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{{Não confundir|Especulação mobiliária}}
'''Especulação imobiliária''' consiste na formação de estoques de bens [[imóvel|imóveis]] na expectativa de que seu [[valor de mercado]] aumente futuramente. A [[Especulação financeira|especulação]] imobiliária aposta na obtenção de maiores [[lucro]]s no futuro, presumindo que haja uma elevação dos preços dos imóveis.

O imóvel, urbano ou rural, estocado deixa de cumprir a sua [[função social da propriedade|função social]], já que não é utilizado para fins [[habitação|habitacionais]] nem produtivos, mas apenas como [[reserva de valor]] (algo que pode ser usado para transferir [[poder de compra]] do presente para o futuro).<ref>FERRARI, Walter Junior [http://www.ufgd.edu.br/fch/mestrado-geografia/dissertacoes/a-expansao-territorial-urbana-de-marechal-candido-rondon-pr-a-producao-da-cidade-a-partir-do-campo ''A expansão territorial urbana de Marechal Cândido Rondon, PR: A produção da cidade a partir do campo]''. Dourados: Universidade 
Federal da Grande Dourados, 2009.</ref> No [[Brasil]], o [[Estatuto da Cidade]] (Lei n° 10.257/2001)<ref>[http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10257.htm Lei n° 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências.]</ref> regulamentou os artigos da [[Constituição de 1988]] sobre a função social da [[propriedade (direito)|propriedade]] e da cidade, estabelecendo limites à especulação imobiliária e condicionando o [[direito de propriedade]] ao interesse coletivo, entendendo a cidade como produção social.<ref>[http://www.cadernosmetropole.net/download/cm_artigos/cm12_56.pdf Estatuto da Cidade: função social da cidade e da propriedade. Alguns aspectos sobre população urbana e espaço] {{Wayback|url=http://www.cadernosmetropole.net/download/cm_artigos/cm12_56.pdf |date=20141104022537 }}, por Arlete Moysés Rodrigues. ''Cadernos Metrópole'', n° 12, pp. 9-25, 2º sem. 2004.</ref>

Se um agente (pessoa, empresa ou grupo de pessoas ou empresas) forma estoques de terrenos ou edificações numa dada região, mantendo-os vazios ou subutilizados na expectativa de que seu preço aumente no futuro, hipoteticamente há uma redução artificial da [[oferta]] de imóveis, o que, segundo a [[lei de oferta e procura]], tende a provocar uma elevação mais ou menos significativa dos [[preço]]s de todos os imóveis daquela região. No momento em que esses estoques forem novamente colocados à disposição do [[mercado imobiliário|mercado]], o preço dos imóveis tenderá a voltar ao patamar anterior, se a demanda e demais fatores de formação de preço dos terrenos permanecerem constantes. No entanto, se houver um aumento significativo da [[demanda]] por imóveis (para fins habitacionais produtivos) em razão de mudanças significativas nos atributos de localização dos imóveis da região (melhoria das condições de acessibilidade ou implantação de um grande equipamento, tal como um [[aeroporto]], por exemplo) os preços dos imóveis da região tendem a  alcançar patamares mais elevados do que antes da retenção dos estoques de terrenos e edificações. Nesse caso, o especulador ganha a aposta, apropriando-se da valorização decorrente das novas vantagens locacionais dos imóveis.

A especulação imobiliária mediante o estoque de grandes glebas de terra favorece a urbanização descontínua (pela criação de vazios urbanos ou, seja, de grandes áreas vazias dentro do tecido urbano) e o espraiamento da [[área urbana]] dos municípios.<ref>[http://cac-php.unioeste.br/eventos/semanageografia/anais2013/trabalhos/resumo_expandido/geografia/10.pdf Dinâmica especulativa no processo de expansão urbana de Marechal Cândico Rondon, PR]. Por Josiane de Oliveira Medeiros Führ e Edson dos Santos Dias.</ref> Na [[cidade de São Paulo]], por exemplo, entre 1950 e 1980,  a população cresceu 4,5 vezes enquanto meia, o perímetro urbano cresceu 9 vezes. Isso aumenta os custos da [[urbanização]], já que as redes de [[Infraestrutura (engenharia) |infraestrutura]]  [[Via pública|viária]] e de [[saneamento básico|saneamento]], que são basicamente custeadas pelo [[Poder Público]], deverão se  expandir para atender às áreas efetivamente ocupadas, passando entretanto por grandes glebas vazias (estocadas à espera de valorização), que assim têm seu valor aumentado às custas de [[investimento]]s  pagos pelo conjunto dos cidadãos.<ref>[http://www.urbano.mg.gov.br/images/stories/Biblioteca/regulariz_fund/Vespasiano/4-apresentacao-capacitacao.pdf Plano de Regularização Fundiária do Município de Vespasiano]. Por Manoel Teixeira Azevedo Junior e Leandro de Aguiar Souza. Fundação Israel Pinheiro. {{Wayback|url=http://www.urbano.mg.gov.br/images/stories/Biblioteca/regulariz_fund/Vespasiano/4-apresentacao-capacitacao.pdf |date=20140714115805 }}</ref>

== Ver também ==

* [[Avaliação imobiliária]]
* [[Construção]]
* [[Fundo de Investimento Imobiliário]]
* [[Locação]]
* [[Operação imobiliária]]

{{referências}}

{{esboço-economia}}

{{DEFAULTSORT:Especulacao Imobiliaria}}
[[Categoria:Setor imobiliário]]

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