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Usuário(a):Sintegrity/Testes13

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Sérgio Ferro
Sintegrity/Testes13
Sérgio Ferro em visita à Cooperativa Braço Forte, em Americana-SP, em abril de 2023.
Nome completo Sérgio Ferro Pereira
Nascimento 25 de julho de 1938 (86 anos)
Curitiba
Nacionalidade brasileiro
Progenitores Mãe: Beatriz Ferro Pereira
Pai: Armando Simone Pereira
Cônjuge Ediane Lobão Ferro
Ocupação pintor
desenhista
arquiteto
professor
Página oficial
https://tftk.iau.usp.br/sobre/#sergio-ferro

Sérgio Ferro Pereira (Curitiba, 25 de julho de 1938) é um pintor, desenhista, arquiteto e professor brasileiro radicado na França desde o início da década de 1970. É formado em Arquitetura e Urbanismo (FAUUSP) e em Semiologia (Mackenzie), com pós-graduação em museologia e evolução urbana (FAUUSP).[1][2]

Carreira

Sérgio Ferro é filho de Armando Simone Pereira e Beatriz Ferro Pereira.[2]

Em 1962, Sérgio se formou em arquitetura e urbanismo, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade de São Paulo (FAUUSP). Logo depois foi convidado pelo professor João Batista Vilanova Artigas a integrar o quadro docente, como assistente de ensino na cadeira de História da Arte da mesma universidade. Até 1970, foi professor de composição plástica, história da arte e estética em várias escolas e faculdades de arte e arquitetura nas cidades de Santos, São Paulo e Brasília.[1]

Sua trajetória docente inclui:[1]

  • 1962-1968 - Escola de Formação Superior de Desenho
  • 1962-1970 - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade de São Paulo
  • 1969-1970 - Curso de Arquitetura, da Universidade de Brasília
  • 1972-2003 - École Nationale Supérieure d'Architecture, de Grenoble
  • 1982 - Fundou o laboratório Dessin/Chantier [desenho/canteiro] (o dirigiu até 1997)
Ao longo de sua carreira, observou e interviu nos espaços de produção da construção civil, desenvolvendo uma crítica à produção das artes plásticas e da arquitetura baseada no processo de construção e seus agentes: o canteiro de obras, as tecnologias, os materiais e o construtor.
— Giovana Martino[3]

Análise sobre a produção arquitetônica

Na década de 1960, juntamente com Rodrigo Lefèvre e Flávio Império, constituiu o grupo denominado Arquitetura Nova, para uma compreensão do exercício da profissão de arquiteto. Formularam propostas de políticas públicas habitacionais com projetos de habitações sociais.[1] Foram responsáveis pela elaboração de uma crítica, segundo a perspectiva do marxismo sobre a Mais-valia, à produção arquitetônica instituída no Brasil de uma forma geral e estabelecendo-se especificamente como um contraponto teórico à obra e à escola do antigo mentor do grupo, o professor Vilanova Artigas.[4]

Projeto TF/TK

Entre 2020 e 2024, participou ativamente do projeto internacional "Traduzindo Ferro / Transformando Conhecimentos em Arquitetura, Projeto e Trabalho para um novo campo de Estudos da Produção", ou Translating Ferro / Transforming Knowledges, desenvolvido através de uma colaboração Brasil / Reino Unido, financiado pela FAPESP (BR) e pelo AHRC (UK). O projeto buscou fomentar a consolidação de um novo campo de Estudos de Produção, estruturado pela obra de Sérgio Ferro, que é entendido como "pensador fundamental para o campo dos estudos e práticas da produção da arquitetura, numa perspectiva ao mesmo tempo crítica e emancipadora".[5]

25 Pesquisadores Afiliados participaram do projeto, cujos trabalhos iniciais se concentraram na tradução de obras selecionadas de Sérgio Ferro do português para o inglês e no debate dos mesmos em grupos de leitura em inglês e português; o que levou ao desenvolvimento de diversas pesquisas, que serão publicadas como livretos e livros.[5]

Além disso, parte do acervo de arquitetura, teoria e prática artística de Sérgio Ferro estão passando por processos organização, higienização, catalogação, digitalização e guarda; incluindo projetos e obras do Arquitetura Nova (em parceria com a FAU-USP). Grande parte desse acervo foi doado por Sérgio Ferro ao Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (IAU-USP), localizado na cidade de São Carlos-SP.[5]

Ditadura Militar

Durante a ditadura militar, Sérgio Ferro, assim como seus companheiros da Arquitetura Nova, estabeleceu relações com o Partido Comunista Brasileiro, que era contra a luta armada e a guerrilha contra o regime ditatorial, como caminhos para a efetivação de uma revolução socialista no país. Com outros militantes rompe com o PCB e se junta à Aliança Libertadora Nacional, de Carlos Marighella.[6]

Exílio na França

Devido à sua militância política e à perseguição do regime militar, Sérgio Ferro foi afastado da Universidade de São Paulo e, em 1972, exilou-se na França, estabelecendo-se na cidade de Grenoble.[1]

Impossibilitado de exercer a profissão de arquiteto naquele país, dedicou-se à atividade artística e ao magistério, em cursos de artes e arquitetura. Entre 1972 e 1989, lecionou na Universidade de Grenoble, na França. Nesse período, realizou afrescos na Villeneuve (1975),[7] na École Buttes (1981) e na École Joseph Vallier (1983). Sua pintura se caracteriza por imagens inacabadas, nítidas citações a Michelangelo e a Leonardo, misturadas a esboços e textos manuscritos.[8]

Prêmios recebidos

Obras

Livros

  • 1979 - O Canteiro e o Desenho[1]
  • 1981 - Michelangelo: Notas por Sérgio Ferro[1]
  • 1998 - Michel-Angel, Architecte et Sculpteur[1]
  • 1999 - Futuro / Anterior (Nobel)[2]
  • 2015 - Artes plásticas e trabalho livre I: de Durer a Velasquez (Editora 34)[2]
  • 2021 - Construção do desenho clássico (MOM Edições)[2]
  • 2022 - Artes plásticas e trabalho livre II: De Manet ao Cubismo Analítico (Editora 34)[2]

Projetos de arquitetura

  • 1961 - Residência Bernardo Issler (São Paulo)[2]
  • 1961 - Residência Boris Fausto (São Paulo)[2]
  • 1962 - Residência Marietta e Ruth Vampré (São Paulo)[2]
  • 1964 - Residência Albertina Pederneiras (São Paulo)[2]

Exposições

Bibliografia

  • ARANTES, Pedro Fiori; Arquitetura Nova - Sérgio Ferro, Flávio Império e Rodrigo Lefèvre. De Artigas aos mutirões autogeridos. São Paulo: Editora 34, 2002. ISBN 8573262516
  • KOURY, Ana Paula; Arquitetura Nova - Flávio Império, Rodrigo Lefèvre, Sérgio Ferro. São Paulo: Romano Guerra Editora / Edusp / Fapesp, 2004. ISBN 8531407834
Referências
  1. a b c d e f g h i j Cultural, Instituto Itaú. «Sérgio Ferro». Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 19 de outubro de 2024 
  2. a b c d e f g h i j «Sérgio Ferro | Arquivo Arq». arquivo.arq.br. Consultado em 19 de outubro de 2024 
  3. a b «"Sou contra o termo antropoceno. O que está conduzindo o mundo ao desastre final é o capital": entrevista com Sérgio Ferro». ArchDaily Brasil. 20 de agosto de 2023. Consultado em 19 de outubro de 2024 
  4. «FERRO, Sergio». EBAD. Consultado em 19 de outubro de 2024 
  5. a b c «início». TF/TK. Consultado em 19 de outubro de 2024 
  6. Arantes, Pedro Fiori (2002). Arquitetura nova : Sérgio Ferro, Flávio Império e Rodrigo Lefèvre, de Artigas aos mutirões 1a ed ed. São Paulo, SP, Brasil: Editora 34. OCLC 52785865 
  7. «Art et patrimoine de la Villeneuve de Grenoble». patrimoine.vn.free.fr. Consultado em 19 de outubro de 2024 
  8. «Obras de Sérgio Ferro». Consultado em 15 de dezembro de 2007. Arquivado do original em 10 de agosto de 2009 
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