Alocentrismo
Alocentrismo, (de latim ale, "outro" + grego kéntron, "ponto central") para a Psicologia, designa as pessoas que centralizam suas vidas na relação com outras pessoas, em oposição ao idiocentrismo ou egocentrismo. É mais comum em culturas com forte coletivismo, sendo um traço predominante em cerca de 60% dos habitantes nesses locais.[2]
Características
[editar | editar código-fonte]O indivíduo alocêntrico está sempre dependendo das demais pessoais, sem as quais imagina que não sobreviveria. Busca sempre externar aos demais aquilo que sente, seus conhecimentos e ações. Demonstra personalidade excessivamente extrovertida. Tendem a possuir um locus de controle bastante exteriorizado, ou seja, acreditar que o resultado de suas ações depende mais dos outros do que de si mesmo.
Avaliação
[editar | editar código-fonte]Existem quatro dimensões de diferenciação entre um alocêntrico e um idiocêntrico[1]:
- Autoconceito: Interdependente, sua autodefinição é baseada na sua relação com o grupo;
- Metas pessoais: Dão prioridade às metas de seu grupo social.
- Conduta: Governada prioritariamente por normas, obrigações e deveres sociais.
- Sacrifícios pessoais: Em nome dos interesses do grupo.
Fase da vida
[editar | editar código-fonte]O alocentrismo está mais presente nas fases de pré-adolescência e adolescência, quando o indivíduo é fortemente influenciado por seu grupo social.
Etnocentrismo
[editar | editar código-fonte]Está correlacionado ao etnocentrismo, que pode ser interpretado como racismo e xenofobia, na medida que é a rejeição de outros grupos é mais frequente entre alocêntricos. Mesmo membros desconhecidos do próprio grupo são vistos mais próximos do que co-habitantes conhecidos de grupos diferentes.[3]
Minorias
[editar | editar código-fonte]Minorias em países estrangeiros tendem a formar comunidades alocêntricas como estratégia de auto-defesa.[4]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b Maria Cristina Ferreira, Eveline Maria Leal Assmar, Solange de Oliveira Souto. INDIVIDUALISMO E O COLETIVISMO COMO INDICADORES DE CULTURAS NACIONAIS: CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS TEÓRICO-METODOLÓGICAS. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 7, n. 1, p. 81-89, jan./jun. 2002
- ↑ Triandis, H.C., Carnevale, P., Gelfand, M., Robert, C., Wasti, S.A., Probst, T., Kashima, E.S., Dragonas, T., Chan, D., Chen, X..P., Kim, U., Dreu, C., van de Vliert, E., Iwao, S., Ohbuchi, K. & Schimtz, P. (2001). Culture and deception in business negotiations: A multilevel analysis. International Journal of Cross Cultural Management, 1, 73-90.
- ↑ Hulbert, L. G., Corrêa, d. S., & Adegboyega, G. (2001). Cooperation in social dilemmas and allocentrism: A social values approach. European Journal of Social Psychology, 31(6), 641-641-657. doi:10.1002/ejsp.53
- ↑ Triandis, H. C., & University Publications of America (Firm). (1983). Allocentric vs. idiocentric social behavior : A major cultural difference between Hispanics and the mainstream. [Urbana-Champaign, IL]: University of Illinois.