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Che Guevara: diferenças entre revisões

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foi um comunista fdp
 
==Guatemala, Árbenz e United Fruit==
{{AP|Golpe de Estado na Guatemala em 1954}}
Em 7 de julho de 1953, Guevara partiu novamente, desta vez para uma viagem pela [[Bolívia]], [[Peru]], [[Equador]], [[Panamá]], [[Costa Rica]], [[Nicarágua]], [[Honduras]] e [[El Salvador]]. Em 10 de dezembro de 1953, antes de partir para a [[Guatemala]], ele enviou uma carta para sua tia Beatriz de San José, Costa Rica. Nela, Guevara falava em atravessar o domínio da [[United Fruit Company]], uma jornada que o convenceu de que o sistema capitalista da companhia era terrível.{{sfn|Anderson|1997|p=126}} Esta carta afirmava o tom mais agressivo que ele adotou para assustar seus parentes mais conservadores e terminava com Guevara xingando uma imagem de [[Josef Stalin]], para não descansar até que esses "polvos tenham sido vencidos".{{sfn|Taibo|1999|p=31}} Mais tarde naquele mês, chegou à [[Guatemala]], onde o presidente [[Jacobo Árbenz]] liderou um governo democraticamente eleito que, por meio da [[reforma agrária]] e outras iniciativas, tentava acabar com o sistema [[Latifúndio|latifundiário]]. Para conseguir isso, o Presidente Árbenz promulgou um importante programa de reforma agrária, no qual todas as porções não cultivadas de grandes propriedades de terra seriam desapropriadas e redistribuídas para os camponeses sem terra. A maior proprietária de terra, e uma das mais afetadas pelas reformas, foi a United Fruit Company, da qual o governo Árbenz já havia tomado mais de 225 mil acres de terras não cultivadas.{{sfn|Kellner|1989|p=31}} Satisfeito com o rumo que a nação estava tomando, Guevara decidiu estabelecer-se na Guatemala para "aperfeiçoar-se e realizar o que for necessário para se tornar um verdadeiro revolucionário".<ref name="Kellner89pg31">[[#refGuevaraLynch2000|Guevara Lynch 2000]], p. 26.</ref>
 
[[Imagem:Che Guevara - 2do Viaje - 1953-55.png|miniatura|upright|Um mapa das viagens de Che entre 1953 e 1956, incluindo sua jornada a bordo do ''Granma'']]
 
Na [[Cidade da Guatemala]], Guevara procurou [[Hilda Gadea]], uma economista peruana membra da [[Aliança Popular Revolucionária Americana]] (APRA) e bem relacionada politicamente. Ela o apresentou a vários funcionários de alto escalão do governo de Arbenz. Guevara então estabeleceu contato com um grupo de exilados cubanos ligados a Fidel Castro durante o [[Assalto ao quartel Moncada|ataque de 26 de julho de 1953]] no Quartel Moncada em [[Santiago de Cuba]]. Durante este período, ele adquiriu seu famoso apelido, devido a seu uso frequente da sílaba argentina "che" (um marcador de discurso multiuso, equivalente à sílaba "[[tchê]]" em [[Língua portuguesa|português]]).<ref>[[#refIgnacio2007|Ignacio 2007]], p. 172.</ref> Durante sua estadia na Guatemala, foi ajudado por outros exilados da América Central, uma das quais, Helena Leiva de Holst, forneceu-lhe comida e hospedagem,<ref name="Anderson (2010)">{{citar livro|último=Anderson|primeiro=Jon|título=Che Guevara: A Revolutionary Life|data=2010|publicado=Grove/Atlantic, Inc.|local=Nova Iorque, Nova Iorque|isbn=978-0-802-19725-2|página=139|url=https://books.google.com/books?id=aCw19CUXpqkC&lpg=PA139|acessodata=15 de junho de 2019}}</ref> discutiu suas viagens para estudar o marxismo na Rússia e na China,<ref>{{citar livro|último=Anderson|primeiro=Jon|título=Che Guevara: A Revolutionary Life|data=2010|publicado=Grove/Atlantic, Inc.|local=Nova Iorque, Nova Iorque|isbn=978-0-802-19725-2|página=126|url=https://books.google.com/books?id=aCw19CUXpqkC&lpg=PA139|acessodata=15 de junho de 2019}}</ref> a quem, Guevara dedicou um poema, "Invitación al camino".<ref>{{citar jornal|título=Poetry of Che is presented with great success in Guatemala |url=http://www.cubaheadlines.com/2007/11/26/7281/poetry_of_che_is_presented_with_great_success_in_guatemala.html |acessodata= |publicado=Cuba Headlines |data=26 de novembro de 2007 |língua=en}}</ref>
 
Em maio de 1954, um carregamento de armas de infantaria e de artilharia leves foi despachado da [[Checoslováquia]] para o governo de Arbenz e chegou a [[Puerto Barrios]].{{sfn|Immerman|1982|pp=155–160}} Em resposta, o governo dos Estados Unidos — que desde 1953 foi encarregado pelo [[Dwight D. Eisenhower|presidente Eisenhower]] de remover Arbenz do poder no multifacetado código de operação da CIA chamado PBSUCCESS — saturou a Guatemala com propaganda anti-Arbenz através de rádio e lançando panfletos, e iniciaram bombardeios usando aviões não identificados.{{sfn|Immerman|1982|pp=161-163}} Os Estados Unidos também patrocinaram uma força de várias centenas de refugiados e mercenários guatemaltecos que eram chefiados por [[Carlos Castillo Armas]] para ajudar a derrubar o governo de Arbenz. Em 27 de junho, Arbenz decidiu renunciar.{{sfn|Gleijeses|1991|pp=345–349}} Isso permitiu que Armas e suas forças assistidas pela CIA marchassem para a Cidade da Guatemala e estabelecessem uma [[junta militar]], que elegeu Armas como presidente em 7 de julho.{{sfn|Gleijeses|1991|pp=354–357}} Consequentemente, o regime de Armas consolidou o poder ao reunir e executar supostos comunistas,{{sfn|Immerman|1982|pp=198–201}} enquanto esmagava os sindicatos anteriormente florescentes{{sfn|Cullather|2006|p=113}} e revertia as reformas agrárias anteriores.{{sfn|Gleijeses|1991|p=382}}
 
O próprio Guevara estava ansioso para lutar em nome de Arbenz e juntou-se a uma [[milícia]] armada organizada pela Juventude Comunista para esse propósito, mas frustrado com a inação do grupo, ele logo retornou aos deveres médicos. Após o golpe, novamente se ofereceu para lutar, mas logo depois, Arbenz se refugiou na embaixada mexicana e disse a seus partidários estrangeiros para deixar o país. Os seus repetidos apelos para resistir foram notados pelos partidários do golpe e ele foi marcado para morrer.{{sfn|Kellner|1989|p=32}} Depois que Hilda Gadea foi presa, Guevara procurou proteção dentro do consulado argentino, onde permaneceu até receber um salvo-conduto algumas semanas depois e foi para o [[México]].{{sfn|Taibo|1999|p=39}}
 
A derrubada do regime de Arbenz e o estabelecimento da ditadura de direita de Armas cimentaram a visão de Guevara sobre os Estados Unidos como uma potência imperialista que se opunha e tentava destruir qualquer governo que buscasse corrigir a desigualdade socioeconômica endêmica na América Latina e outros países em desenvolvimento.{{sfn|Kellner|1989|p=31}} Ao falar sobre o golpe, afirmou:
{{Quote|A última democracia revolucionária latino-americana – a de Jacobo Arbenz – fracassou como resultado da fria agressão premeditada realizada pelos Estados Unidos. Seu líder visível era o secretário de Estado [[John Foster Dulles]], um homem que, por uma rara coincidência, também era acionista e procurador da United Fruit Company.{{sfn|Kellner|1989|p=32}}}}
 
A convicção de Guevara de que o socialismo alcançado através da luta armada e defendido pelo povo em armas era a única maneira de corrigir tais condições foi, portanto, reforçada.<ref>{{citar web|url=http://www.fsmitha.com/h2/ch24x.html|título=Che Guevara 1960–67|autor=Frank E. Smitha}}</ref> Gadea escreveu mais tarde: "Foi a Guatemala que finalmente o convenceu da necessidade da luta armada e da tomada de iniciativa contra o imperialismo. Quando ele saiu, ele tinha certeza disso."<ref>{{citar livro|título=Che Guevara|primeiro=Andrew|último=Sinclair|publicado=The Viking Press|ano=1970|página=12}}</ref>
 
==Cidade do México e preparação==