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Assortatividade

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Na área de grafos e ciência das redes, assortatividade é uma métrica utilizada para quantificar a tendência de nós individuais se conectarem a outros nós semelhantes um grafo (homofilia). Além disso, é capaz de definir o comportamento dinâmico de uma rede, bem como a sua robustez, analisando o seu grau de assortatividade. [1]

É possível analisar a correlação dos graus de uma rede analisando, por exemplo, uma rede social. Nesta é possível visualizar que os nós tendem a se conectar a outros nós com graus semelhantes, ou seja, características semelhantes. Esta característica é conhecida como assortatividade. Por outro lado, quando nós de alto grau se conectam com nós de baixo grau, dizemos que esta rede é dissassortativa. Por fim, caso a rede não apresente uma tendência clara de conexão, ela apresenta a característica não-assortativa. [2]

A assortatividade de uma rede é comumente computado por meio da correlação entre nós. Existem diversas formas de se calcular esta correlação, entretanto a mais utilizada é o coeficiente de correlação de graus.

Coeficiente de correlação de graus

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Assortatividade de graus. (a) grafo disassortativo, (b) grafo assortativo

O coeficiente de correlação de graus é um número que é quantificado pelo coeficiente de correlação de Pearson, r, que caracteriza a correlação de ambos os nós das extremidade de uma aresta. [3] Este valor varia entre o intervalo [-1 ≤ r ≤ 1] e apresenta as seguintes características: Se r = 0, a rede é não-assortativa (neutra); Se r < 0, então a rede é dissassortativa; e se r > 0, então a rede é assortativa. Além disso, quando o valor de r se encontra nos limites do intervalo, diz-se então que a rede é perfeitamente assortativa (r = 1) ou completamente disassortativa (r = -1).

O valor de r, definido por Mark Newman [4], pode ser calculado a partir da seguinte expressão:

(1),

onde

e

, sabendo que é o valor médio de .


Da expressão (1), pode-se observar que é a probabilidade de se obter um nó de grau no fim de uma aresta selecionada aleatoriamente. Por fim, é a matriz de correlação de graus ou a probabilidade de se encontrar um nó de grau que possui um nó de grau no fim de suas arestas. Como se trata de uma probabilidade, temos que pode se conectar a por meio de . [5]



Função de correlação de graus

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Assortatividade baseado na correlação de graus. (a): Assortativo, (b): Neutro, (c) Disassortativo

Existe ainda uma outra maneira de se quantificar a correlação de graus de uma rede: a função de correlação de graus. Esta função calcula a correlação de graus para todos os nós de grau existentes. Para isto, uma maneira de de quantificar a magnitude dos nós que se conectam entre si, é explorar o grau médio dos vizinhos de um nó com grau , em outras palavras, calcular o valor de , definido por:


,

onde é a probabilidade condicional em que uma aresta de um nó de grau alcance um nó de grau . Consequentemente, caso o valor da função cresça de acordo com o , então a rede é assortativa. Por outro lado, se o valor da função diminui de acordo com o valor de , então a rede é disassortativa. Por fim, pode-se concluir que, se a função não apresenta os comportamentos anteriores, então a rede é neutra.

Redes neutras possuem uma característica especial em relação ao valor de . Como o grau médio dos vizinhos de um nó independe de seu grau (aproximadamente igual para todo valor de k), pode ser calculado por meio da média global. Com isso, temos que:

.

Substituindo em , pode-se observar que:

,

onde "<>" indica média.

Existem diversas aplicações para o uso da assortatividade de uma rede. A medicina é uma das áreas que mais explora este conceito, visto que auxilia a entender o comportamento de uma população e como uma determinada patologia pode se espalhar nesta comunidade. Junto a isso, pode-se inferir como aplicar de forma efetiva um sistema de vacinação conforme os hábitos destes grupos. Ainda assim, pode-se observar outras áreas que abordam o conceito, o aplicando em, por exemplo, sistema de rede elétrica (quais os pontos demandam mais energia elétrica), redes colaborativas (identificação de pontos que precisam de reforço) e rede de sistemas metabólicos (qual é o efeito de um determinado fármaco no corpo).

  1. Foster, DV; Foster, JG; Grassberger, P; Paczuski, M (Dezembro 2011). «Clustering drives assortativity and community structure in ensembles of networks.». Physical review. E, Statistical, nonlinear, and soft matter physics. 84 (6 Pt 2). 066117 páginas. PMID 22304165. doi:10.1103/PhysRevE.84.066117 
  2. Noldus, Rogier; Van Mieghem, Piet (26 de Março 2015). Assortativity in complex networks (em inglês). [S.l.: s.n.] pp. 507–542 
  3. Chang, Sheryl L.; Piraveenan, Mahendra; Prokopenko, Mikhail (1 de Novembro 2020). «Impact of network assortativity on epidemic and vaccination behaviour». Chaos, Solitons & Fractals (em inglês). 140. 110143 páginas. ISSN 0960-0779. doi:10.1016/j.chaos.2020.110143. Consultado em 5 de Janeiro 2021 
  4. Newman, M. E. J. (27 de Fevereiro 2003). «Mixing patterns in networks». Physical Review E. 67 (2). 026126 páginas. doi:10.1103/PhysRevE.67.026126. Consultado em 5 de Janeiro 2021 
  5. Barabási, Albert-László. Network science. Cambridge, United Kingdom: [s.n.] ISBN 9781107076266. Consultado em 5 de Janeiro 2021