Federal Regulations. 1 de abril de 2012
- ↑ Comissão Europeia. «European Union: Authorisation of Additives». Consultado em 31 de dezembro de 2014