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Cacício I de Vaspuracânia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Cacício I Arzerúnio
Cacício I de Vaspuracânia
Fachada oriental da Igreja da Vera Cruz de Altamar; Cacício I aparece no medalhão central, acima de Adão[1]
Príncipe de Vaspuracânia
Reinado 904-908 (com Gurgenes II)
Antecessor(a) Asócio Sérgio
Sucessor(a) Gurgenes II
Rei de Vaspuracânia
Reinado 908 - entre 936/937 e 943/944
Predecessor(a) Título novo
Sucessor(a) Derenício Asócio
Nascimento 879/880
Morte entre 936/937 e 943/944
Descendência Derenício Asócio
Abusal Amazaspes
Casa Arzerúnio
Pai Gregório Derenício
Mãe Sofia Bagratúnio
Religião Cristianismo

Cacício I Arzerúnio (em armênio/arménio: Գագիկ Ա Արծրունի; romaniz.: Gagik A Artsruni; em grego medieval: Κακίκιος; romaniz.: Kakíkios); n. 879/880 - entre 936/937 e 943/944) foi príncipe de 904 a 908 e rei de Vaspuracânia de 908 a 936/937 ou 943/944 da família Arzerúnio. Inicialmente um aliado do emir sájida do Azerbaijão Iúçufe ibne Abi Alçaje contra o rei da Armênia Simbácio I (r. 890–914), com a morte do último em 914, passa então para o lado dos armênios sob seu sucessor Asócio II (r. 914–929). Em seu reinado, Cacício notabilizou-se por ter conseguido concluir a unificação de Vaspuracânia e por sua prolífica atividade construtora no pais, notadamente a Igreja da Vera Cruz de Altamar, que localiza-se numa ilha do lago Vã. Com seu falecimento entre 936/937 e 943/944, Cacício foi sucedido por seu filho Derenício Asócio

Cacício (Cacicius; Κακίκιος, Kakíkios) é a forma latina e grega do armênio Gaguique (Գագիկ, Gagik), cuja origem é desconhecida. Foi registrado em árabe como Jajique (em árabe: جاجيك; romaniz.: Jajiq).[2][3]

Desde o final do século VII a Armênia era província sob domínio árabe liderada pelo osticano (governador) árabe representando o califa omíada e depois abássida,[4] e tornar-se-ia campo de batalha entre o califado e o Império Bizantino até o início do século IX.[5] Para reforçar sua autoridade, os osticanos implementaram emires em diversas regiões armênias; em Vaspuracânia, província histórica situada ao sul e dominada pelos Arzerúnio, não houve exceção à regra.[6]

A família, no entanto, se beneficiaria da autonomia dos emires locais e da oposição que criavam ao governador[6] e gradualmente expandiu seus domínios: em 850 e sem que se saiba exatamente como, os Arzerúnio eram ixicanos (príncipes) de Vaspuracânia.[7] A aquisição da Armênia pelo turco Buga Alquibir em nome do califa Mutavaquil (r. 847–861) pelos anos 850 afetou muitas famílias nacarar (principescas), incluindo os Arzerúnio.[8]

Juventude e regência

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Dinar de ouro de Almutâmide (r. 870–892)
Dinar de ouro de Almoctadir (r. 908–932)

Cacício nasceu em 879 ou 880 e era o segundo filho do príncipe de Vaspuracânia Gregório Derenício com sua esposa Sofia Bagratúnio, a filha do rei Asócio I.[9] Gregório foi morto em 877 numa emboscada quando tentava submeter o emir de Her, deixando Cacício e seus irmãos Asócio Sérgio e Gurgenes II, que foram colocados sob regência de um membro da família, Abu Maruane,[10][11] designado por Asócio I, mesmo embora fosse rejeitado pela nobreza, por ter combatido ao lado de Gregório.[12] O regente tentou reclamar a herança dos irmãos, provavelmente com ajuda de seu tio, Simbácio I (r. 890–914), que sucedeu seu pai Asócio I,[10] uniu Sérgio a sua própria filha Seda e impôs a troca de territórios desfavoráveis.[13]

Simbácio I autorizou que Maruane prendesse os príncipes[10] e ele foi confirmado com o título de príncipe de Vaspuracânia em 896/897 pelo irmão e condestável do monarca, Sapor, que era, por sua vez, padrasto do novo príncipe.[14] Cacício permaneceria no trono até 898, quando foi assassinado numa emboscada orquestrada por Cacício I, que foi recentemente libertado e estava presente em para assistir um desfile que celebrava uma vitória militar do regente. Com o falecimento de Maruane, Sérgio reassumiu as rédeas do principado.[10] Simbácio, visando reconciliar-se com seus sobrinhos, elevou Cacício ao posto de general e Gurgenes ao de marzobã (governador).[15]

Sérgio, no entanto, preferindo restabelecer sua fidelidade ao emir sájida do Azerbaijão e representante do califa abássida Almutâmide (r. 870–892), Maomé Alafexim,[16] a quem já jurou vassalagem no passado, enviou seu irmão Cacício I como refém; após sete meses Cacício I foi substituído por Gurgenes II, que acabou preferindo fugir devido aos maus-tratos sofridos. Alafexim invadiu Vaspuracânia e manteve uma ocupação militar do país até sua morte em 901.[17]

Príncipe de Vaspuracânia

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Com a morte de Sérgio em 13 de novembro de 903,[18] Cacício e Gurgenes sucederam-lhe em 904 através da partilha de sua herança: Cacício herdou as possessões noroeste de Arzerúnio, enquanto Gurgenes as do sudeste;[19] os dois príncipes, contudo, eram muito próximos e trabalharam juntos até a morte de Gurgenes (ca. 923) em "um paradigma de cooperação harmoniosa", segundo Tomás Arzerúnio, o cronista oficial da família.[20] Em decorrência da deserção de vários companheiros, incluindo seu padrasto, certo Gregório Abuamza, Cacício I uniu seu talento militar e político para reduzir os enclaves muçulmanos em Vaspuracânia; tomou a cidadela considerada inexpugnável de Amiuque, na margem oriental do lago Vã, o que levou ao contra-ataque dos líderes muçulmanos locais, especialmente da região do lago Úrmia.[21] Ele estendeu ainda mais sua soberania sobre os príncipes bagrátidas de Moxoena e fez de suas possessões uma entidade coerente, fazendo-o um rival em potencial dos bagrátidas em Ani.[18]

Segundo Tomás Arzerúnio, a conquista de Amiuque despertou a cobiça de Simbácio I, tio materno de Cacício I e rei da Armênia, que entregou a cidadela a seu governador e que a revendeu a um preço "muito alto" para Cacício. A diferença entre as dinastias alargou com a questão de Naquichevão, uma dependência histórica de Vaspuracânia que Simbácio I havia entregue a Simbácio de Siunique em 902 e que Cacício I reivindicou. Nessa mesma época, Simbácio I havia se oposto, sob orientação do Califado Abássida, ao emir sájida Iúçufe ibne Abi Alçaje, que estava em conflito com o califa Almoctadir (r. 908–932). Após entrar em termos com Almoctadir e aproveitando-se da disputa por Naquichevão, Iúçufe aliou-se com Cacício I contra os bagrátidas e coroou-o rei em 908.[18][22][23]

Rei de Vaspuracânia

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Reino de Vaspuracânia entre 908-1021
Soldo de Romano I Lecapeno (r. 920–944) e Constantino VII Porfirogênito (r. 913–959)

A coroação de Cacício I como rei em Vaspuracânia tinha como objetivo melhor dividir as dinastias armênias,[22] estabelecer Iúçufe numa posição de arbítrio e, assim, contrariar os bagrátidas, que ele temia; a confirmação pelo Califado Abássida somente ocorreria em 919, com o envio duma nova coroa.[24] Cacício I aceitou a ajuda de Iúçufe quanto ao problema de Naquichevão,[25] e ambos partiram em campanha contra Simbácio I em 909. Nessa expedição, os aliados tomaram Naquichevão e adquiriram controle de Siunique. Iúçufe então perseguiu Simbácio através do país, e após gastar o inverno em Dúbio, derrotou em 910 um exército comandado por seus dois filhos, Asócio II (r. 914–929) e Musel, ao norte de Erevã. Musel foi capturado e então envenenado.[23]

Esses sucessos permitiram a Cacício I expandir seus domínios para o monte Ararate ao norte.[26] Apesar disso, vendo os estragos causados pela campanha nos territórios armênios e a decorrente opressão religiosa encabeçada pelos muçulmanos, Cacício procurou gradualmente distanciar-se de Iúçufe.[27] A morte e martírio de Simbácio I em 912 nas mãos dos sajidas intensificou esse distanciação,[28] e Cacício I fugiu para as montanhas de Moxoena para escapar da retaliação do emir. Em 913, Iúçufe tentou convencer Cacício I a auxiliá-lo em sua nova campanha na Armênia, agora contra Asócio II, filho e sucessor do rei falecido, mas sem sucesso.[23] Aproveitando-se dos novos distúrbios, Cacício I realizou expedições para o norte contra Naquichevão e Her, mas falhou e ficou sob ameaça.[29]

Em 919, Iúçufe foi preso na capital califal de Bagdá sob ordens de Almoctadir e lá permaneceu até 922,[30] quando foi reinvestido como governador do Azerbaijão e dirigiu-se para o Cáucaso. Ao retornar, obrigou Cacício I a pagar pesado tributo[31] e mais alguns abusos, que seriam mantidos por seu sucessor Abu Almuçafir Alfaite. Em 923, Gurgenes II faleceu, permitindo a reunificação de Vaspuracânia.[32] Nos anos seguintes, as lutas internas que dividiram o Califado Abássida não afetaram o Reino de Vaspuracânia, que gozou de um período de paz,[33] no qual o católico João V refugiu-se, em 928, na ilha de Altamar, no lago Vã.[34]

Em 928 (ou 924/925[35]) enquanto o imperador bizantino Romano I Lecapeno (r. 920–944) reconheceu sua ascensão à dignidade real de e nomeou-o "arconte dos arcontes",[33] a morte sem herdeiros do bagrátida Asócio II tornou-o o mais poderoso líder dentre as dinastias armênias,[35] o que permitiu-o exercer um papel decisivo: ele convidou os nacarar para um encontro e na sequência desta reunião confiou o trono real armênio a Abas, irmão do falecido.[36] Em 931, Cacício I reuniu os príncipes armênios e aliou-se com os bizantinos contra os emirados muçulmanos locais; as forças cristãs invadiram o Emirado Cáicida e destruíram Alate e Bercri, antes de marcharam para a Mesopotâmia Superior e capturarem Samósata.[37] Ao saber disso, Mufli reuniu um "grande exército" e invadiu a Armênia, derrotando Cacício e seus aliados bizantinos numa batalha que segundo ibne Alatir custou 100 000 vidas armênias.[38][39][40] Cacício morreu entre 936/937[33] e 943/944[41][a] e pode ter sido enterrado na necrópole dos Arzerúnio no Mosteiro de Varague.[42] Seu filho mais velho, Derenício Asócio, sucedeu-o.[43]

De sua união com Milce,[44] filha de Gregório Abuamza Arzerúnio,[11] Cacício teve dois filhos:[45]

Os descendentes diretos de Cacício permaneceram como chefes do reino até 1021/1022, quando ele foi anexado pelo Império Bizantino.[46]

Iluminura da Ascensão, Evangelho da Rainha Milce (São Lázaro dos Armênios, Veneza), Ms. 1144[47]

Construtor e patrono

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Cacício distinguiu-se como soberano por seus inúmeros projetos de construção:[48] fortalezas e cidades como (onde alegadamente expandiu o castelo de seu pai[49]) e Vostan foram reparados e canais de irrigação do período urartiano foram reabilitados.[50] Esta atividade também se estendeu para o campo da religião: muitos conventos foram reivindicados por Cacício.[48] O civil e religioso se reuniram em seu trabalho mais famoso, o desenvolvimento da ilha de Altamar no lago Vã como residência real: um palácio composto por muralhas, uma porta e jardins com fontes foi construído,[49] bem como a Igreja da Vera Cruz de Altamar, o único edifício que sobrevive ainda hoje.[51]

Esta igreja foi construída em 915-921 por um arquiteto chamado Manuel e é caracterizada pela abundância de decoração esculpida, o que torna seus "casos excepcionais"; especialmente entre as esculturas está uma libação principesca e um novo tema, que será retomado mais tarde na arquitetura armênia: Cacício é representado oferecendo um modelo de igreja a Cristo na fachada ocidental da Igreja de Vera Cruz.[51] O programa iconográfico das fachadas também sugere um paralelo entre Adão e Cacício e, por extensão, de seu reinado com o paraíso: assim, na fachada oriental (em direção ao local original do paraíso) Cacício, cercado por animais pacíficos e uvas (referentes ao vinho sacramental), está contido num medalhão e supera outro medalhão no qual está representado Adão.[52]

Cacício também é conhecido como patrono, seja do chamado "Evangelho da Rainha Milce" (sua esposa) de ca. 902, que o casal real dotou de uma encadernação de ouro e pérolas, seja de uma estauroteca, dois objetos preciosos colocados no Mosteiro de Varague.[53]

Questões religiosas

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O Império Bizantino e a Armênia estavam divididas no âmbito religioso: a Igreja Armênia não aceitou as conclusões do Concílio da Calcedônia (451), que era a matriz ortodoxa do rito bizantino.[54] Porém esta divisão não era estática, especialmente na Vaspuracânia do século X que vivenciou controvérsias religiosas violentas, e em última análise, isso levou à criação em 1113 dum patriarcado dissidente em Altamar.[55]

É nesse contexto que Cacício, que Tomás Arzerúnio descreve como um valente defensor duma fé nacional consciente do santo espírito de seus súditos,[56] influenciou na eleição do católico sucessor a João V[57] ao uma carta ao patriarca de Constantinopla, após 930; nela ele lembra-se da fé comum que os gregos e armênios possuíam no passado e espera o retorno desta unidade compartilhada ao dizer que não entende os argumentos dos teólogos e pede ao patriarca uma explicação deste separação.[58]

[a] ^ A incerteza vem de diferenças de interpretação do texto de Tomás Arzerúnio, que não menciona a datação.[59]
Referências
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  2. Justi 1895, p. 107-108.
  3. Ačaṙyan 1942–1962, p. 429.
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  5. Martin-Hisard 2007, p. 231.
  6. a b Martin-Hisard 2007, p. 233.
  7. Martin-Hisard 2007, p. 235.
  8. Grousset 1973, p. 368.
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  14. Grousset 1973, p. 409.
  15. Jones 2007, p. 23.
  16. Grousset 1973, p. 416.
  17. Grousset 1973, p. 418.
  18. a b c Thierry 2007, p. 276.
  19. Grousset 1973, p. 422.
  20. Jones 2007, p. 8.
  21. Grousset 1973, p. 424.
  22. a b Grousset 1973, p. 433.
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  24. Jones 2007, p. 29.
  25. Grousset 1973, p. 435.
  26. Grousset 1973, p. 443.
  27. Grousset 1973, p. 438.
  28. Grousset 1973, p. 440.
  29. Grousset 1973, p. 446.
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  50. Thierry 2007, p. 289.
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